A oficina de Estatística Básica é uma atividade do Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, ideado como um espaço de informação e formação acerca da estatística e sua aplicabilidade técnica e política, especialmente para análise e sistematização de dados.
O propósito da oficina é promover informação e a facilitação de sua aplicabilidade para análise e sistematização de dados.
Moradores, gestores e trabalhadores governamentais, empresariais e da sociedade civil, conselheiros municipais e estaduais de políticas públicas das 14 cidades do Vale do Rio dos Sinos e região Metropolitana de Porto Alegre. Acadêmicos de graduação e pós-graduação, profissionais interessados na temática/questão da estatística.
No mês de dezembro, o segundo mês de vigência da reforma trabalhista, o Brasil fechou 328.539 postos no mercado formal de trabalho, uma retração muito mais expressiva no número de postos se comparado com o saldo do mês anterior, de menos 12.292 postos de trabalho. O resultado do mês de dezembro contribuiu para que o Brasil fechasse o ano com menos 20,8 mil postos de trabalho. Os dados foram divulgados em janeiro pelo Ministério do Trabalho e Emprego, através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged.
A questão do trabalho é um dos temas de análise do Observatório das Realidades e Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, que através das informações do Caged acompanha os dados relativos à movimentação do mercado formal de trabalho da região.
Assim como no mercado nacional, o saldo entre admitidos e desligados da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA foi negativo, com o fechamento de 8.994 vagas. O setor de serviços foi o que fechou mais postos, com menos 3.486, seguido pelo setor da indústria de transformação, com saldo de menos 3.463 postos de trabalho.
Também foi negativo o saldo entre admitidos e desligados no mercado formal de trabalho do Vale do Sinos, com o fechamento de 4.519 vagas, contrastando com o resultado do mês anterior, em que foram criados 104 postos de trabalho e terminando com o ciclo de saldos positivos que havia se instaurado em julho de 2017. Veja os dados no gráfico no Infogram.
Conforme mostra o infográfico abaixo, todos os municípios da região tiveram um saldo negativo na criação de postos de trabalho. O município com o saldo mais baixo foi o de Canoas, com menos 1.467 vagas no mercado formal de trabalho, seguido de Novo Hamburgo, que fechou 1.092 vagas e Sapiranga, que fechou 512 vagas no mês de dezembro de 2017. Veja os dados no gráfico no Infogarm.
O resultado negativo do mês de dezembro deve-se principalmente ao setor da indústria de transformação, que fechou 2.914 postos de trabalho, seguido pelo setor de serviços, com saldo negativo de 940 postos e o setor da construção civil, com saldo negativo de 912 postos de trabalho. Nenhum setor registrou criação de postos de trabalho em dezembro de 2017 no Vale do Sinos. Veja os dados no gráfico no Infogram.
Quanto à faixa salarial dos trabalhadores admitidos no mês de novembro, 6.943 (94,9% dos admitidos) estão situados na faixa salarial de 1,01 a 3,0 salários mínimos, assim como os desligados, onde 10.717 (90,55% dos desligados) estavam na mesma faixa salarial. Veja os dados no gráfico no Infogram.
As faixas etárias responsáveis pela maioria dos fechamentos de postos de trabalho foram a faixa dos 30 aos 39 anos, que correspondeu a 1.301 fechamentos no mercado de trabalho formal, a faixa dos 40 aos 49 (-879) e a dos 50 aos 64 anos (-737), que juntas representam 64,54% dos fechamentos desse mês.
Os homens representaram 65,32% dos postos de trabalho fechados, com -2.952 postos, e as mulheres, 34,67%, com -1.567 postos de trabalho no Vale do Sinos.
Ainda não é possível determinar se esses saldos negativos na criação de empregos, tanto no nível nacional quanto regional, são reflexo da reforma trabalhista em vigor desde novembro, visto que dezembro, em todos os anos, é um mês caracterizado por saldos negativos no mercado formal de trabalho.
No primeiro mês de vigência da reforma trabalhista aprovada pelo governo de Michel Temer, do PMDB, o Brasil interrompeu sete meses consecutivos de criação positiva de postos de trabalho com carteira assinada. O País fechou 12.292 vagas com carteira assinada em novembro, enquanto em outubro haviam sido criados 76.599 postos de trabalho. O Vale do Sinos apresentou saldo positivo de 104, enquanto o mês de outubro registrou a criação de 941 postos de trabalho. Os dados foram divulgados em dezembro pelo Ministério do Trabalho, através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged.
Os dados expostos no gráfico no Infogram apresentam o saldo entre admitidos e desligados no ano de 2017 no Vale do Sinos. Os três primeiros meses do ano foram marcados por saldos positivos no mercado de trabalho, embora sejam decrescentes ao longo de janeiro a março, por serem meses marcados por postos de trabalho temporário.
Apesar desse saldo positivo depois de meses de elevação do número de desempregados no Vale do Sinos em 2016, os dados do Caged ainda permitem fazer a identificação sobre o tipo de emprego que foi criado. O que chama mais atenção é que 95,34% desses trabalhadores no início de 2017 ganhavam entre 0,50 e 3,0 salários mínimos. As pessoas que foram demitidas estão sendo contratadas por salários mais baixos. Os grandes municípios do Vale do Sinos concentram esses casos.
Além dos baixos salários apresentados nos empregos criados no período, apresenta-se também a alta carga horária de trabalho desses trabalhadores. Os dados também mostram que 86,75% dos postos de trabalho criados possuem faixa semanal de 41 a 44 horas. Os empregos criados no início do ano indicam precarização do mercado de trabalho por possuírem baixa remuneração e alta jornada de trabalho.
O mês de abril obteve um saldo negativo de menos 250 postos de trabalho. O mês de maio encerra o período de trabalhos temporários com um saldo de menos 1.183 postos de trabalho. O mês de junho apresentou uma melhora, mesmo com saldo de menos 248 postos de trabalho, quando se compara com o mês anterior, que teve 1.183 desligamentos com carteira assinada. Os meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro de 2017 foram marcados por saldos positivos no mercado de trabalho no Vale do Sinos.
O mês de novembro obteve o menor saldo positivo entre admitidos e desligados do ano de 2017. Em outubro foram criados 941 postos de trabalho, enquanto em novembro esse número caiu para 104 (-88,95%). Esse resultado aconteceu no mês em que a reforma trabalhista entrou em vigor no Brasil. O País fechou 12.292 vagas com carteira assinada em novembro, enquanto em outubro haviam sido criados 76.599 postos de trabalho.
Os dados do Caged ainda são recentes para afirmar que a queda nos postos de trabalho no Brasil e no Vale do Sinos tenha sido efeito da nova lei trabalhista. Dos 14 municípios do Vale do Sinos analisados e expostos no gráfico no Infogram, apenas quatro registraram saldo positivo de postos de trabalho. O saldo de 140 novos postos no mês de novembro deve-se, em grande parte, ao município de Canoas, que criou 1.123 vagas, seguido de Nova Santa Rita com 65, São Leopoldo com 29 e Sapucaia do Sul com 109.
A queda no número de carteiras desassinadas deve-se ao setor da indústria de transformação, que fechou 1.232 postos de trabalho. A construção civil e o setor de serviços apresentaram saldos positivos abaixo de 200 postos de trabalhos novos. O setor do comércio ajudou no pequeno resultado positivo de novembro ao criar 996 vagas no Vale do Sinos. Confira no gráfico abaixo:
O ano de 2017 foi marcado por fortes acontecimentos no mundo e em todo Brasil. As disputas no campo político continuaram; assim como as perdas de direitos sociais, os cortes orçamentários e os atrasos nos salários dos servidores no Rio Grande do Sul e em outros estados brasileiros. O ano ainda foi marcado pelas mudanças nas legislações trabalhistas e pelo debate em torno da reforma da Previdência Social.
Essas realidades têm também suas expressões nos municípios, que necessitam ser analisadas. Ao longo do ano de 2017, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, reuniu dados e sistematizou 27 análises sobre a Região do Vale do Rio dos Sinos, compartilhou 25 notas da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA, elaborou 39 notas, realizou três ciclos de estudos, dois seminários e nove oficinas e painéis de diferentes temas, que dão vistas aos cenários vividos e apontam desafios para os cenários afirmadores da vida que se quer viver.
Eis o texto:
Caracterização das juventudes trabalhadoras no Vale do Sinos
Entre os 109 jovens com até 17 anos em junho de 2016, 93 eram homens (85,32%) e 16 eram mulheres (14,67%). Já em junho de 2017 o número de mulheres passou para 129 (+706,25%), ou seja, um aumento de mais de 7 vezes, e os homens passaram de 93 para 162 no mesmo período. Já os jovens entre 18 e 29 anos em junho de 2016 eram 329 homens (68,40%) e 152 mulheres (31,60%), enquanto no mês de junho de 2017 a presença dos homens passou para 163 (-50,46%) e das mulheres, para 86 (-40,49%).
Os dados disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged apontam que os jovens com idade até 17 anos ganham no máximo dois salários mínimos no Vale do Sinos. Os dados mostram que, em junho de 2017, entre admitidos e desligados somente um jovem com até 17 anos ganhava dois salários mínimos. Por outro lado, é importante destacar que caiu de 93 para 32 o número de jovens que ganhavam até 0,50 salário mínimo, ao passo que cresceu de 61 para 90 o número de jovens com até 17 anos ganhando mensalmente entre 1,01 e 1,5 salário mínimo. Ainda assim, a maior parte dessa faixa etária, com 168 jovens (57,73%), ganhava entre 0,51 e 1,0 salário mínimo.
A distribuição salarial de quem possui entre 18 e 29 anos varia entre 0,50 até acima de 20 salários mínimos. Entretanto, houve variação positiva somente em três faixas salariais em junho de 2017. Um jovem apenas ganhava 0,50 salário mínimo e 14 jovens ganhavam até 7,0 salários mínimos. A concentração maior estava na faixa entre 1,0 e 1,5 salário mínimo. Tal fato possibilitou um saldo positivo de 438 entre admitidos e desligados nessa faixa. Ao incluir os saldos negativos das outras faixas salariais, chegamos ao número de 251 jovens entre 18 e 29 anos com emprego formal.
Mulheres e trabalho: evidências da desigualdade no Vale do Sinos
Entre 2012 e 2015, a maioria das mulheres trabalhadoras nos municípios do Vale do Sinos teve remuneração de até 2,00 salários mínimos, enquanto os homens casualmente receberam até 4,00 salários mínimos.
Em 11 dos 14 municípios do Vale do Sinos, ainda em 2015, a quantidade de mulheres que tinha remuneração de até 2,00 salários mínimos era 15,89% superior à dos homens, ao passo que a quantidade de homens que recebia acima de 2,00 salários mínimos era 81,2% superior à de mulheres, mostrando assim que as faixas de remuneração média mais elevada estão principalmente concentradas nos trabalhadores do sexo masculino.
Foi verificado, no mesmo ano, que homens continuam com a maior participação no mercado de trabalho no Vale do Sinos, com um total de 199.751 homens contra 164.782 mulheres, representando, respectivamente, 54,89% e 45,11%. Em comparação, em 2014 a composição foi 54,59% de homens e 45,41% de mulheres; em 2013, de 55,83% e 44,17%; e em 2012, de 56,16% e 43,84%. Constata-se, assim, que a participação das mulheres é crescente, embora o mercado de trabalho na região tenha sofrido retração a partir de 2014 e no Rio Grande do Sul em 2015.
Arte: Lucas Schardong
Saúde e segurança do trabalho: estamos evoluindo nos indicadores?
O ObservaSinos acessou os dados mais recentes do Ministério da Previdência Social para caracterizar os acidentes de trabalho no Vale do Sinos e no Estado do Rio Grande do Sul. A partir disso, constitui-se uma análise da evolução dos indicadores de acidentes de trabalho junto a uma especificação por motivo da ocorrência, além da exposição de características do Brasil e do mundo.
Quinze acidentes de trabalho por dia ocorreram no Vale do Sinos em 2015: de 2014 a 2015, houve uma queda de 9,52% no número de acidentes – sendo que de 2013 a 2014 ocorreu um aumento de 0,10% –, fazendo a região representar 10,72% do total estadual no ano. De igual maneira, o Rio Grande do Sul reduziu o número de acidentes de trabalho em 0,49% de 2013 a 2014 e em 13,3% de 2014 a 2015.
A redução no número de acidentes de trabalho ano a ano sugere o zelo com a segurança no ambiente de trabalho, pensando em estruturas e práticas preventivas. Lembrando também que é importante o cadastramento da Comunicação de Acidentes de Trabalho para viabilizar a credibilidade dos dados e perspectivas aliadas. A diminuição no número de acidentes de trabalho também pode estar ligada ao desemprego durante 2015.
Estagnação da saúde impede melhoria do desenvolvimento socioeconômico no Vale do Sinos
O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico - Idese do Rio Grande do Sul cresceu 1,4% entre 2013 e 2014. O Idese do estado no ano de 2013 foi de 0,747 e de 0,757 no ano de 2014. Esses números indicam que o Rio Grande do Sul possui nível médio de desenvolvimento socioeconômico. O Idese do Conselho Regional de Desenvolvimento Socioeconômico - Corede do Vale do Sinos cresceu 1,10% também entre 2013 (0,727) e 2014 (0,735), o que coloca o Corede Vale do Sinos na 19ª colocação entre os 28 Coredes do Rio Grande do Sul.
Assim como no Rio Grande do Sul, o bloco saúde também apresenta uma relativa estagnação no Vale do Sinos, especialmente nos últimos três anos, quando os índices foram respectivamente: 0,790; 0789; 0,790. A renda é o segundo bloco que se destaca no Idese do Vale do Sinos, embora também tenha havido estagnação em determinados períodos, como em 2007 e 2008; 2011 e 2012. O bloco educação apresenta desde 2007 avanço de 0,594 para 0,680 em 2014, embora ainda mantenha o bloco na terceira colocação do Índice no Vale do Sinos.
Arte: João Conceição
Defasagem escolar ainda é um desafio para a educação no Vale do Sinos
O ObservaSinos sistematizou os dados do Censo Escolar de 2016 para os municípios do Vale do Sinos, analisando a defasagem idade-série através do número de matrículas registradas por etapa escolar e faixa etária. Para complementar a análise, é apresentada a taxa de atendimento da educação infantil.
A defasagem entre a idade do aluno e a idade recomendada para a série que ele está cursando é representada pelo valor da distorção, calculada em anos. O aluno é considerado em situação de distorção ou defasagem idade-série quando a diferença entre a sua idade e a idade prevista para a série é de dois anos ou mais.
No Vale do Sinos, mais de 90% dos alunos da educação infantil estão matriculados de acordo com a idade prevista. Se observados os anos iniciais do ensino fundamental, 88,5% das matrículas correspondem à idade prevista de 6 a 10 anos de idade, porém há um gargalo de 10,8% de matriculados com 11 a 14 anos de idade.
A partir do 6º ano, iniciada a etapa dos anos finais do ensino fundamental, o aluno deixa de ter um só professor como referência e passa a ter disciplinas específicas com diferentes educadores, motivando o ponto máximo de repetências e abandono escolar e explicando a maior taxa de distorção a partir dessa etapa educacional. No Vale do Sinos em 2016, 82,1% dos alunos matriculados estavam na idade prevista e ao menos 17% tinham idades além de 14 anos.
O ensino médio tem como carga a distorção da etapa anterior, sendo 14,6% dos matriculados de idades entre 18 e 19 anos, 3% de 20 a 24 anos e 1,4% de 25 anos ou mais. Pode-se dizer que ao menos um em cada cinco matriculados no ensino médio no Vale do Sinos em 2016 estava em situação de defasagem idade-série de acordo com o pressuposto (considerando que possa haver erros no registro).
Por fim, a vontade de voltar a estudar realizada na Educação de Jovens e Adultos - EJA é mais intensa na idade de 15 a 17 anos (34,2%), seguida de 20 a 24 anos (18,9%), de 18 a 19 anos (18,5%) e de 40 anos ou mais (10,4%).
Arte: Nadine Steffen
Vale do Sinos apresenta média de 83 roubos e furtos por dia em 2017
Os indicadores criminais disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul - SPPRS compreendem o período entre janeiro e junho. Os indicadores mostram que nesse período ocorreram 21.212 casos de crimes no Vale do Sinos. Os furtos são responsáveis por 36,37% (7.745) e os roubos, por 34,15% (7.273), ou seja, essas duas tipificações de crimes são responsáveis por 70,52% dos registros. A partir dos indicadores, pode-se concluir que houve, até junho de 2017, uma média de 83 roubos e furtos por dia no Vale do Sinos.
Arte: Lucas Schardong
Mais de 50% dos homicídios no Vale do Sinos envolveram jovens
Os dados expostos no Infogram mostram que os municípios com o maior número de habitantes da região (Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo) apresentam mais casos de homicídios. Ao fazer uma comparação do número total de casos de homicídio com os homicídios de jovens entre 15 e 19 anos, os dados tendem a mostrar outra perspectiva do que se analisado somente o número bruto de homicídios da região. Uma das primeiras informações obtidas a partir dessa relação é que 51,07% dos homicídios totais aconteceram com jovens no Vale do Sinos.
Como foram os investimentos dos municípios do Vale do Sinos em ano de austeridade?
Os últimos três anos foram marcados pela austeridade no Brasil e no Rio Grande do Sul. Houve redução de gastos governamentais em políticas públicas e de serviços públicos, elevação das taxas de juros, redução de crédito e a variação do câmbio, o que culminou em desemprego e redução de salários reais. Com a ilusão de que os investimentos privados voltassem à economia brasileira e regional, os governos aplicaram medidas de redução de gastos públicos para equilibrar as contas públicas.
O ObservaSinos acessou os dados referentes aos recursos aplicados em educação e saúde nos municípios do Vale do Sinos a partir do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul - TCERS para 2015. Os dados contribuem para o planejamento, monitoramento, avaliação e controle social das políticas públicas, tendo em vista que no ano de 2017 assumiram novo(a)s prefeito(a)s e vereadore(a)s na região. Dez dos 14 municípios do Vale do Sinos elevaram os recursos aplicados em manutenção e desenvolvimento do ensino em relação aos impostos arrecadados. Também, de acordo com os dados, oito dos 14 municípios aumentaram o percentual de investimento em saúde em 2015.
O estudo do TCE-RS conclui que é necessária a criação de 156.491 vagas na educação infantil no Rio Grande do Sul, sendo 89.849 em creches e 66.642 na pré-escola. O Vale do Sinos é responsável por 22.133 dessas vagas a serem criadas, ou seja, representando 14,14% do total. Isto representa um déficit de 13.569 vagas em creches e 8.564 na pré-escola. O déficit de vagas caiu em relação ao ano de 2014.
Aconteceu em março de 2017 a 3ª Edição Ciclo de Estudos de Saúde e Segurança no Trabalho do Vale do Rio dos Sinos, sendo direcionada, principalmente, para os trabalhadores do ramo metalúrgico que fazem parte das Comissões Internas de Prevenção de Acidente - Cipas. Além disso, pesquisadores e outros trabalhadores que estejam envolvidos com saúde e segurança também fazem parte do público-alvo do Ciclo de Estudos.
O evento é realizado com a parceria do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e região, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos - CNM e do Centro de Referência da Saúde do Trabalhador Região do Vale do Rio dos Sinos e Canoas - Cerest. Além do aprofundamento sobre as realidades do trabalho, são analisadas as regulações garantidoras da saúde e da segurança do/a trabalhador/a. Soma-se a isso o desafio da construção do Mapa de Saúde e Segurança das empresas e dos municípios. O curso oferecerá certificação aos participantes como atividade de extensão.
A realidade dos jovens do Vale do Sinos e as políticas públicas voltadas para este público foram tema de debate promovido pelo ObservaSinos. O seminário “Realidades e Políticas Públicas para as Juventudes no Vale do Sinos”, que ocorreu no dia 19 de setembro, contou com diversas atividades para fomentar a busca por melhorias nas práticas direcionadas aos jovens.
O ObservaSinos trouxe dados elaborados sobre as diferentes realidades dos jovens do Vale do Sinos, nas áreas de pesquisa e atuação do Observatório. A promoção do debate coletivo e dialógico sobre os limites e possibilidades das políticas públicas implementadas junto às juventudes nos municípios e região do Vale do Sinos proporcionaram o conhecimento e contextualização do tema. Segundo dados levantados através da Fundação de Economia e Estatística - FEE, dos 382.091 jovens do Vale do Sinos, 32,90% têm entre 15 e 19 anos, 33,61% têm entre 20 e 24 anos e 33,49% têm entre 25 e 29 anos. Conforme o Censo Escolar 2016, 174.150 jovens estão matriculados no ensino fundamental, 44.893 estão matriculados no ensino médio, sendo que 19% têm mais de 18 anos e 14.958 estão matriculados no EJA.
Informações sobre trabalho na juventude mostram que jovens de 17 a 29 anos representam 49,8% das admissões no primeiro semestre; a faixa de 18 a 24 anos representa o maior número de admissões no Vale do Sinos: 27,7% ou pelo menos 1 em cada 4 admissões. Além disso, foram demonstrados dados sobre óbitos por causas externas, óbitos decorrentes do HIV, crianças e adolescentes chefes de família e participação dos jovens na vida política.
Se consideradas as movimentações no emprego formal para trabalhadores de até 17 anos de idade, o ensino médio incompleto foi o grau de instrução que representou maior quantidade de admissões em junho de 2017 no Vale do Sinos (237), pelo menos vinte vezes superior ao do mesmo mês do ano passado. Assim, de uma participação de 9,17% em junho de 2016 nas admissões dos municípios do Vale do Sinos, passou para 81,44% em junho de 2017.
Confirmando a tendência anterior sobre a crescente inserção de jovens de até 17 anos com maior escolaridade, estendemos as evidências para jovens entre 18 e 29 anos de idade. Nessa faixa etária, jovens com Ensino Médio Completo ilustraram uma contração de 50% na criação de postos de trabalho, passando de um saldo de movimentações de 398 em junho de 2016 para 197 em junho de 2017. Abaixo do Ensino Médio Completo, todos os níveis de escolaridade passaram de singelas admissões a significantes desligamentos, mostrando novamente a preferência por jovens mais qualificados para os postos de trabalho. Assista na íntegra o “Seminário: Realidades e políticas públicas para as juventudes no Vale do Sinos”.
Em tempos de crise em que se evidenciam a fragilização aos direitos e à democracia ainda inconclusa no Brasil, inúmeros são os desafios postos à sua afirmação. Entre as lutas dos processos de democratização do Estado e da Sociedade brasileira está a informação e a formação para o exercício da cidadania. Neste contexto, enquanto ferramentas de acesso e publicização da informação, os Observatórios servem de apoio à sociedade. Com os trabalhos de divulgação e análise de pesquisas, indicadores e dados, eles colaboram com o processo de dar vistas às diferentes realidades da população. Com a apropriação deste conhecimento, é possível utilizá-lo para intervir nos problemas que atingem os municípios, os estados, o país e seus cidadãos.
Para dar continuidade ao fortalecimento destes trabalhos, a Rede de Observatórios, na qual também está inserido o ObservaSinos, promoveu o VII Seminário de Observatórios, com o tema “Pesquisas, instituições e sociedade nas tramas de crise”. O evento, que ocorreu nos dias 30 e 31 de outubro, teve seu início com uma roda de conversa entre os representantes dos Observatórios e outros participantes da atividade. Partiu-se das realidades dos vividos para analisar o contexto dos Observatórios e suas relações com as pesquisas, as instituições e a sociedade.
No primeiro dia foi realizado o painel “A Sociedade nas tramas das crises contemporâneas”, com os painelistas: Prof. Dr. Carlos Paiva, da FEE, o Bel. Cezar Miola, do TCERS e o Prof. Dr. Paulo Roberto Rodrigues Soares, do Observatório das Metrópoles.
O segundo dia do VII Seminário de Observatórios teve seu início com a apresentação dos trabalhos desenvolvidos por acadêmicos, pesquisadores e membros de observatórios. Os objetivos gerais dos trabalhos deveriam analisar transdisciplinarmente os desafios e as potencialidades dos observatórios, em meio às relações com a pesquisa, com as instituições e com a sociedade no contexto das tramas das crises contemporâneas. Ao todo nove trabalhos foram selecionados e apresentados durante a exposição. A junção deles será feita para compor o e-book do VII Seminário de Observatórios.
O fechamento do VII Seminário de Observatórios se deu com a análise das perspectivas atuais dos observatórios e encaminhamentos para o ano de 2018. Tendo em vista que o ano será de eleições e suas consequências para as realidades da sociedade e das políticas públicas, a Rede acredita que é de suma importância dar continuidade ao Seminário de Observatórios, que chegará à sua oitava edição.
Registro final do VII Seminário Observatórios. Foto: Lucas Schardong
O Ciclo de Debates: gentrificação, direitos humanos e as cidades ocorreu em outubro na Unisinos Campus Porto Alegre. O evento foi organizado pelo ObservaSinos em parceria com o Centro de Direitos Econômicos e Sociais - CDES e com a ONG Acesso. O evento promoveu a análise e o debate sobre os processos de transformação das cidades impostos pelas exigências do capitalismo e os seus impactos na vida da população e das comunidades, bem como a análise dos processos de gentrificação à luz dos direitos humanos.
Com o objetivo de dar vistas à realidade e promover o debate em vista da avaliação das políticas públicas, o ObservaSinos, sistematizou os dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais - Rais, para a comparação dos vínculos ativos no ano de 2015 com a movimentação do mercado de trabalho no Vale do Sinos durante o ano de 2016.
A partir dos cinco grandes setores da economia, segmentados em grau de instrução e faixa salarial média dos trabalhadores, observou-se que em 2015, no Vale do Sinos, 39,9% dos trabalhadores tinham até o ensino médio incompleto e 40,8% tinham o ensino médio completo, concentrando juntos aproximadamente 80% do total de trabalhadores. Sobre a perspectiva de rendimentos do trabalho, 3 em cada 4 trabalhadores recebem mensalmente até 3,00 salários mínimos (27,1% recebem até 1,5 e 48,6% recebem de 1,51 a 3,00).
A Ecofeira Unisinos foi lançada em junho de 2016 como um projeto coletivo por instâncias da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos, produtores agroecológicos da região e entidades parceiras, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater. O espaço semanal é uma mostra da produção agroecológica e orgânica da região do Vale do Rio dos Sinos, de comercialização justa e de consumo consciente, articulando as experiências de informação e formação dos produtores, da comunidade acadêmica e comunidade local para uma alimentação saudável e desenvolvimento afirmador da sociedade sustentável.
Durante o ano de Ecofeira Unisinos foi possível participar da degustação de alimentos com Plantas Alimentícias Não Convencionais - Pancs oferecida pelos alunos do Curso de Gastronomia e Nutrição sob coordenação da Profa. Dra. Signorá Konrad. Outra atividade de destaque na Ecofeira foram as Oficinas realizadas pela pesquisadora Denise Schnorr, do Instituto Anchietano de Pesquisa Unisinos. Outra atividade desenvolvida pela Ecofeira é o Cine-Vídeo, coordenado pela professora Raquel Chesini, do Curso de Gastronomia da Unisinos. O Círculo Cultural, coordenado pelo Prof. Dr. Telmo Adams, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisinos, também acontece na Ecofeira Unisinos; a atividade prevê músicas, cantos, poesias, danças etc.
O ObservaSinos produziu um vídeo para apresentar como foi a Ecofeira no ano de 2017 e compartilhar as perspectivas para o ano de 2018. Clique aqui para conferir.
O ObservaSinos promoveu nove oficinas e painéis de diferentes temas, que dão vistas aos cenários vividos e apontam desafios para os cenários afirmadores da vida que se quer viver. As oficinas e painéis tematizaram saúde, trabalho, educação, economia solidária, sistemas (des)proteção social, bases de dados e diagnóstico socioterritorial.
O IHU e o ObservaSinos estão organizando quatro ciclos de estudos e debates ao longo de 2018: violências no mundo contemporâneo, interfaces, resistências e enfrentamentos; a esquerda e a reinvenção da política no Brasil contemporâneo. Limites e perspectivas; trajetória da política econômica brasileira 2003-2017. Crescimento, crise e novas possibilidades; e o ciclo de debates: trabalho, emprego e renda no Vale do Sinos. As oficinas irão acontecer no primeiro semestre de 2018. A oitava edição do Seminário Observatórios acontecerá em outubro. As atividades da Ecofeira Unisinos serão retomadas na primeira semana de aula.
Acompanhe a programação dos eventos de 2018 no site do IHU e do ObservaSinos.
A Fundação de Economia e Estatística - FEE divulgou no dia 13 de dezembro um estudo que buscou investigar a situação educacional dos jovens, as distorções idade-série, a conciliação dos estudos com alguma atividade profissional para parcela significativa da juventude, a dedicação a apenas uma atividade produtiva e até a situação dos que não estudam e nem trabalham na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA em 2016.
Os jovens entre 15 e 29 anos constituem 22,2% da população na RMPA (2016), praticamente 1/4 da população. Parcela significativa desses jovens (58,9%) não estudava e a maior parte dos que não estudavam era composta de jovens que trabalhavam (46,8%). Da mesma forma, percebe-se que entre os jovens havia 12,1% que não estudavam, não trabalhavam e nem procuravam trabalho.
“A educação deve ganhar prioridade para o conjunto da juventude, libertando-a do ingresso precoce no mercado de trabalho. A postergação da inatividade juvenil possibilita a ampliação da escolaridade e a melhor preparação para o ingresso no mercado de trabalho”, recomenda Lúcia Garcia.
As informações apuradas pelo estudo indicam que percentual expressivo da população juvenil metropolitana participa do mercado de trabalho, por meio do engajamento ocupacional ou em busca de oportunidade de trabalho remunerado, estudando simultaneamente ou não. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, esse contingente correspondia a 61,6% dos jovens em 2016.
Fonte: FEE
Por outro lado, aponta o estudo, no último ano, 26,3% da população juvenil somente estudavam, cabendo destacar que essa proporção vem aumentando ao longo dos vinte anos que demarcam a promulgação da LDB. “Conseguimos associar essa conquista como resultado da vigência da lei. É uma consequência direta dessa política pública. Em 1996, aproximadamente 20% da juventude residente na metrópole gaúcha se dedicavam somente aos estudos. Houve melhora porque a idade passou a corresponder à série adequada. Resultado da universalização”, destaca Lúcia.
No último ano, os jovens que conciliavam estudo e trabalho e/ou procura por trabalho na RMPA correspondiam a 14,8% do total, percentual muito próximo ao verificado no início da série analisada (14,6%), em 1996. “Esse indicador era cerca de 20% entre 1998 e 2009, a partir de 2010, auge da reestruturação do mercado de trabalho regional, verificaram-se reduções contínuas nesse percentual até alcançar os patamares atuais”, aponta Lúcia. Maior parcela da juventude, contudo, era composta pelo segmento exclusivamente dedicado ao mercado de trabalho – em exercício profissional ou a procura de uma ocupação remunerada. Em 2016, 46,8% dos rapazes e moças da RMPA se encontravam nessa condição, compondo a força de trabalho regional e já afastados das rotinas estudantis. “É preciso ressaltar que esse indicador tem um patamar atual pouquíssimo inferior ao apurado vinte anos atrás (51,1%)”, ressalta Lúcia. “Podemos dizer que essa condição se mantém estável ao longo dos anos, caracterizando nossa juventude como predominantemente trabalhadora, o que implica na demanda de políticas públicas sociais e de educação”, completa.
Um dado preocupante, embora refira-se a uma parcela menor, é o número expressivo da juventude que não participava dos circuitos da educação regular ou do trabalho remunerado. Entre 1996 e 2016, esse percentual da população juvenil declinou pouco, passando de 15,1%, em meados dos anos de 1990, para os atuais 12,1%.
Fonte: FEE
Já a situação educacional vem melhorando nas últimas duas décadas. A proporção de jovens que ampliaram a formação escolar, principalmente completando o ensino médio, praticamente dobrou nesse período (de 16,7% para 31,7%), assim como aqueles que ingressaram no ensino superior, cujos percentuais cresceram de 7,4% para 13,9%, ou ainda obtiveram o diploma universitário. “Melhorou o acesso ao ensino superior e aumentou a não conciliação de trabalho e ensino fundamental. Ou seja, mais adolescentes estão onde deveriam estar,: na escola. Isso resulta de duas políticas públicas, políticas de estado”, destaca Lúcia.
Fonte: FEE
Apesar das mudanças significativas no perfil dos jovens, com avanços na escolarização, o estudo aponta a persistência da distorção idade-série (aproximadamente 47,6% não concluiu o ensino básico), o que compromete o acesso às etapas de ensino na idade adequada e, ainda que em menor proporção, a persistência da situação de jovens que, pelas precárias condições socioeconômicas, apenas se dedicavam a uma atividade produtiva ou procuravam trabalho, porém não estudavam.
“Apesar da grande evolução do nível educacional da população jovem da Região Metropolitana de Porto Alegre no período, em 2016 apenas 6,2% dos jovens com idade entre 15 e 29 anos tinham completado o ensino superior e aproximadamente 60% deles não estudavam”, destaca a pesquisadora.
Para Lúcia, este é um cenário que aponta para a necessidade de políticas públicas específicas que facilitem e estimulem esses jovens a manterem-se estudando e/ou que criem possibilidades de conciliação entre estudo e trabalho.” Estes são resultados de acompanhamento de longo prazo, de dados que não falam apenas de quem perdeu o emprego, mas permitem outras leituras. Isso demonstra a importância de pesquisas e instituições sólidas”, completa.
Acesse o estudo completo aqui.
As atividades da Ecofeira Unisinos se encerram no dia 20 de dezembro de 2017. Ao longo deste ano, a feira, que acontece todas as quartas-feiras, cativou alunos, professores, funcionários e vizinhos que passaram pelo corredor central da Unisinos. Todos os produtos oferecidos pelo Francisco, pela Camila, Regina, Zita, Bianca, Patricia e Sirlei chegaram às casas de muita gente. Junto com os produtos foram compartilhadas informações e experiências sobre a produção, o cuidado e o consumo de alimentos e outros produtos. A feira também foi lugar de diversas oficinas, que tematizaram a alimentação e o ambiente, assim como reuniu gente para, em círculo, cantar, declamar e anunciar por diferentes vozes e instrumentos um outro tempo e uma outra história e cultura, que valorizam a vida integral e a casa comum.
Sempre quando passava por ali, as cores vibrantes das frutas e legumes chamavam a atenção de Julia Barth Heinemann, moradora de Novo Hamburgo. É na Ecofeira que ela obtém os produtos orgânicos. “Gosto da variedade e da praticidade da feira. Costumo comprar as verduras do seu Francisco e os pães da Camila,” conta Julia, que também participa das oficinas oferecidas pela Ecofeira.
Denise Schnorr, ministrante de oito oficinas ofertadas neste ano, busca valorizar a identificação, a indicação e a utilização das plantas em suas oficinas. “Nas oficinas gosto de indicar a forma de preparo, que é de extrema importância para chegarmos a um resultado final satisfatório.” A bióloga do Instituto Anchietano de Pesquisas Unisinos conta que o fundamental na utilização é adquirir plantas de qualidade e, principalmente, que elas sejam de origem orgânica. “Quando as plantas são cultivadas de maneira natural, sem agrotóxicos e em lugares livres de poluição, elas proporcionam melhor qualidade para o consumidor. Os produtos à venda na Ecofeira são benéficos por se tratar de alimentos livres de poluentes e ricos em nutrientes e, por outro lado, têm a solidificação de um trabalho gerado pela agricultura familiar.”
O grupo articulador da feira, que reúne os projetos e programas sociais do Centro de Cidadania e Ação Social da Unisinos - CCIAS, o Instituto Humanitas Unisinos - IHU e a Ascar/Emater, ousou realizar este projeto coletivo com o propósito de criar um espaço de convivência e “ensinagem”, aproximando a comunidade acadêmica da comunidade da região, a partir da alimentação e da produção saudável e sustentável. A partir destas relações a perspectiva é analisar e qualificar nossas realidades do desenvolvimento local e regional.
A Ecofeira Unisinos é também apoiada pela Associação de Docentes da Unisinos - Adunisinos, pela Associação dos Funcionários da Unisinos - AFU, pelo Instituto Anchietano de Pesquisas Unisinos, pelos cursos de graduação de Biologia, Gastronomia e Nutrição, assim como pelo Programa de Pós-Graduação em Educação.
A experiência de 2017 aponta perspectivas importantes em 2018. Uma das ações foi nominada pelos feirantes de “A Feira vai até você”. Para tanto, os feirantes, com o apoio da Cooperativa Eita - Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão, está analisando ferramentas digitais para facilitar a aproximação entre os produtores e consumidores.
Confira o vídeo produzido pelo ObservaSinos que dá vistas a um pouco da história da Ecofeira em 2017.
O Ciclo de estudos e debates "Violências no mundo contemporâneo, interfaces, resistências e enfrentamentos" apresenta-se como demanda de diferentes instâncias da Universidade - ensino, pesquisa e extensão - assim como de instâncias da sociedade civil e dos governos que atuam nos diferentes cenários das violências, desigualdades, direitos humanos e políticas públicas.
Considera-se urgente e necessário o aprofundamento teórico sobre o tema, assim como a análise sobre os processos de intervenção nestas realidades, em vista da identificação dos seus determinantes e identificação de possibilidades de enfrentamento nas diferentes esferas e dimensões de suas expressões.
O conjunto de atividades previstas pretende reunir pesquisadores, professores, alunos, gestores governamentais, lideranças comunitárias, de movimentos e organizações militantes do campo dos direitos humanos e das políticas públicas, possibilitando sua articulação para a afirmação de projetos locais, regionais, estaduais e nacional de enfrentamento às violências.
Acesse aqui a convocatória com as normas e prazos.
Professores/as, alunos/as, funcionários/as da Universidade, lideranças de movimentos e organizações populares, gestores e trabalhadores de organizações governamentais e da sociedade civil com atuação nos campos das violências e violação de direitos, assim como das políticas públicas.
30 horas
07 de junho de 2018 (quinta-feira)
17h30min às 19h – Desigualdade. O que pode ser feito? Obra de Anthony B. Atkinson
Apresentação da obra pelo Prof. MS Márcio Eloir Schweig – Unisinos
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
27 de agosto de 2018 (segunda-feira)
19h30min às 22h – Determinantes da desigualdade social e da riqueza no Brasil
Prof. Dr. Pedro Herculano de Souza – IPEA – Brasília – DF
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
11 de setembro de 2018 (terça-feira)
19h30min às 22h – Desigualdades no Vale do Rio dos Sinos. Desafios e alternativas
Prof. Dr. Carlos Paiva – FEE – RS e FACCAT – RS
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
24 de setembro de 2018 (segunda-feira)
14h30min às 16h – A Nova Razão do Mundo. Do neoliberalismo ao comum
Conferencista:
Prof. Dr. Christian Laval – Université Paris Nanterre – França
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
17h30min às 18h30min – Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. Obra de Christian Laval e Pierre Dardot
Apresentação da obra pelo Prof. Dr. Christian Laval – Université Paris Nanterre – França
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
19h30min às 22h – Crise do neoliberalismo e a emergência de movimentos emancipatórios
Conferencista:
Prof. Dr. Christian Laval – Université Paris Nanterre – França
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
07 de novembro de 2018 (quarta-feira)
19h30min às 22h – Trajetórias da desigualdade de renda no Brasil na última década (Webconferência)
Prof. Dr. Marcelo Medeiros – IPEA – Brasília – DF e UnB
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
Programação sujeita a alterações.
A educação é um dos temas de análise do Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU. O Observatório entende que as políticas públicas são ferramentas de afirmação e transformação da sociedade numa perspectiva de enfrentamento às desigualdades e de afirmação da justiça e realização humana.
Um dos papéis do ObservaSinos é, através de suas análises, promover o debate para qualificar a interlocução da criação de políticas públicas e controle social, com a exposição de dados sobre as diferentes realidades do Vale do Sinos, da Região Metropolitana de Porto Alegre e de seus municípios.
Nesse sentido, o Observatório promoveu a oficina Dados Educacionais: Educação e Políticas Públicas, com o propósito de apresentar, debater e analisar os dados e as políticas públicas educacionais. A atividade, que ocorreu no dia 16/11, foi ministrada pela professora Flávia Werle, que conduziu os debates e as apresentações da Dra. Alenis Cleusa de Andrade, Dra. Cristiane Welter e dos doutorandos Sandra Simone Hopner Pierozan e Júlio Magido Velho Muara.
De acordo com a professora Flávia, a oficina serviu para “discutir os diferentes espaços de apropriação, legitimidade e objetividade das taxas e estatísticas que representam realidades socioculturais, econômicas e educacionais”. Para ela, isto é importante, pois se pode debater sobre a forma e o quanto os pesquisadores e sociedade em geral podem se apropriar da temática, principalmente focando na utilização das bases de dados disponíveis.
Ela iniciou a oficina falando sobre o paradigma dominante dos indicadores educacionais e também de outras áreas, que apresentam as realidades através de dados e que isso tornaria a realidade compreensível e com a possibilidade de ser apropriada por todos. Flávia também cita o paradigma emergente sobre as estatísticas, que aborda os sentidos das interpretações dos diferentes atores sociais. “De alguma maneira eu acho que nós somos sempre cotejados com esses dois tipos de paradigmas. A questão dos números e das taxas e, por outro lado, a subjetividade, a interpretação e as diferentes lógicas que ora conflituam e ora dialogam entre si”, explica.
A professora Flávia também apresentou o conceito de indicadores, através do estudo “Desigualdade de acesso à educação superior no Brasil e o Plano Nacional de Educação”, realizado por Luiz Carlos Caseiro. Conforme a professora, estes estudos são referentes a diversas metas do Plano Nacional de Educação e o trabalho de Caseiro é interessante, pois parte de uma hipótese sobre o ensino superior. “Ele nos diz que se nós tivermos uma política de ampliação de matrículas no ensino superior e que se para as elites não há uma universalização ainda de acesso ao ensino superior, essa política de ampliação de matriculas, ao invés de fazer uma promoção vai fazer ao contrário e aumentar o nível de desigualdade”. Ela também ressalta que a pesquisa utiliza dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para fazer o estudo e chegar às conclusões.
A doutoranda Sandra Simone debate o uso de dados educacionais para a formação da educação (Foto: Lucas Schardong/IHU)
Uma das ministrantes da oficina, a doutoranda do PPG em Educação da Unisinos Sandra Simone Hopner Pierozan, trouxe como contribuição uma reflexão sobre o uso de dados como único meio de avaliar a qualidade da educação e o desenvolvimento dos alunos e das escolas.
Ela alerta que as estatísticas têm dois lados, já que é possível interpretar o número de outras maneiras, e que é necessário refletir sobre isso na construção de políticas públicas. “O resultado desse dado pode ou não projetar uma política pública no caso da educação. Muitas vezes, são feitas consultas que podem vir a atender aqueles que foram pesquisados ou não”, explica.
Sandra também faz uma reflexão sobre os textos informativos utilizados por órgãos públicos ou pelas mídias, que acabam convencendo a população em geral sobre o dado demonstrado como se fosse a realidade e o contexto total de determinada situação. Ela afirma que isto pode não se verificar na realidade, pois é preciso saber como o dado foi coletado e a subjetividade da interpretação e daquilo que a fonte quer nos apontar. “Estatísticas dão um olhar de síntese, mas não mostram todas as diferenças e as questões individuais que aparecem na pesquisa. Como enxergamos aqueles que as pesquisas não enxergam?”.
Por fim, Sandra faz um convite para as pessoas pesquisarem e pensarem sobre como os dados são produzidos, para que assim seja possível melhorar a reflexão em relação às análises. “Olhar o conjunto como um todo e olhar aquilo que não aparece nas estatísticas talvez seja o ponto que ajuda a qualificar o trabalho para a criação de novas políticas”.
Júlio Magido apresenta a plataforma de dados educacionais QEdu (Foto: Lucas Schardong/IHU)
Para exemplificar uma das bases de dados utilizadas para pesquisar questões relacionadas à educação, o doutorando Júlio Magido demonstrou o seu estudo sobre o QEdu. A plataforma é utilizada por grupos privados que acessam dados estatísticos provenientes de espaços públicos e fontes oficiais, como a Prova Brasil, o Censo Escolar e indicadores especiais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep.
Conforme Júlio, o portal é aberto e gratuito, onde os interessados podem encontrar informações sobre a qualidade do aprendizado em cada escola, município e estado do Brasil. “Todas as informações estão disponíveis na página de cada escola, município, estado e de todo o Brasil. As pessoas podem se cadastrar e receber informações gratuitamente”, revela.
Além de apresentar o funcionamento do site, Magido afirma que com os dados adquiridos nas pesquisas, é possível fazer o cruzamento destes, abrindo diversas possibilidades de informação e análises. Algumas das possíveis pesquisas destacadas pelo doutorando são as taxas de aprovação, abandono e reprovação, e a distorção idade-série, que informa quantos alunos estão matriculados com dois anos de idade ou mais em relação ao adequado para a série.
Durante a apresentação, a professora Flávia Werle levantou a reflexão sobre os órgãos que podem fazer as análises e pesquisas de dados: “Quem pode dar vida aos dados? Por que o Inep tem recursos para contratar firmas e apresentar alguns dados e microdados, mas não é capaz de investir em formatos que aproximem e deem vida aos dados para quem está nas escolas, como o professor, por exemplo?”.
As questões de gênero são debatidas pela Dra. Alenis de Andrade (Foto: Lucas Schardong/IHU)
Em sua intervenção para a oficina “Dados Educacionais: Educação e Políticas Públicas”, a Dra. Alenis de Andrade apresentou a problematização das questões de gênero na Educação Básica, voltada para a remuneração recebida por homens e mulheres que estão exercendo a função de direção na educação básica. Conforme Alenis, o estudo tem por objetivo compreender as influências das relações de gênero na composição da distribuição da remuneração e do acesso ao cargo de diretor nas escolas do Rio Grande do Sul.
Para tal, a doutora em Educação analisou as respostas dadas por diretores ao questionário de contexto respondido por ocasião da aplicação da Prova Brasil 2015. A partir disso, a pesquisa se propôs a pensar os dados estatísticos como fonte para a compreensão ampliada, de um outro ponto de vista que não o do dia a dia da escola, da situação educacional do país e do estado do Rio Grande do Sul. “Propõe-se discutir dados disponíveis em bases de dados públicas sobre a educação básica”, afirma.
Alenis também avalia que é importante ampliar o ponto de vista dos pesquisadores para poder discutir de forma mais aprimorada os dados disponíveis nas bases que trazem estatísticas sobre educação básica. “Analisando as respostas dos diretores, temos, através do contexto, diversos fatores que tentam demonstrar a realidade da escola a partir da visão do diretor da escola”.
Ela também relata a dificuldade de fazer o acesso às bases para as pessoas que não têm tanto contato com esse tipo de ferramenta, já que em sua maioria elas não são intuitivas. Para Alenis, apenas após passar por todo o trabalho de coleta se torna possível acessar e fazer a contextualização dos dados, mas existem dificuldades para se chegar neste momento da pesquisa e dar coerência ao dado.
As invisbilidades dos alunos também foi pauta da oficina pela Dra. Cristiane Welter (Foto: Lucas Schardong/IHU)
Na última intervenção da oficina, “Dados Educacionais: Educação e Políticas Públicas”, a Dra. Cristiane Welter apresentou seu trabalho sobre os dados estatísticos que não englobam todos os estudantes, deixando de fora uma minoria considerável e prejudicando as análises das realidades e as criações de políticas públicas. Para a realização do estudo, ela se debruçou sobre os números dos alunos da Prova Brasil que não eram contados.
O objetivo do estudo é dar visibilidade para estes alunos, que respondem, mas não são contabilizados para as estatísticas ou simplesmente ficam de fora da aplicação do questionário de contexto do Inep. “Olhando para os dados, não se encontram as pessoas, não se sabe onde estão os PCDs, por exemplo. Escolas rurais não apareciam nas bases de dados”, explica. Ela também ressalta que é importante saber quais são e como esses dados podem contribuir para que esses gestores possam ter maior poder de decisão e de proposição para políticas públicas.
Tendo o trabalho de pesquisa um suporte na Sociologia, Cristiane também pode fazer uma associação e construir categorias para os estudantes que ficaram excluídos dos resultados. A partir disso, foi possível perceber que os grupos de invisíveis se assemelham bastante com aqueles que pertencem a outras camadas da sociedade.
Com o uso adequado dos dados e através da contextualização e também da análise dos pormenores das pesquisas, ela acredita que é possível criar políticas públicas que atinjam as diferentes populações e todos os alunos das escolas. Para Cristiane, agregar todos é algo fundamental para a construção da sociedade e melhoria da educação básica brasileira. “Pertencimento é um ato político”, destaca.
“As informações captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre – PED RMPA, para o mês de outubro de 2017, mostram redução da ocupação e aumento da taxa de desemprego. O rendimento médio real referente ao mês de setembro de 2017 diminuiu para o total de ocupados e assalariados e houve relativa estabilidade para os autônomos.” Os dados foram divulgados na quarta-feira, 29, pela Fundação de Economia e Estatística – FEE, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social – FGTAS.
Em outubro, o número total de desempregados foi estimado em 222 mil pessoas. No setor privado, registrou-se retração do emprego com carteira assinada (menos 30 mil, ou -3,3%) e aumento do sem carteira (mais 7 mil, ou 8,4%). Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, a mudança que se identificou nos números precisa ser compreendida, comparada e acompanhada. “Uma das hipóteses possíveis é considerar um cenário de ajuste no mercado de trabalho a partir da reforma na legislação trabalhista, que entrou em vigor no início de novembro. Mas esse é um dos fatores que devem ser observados junto aos demais condicionantes do mercado de trabalho”.
Com referência aos setores de atividade econômica, houve redução nos serviços (menos 26 mil ou -2,9%), na indústria de transformação (menos 16 mil ocupados, ou -5,3%), e no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 7 mil ocupados, ou -2,1%). O setor da construção foi o único em que se registrou aumento (mais 4 mil ocupados, ou 3,2%). A economista do DIEESE, Virgínia Rolla Donoso, explica que o setor da construção é muito vinculado ao trabalho autônomo. “O resultado positivo nesse segmento pode estar associado a uma estratégia de sobrevivência, quando não se consegue espaço no trabalho formal”, avalia.
Os dados mostram diminuição do total de assalariados (menos 22 mil, ou -1,9%) devido à retração no setor privado (menos 23 mil, ou -2,3%), enquanto o setor público apresentou relativa estabilidade (mais 1 mil, ou 0,6%). Houve ainda redução nos trabalhadores autônomos (menos 13 mil, ou -5,3%), nos empregados domésticos (menos 8 mil, ou -7,3%), e nas demais posições (menos 3 mil, ou -1,8%).
De agosto para setembro de 2017, a massa de rendimentos reais aumentou para os ocupados (2,1%) e para os assalariados (0,9%).
Acesse aqui a PED RMPA completa.