Desemprego aumenta em março e fica em 10,7% na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA. O nível ocupacional mostrou relativa estabilidade. O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, compartilha a nota publicada pela Fundação de Economia e Estatística - FEE.
Eis o texto:
O desemprego aumentou na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA, passando de 10,1% da População Economicamente Ativa (PEA) em fevereiro para 10,7% em março. É o que revelam os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA) divulgados nesta quarta-feira, 27, pela FEE, pelo DIEESE e pela FGTAS.
O número total de desempregados em março foi estimado em 198 mil pessoas, 12 mil a mais do que em fevereiro. Esse resultado é decorrente da relativa estabilidade do nível ocupacional, combinada com o aumento da População Economicamente Ativa (PEA). Ou seja, “a elevação do desemprego se deve ao fechamento de 2 mil postos de trabalho e do ingresso de 10 mil pessoas no mercado de trabalho à procura de emprego”, explica a economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística da FEE.
O ingresso de pessoas no mercado de trabalho pode estar relacionado com o contingente de pessoas que está no final do seguro desemprego e retorna na busca por trabalho. “Os últimos meses registraram a saída de pessoas do mercado de trabalho, o que estava relacionado com a aposentadoria e também com as pessoas que estavam sendo demitidas e não estavam procurando trabalho num primeiro momento. Em março, o incremento da PEA pode estar vinculado com as pessoas que foram demitidas um tempo atrás e que agora passam a procurar emprego novamente”, analisa Iracema.
A análise da PED-RMPA revela ainda que em março o nível ocupacional se manteve estável, registrando redução de 9 mil ocupados na construção e aumento de 4 mil tanto no comércio quanto no setor de serviços. O nível ocupacional na indústria de transformação permaneceu estável. Segundo a posição na ocupação, diminuiu o contingente de assalariados, devido às retrações no setor privado (menos 10 mil) e, em menor intensidade, no setor público (menos 2 mil). “No comparativo de março de 2016 com março de 2015, o setor privado já reduziu 100 mil postos de trabalho com carteira assinada e o setor público diminuiu o número de ocupados em 25 mil”, pontua Iracema.
O rendimento médio real referente ao mês de fevereiro de 2016 apresentou redução para o total de ocupados (-1,9%), para assalariados (-2,5%) e para trabalhadores autônomos (-1,8%). Os salários já acumulam redução de 13,1% no comparativo de 12 meses. A economista Iracema Castelo Branco avalia que a redução de salários pode ser explicada por uma possível rotatividade nos locais de trabalho. “Algumas empresas demitem os trabalhadores com salários mais altos e contratam outros com salário inferior”, argumenta.
Confira os dados completos.
A Oficina Realidades e Bases de Dados do IBGE é uma atividade do Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ideado como um espaço de informação e formação sobre os indicadores socioeconômicos e sua aplicabilidade técnica e política, especialmente a partir do acesso e análise dos dados de pesquisas realizadas pelo IBGE.
Objetivos
O propósito da oficina é promover o acesso as pesquisas, bases de dados e ferramentas do IBGE e seus parceiros.
Em fevereiro de 2016, o número de postos de emprego formais no Vale do Sinos aumentou. No entanto, o índice de ocupação, medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE e pela Fundação de Economia e Estatística - FEE, apresentou recuo no período. Esta divergência de dados impõe um cenário para se refletir acerca das diferentes realidades do mercado formal e informal do trabalho.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED e do DIEESE e FEE para analisar a movimentação no mercado de trabalho na região do Vale do Rio dos Sinos no mês de fevereiro de 2016. Os dados do CAGED apresentam o mercado formal de trabalho, enquanto os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA), realizada pela FEE em parceria com o DIEESE e a FGTAS, reúnem dados do mercado formal e do mercado informal de trabalho.
CAGED e PED-RMPA: diferenças
De acordo com Iracema Castelo Branco, economista da FEE e coordenadora do núcleo de análise socioeconômica e estatística da PED-RMPA, os dados disponibilizados pelo CAGED e pela FEE e DIEESE diferem entre si por diversas razões. Os dados do CAGED referem-se a registros administrativos informados pelos estabelecimentos formais de emprego, retratando apenas o mercado de trabalho formal, enquanto os dados da pesquisa da FEE e DIEESE referem-se a uma amostra de 2.500 domicílios mensais na RMPA, que entrevistam trabalhadores tanto do mercado formal quanto do informal.
Para além desta diferença, a regionalização também é diferente. A pesquisa da PED utiliza-se da regionalização da RMPA que engloba apenas 24 municípios [1] dos 34 que compõem a região, conforme a antiga regionalização adotada pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN. Esta metodologia é utilizada em vista da possibilidade de se manter a série histórica de dados desde 1992. Desta forma, dos 14 municípios do Vale do Sinos, dois não são inseridos na PED: Araricá e Nova Santa Rita. Ainda assim, há a perspectiva de a PED-RMPA divulgar, a partir de 2017, dados para os 34 municípios da região.
Os dados do CAGED, por sua vez, são sistematizados para a Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA, que engloba todos os municípios que compõem a região por lei. Assim, esta regionalização engloba todos os municípios do Vale do Sinos, conforme metodologia adotada pelo Conselho Regional de Desenvolvimento - COREDE.
Dados do CAGED
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, foi criado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS, como registro permanente de admissões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com dados mensais. Desta forma, serve como base para a elaboração de estudos, pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo que subsidia a tomada de decisões para ações governamentais.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho no Vale do Sinos, conforme o Ministério do Trabalho, em fevereiro de 2016. Pelo segundo mês consecutivo, houve aumento de postos de emprego na região, no total de 1.149. Na RMPA o aumento no mês de fevereiro foi de 80 postos, sendo que o acumulado do ano registra recuo de 1.421 postos.
Dos 14 municípios da região, houve aumento de postos de emprego em 12. O município que apresentou maior aumento foi São Leopoldo, com 402 postos de emprego adicionais. Em Nova Hartz houve aumento de 327 postos e, em Novo Hamburgo, o incremento no mercado formal foi de 269 postos.
Se comparado a fevereiro de 2015, o aumento em fevereiro de 2016 manteve-se praticamente estável, visto que no ano anterior haviam sido criados 1.176 postos, dos quais maior parte em Nova Hartz, Sapiranga e Campo Bom.
Frente ao aumento de postos de emprego na região, os municípios de Canoas e Esteio apresentaram cenários adversos. Em Canoas, com a redução de 505 postos de emprego no último mês já se soma redução nos últimos 12 meses de 4.799 postos.
Com o resultado positivo de fevereiro, o acumulado de 2016 na região mais uma vez aumenta, com avanço de 2.090 postos de emprego ao longo dos primeiros dois meses do ano. Apesar do resultado positivo, quatro municípios apresentam reduções de postos de emprego ao longo do período: Canoas, Sapucaia do Sul, Ivoti e Esteio.
No entanto, esta redução de postos de emprego não é simétrica ao longo dos diversos perfis de trabalhadores. De acordo com os dados do CAGED, nos últimos 12 meses a redução de postos de emprego foi mais intensa nas faixas etárias de 30 a 39 anos e de 50 a 64 anos.
A tabela 02 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho por faixa etária nos últimos 12 meses. Os setores econômicos são definidos por metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Apenas uma das seis faixas etárias obteve aumento de postos de emprego, sendo esta a faixa etária de até 17 anos.
Destaca-se que em todos os 14 municípios da região houve aumento de postos de emprego de trabalhadores na faixa etária de até 17 anos. Este aumento também pôde ser verificado em 7 dos 8 setores econômicos apresentados acima.
Em relação a faixas etárias mais elevadas, a maior redução de postos de emprego ocorreu nos setores econômicos da indústria de transformação e no de serviços. Estes dois setores econômicos estão entre os que mais geram postos de emprego na região.
O setor da administração pública incorreu em aumentos de postos de emprego em 5 das 6 faixas etárias apresentadas, sendo o maior aumento na faixa de 30 a 39 anos. Os setores de serviços industriais de utilidade pública e de agropecuária, extração vegetal, caça e pesca também apresentaram aumento de postos de emprego nesta faixa.
Iracema destaca outro processo que pode estar ocorrendo no mercado formal de trabalho, que é o da demissão de empregados com salários mais elevados, visto que a pressão salarial por parte dos trabalhadores está perdendo força nos últimos meses, devido ao aumento do estoque de desempregados. Assim, os estabelecimentos formais de emprego podem demitir funcionários com salários mais elevados e recontratar outros funcionários por salários menores.
A tabela 03 apresenta a variação do emprego formal na RMPA por faixa salarial de 2014 a 2015. De acordo com os dados, apenas a faixa salarial de até meio salário mínimo apresentou aumento de postos de emprego no período.
Destaca-se que as maiores reduções ocorreram nas faixas salariais entre 1,51 e 5,0 salários mínimos. Estas faixas representavam 56,66% dos postos de emprego em 2014 na RMPA. No entanto, destaca-se uma redução elevada nas faixas salariais mais altas, sendo de 3,82% na faixa de mais de 20 salários mínimos. Em 2014 esta faixa representava 1,47% dos postos formais frente a 1,46% em 2015, conforme dados do CAGED.
As faixas salariais de 0,51 a 1,00 e de 1,01 a 1,5 salários mínimos obtiveram reduções inferiores às das outras faixas salariais. Juntas, estas duas faixas representavam 24,09% dos postos de emprego formais da RMPA em 2014.
Apesar do aumento de postos de emprego no mercado formal de trabalho em fevereiro de 2016, não há como afirmar que houve aumento como um todo no mercado de trabalho, visto que os dados apresentados pelo CAGED apenas introduzem o mercado formal de trabalho. No entanto, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE publica mensalmente a Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, que é uma estimativa do nível de emprego em diferentes territórios brasileiros que inclui não somente o mercado de trabalho formal, mas também o mercado de trabalho informal.
Dados da PED-RMPA
A Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED é realizada mensalmente pela FEE em parceria com o DIEESE e a FGTAS e apresenta dados sobre diversas variáveis selecionadas, que permitem análises socioeconômicas e acompanhamento das condições e configurações do mercado de trabalho na RMPA. Estes dados são calculados e disponibilizados desde 1992.
A PED, não possui a regionalização do Corede Vale do Rio dos Sinos, mas apenas a da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA. Assim, visto que os municípios do Vale do Sinos compõem, em sua maioria, a atual regionalização da RMPA, decidiu usar-se esta regionalização. É necessário destacar que a regionalização de RMPA utilizada pela pesquisa engloba apenas os municípios integrantes da região até 1994 e, portanto, soma um total de 24 dos 34 municípios que atualmente compõem a região.
A tabela 04 apresenta as estimativas e os índices do nível de ocupação, por setor de atividade na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA. Esta escolha foi feita para manter a possibilidade de se comparar os dados ao longo da série histórica, mas está prevista uma mudança quanto a esta regionalização para o ano de 2017. A metodologia do estudo pode ser acessada na página do Dieese.
De acordo com a pesquisa, o nível de ocupação na maior parte dos últimos meses tem apresentado recuo. De janeiro a fevereiro de 2016, o contingente de pessoas ocupadas reduziu em 26, de acordo com a pesquisa, e o índice do nível de ocupação passou de 92,2 para 90,8.
De junho de 2015 a fevereiro de 2016, apenas o mês de dezembro apresentou aumento do índice. Neste período, houve aumento de 94,5 para 94,8. Este aumento, em grande parte, deveu-se ao aumento dos índices da construção e da indústria de transformação.
No período analisado, fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016, apenas o setor de comércio, recuperação de veículos automotores e bicicletas apresentou aumento do índice de ocupação. A indústria de transformação tem apresentado recuo do índice de ocupação ao longo dos últimos meses, sendo que passou de 98,1 para 79,2 de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015.
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA é outro indicador apresentado pela pesquisa. O gráfico 05 apresenta esta taxa ao longo dos anos de 2014 e 2015 e dos primeiros meses de 2016. Nos últimos meses, a taxa tem se acentuado com o pico em novembro de 2015, onde alcançou 10,2%.
Gráfico 05 – Taxa de desemprego na RMPA ao longo de 2014 e 2015 e em janeiro e fevereiro de 2016 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED – FEE/DIEESE |
Em fevereiro de 2016, a taxa voltou a subir para 10,1% após registrar 9,7% em janeiro. Nos últimos 13 meses, em apenas um houve queda da taxa de desemprego, de acordo com a pesquisa. Nas diferentes faixas etárias também pode ser constatada diferença quanto à taxa de desemprego, visto que de 16 a 24 anos a taxa em fevereiro foi de 22%, sendo a mais alta entre todas estas faixas etárias.
Para Iracema, ao longo dos últimos anos, a variação do emprego foi causada por diferentes motivos. Em 2014, aponta que o emprego formal apresentou a queda mais representativa. Já em 2015, aponta que o emprego autônomo teve os resultados negativos mais representativos. É importante destacar que a taxa de desemprego na RMPA apresenta uma trajetória de redução no período de 2004 a 2014, que em grande parte se deve ao processo de expansão do mercado formal de trabalho em detrimento do mercado informal, que perdeu participação nesse período.
A Fundação de Economia e Estatística – FEE publicou um Informe PED-RMPA com ênfase no emprego doméstico a partir de dados de 2015. Confira, também, a publicação referente aos dados de 2014.
[1] Os 24 municípios são: Alvorada, Araricá, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Eldorado do Sul, Estância Velha, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Ivoti, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Parobé, Portão, Porto Alegre, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Triunfo e Viamão.
Por Matheus Nienow e Marilene Maia
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED para verificar a movimentação no mercado formal de trabalho do Vale do Sinos tomando como referência o mês de outubro de 2015.
Nos últimos 12 meses a redução de 16.500 postos de emprego formais no Vale do Sinos apresenta um forte impacto na população quanto às possibilidades de adquirirem renda como um garantidor de vida.
Se em dezembro de 2014 havia 378.433 vínculos na região, 10 meses depois este número reduziu-se para 361.933, ou seja, uma redução de 2,5% dos postos de emprego da região conforme o número de vínculos contabilizados pela Relação Anual de Informações Sociais – RAIS em dezembro de 2014.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal no Vale do Sinos por setores econômicos em outubro de 2015. Destaca-se que em outubro de 2015 houve a redução de 1.530 postos de emprego formais nos 8 setores definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
A redução de postos de emprego formais se fez mais presente nos setores da Indústria da transformação, com 1.181 postos a menos. Este setor é afetado fortemente pela conjuntura econômica, visto que tem perdido espaço nos últimos anos, principalmente a indústria de transformação de alta tecnologia, conforme afirma André Nassif.
Também os setores da construção civil e do comércio apresentam reduções de postos de emprego em outubro de 2015. A construção civil é um setor fortemente afetado pela recessão econômica e assim expressa uma redução de 187 postos de emprego no último mês. No acumulado de 2015 já se soma uma redução de 1.495 postos nesse setor.
Nesse mês apenas os setores de Serviços Industriais de Utilidade Pública, Serviços e Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca apresentaram aumento de 140 postos de emprego. Porém, o setor de serviços também apresentou redução em 2015. Nos últimos 10 meses, 839 postos formais de trabalho foram perdidos nesse setor.
A tabela 02 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal nos municípios do Vale do Sinos em outubro de 2015. Destaca-se que da redução de postos de emprego da região, a maior parte se concentrou nos municípios de Canoas, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul e Esteio.
Em outubro de 2015, Canoas registrou a maior redução de postos de emprego, sendo 614. O saldo de outubro do ano anterior já havia sido negativo no município. Com esta nova redução, o acumulado de 2015 já soma perda de 3.376 postos de emprego e 5.038 nos últimos 12 meses.
Dos 14 municípios da região, apenas 5 apresentaram aumento de postos de emprego em outubro de 2015, sendo São Leopoldo o município com o maior aumento, com 71 vagas. No entanto, o acumulado de 2015 mantém-se negativo, assim como o acumulado dos últimos 12 meses.
Ao observar o acumulado de 2015, há 4 municípios que geraram saldo positivo de empregos no ano: Sapiranga, Nova Hartz, Nova Santa Rita e Ivoti, sendo que apenas Nova Santa Rita mantém saldo positivo nos últimos 12 meses, com aumento de 59 postos.
A tabela 03 apresenta a movimentação de um dos 25 subsetores também caracterizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, dos serviços médicos, odontológicos e veterinários nos municípios do Vale do Sinos. Esse subsetor apresenta aumento de postos de emprego em todos os períodos analisados.
Em outubro de 2015, o setor de serviços médicos, odontológicos e veterinários obteve aumento de 43 postos de emprego, sendo, também, este o aumento do município de Novo Hamburgo no período.
Os demais municípios tiveram variações próximas a zero, sendo Campo Bom e Ivoti os municípios com as maiores variações negativas, com redução de 4 postos de emprego em cada território.
Em outubro de 2014 a variação neste subsetor foi positiva com aumento de 59 postos de emprego. Em 2015, o subsetor apresenta acumulado positivo de 276 postos, sendo 236 destes em Novo Hamburgo.
No acumulado de 2015, apenas 5 municípios apresentam variações negativas, sendo em Ivoti (-22) e em Sapucaia do Sul (-18) as maiores perdas de postos de emprego.
Nos últimos 12 meses, a região apresenta um acumulado de 400 postos de emprego no subsetor de serviços médicos, odontológicos e veterinários, sendo que nos 3 municípios mais populosos da região houve aumento de postos de emprego: Novo Hamburgo (257), Canoas (178) e São Leopoldo (9).
A população do Vale do Rio dos Sinos é de 1.290.883 habitantes segundo o Censo 2010, correspondendo a 12% da população do Estado e 0,6% do País.
As mulheres são a maioria e representam 51% deste total. O município de Canoas é o mais populoso da Região com 25% da população, seguido de Novo Hamburgo com 18% e São Leopoldo com 16%. Araricá é o município menos populoso alcançando 0,3% da população da Região.
97% dos habitantes do Vale estão em área urbana. Canoas tem confirmada a realidade, desde o Censo de 2000, de não possuir população na área rural, ou seja, 100% da sua população vive na área urbana.
Desde 1988 o Brasil, em sua Constituição Federal, constitui-se Estado Democrático de Direitos. Além dos direitos civis e políticos garantidos à população, instituem-se os direitos sociais, que são: educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados e segurança alimentar.
As políticas públicas constituem-se como mediações garantidoras dos direitos à população. Nesta perspectiva foram instituídas as políticas da saúde e da educação, que reúnem serviços nas esferas federal, estadual e municipal.
Para os direitos de saúde e educação serem garantidos à população do Vale do Sinos, são implementados serviços municipais, estaduais e federais.
O ObservaSinos realizou o levantamento desses serviços, confrontando-os com os dados populacionais da região quantificados pelo último Censo.
Para atender esta população existem 166 equipamentos de saúde pública no Vale do Sinos, sendo que 98% destes são municipais. Este dado aponta uma realidade de que cada estabelecimento de saúde atende 7.776,4 habitantes. Canoas, o município mais populoso da Região, reúne 12.462,5 habitantes por estabelecimento de saúde pública. Este município é o único município da Região que conta com estabelecimento público de saúde federal. Campo Bom contabiliza 4.291,5 habitantes por estabelecimento e é o único que conta com equipamento estadual.
Existem na Região 572 estabelecimentos públicos de ensino, que abrangem a pré-educação, o ensino fundamental e médio, educação técnica e superior. Existem equipamentos estaduais, municipais e federal. Sapucaia do Sul é o único município da Região com um estabelecimento público de ensino federal.
O ObservaSinos reúne e organiza indicadores do Corede do Vale do Rio dos Sinos. Propõe ainda a promoção do debate entre os gestores governamentais e a população, em vista de avaliar a realidade e as políticas públicas. Compreende-se que os parâmetros desta avaliação devem ser buscados na perspectiva da garantia dos direitos e do desenvolvimento regional includente e sustentável.
Sendo assim promove espaços gratuitos de formação e debate sobre os indicadores socioeconômicos, dirigidos a gestores governamentais, lideranças das organizações da sociedade civil, estudantes e população em geral.
Agende-se e participe das atividades de abril e maio:
Em abril, no dia 27, das 14 às 17h, será realizada a Oficina sobre os Indicadores socioeconômicos e tratamento estatístico, com a Profa. MS Claudia Angelita Fagundes Raupp (Unisinos).
No mês de maio, dia 5, das 14 às 17h, será realizado o Seminário Realidade e Desafios Socioeconômicos da Região do Vale do Rio dos Sinos, com a assessoria do Prof. Dr. Carlos Paiva – Fundação de Economia e Estatística (FEE) - Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
Estes eventos são realizados na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU, av. Unisinos, 950 - São Leopoldo/RS.
Entre os anos 2000 e 2010 foram admitidos no mercado formal de trabalho no Vale do Rio dos Sinos 158.227 novos trabalhadores, segundo dados do Cadatro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O ano em que houve o maior número de admissões primeiro emprego foi 2010, representando 12% deste período. Neste mesmo ano o número de mulheres admitidas nesta denominação foram de 48% e homens 52% do total naquele ano. Em 2003, ano com o menor número de admissões primeiro emprego, as admissões femininas representam 46,9% e masculinas 53,1%.
Em 2005, a Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (DRT/RS) passa a integrar o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Jovens (PNPE) a fim de combater o desemprego na juventude e incluir novos trabalhadores no mercado formal de trabalho. Contudo, são firmadas 85 parcerias municipais no Estado, sendo que da região do Vale os Municípios são: Estância Velha, Esteio, Novo Hamburgo e São Leopoldo.
O ObservaSinos a fim de entender a realidade dos Municípios que não estão vinculados a este programas e como fazem para incluir novos trabalhadores no mercado formal de trabalho conversou com a Secretária Municipal de Desenvolvimento Social de Nova Hartz, Aline Forster que diz: "No Município de Nova Hartz, não dispomos do Programa Estadual do Primeiro Emprego, bem como o trabalho realizado pelo SINE ainda não é totalmente informatizado, sendo um trabalho realizado por servidores municipais e não com a devida estrutura estadual, nem repasses financeiras da esfera estadual. Entretanto, a secretaria de Desenvolvimento Social tem em sua estrutura o Departamento de Trabalho e Cidadania, o qual esta vinculada o SINE. Através da parceria da Secretaria/SINE com as empresas do Município, atualmente temos conseguido logo encaminhar os jovens as vagas disponíveis no mercado de trabalho, e estamos em constante relação com as empresas a fim de ofertar cursos de capacitação profissional para inserção das pessoas mais vulneráveis no mercado de trabalho. Ainda cabe informar que, atualmente temos vivenciado um período de pleno emprego no nosso Município, o que tem levado a contratação e treinamento de jovens tão logo este esteja com a sua carteira de trabalho em mãos. Assim, o SINE quando entrega a carteira de trabalho, logo já disponibiliza o acesso ao jovem ao Banco de Vagas".
O ObservaSinos enseja a aproximação e publicação de indicadores sobre a realidade do mundo do trabalho assim como as políticas públicas desenvolvidas a cerca do tema a fim de promover a reflexão para qualificar o debate.
Em um período de crise do emprego no Vale do Paranhana, provocado pelo fechamento da fábrica da Azaleia, o ObservaSinos retomou a aproximação com os dados sobre as áreas de maior empregabilidade no Vale do Rio dos Sinos, em vista de melhor analisar o impacto desta realidade na Região. Este interesse foi somado à perspectiva metodológica de análise do prof. Carlos Paiva, em Seminário realizado pelo Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos, que aponta a importância desta aproximação, como uma das aproximações indispensáveis para a caracterização do desenvolvimento.
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) os estabelecimentos de trabalho formal no COREDE Vale do Rio dos Sinos possuíam 372.381 trabalhadores ativos em 31 de dezembro de 2010. Representando 50,7% destes vínculos estão: em primeiro; o comércio varejista em segundo; as indústrias calçadistas, em terceiro; comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, em quarto; administração pública direta e autárquica e em quinto; serviço de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação.
O comércio varejista é o estabelecimento com o maior número de trabalhadores formais, com 56.065 trabalhadores. O Município de Canoas é responsável por 25% destes vínculos seguido de Novo Hamburgo com 23%. Ou seja, os dois Municípios concentravam 49% dos vínculos empregatícios do comércio varejista.
As indústrias calçadistas ficaram em segundo lugar, reunindo 47.027 vínculos empregatícios. Deste total, os municípios de Sapiranga e Novo Hamburgo representavam 26% e 25% respectivamente.
Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, aparecem em terceiro. Neste mesmo período possuía 32.697 vínculos empregatícios. Sendo, São Leopoldo o Município com maior participação empregatícia deste setor, responsável por 43%.
Em quarto, administração pública direta e autárquica possuía 28.487 vínculos em dezembro de 2010. Os três municípios com a maior população, Censo 2010, da Região do Sinos – Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo – representam 54% destes vínculos.
Serviço de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação aparecem em quinto com 24.699 vínculos trabalhistas, sendo Canoas o Município que representava 38% dos vínculos.
Evidentemente que estes dados revelam de forma parcial a realidade do trabalho formal na região, já que para maior precisão seria necessário, conforme indicação de Paiva, o desvelamento de todas as áreas dos estabelecimentos de emprego. A partir daí identificar os propósitos de cada atividade, reconhecendo, com isso, as áreas profissionais em crescimento, em estagnação e em avanço.
Perseguir a aproximação com este detalhamento da realidade a partir dos indicadores e dos deabates em torno de sua realidade é de uma exigência importantíssima. Eis aí a coerência entre o conteúdo e a forma da democracia. Eis uma exigência fundante para o curso, que poderá ser potencializada pelas experiências particulares e singulares.
Feliz Tempo de "democratização da democracia"!
A tematização sobre a renda básica de cidadania feita pelo IHU, a partir das contribuições de Lena Lavinas, economista e professora da UFRJ, apontou o desafio para o ObservaSinos de dar continuidade ao debate sobre a renda básica e os programas de transferência de renda iniciado na semana anterior. Buscou para o debate o posicionamento de gestores municipais e cidadãos do Vale do Rio dos Sinos.
A Secretária de Desenvolvimento Social de Sapucaia do Sul, Madalena Peixoto Paulino, em entrevista concedida por telefone, expõe que a proposta dos programas de transferência de renda, além de garantir o valor do beneficio para os cidadãos organizarem-se em suas necessidades como alimentação, moradia, segurança alimentar; também fomenta estímulos para a capacitação profissional, promovendo a garantia da autonomia destas famílias. Relata que ainda há certa resistência para a emergência dessas famílias nas formações, mas que se está trabalhando para que estes se apropriem e aproveitem as oportunidades para além do beneficio financeiro.
Patrícia Machado, moradora do município de Dois Irmãos e acadêmica do curso de Letras na Unisinos, considera "Nada mais justo, que todos pudessem ter como direito de vida".
Para Mateus Müller de Novo Hamburgo, acadêmico de Direito, Unisinos, a renda de cidadania "deveria ser mais que um direito, uma garantia do cidadão. Tal como a liberdade e a vida, deveria se elevar a Renda Básica ao patamar de garantia constitucional, ex: artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que trata das garantias individuais".
Sandoval Alves Rocha, morador de São Leopoldo e mestrando em Ciências Sociais na Unisinos, considera que a renda de cidadania "é uma excelente forma de erradicar a pobreza e diminuir a desigualdade social. Deveria ser estabelecido como direito incondicional. Estamos avançando nesse processo através do Bolsa Família, que é um passo para chegar à renda básica. Há uma resistência grande no Brasil, sobretudo por questões ideológicas e políticas".
Para a economista Lena Lavinas a renda básica de cidadania tem o princípio da universalidade e da incondicionalidade. Para ela essas são dimensões inexistentes no Programa Bolsa Família, que é um dos programas de transferência de renda implementados no Brasil desde 2004. O PBF, instituído através da Lei 2835, é dirigido exclusivamente aos pobres e viabilizado com os recursos disponíveis pelo governo e não a partir da realidade demandada.
Esta problematização somada à informação de que há, aproximadamente, nove milhões de brasileiros sem cobertura do Programa, ensejou a importância da busca de mais informações sobre o Programa Bolsa Família na realidade do Vale do Sinos. Fez-se a aproximação com o número de beneficiários do PBF em maio de 2011. A partir desta informação é possível identificar quantas famílias de cada município são beneficiárias do Programa.
Dados sobre o Programa Bolsa Família pode ser acessados pelo sítio da Caíxa Econômica Federal, aqui, e pelo sítio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, aqui.
Seguiram-se muitas questões de interesse para melhor conhecer o impacto do Bolsa na realidade dos municípios e região do Vale do Sinos, assim como para a população beneficiária. Insistentes foram as buscas a essas informações e, apesar de inúmeras fontes pesquisadas, foram insuficientes para a formatação de um quadro de informação atualizado sobre o investimento financeiro, o número de famílias sem o acesso ao recurso do Programa entre outras informações.
A informação constitui-se como um direito básico de cidadania, tanto quanto a renda. Pode-se com isso ampliar ainda mais a experiência de cidadania garantida com o PBF, sua gestão e resultados.
Charles Pranke, Secretário Municipal de Assistência, Cidadania e Inclusão Social de São Leopoldo enfatiza o empenho do município na qualificação da gestão das informações, em vista de melhorar os serviços e programas sociais implementados. Para tanto, a prefeitura acabou de adquirir um software que garantirá a reunião e sistematização de informações sobre a realidade da população e famílias, além dos serviços governamentais e não governamentais de proteção social implementados.
Com certeza, a democratização da informação constitui-se demanda urgente para o avanço da cidadania na região e no país. Por aí, justifica-se a criação do ObservaSinos, que, além de reunir e analisar indicadores socioeconômicos, propõe o debate e a formação para o protagonismo cidadão nas políticas públicas.
Nesta perspectiva é que o ObservaSinos promove as Oficinas sobre Indicadores. No próximo dia 1º de junho, das 14 às 17h, será realizada a Oficina sobre Indicadores da Saúde. Evento gratuito realizado na Sala Ignacio Ellacuria e companheiros. Participe!
O ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, promoveu uma oficina, 1º de junho, sobre indicadores de saúde a fim de subsidiar os gestores governamentais e não governamentais no planejamento, monitoramento e avaliação das políticas públicas, assim como na formação dos cidadãos e acadêmicos da Unisinos para seu exercício no controle social.
Os ministrantes da oficina foram Veralice Maria Gonçalves, gerente regional do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS no Rio Grande do Sul, e Eloir Antônio Vial, do Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano, trabalha inicialmente na oficina com o conceito de saúde.
Vial inicia a oficina dizendo que desde a Assembléia Mundial de Saúde de 1983 o conceito de saúde vem sendo discutido para não somente pensá-lo, referenciá-lo ao tema doença, e sim a um estado de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social. Nos anos 50, século XX, a Organização Mundial de Saúde formou um comitê para definir a metodologia mais adequada para definir e avaliar o nível de vida.
A fim de instrumentalizar a pesquisa em saúde foram definidos pelo comitê doze componentes para avaliação:
(1) Saúde, incluindo condições demográficas
(2) Alimentos e nutrição
(3) Educação, incluindo alfabetização e ensino técnico
(4) Condições de trabalho
(5) Situação de emprego
(6) Consumo e economia gerais
(7) Transporte
(8) Moradia, incluindo saneamento e instalações domésticas
(9) Vestuário
(10) Recreação
(11) Segurança social e a
(12) Liberdade humana.
Os indicadores de saúde são importantes não somente para indicar doenças e sim a qualidade de vida de uma população. Portanto, os indicadores de saúde foram divididos em sete categorias:
(1) Mortalidade/sobrevivência
(2) Morbidade/gravidade/incapacidade
(3) Nutrição/crescimento e desenvolvimento
(4) Aspectos demográficos
(5) Condições socioeconômicas
(6) Saúde ambiental e
(7) Serviços de saúde.
As categorias não existem somente para quantificar uma realidade, servem também para o planejamento das políticas sociais. No Brasil estes indicadores podem ser acessados através do sítio do Departamento de Informática do SUS - DATASUS. Por qualquer cidadão brasileiro.
Gonçalves explicou que este sítio reúne, organiza e disponibiliza os dados enviados ao Ministério da Saúde pelas secretárias municipais. Os dados coletados são de acesso a qualquer cidadão, sendo assim possibilitando o monitoramento não só dos dados, mas das políticas públicas. Pois, revela, caracteriza a realidade de cada Município do País.
Informações de saúde que permitem a análise da situação sanitária, tomadas de decisão em evidência e elaboração de programas de saúde estão no sítio. A partir da compreensão que saúde pública não deveria ter somente o registro de mortalidade e nascidos vivos, controle das doenças infecciosas. Acesso a serviços, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser registrados e estão disponibilizados. Informações sobre assistência à saúde da população, os cadastros da Rede Assistencial das redes hospitalares e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos, além de informações sobre recursos financeiros.
As informações financeiras disponibilizados no sítio estão a cerca de dois temas. Recursos Federais do SUS, por Município, do Fundo Nacional de Saúde para as transferências e dos sistemas de informação hospitalares e ambulatoriais, do SUS. Além de valores da produção SUS, por prestador.
TABNET e TABWIN
O programa TABNET elaborado com finalidade de permitir às equipes técnicas do Ministério as Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde permitindo a realização de tabulações rápidas sobre os arquivos (aqui).
Permitindo transferir para o usuário, via intranet ou internet, os dados no formato do TABWIN para permitir aos mesmos integrar em uma mesma planilha dados de bases diferentes, calcular indicadores, e produzir gráficos e mapas a partir dessas informações. Este programa esta disponível a toda população no sítio (aqui).
A democratização da informação, assim como a formação para o uso das ferramentas existentes constitui um avanço da cidadania no país. É com perspectiva de trabalho que o ObservaSinos vem promovendo oficinas sobre indicadores socioeconômicos sobre a realidade do COREDE Vale do Sinos. Para não somente promover o debate, sobre as políticas públicas, mas qualificá-lo.
A próxima oficina sobre indicadores ocorrerá no dia 24 de agosto, das 14 às 17h, e será ministrada pelo Prof. Ademir Barbosa Koucher do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O evento é gratuito e será realizado na Sala Ignácio Ellacuria e companheiros. Participe!
Os indicadores socioeconômicos constituem-se em instrumentos para conhecer e analisar a realidade e, consequentemente, as políticas públicas. No Brasil a construção destes instrumentos se dá fortemente a partir dos anos 90 em meio à construção de estratégias de afirmação da democratização do Estado e da sociedade. Conforme Januzzi "a disponibilidade de um sistema amplo de indicadores sociais relevantes, válidos e confiáveis certamente potencializa as chances de sucesso do processo de formulação e implementação de políticas públicas, na medida que permite, em tese, diagnósticos sociais, monitoramento de ações e avaliações de resultados mais abrangentes e tecnicamente mais bem respaldados."
O Rio Grande do Sul conta com o Índice de desenvolvimento socioeconômico - Idese, construído pela Fundação de Economia e Estatística - FEE - com o objetivo de medir e acompanhar o nível de desenvolvimento do Estado, COREDEs e Municípios, para que possa subsidiar os gestores no planejamento das políticas sociais e econômicas assim como informar a sociedade.
Este indicador tem variantes de zero a um, que podem ser classificados em três níveis de desenvolvimento: baixo (índices até 0,499), médio (entre 0,500 e 0,799) ou alto (maiores ou iguais a 0,800).
Os dados que compõem este indicador são classificados em quatro blocos temáticos: educação, renda, saneamento e domicílios, e saúde. Sendo, educação composto pelas taxas de abandono no ensino fundamental, taxa de reprovação no ensino fundamental, taxa de atendimento no ensino médio e taxa de analfabetismo de pessoas com quinze anos ou mais de idade.
A renda é calculada a partir da Geração de renda – PIBpc, apropriação de renda – VABpc do comércio, alojamento e alimentação. Saneamento e domicílios composto pelo percentual de domicílios abastecidos com água - rede geral, pelo percentual de domicílios com esgoto sanitário – rede geral de esgoto ou pluvial e média de moradores por domicílios. O percentual de crianças com baixo peso ao nascer, taxa de mortalidade de menores de cinco anos e esperança de vida ao nascer compõe o bloco saúde.
A FEE possui em seu sítio oficial esta base de dados do ano 2000 até 2008 possibilitando a análise por Município. Neste período o COREDE Vale do Rio dos Sinos esteve sempre como terceiro colocado entre os COREDEs do Estado. Sendo, saneamento e domicílios o índice mais baixo em todos os anos, tanto para o Estado quanto para o Vale.
No Idese de 2008, o Município de Esteio teve o melhor índice do COREDE Vale do Rio dos Sinos, 0,837. Colocando o Município com o terceiro maior índice do Estado naquele ano.
Em contato, feito por e-mail, o Comitê Executivo SGE – Sistema de Gestão Estratégia – do Município de Esteio, informa que este comitê trabalha com uma "gestão de indicadores porque, quando se trata de organizar e mobilizar pessoas, o controle dos processos nem sempre produz os resultados esperados, buscando identificar, a cada momento, quais as ações e medidas que melhor impactam a realidade. Esta metodologia permite a flexibilidade necessária para que o processo de planejamento seja permanente. Significa, também, ter foco naquilo que realmente se deseja. Para que dê certo, é preciso ter uma avaliação da realidade baseada em dados e fatos. Os indicadores, quando apropriados corretamente pela cidadania, tornam-se a referência básica para avaliação da Administração Municipal."
Informa, ainda, que este comitê "nasce da confluência do Programa de Governo, dos projetos expressos no Plano Plurianual 2010 - 2013, das necessidades de Esteio e dos anseios de gestores e funcionários."
As ações desenvolvidas pelo Comitê são classificadas em quatro eixos temáticos: desenvolvimento cultural, desenvolvimento social, desenvolvimento sustentável e gestão de qualidade. O Município faz uso deste e de diversos indicadores sociais e econômicos existentes.
Empenhado em democratizar a informação sobre indicadores é que o ObservaSinos e o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, disponibiliza no sítio do IHU indicadores sobre o Vale do Rio dos Sinos, assim como tem promovido oficinas e seminários para a qualificação do uso e debate sobre.
A próxima oficina sobre indicadores ocorrerá no dia 24 de agosto, das 14 às 17h, e será ministrada pelo Prof. Ademir Barbosa Koucher do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
O evento é gratuito e será realizado na Sala Ignácio Ellacuria e companheiros. Participe!