Nicarágua. A ditadura de Ortega congela as contas correntes das dioceses católicas

Daniel Ortega e Rosario Murillo, sua esposa e vice-presidenta (Foto: 中華民國總統府 | Flickr)

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29 Mai 2023

Certamente a decisão da ditadura de Ortega-Murillo, marido e mulher no poder na Nicarágua, de congelar as contas correntes das dioceses da Igreja Católica local faz parte da vingança do Presidente contra o Papa Francisco que, há algum tempo, em uma entrevista que teve muita repercussão, ressaltou que o governo de Manágua exerce o poder com práticas comunistas e nazistas do passado. A um jornal argentino, o Pontífice disse que Ortega era "desequilibrado" e depois acrescentou: seu governo "é algo que está fora do que estamos vivendo, é como se trouxesse a ditadura comunista de 1917 ou a ditadura de Hitler de 1935, trazendo a mesma coisa aqui … São uma espécie de ditaduras vilãs”.

A reportagem é publicada por Il Sismógrafo, 27-05-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

A imprensa da Nicarágua (La Prensa e 100% noticias) informa hoje que as contas correntes bancárias de numerosas dioceses foram congeladas e, portanto, estão inacessíveis. Há dias, como já foi dito, várias paróquias tiveram dificuldades em sacar o seu dinheiro e pagar serviços e pessoal. Entre as dioceses com contas correntes confiscadas estão as de Manágua, Estelí e Matagalpa (cujo bispo, Mons. Álvarez, já está preso há 8 meses porque foi condenado em um processo que durou meia hora a 26 anos e 4 meses de prisão).

Em essência, a política de Ortega e Rosaria Murillo, sua esposa, vice-presidente, é neutralizar completamente as obras e a voz da Igreja Católica, mas também de outras confissões religiosas, por exemplo, a rede dos grupos evangélicos.

O arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, uma pessoa muito cautelosa, quase titubeante em suas ações diante da ditadura, primeiro declarou "não saber nada sobre o congelamento das contas correntes de várias dioceses", mas ao mesmo vez observou que "se estava trabalhando para resolver a situação".

Enquanto isso, em 18 de maio passado, Ortega, em um discurso em homenagem à figura do pai da revolução sandinista, César Augusto Sandino, acusou a igreja e sua hierarquia de "fazer parte de uma conspiração golpista".

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