Ortega e Murillo confiscam a casa da escritora Gioconda Belli em Manágua

Gioconda Belli, escritora nicaraguense. (Foto: Casa de América | Flickr CC)

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13 Setembro 2023

No início do ano, o regime retirou a nacionalidade a mais de 300 opositores, ativistas e jornalistas

A reportagem é de Wilfredo Miranda, publicada por El País, 12-09-2023.

Nesta segunda-feira, o regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo concluiu o confisco da casa da escritora Gioconda Belli em Manágua. Policiais e a Procuradoria-Geral da República (PGR) ocuparam o prédio sete meses depois de a poetisa ter sido destituída de nacionalidade nicaraguense junto com mais de 300 presos políticos, opositores, ativistas e jornalistas.

Belli e os demais opositores, incluindo o escritor Sergio Ramírez, foram declarados traidores do país e a desapropriação de sua nacionalidade veio com o confisco de todos os seus bens. Embora o regime já tivesse começado a identificar as propriedades de alguns dos desnacionalizados, aos poucos foi completando os confiscos.

“Perdi muitas coisas, mas elas não me farão perder a dignidade. No entanto, acuso-os e denuncio-os por cometerem, guiados pela sua ambição e cegueira vingativa, tantos males contra o país que prevejo o fim terrível, mas merecido, que sofrerão os tiranos", disse Belli ao El País. “Minha casa ficará cheia de fantasmas e não haverá nenhum ser que viva lá que possa ser feliz nela”, acrescentou.

Ao lado da propriedade de Belli, localizada na Carretera Sur, em uma colina que oferece vista para o Lago Xolotlán, a casa de Camilo Castro Belli também foi confiscada. É jornalista, documentarista e filho do escritor. Atualmente está exilado na Costa Rica com a esposa, a documentarista Leonor Zuñiga.

Tal como a sua mãe, de Castro Belli foi destituída da sua nacionalidade. O último filme de Belli se chama Patrulha e denuncia o saque da Reserva Indio Maíz e a indústria pecuária extrativista em terras indígenas cujo principal mercado são os Estados Unidos.

Em julho passado, o regime confiscou uma casa de Sergio Ramírez localizada no município de Masatepe, onde funcionava a Fundação Luisa Mercado, que administrava o Prêmio Cervantes.

Os confiscos são um dos mais recentes métodos repressivos dos Ortega-Murillos para silenciar as vozes críticas. Também foi conhecido o confisco da casa de Gonzalo Carrión, advogado de direitos humanos exilado na Costa Rica.

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