24 Agosto 2023
A reportagem é publicada por JB/DNA Celam e reproduzida por Religión Digital, 24-08-2023.
“Tudo visa o pleno estabelecimento de um regime totalitário no país”. Numa dura declaração, a Província Centro-Americana da Companhia de Jesus reagiu após o anúncio da dissolução da congregação na Nicarágua, numa manobra do casal Daniel Ortega e Rosario Murillo.
Segundo informou a província centro-americana, que nomeou o ex-reitor da UCA em El Salvador, José María Tojeira, como delegado junto à imprensa, a extinção da personalidade jurídica da Companhia de Jesus na Nicarágua implica a transferência de todos os seus bens ao Estado. Uma decisão que “foi tomada sem registro de que foram executados os procedimentos administrativos previstos na lei. Tal como aconteceu na maior parte dos mais de três mil casos semelhantes de cancelamento de personalidade jurídica levados a cabo pelo regime desde 2018”, lamentaram os jesuítas.
La Provincia Centroamericana de la Compañía de Jesús comunica que: Continúa la agresión injustificada contra los jesuitas en un contexto de total indefensión y de aterrorizamiento a la población nicaragüense. pic.twitter.com/vuMrI3oiYF
— Jesuitas CAM (@jesuitascam) August 23, 2023
“A agressão injustificada continua” em um “contexto de total indefesa”, sem direito de defesa para os religiosos e “sem dar prazo razoável para recolher e retirar os seus pertences pessoais”, e “sem que exista um órgão judicial imparcial que julga e acaba com estes abusos de autoridade totalmente injustificados e arbitrários”.
Desta vez se dirigiram ao casal presidencial: Daniel Ortega e Rosario Murillo. Apelaram ao fim da repressão e à aceitação “da procura de uma solução racional em que prevaleçam a verdade, a justiça, o diálogo, o respeito pelos direitos humanos e o Estado de direito”.
Pediram também que “a liberdade e a integridade total dos jesuítas e das pessoas que com eles colaboram ou com quem colaboram” sejam respeitadas. É uma agressão que a Província Centro-Americana deplora e que constitui uma violação dos direitos fundamentais.
El 19 de agosto la policía del régimen de Nicaragua y funcionarios del Poder Judicial se presentaron en la residencia de los jesuitas de Managua que atendían la Universidad Centroamericana, expropiada por el gobierno de Daniel Ortega 3 días antes
— Zenit News Agency - Español (@zenitespanol) August 23, 2023
⬇ https://t.co/t6Yv7tzecA
Condenam “esta nova agressão contra os jesuítas da Nicarágua. Considera-o enquadrado num contexto nacional de repressão sistemática qualificada como 'crimes contra a humanidade' pelo grupo de especialistas em Direitos Humanos na Nicarágua formado pelas Nações Unidas”.
Por fim, juntam-se “aos milhares de vítimas nicaraguenses que esperam que a justiça seja feita e que os danos que o atual governo nicaraguense está causando sejam reparados” e “agradecem as inúmeras expressões de reconhecimento, apoio e solidariedade que receberam diante desses ultrajes crescentes”.
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Jesuítas reagem à sua dissolução na Nicarágua e acusam Ortega e Murillo de conduzirem o país a “um regime totalitário” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU