Ortega liberta 12 padres nicaraguenses e os “bane” para o Vaticano

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. (Foto: Ismael Francisco | Cuba Debate)

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19 Outubro 2023

  • Na nota, o Executivo nicaraguense afirma que "este acordo alcançado com a intercessão de altas autoridades da Igreja Católica da Nicarágua e do Vaticano representa a vontade e o compromisso permanente de encontrar soluções, em reconhecimento e encorajamento de tanta fé e esperança que sempre encoraje os crentes nicaraguenses, que são a maioria".

  • Os padres libertados e enviados ao Vaticano são Manuel Salvador García Rodríguez, José Leonardo Urbina Rodríguez, Jaime Iván Montesinos Sauceda, Fernando Israel Zamora Silva, Osman José Amador Guillén e Julio Ricardo Norori Jiménez. Também Cristóbal Reynaldo Gadea Velásquez, Álvaro José Toledo Amador, José Iván Centeno Tercero, Pastor Eugenio Rodríguez Benavidez, Yessner Cipriano Pineda Meneses e Ramón Angulo Reyes.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 19-10-2023.

O governo de Daniel Ortega na Nicarágua libertou esta quarta-feira 12 sacerdotes e os enviou ao Vaticano após um acordo com a Santa Sé. Entre os religiosos, porém, não está Dom Rolando José Álvarez Lagos, que se recusou a deixar o país.

Através de um comunicado, o governo explicou que “depois de manter conversações frutuosas com a Santa Sé” foi alcançado um acordo para a transferência para o Vaticano de 12 sacerdotes "que, por diferentes razões, foram processados, e que viajaram para Roma, Itália, esta tarde".

Na nota, o Executivo nicaraguense afirmou que “este acordo alcançado com a intercessão de altas autoridades da Igreja Católica da Nicarágua e do Vaticano representa a vontade e o compromisso permanente de encontrar soluções, em reconhecimento e encorajamento de tanta fé e esperança que sempre encoraja os crentes nicaraguenses, que são a maioria.

Quem são os libertados?

Os padres libertados da prisão e enviados ao Vaticano são: Manuel Salvador García Rodríguez, José Leonardo Urbina Rodríguez, Jaime Iván Montesinos Sauceda, Fernando Israel Zamora Silva, Osman José Amador Guillén e Julio Ricardo Norori Jiménez. Também Cristóbal Reynaldo Gadea Velásquez, Álvaro José Toledo Amador, José Iván Centeno Tercero, Pastor Eugenio Rodríguez Benavidez, Yessner Cipriano Pineda Meneses e Ramón Angulo Reyes.

Os sacerdotes serão recebidos em Roma por pessoal da Secretaria de Estado da Santa Sé, indicou o governo.

A lista não inclui Dom Rolando Álvarez, condenado em fevereiro passado a mais de 26 anos de prisão por “traição ao país”, depois de se recusar a ser expulso da Nicarágua para os Estados Unidos junto com outros 222 presos políticos. Ortega chamou Álvarez de “desequilibrado” e “energúmeno”.

Dom Rolando Álvarez, bispo da diocese de Matagalpa, administrador apostólico da diocese de Estelí, ambas no norte da Nicarágua, foi condenado a 26 anos e 4 meses de prisão, destituído de sua nacionalidade, e também teve seus direitos de cidadania suspensos para sempre pelo crime de “traição”.

A sentença contra o alto dirigente foi proferida um dia depois de ele não ter aceitado embarcar no avião que o levaria, junto com outros 222 presos políticos, aos Estados Unidos, o que provocou a indignação do presidente Ortega, que chamou ele “soberbo”, “desequilibrado” e “energúmeno”.

O Papa Francisco descreveu o Executivo de Ortega na Nicarágua como uma “ditadura rude”, um mês depois dessa condenação, segundo uma entrevista no passado dia 10 de março. “Com muito respeito, não tenho escolha a não ser pensar em um desequilíbrio de quem dirige (Ortega). Aí temos um bispo preso, um homem muito sério, muito capaz. Queria dar o seu testemunho e não aceitou o exílio”, disse Francisco ao portal Infobae.

Ortega, que descreveu a Igreja como uma “máfia”, declarou interrompidas as relações com o Vaticano. Em julho passado, o bispo saiu da prisão “La Modelo” por algumas horas, mas voltou à prisão depois de se recusar a sair da Nicarágua.

Rolando Álvarez é o primeiro bispo preso, acusado e condenado desde que Ortega regressou ao poder na Nicarágua em 2007, depois de coordenar uma Junta Governamental de 1979 a 1985, e presidiu a Nicarágua pela primeira vez de 1985 a 1990.

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