O V Seminário de Observatórios, Metodologias e Impactos: dados e participação aconteceu nos dias 28 e 29 de setembro. O evento foi promovido pela Rede de Observatórios Sociais, da qual o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU participa, juntamente com outros Observatórios das mais diferentes áreas.
O V Seminário foi permeado por dois grandes temas: dados e participação. No primeiro dia de evento foi realizada uma Roda de Conversa dos Observatórios Sociais, quando foram relatadas as experiências de organização e trabalho com dados e participação. Entre os participantes estavam Observatório da Cultura de Porto Alegre, Observatório Cultural – Unilasalle, Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Observatório da Cidade de Porto Alegre – ObservaPOA, Observatório das Políticas de Saúde para as Populações do Campo, Floresta e Águas – Obteia e Observatório Juvenil do Vale – Unisinos. Estiveram também presentes Observatórios de outros estados brasileiros: o Observatório das Águas de Mato Grosso do Sul, o Observatório do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo e o Observatório de Políticas Públicas da Região do COMPERJ do Rio de Janeiro.
No início da noite foi o momento de socializar as novidades entre os observatórios com o lançamento das suas produções: publicações, pesquisas, sítios, entre outras. O filme “Se essa lua fosse minha”, produção dos acadêmicos do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos, seguiu os lançamentos. O filme apresenta as realidades vividas pela população que vive nas ruas de uma região de Porto Alegre. Sua apresentação justificou-se em razão de dar vistas às realidades sociais, que são o objeto da atuação dos Observatórios Sociais.
Após a exibição do filme, foi realizada a Conferência de abertura: “Informação e metodologias participativas, desafios nos cenários atuais”, com o Professor Doutor Alfonso Torres Carrillo, da Universidad Pedagógica Nacional, da Colômbia. Prof. Alfonso apresentou um pouco da história da participação como dimensão estratégica das/para as ciências, assim como da Educação Popular como uma expressão desta relação. Destacou autores de referência latino-americana como Paulo Freire, enfatizando que a leitura das realidades não é feita simplesmente com a coleta de dados, mas através de uma construção coletiva, onde a investigação da realidade se faz constantemente em diálogo com todos.
No segundo dia, 29 de setembro, durante a manhã foi realizada a Mesa-redonda: Dados e participação – experiências e metodologias, com a participação de Charles Lima, do Colegiado de Desenvolvimento Territorial - CODETER, Prof. MS Daniel Bittencourt, Coordenador do curso de Comunicação Digital (Unisinos), MS Marlene Fiorotti, da Prefeitura Municipal de Canoas/RS, Profa. MS Natalia Cortez, da Escola de Dados/RJ, e Solange Engelmann, do Setor de Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. Além de contar com a participação, por web conferência, do Prof. MS Alan Freihof Tygel, da Cooperativa de Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão - EITA, ao vivo diretamente da Alemanha.
Todas as experiências apontaram a importância e a complexidade do trabalho com a informação, as tecnologias da informação e, ao mesmo tempo, do trabalho direto com a população.
Durante a tarde foi o momento de apresentação dos 28 trabalhos, divididos em quatro eixos: 1 – Observatório com apresentação de cinco trabalhos; 2 – Metodologias com apresentação de dez trabalhos; 3 – Dados com apresentação de sete trabalhos; e 4 – Participação com apresentação de seis trabalhos.
Para encerrar o encontro, foi o momento de discutir sobre “Desafios e estratégias para o avanço dos Observatórios Sociais”, com as contribuições do Prof. Dr. Alfonso Torres Carrillo, assim como do Prof. Dr. Danilo Streck, da Unisinos. Foi destacada a importante contribuição dos Observatórios na conjuntura de crise e incertezas contemporâneas. Os observatórios podem se constituir em importantes espaços de memória e afirmação do protagonismo dos cidadãos e dos pesquisadores, articulando e potencializando a indissociável relação entre a vida e a pesquisa, a academia, as organizações e os movimentos populares.
Houve um momento de avaliação do evento seguido do seu encerramento. Neste momento foi confirmada a realização do VI Seminário de Observatórios em 2016. Também foi agendada a próxima reunião da Rede de Observatórios para a segunda quinzena de novembro.
Analisar a realidade da segurança alimentar e nutricional torna-se uma tarefa importante, visto que é um fator garantidor da vida ou determinante das vulnerabilidades individuais, familiares e societárias. Assim, a oficina Realidades da Segurança alimentar e nutricional teve como intuito ser um espaço de apresentação, análise e debate sobre os dados e indicadores da realidade alimentar e nutricional do Vale do Rio dos Sinos e da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA, contextualizando ambos cenários em meio ao desenvolvimento socioeconômico e das políticas públicas contemporâneas.
Esta atividade foi promovida pelo Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, no qual obteve o apoio do Observatório Socioambiental em Segurança Alimentar e Nutricional – OBSSAN do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Segurança Alimentar e Nutricional – NESAN da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
https://www.youtube.com/watch?v=n0bI4Qqg_SQ
Estiveram presentes as pesquisadoras MS Brizabel Müller da Rocha, Bel. Angélica Cristina da Siqueira e Dra. Daniela Garcez Wives. Estas contribuíram com a exposição de informações e indicadores, que contribuem para a análise e o amadurecimento do debate sobre as políticas públicas neste campo.
REFERÊNCIAS
Brizabel apontou o contexto histórico do direito à segurança alimentar e nutricional, em que destacou a primeira referência de segurança alimentar e nutricional no Brasil, documento intitulado: “Segurança alimentar – proposta de uma política contra a fome” em 1985.
Além disso, apresentou outros marcos desta política no Brasil, que forma o Mapa da Fome de 1992, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, assim como a I Conferência Nacional de Segurança Alimentar em 1994. Lembrou ainda da Cúpula mundial da alimentação em 1996, na qual o Brasil não se fez presente.
Brizabel, que possui graduação em economia doméstica, apontou também o surgimento do Programa Fome Zero em 2002 como contribuinte neste processo de proteção à alimentação e nutrição da população. No entanto, reiterou que em muitos casos os profissionais de nutrição não integram os programas sociais de modo a enfraquecer as políticas de alimentação e nutrição no país.
A Lei N° 11.346 de 15 de setembro de 2006 criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN. O Sistema busca assegurar o direito humano à alimentação adequada. O Art. 2° do Capítulo I destaca que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população. Eis o grande desafio a ser assumido pela Sociedade e Estado brasileiros.
INDICADORES
Para além da série histórica, foram apresentados indicadores e políticas públicas por Angélica Cristina da Siqueira. Graduada em nutrição. Angélica apontou uma série de indicadores nos níveis nacional, estadual, regional e municipal, inclusive da base de dados do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN, que possui diversos dados, inclusive do uso de agrotóxicos, mas que por muitas vezes são subnotificados.
O uso de agrotóxicos foi problematizado na apresentação e, também, a conjuntura do meio rural que, por muitas vezes, não tem acesso às políticas públicas de alimentação e nutrição. A Política de Segurança Alimentar Nutricional fez se importante, visto que combate a insegurança alimentar, devido a vários fatores como a obesidade, a fome, a desnutrição, a alimentação incorreta. Esta política aponta a necessidade da informação sobre a qualidade dos alimentos. Para tanto, faz-se necessário enfrentar a lógica hegemônica do desenvolvimento, que impulsiona os processos de produção, comercialização e consumo dos alimentos a parir dos interesses do capital e não da alimentação e vida saudável.
Angélica enfatizou que o Plano Nacional de Alimentação e Nutrição não estabelece indicadores específicos e isto pode ser um problema para o amadurecimento das políticas públicas. Além disso, pontuou que a pobreza é multidimensional e assim aspectos como a infraestrutura e o comportamento psicológico das pessoas são pouco levados em conta quando se luta pela diminuição da fome e da desnutrição.
Está previsto para 2016 o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que é um importante indicador para se compreender as realidades brasileiras da fome e da subnutrição, principalmente no meio rural. A partir deste diagnóstico poderão ser planejadas políticas que estejam comprometidas com o bem-viver das mais diversas populações.
Os problemas de fome e desnutrição não estão somente ligados à falta de informação, mas também ao desperdício de alimentos. O desperdício está diretamente relacionado a muitos fatores, e seu enfrentamento deve ser garantido também por meio de políticas.
Por fim, Daniela Garcez Wives apresentou alguns indicadores relacionados à segurança alimentar e nutricional. Enfatizou que os indicadores deveriam ser mais multifacetados, assim como afirma Amartya Sen, que enfatiza a necessidade dos indicadores socioeconômicos revelarem não só o bem-estar da população pela renda, saúde e educação, mas a partir das vulnerabilidades e satisfação que estes avaliam os processos de proteção social.
Daniela, que é doutora em desenvolvimento rural, assinalou que o território não é homogêneo e, portanto, indicadores que são usados para diversos territórios podem não ser tão eficientes, assim como as políticas públicas.
O grupo produziu o Indicador de desenvolvimento sustentável – IDS, que teve sua última edição em 2012 e apresenta quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. Os dados contidos neste indicador são coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a partir de diversos censos, tais como o demográfico e o agropecuário, assim como de outras pesquisas periódicas.
A segurança alimentar e nutricional é um importante determinante para a garantia da saúde e bem-estar. E garantia também de um ambiente de desenvolvimento para a população. Este ambiente deve ser promovido a partir de práticas sustentáveis e duradouras.
O Guia de leitura sobre o Alimento e Nutrição: direitos que garantem a vida, publicado pelo ObservaSinos no Medium, potencializa o debate acerca da garantia do alimento como direito da população. Integrados na cadeia alimentar, cabe destacar que o zelo e o cuidado com as fontes de vida e sua biodiversidade que estão relacionadas com o bem-viver e o bem-estar, constituintes de uma alimentação adequada e sustentável.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow
O que sabemos sobre a região em que moramos? Qual a realidade da cidade em que vivemos? Quais são os dados que representam estas cidades? Quem são nossos vizinhos? Como vivem as pessoas nas periferias? As escolas estão em boas condições? Os postos de saúde estão funcionando? Toda população está trabalhando no mercado formal? Todos têm acesso a direitos básicos?
Pensando nas respostas a estas perguntas, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, através do Programa ObservaSinos, está com edital aberto para publicação de trabalhos que retratem e promovam o conhecimento da Região do Vale do Rio dos Sinos e da Região Metropolitana de Porto Alegre. Para tanto, o ObservaSinos receberá trabalhos, que podem ser apresentados em forma de textos, artigos, notas e fotos, no intuito de suscitar a análise destes territórios locais dentro de um quadro global.
As produções devem estar relacionadas às áreas do IHU: ambiente, educação, mobilidade, moradia, população, proteção social, saúde, segurança, renda e trabalho. E, também, devem apresentar análises sobre as realidades e as políticas públicas das regiões.
Os trabalhos selecionados serão publicados no sítio do Instituto e também na página do programa ObservaSinos.
As comunicações podem ser encaminhadas até 30 de novembro de 2015. Para informações sobre inscrições acesse aqui. O edital de convocação está disponível aqui.
Participe!
Por Cristina Guerini
Saiba mais sobre a realidade dessas regiões:
Os dados e indicadores são instrumentos que se apresentam como ponto de partida para a aproximação com a realidade, bem como sua análise, controle e intervenção social. Para além do conhecimento da realidade, está o debate a respeito dela, pois, a partir dos dados e da discussão sobre o que eles são ou representam, pode-se propiciar a leitura mais profunda da realidade.
Nesse sentido, discute-se sobre a realidade concreta e todos os movimentos que a compõem, na perspectiva de que os dados e os fatos não podem ser considerados singularmente, mas em uma relação dialética entre a subjetividade e a objetividade. Esta discussão é fundamental para que se possa compreender e questionar os movimentos do cotidiano.
“O estudo do território e da cultura [...], com a expressão das relações de desigualdade e de classes, implica pesquisa crítica das condições com dados estatísticos, sistematização de reivindicações e cultura da população, como um ponto crucial para se entender a realidade concreta, torná-la pensada e compartilhada, o que exige a teoria crítica, a análise dialética e a estratégia de forças, com objetivo de efetivar direitos, reduzir riscos e implementar a proteção social de vida”¹.
Para que, de fato, se possa alcançar e potencializar transformações para o exercício de um protagonismo cidadão é preciso conhecer a realidade e construir uma visão crítica a respeito desta realidade, considerando que conhecimento é poder.
Os dados e os indicadores, se bem analisados e empregados, podem qualificar a interpretação empírica da realidade social e orientar de forma mais efetiva a análise, formulação e implementação de políticas sociais, assim como subsidiar o debate e o controle social.
O grande desafio da informação “[...] está no ordenamento da informação, nas metodologias de sistematização, no desenvolvimento de capacidade gerencial que torne a informação relevante acessível aos atores que tomam as decisões, no momento em que dela precisem”².
Para tanto, pensou-se na realização de uma oficina que pudesse compor este momento, visto que se constitui um instrumento de formação e informação que potencializa conhecimentos e fortalece a troca de aprendizados entre os sujeitos envolvidos, favorecendo, nesta experiência, o acesso às principais bases de dados.
“A oficina é um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número de encontros, sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo se propõe a elaborar, em um contexto social. A elaboração que se busca na oficina não se restringe a uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de maneira integral, formas de pensar, sentir e agir”³.
Foto: Carolina Teixeira Lima
Assim, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos, com o compromisso de promover espaços de fortalecimento da informação crítica e da capacidade de desvelar e debater as realidades que se evidenciam a partir dos dados e dos indicadores, realizou no dia 1º de outubro, quinta-feira, a Oficina Retratos da realidade: acesso às bases de dados públicas, ministrada pela Profa. Dra. Gisele Spricigo, coordenadora e professora do Curso de Ciências Econômicas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.
Gisele é formada em Ciências Econômicas pela Unisinos, tem mestrado na área de Desenvolvimento Rural e doutorado em Economia do Desenvolvimento, ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.
A oficina teve o objetivo de facilitar o conhecimento sobre as principais bases de dados públicas, com o desejo de promover a formação e a informação sobre as realidades presentes nos municípios do Vale do Sinos e da Região Metropolitana de Porto Alegre.
Voltada principalmente para os alunos e as alunas do curso de Serviço Social, a atividade partiu do compromisso do ObservaSinos de acessar, analisar e debater sobre as realidades através do acesso aos dados públicos. Além disso, a atividade foi uma demanda da acadêmica em Serviço Social Daiani Michaelsen a partir da realização do seu projeto de estágio.
Daiani cumpre o estágio obrigatório no ObservaSinos e, em conjunto com a coordenadora de estágio, a professora Marilene Maia, pensou ações que proporcionassem aos alunos conhecerem o ObservaSinos.
Segundo a acadêmica, o espaço de atuação do observatório se dá, potencialmente, no uso de indicadores socioeconômicos em relação ao exercício de assessoria à população, aos agentes sociais da sociedade civil, aos pesquisadores, aos trabalhadores, conselheiros e gestores de políticas públicas dos municípios e região. Nesse sentido, o observatório se propõe a ser um ambiente de acesso à informação: "Pensamos uma oficina que pudesse atender as necessidades que hoje nós (acadêmicos) encontramos. Nós sentimos falta de conhecer um pouco mais sobre as bases de dados públicas", explicou Daiani.
A atividade iniciou com uma breve apresentação sobre o IHU, seguida de uma apresentação do programa ObservaSinos, à qual a acadêmica Daiani deu continuidade com uma exposição sobre conceitos de dados e indicadores sociais e a importância do uso destes para o conhecimento das realidades.
Em seguida, Gisele iniciou a exposição com sua experiência e trajetória profissional, trazendo alguns conceitos sobre regionalização para dar sequência à explanação. Apontou também problematizações em relação aos dados, como por exemplo, um momento de sua experiência profissional, em que observou o aumento de homicídios no município de Sapucaia. Ao fazer o comparativo entre os dados de dois anos seguidos, observou um aumento dos homicídios no município. Ao investigar o que poderia estar acontecendo, descobriu que houve um aumento no número de funcionários de um ano para o outro, influenciando o aumento do registro de dados de homicídios, o que acabava interferindo nos resultados.
A professora apresentou as principais bases de dados nos âmbitos municipal, estadual e federal, assim como bases de dados internacionais, conduzindo os participantes aos sites que contêm dados sobre diversas temáticas: agricultura, demografia, educação, saúde, trabalho, entre outras.
Em nível nacional foi apresentado o IPEADATA, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que reúne diversas bases de dados públicas, como IBGE e DATASUS, em uma mesma plataforma de pesquisa, com buscas por tema, fonte e nível geográfico.
Foto: Carolina Teixeira Lima
Além disso, apresentou a plataforma on-line do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apresenta pesquisas específicas ou temáticas, e salientou que o IBGE é "um mundo que retrata o país".
Também apresentou uma plataforma internacional: a "The World Factbook", que é uma publicação anual da CIA (Agência Central de Inteligência), com dados mais gerais de todos os países, contendo informações sobre demografia, localização, capacidade militar, governo, indústria, entre outros.
Em nível estadual e municipal foram apresentados os COREDES (Conselhos Regionais de Desenvolvimento) e em seguida, o CONSINOS (Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Sinos). A professora compartilhou também a FAMURS (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) e explicou que ambos eram fontes de informação a respeito da regionalização. Apresentou também a METROPLAN (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional) como uma fonte de busca de informações, e o site da FEE (Federação de Economia e Estatística).
Em relação às temáticas, trouxe plataformas de dados que apresentam dados sobre a questão do trabalho e emprego, como o Portal do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), as plataformas RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) com informações anuais, e CAGED (Cadastro de Empregados e Desempregados) com dados mensais. Sobre saúde apresentou o DATASUS, que é a plataforma de dados do Sistema Único de Saúde - SUS, e relacionado à educação trouxe o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e também e-MEC, sistema eletrônico de acompanhamento dos processos que regulam a educação superior no Brasil.
Trouxe, ainda, o interesse dos municípios em possuir áreas urbanas, tendo em vista que áreas rurais não contribuem com impostos, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), o que, muitas vezes, resulta em áreas rurais não oficializadas.
Gisele explicou que existem dados que são gerados pelas prefeituras, pois precisam da aproximação com os dados para a formulação das políticas públicas. Esses dados estão disponíveis nos sites oficiais das prefeituras ou podem ser solicitados pelos cidadãos.
A Oficina Retratos da realidade: acesso às bases de dados públicas está disponível em vídeo que foi publicado no canal do Youtube do Instituto Humanitas Unisinos com o intuito de publicizar e potencializar o acesso ao conteúdo abordado.
Ainda como produto desta oficina, será elaborado um guia com os principais conceitos relacionados ao tratamento estatístico, assim como as principais bases de dados públicas por temática, com o intuito de incentivar o acesso e a sistematização de dados das realidades a partir das bases de dados públicas no território nacional, e também suas metodologias de estudo.
Esta atividade oportunizou o conhecimento sobre as metodologias dos dados e indicadores sociais e apresentou as principais bases de dados públicas que podem ser acessadas a fim de fortalecer o conhecimento das realidades dos municípios e regiões. Sua principal missão foi de, em conjunto com os objetivos do Programa ObservaSinos, fortalecer a formação e a informação sobre as realidades, sendo estas, premissas para o protagonismo cidadão.
Notas:
¹ FALEIROS, Vicente de Paula. O Serviço Social no cotidiano: fios e desafios. In: Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 120, p. 706-722, out./dez. 2014. p. 714
²DOWBOR, Ladislau. Informação para a cidadania e o desenvolvimento sustentável. 2004. Disponível em: < http://dowbor.org/2004/10/informacao-para-a-cidadania-e-o-desenvolvimento-sustentavel-2.html/>. Acesso em: 17 nov. 2015. p. 4
³ AFONSO, Lúcia. Oficinas em Dinâmica de grupo: Um método de intervenção psicossocial/ Coordenação de Lúcia Afonso – Belo Horizonte: Edições do Campo Social, 2002. p. 11.
Por Marilene Maia, Carolina Lima e Daiani Michaelsen
A educação é um direito social assegurado pela Constituição para todos e todas os/as brasileiros/as. Da mesma forma, a educação infantil também é um direito assegurado por Lei (Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº 9.394/96) para todas as crianças até cinco anos de idade, e passou a ser obrigatória a matrícula de crianças a partir de quatro anos na educação infantil gratuita. Segundo o Plano Nacional de Educação – PNE, referente à Emenda Constitucional (EC) nº 59/2009, os municípios têm até 2016 para implementarem a política.
Além disso, a política de educação infantil tem um papel importante para o desenvolvimento da infância, pois é uma etapa em que a criança constitui sua autonomia, autocontrole, relacionamento social, como também exerce a criatividade e imaginação, que contribuem na construção da personalidade adulta.
Tendo em vista a necessidade de afirmar a educação infantil como uma política que beneficia a todos/as, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, promoveu a Oficina Realidades da Educação Infantil no Vale do Sinos e RMPA.
Foto: Carolina Teixeira Lima
A atividade aconteceu no dia 10 de novembro e teve como ministrantes a Professora Esp. Gislaine Leães e a Professora MS Maria Clara Bombassaro, ambas atuantes na Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, onde cuidam da gestão de políticas para a educação infantil do município.
A Oficina fez a aproximação com as realidades e os desafios da implantação da Educação Infantil - pública, gratuita e com qualidade - como primeira etapa da educação básica, que deverá ser garantida a todas as crianças de 0 a 5 anos pelos municípios. A experiência de Porto Alegre, apresentada pelas assessoras, oportunizou o debate com os 12 participantes da Oficina: educadores, conselheiros municipais da educação infantil, coordenadores e professores do curso de Pedagogia da Unisinos. São Leopoldo e a maioria dos municípios da região estão ainda distantes da meta desta implantação.
Em um primeiro momento as ministrantes trouxeram dados sobre a Educação Infantil do município de Porto Alegre, onde a população de crianças é de 94.929, enquanto o número de crianças matriculadas é de 22.873, um percentual de 19%. Também foram trazidos dados sobre os convênios que a prefeitura tem com escolas particulares para suprir a demanda de vagas. Acontece que o número de instituições conveniadas é de 295, enquanto o número de escolas públicas que oferecem educação infantil é de 76 escolas.
Entre outros dados apresentados, foram levantadas várias discussões sobre a Educação Infantil. Desde pensar qual seria o papel da Educação Infantil nos dias de hoje até a importância da gestão dessa política pública seguindo princípios que coloquem a criança no centro do planejamento, buscando que a escola seja um ambiente de diversão e brincadeiras. Foi apontada a importância de pensar esse espaço da escola, desafiando a interação com o espaço externo.
Por Marilene Maia e Carolina Lima
Na noite do dia 10 de dezembro ocorreu o encerramento do Ciclo de Estudos: Saúde e Segurança no Trabalho na região do Vale do Rio dos Sinos. Esta atividade foi pensada para ser um espaço de formação em saúde e segurança no trabalho, visando à melhoria na qualidade do ambiente de trabalho dos/as trabalhadores/as da região do Vale do Sinos.
Foto: Carolina Lima
O Ciclo de Estudos aconteceu entre os dias 9 de novembro e 9 de dezembro e contou com a participação de trabalhadores/as metalúrgicos/as dos municípios de São Leopoldo, Sapucaia e Novo Hamburgo, que atuam na CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A CIPA é a representação interna dos/as trabalhadores/as nas empresas e tem o compromisso de pensar a prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho, buscando sempre a melhoria na qualidade de vida dos/as trabalhadores/as.
O Ciclo de Estudos foi uma atividade construída coletivamente entre Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CNM, Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Centro de Referência da Saúde do Trabalhador da Região do Vale dos Sinos – CEREST. Contou ainda com as participações da Saúde do campo, florestas e águas – Obteia e do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Para este evento de encerramento, o ObservaSinos preparou a memória do Ciclo, que durou um mês, contando com dois encontros presenciais e duas semanas de atividades a distância. Entre os destaques da formação proposta pelo Ciclo está a experiência de realização dos Mapas de Saúde e Segurança dos Municípios, assim como os Mapas de Saúde, Segurança e Risco das empresas.
Clique para acessar a apresentação
Seguiram-se, ao momento de memória, os debates sobre os resultados, avaliações e projeções de continuidade do Ciclo, assim um importante momento de confraternização e celebração, que contou com a participação de muitos familiares.
Antes da entrega dos certificados aos participantes, também houve um momento cultural, onde os poemas “Perguntas de um Trabalhador que Lê” e “Intertexto”, ambos de Bertolt Brecht, foram declamados pelos participantes do Ciclo.
Na avaliação foi apresentada a importância de os/as trabalhadores/as participarem da oportunidade de formação na universidade, que é um espaço para ajudar a pensar e transformar as realidades. Também foi destacada a importância da contribuição do Ciclo para a mudança no pensamento dos cipeiros e da gestão do trabalho da CIPA "temos que pensar em outra gestão da CIPA a partir do melhor entendimento do que é saúde e segurança".
O Ciclo oportunizou a sistematização de algumas publicações pelo IHU, que seguem como subsídios para a formação. Destacam-se: Cadernos IHU Ideias - 233ª edição - Capitalismo biocognitivo e trabalho: desafios à saúde e segurança, com o texto de Elsa Cristine Bevian. Elsa também esteve presente no dia 26 de novembro, no IHU, onde ocorreu um debate sobre o assunto com os/as trabalhadores/as que estavam participando do Ciclo.
Foto: Carolina Lima
Outra publicação sistematizada pelo ObservaSinos intitulada “Realidades do trabalho e perfil do/a trabalhador/a no Vale do Sinos: desafios para a garantia de Saúde e Segurança”, onde está apresentada a reunião de dados sobre o mercado formal de trabalho na região do Vale do Sinos. Foram coletados dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS indicando o perfil dos trabalhadores e do trabalho na região do Vale do Sinos.
Dar seguimento a processos de formação foi a manifestação de todos os participantes do Curso e dos representantes das organizações copromotoras deste espaço de formação. Marta Boeck, coordenadora do CEREST Vale do Sinos, valorizou a articulação e aprendizagem das entidades pela realização deste projeto coletivo.
Como disse Loricardo Oliveira, representante da CNM, foram informações e formações, baseadas em conhecimento acadêmico e na praticidade do chão da fábrica, que mostram que “se tivermos a capacidade de ousar, faremos um mundo melhor e com mais participação”.
Por Marilene Maia e Carolina Lima
O ano de 2015 apresentou diversos desafios. Foi um período em que presenciamos uma forte movimentação política, social, econômica. Realidades que foram postas e que nos atingiram de diversas formas. A pergunta que pode ser feita neste tempo de encerramento do ano é: o que fizemos para intervir nestas realidades? Esta foi a questão que inspirou a realização da memória do ObservaSinos sobre o ano em finalização.
Tornar pública esta memória foi um compromisso assumido pela equipe do ObservaSinos. Por isso, na última terça-feira, dia 15 de dezembro, o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, mostrou um pouco das suas ações e resultados do ano aos colegas.
Colegas e familiares estiveram participando do evento, que iniciou com a apresentação das ações do Observatório, seguida de depoimentos sobre o vivido e uma confraternização.
A equipe, formada por Matheus Nienow, Taigor Kawar, João Conceição, Daiani Michaelsen, Carolina Lima, Marilene Lemes, Jonathan Camargo, Atila Alexius e Marilene Maia, sistematizou e apresentou em números e relatos o que foi realizado.
Em 2015, o Observatório utilizou 19 bases de dados públicas disponíveis online, que subsidiaram as notas realizadas sobre as 9 temáticas que têm sido analisadas: ambiente, educação, mobilidade, moradia, população, proteção social, segurança, trabalho e saúde.
Foto: Carolina Lima
Além das análises, foram realizadas 13 oficinas, sendo três sobre o acesso aos dados públicos, quatro tematizando as políticas públicas e seis que exploraram as estratégias, metodologias e instrumentos para subsidiarem a sistematização, análise e debate sobre a realidade. Outros eventos em parceria também foram implementados pelo ObservaSinos. Um deles foi o V Seminário de Observatórios, Metodologias e Impactos: dados e participação, em parceria com a Rede de Observatórios. O outro foi o Ciclo de Estudos: Saúde e Segurança no Trabalho na Região do Vale do Sinos, que contou com a participação de trabalhadores metalúrgicos e foi uma demanda do Sindicato da Região do Vale do Sinos. A parceria para esta realização se ampliou com outras duas organizações: o Centro de Referência da Saúde do Trabalhador do Vale - Cerest e o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas - Obteia.
O ObservaSinos também prestou assessorias, como a capacitação de trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social - SUAS do município de Novo Hamburgo. Também participou através do diagnóstico Socioterritorial e do Mapa Falado do município de Canoas; além de prestar assessorias individuais para estudantes, pesquisadores e outros.
As análises, os eventos e as assessorias promovidos pelo ObservaSinos renderam 68 publicações de notas para as Notícias do Dia do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, 29 notas no blog e 7 vídeos no Youtube.
Foi um ano de fortalecimento da presença do ObservaSinos nas redes sociais, indicando 4.188 acessos na página online do ObservaSinos e 24.815 acessos às notas da aba “De Olho no Vale”. A análise mais acessada do ano foi “4% dos trabalhadores admitidos no Vale do Sinos possuíam ensino superior”, com 815 acessos. Há uma expectativa de que estes acessos sejam ainda ampliados com a nova homepage do Observa em 2016, que ao longo do ano mereceu dedicada atenção pela equipe de trabalho.
Na exposição dos dados e relatos foi evidenciada a importância do programa como instância e experiência articuladora entre formação e trabalho profissional.
A acadêmica Daiani Michaelsen apresentou os resultados do seu Estágio Obrigatório e também falou das suas impressões sobre o período em que esteve presente na equipe do ObservaSinos. Daiani agradeceu aos colegas pelo tempo em que esteve na equipe, destacando a importância que o ObservaSinos e o IHU tiveram na sua vida profissional e pessoal. Fez uma homenagem à professora e coordenadora do ObservaSinos, Marilene Maia, falando do grande exemplo que ela é enquanto pessoa, professora, mulher e militante.
Depois foi o momento da equipe do ObservaSinos apresentar seus relatos. A equipe é composta por várias áreas: Jornalismo, Comunicação Digital, Ciências Econômicas, Administração, Ciências Sociais, Serviço Social e Educação. Os colegas que estavam presentes na confraternização pontuaram a importância de espaços como o ObservaSinos e o IHU por proporcionarem conhecimento e aprendizagem constantes; além disso, agradeceram a oportunidade de estarem no espaço, sempre construindo coletivamente.
Foto: Susana Rocca / IHU
Nas palavras da professora Marilene Maia: “Os depoimentos destacaram a experiência de trabalho coletivo, a articulação entre a formação acadêmica e cidadã, a investigação e a ação. O Instituto foi valorizado pela potência de informação e formação em diferentes áreas e temas.”
Por Marilene Maia e Carolina Lima
Aconteceu o “Seminário – Saneamento Básico: 25 anos dos objetivos do milênio da ONU e a nova agenda do Desenvolvimento Sustentável”, na quarta-feira, dia 20 de janeiro, em Porto Alegre. A atividade fez parte da programação do Fórum Social Temático - FST que contou com atividades entre os dias 19 e 23 de janeiro. O tema do Fórum este ano é “Paz, democracia, direitos dos povos e do planeta”, no desejo de incentivar o debate diante da conjuntura internacional e nacional exposta com o acirramento das crises econômica, social e ambiental que têm afetado todos e todas, segundo organização do evento.
Nesse sentido a crise ambiental tem se feito mais presente no contexto brasileiro. Casos como dos estados de São Paulo e de Minas Gerais, onde, no primeiro, o Sistema da Cantareira passou por uma forte estiagem no início de 2014, e, em MG, o crime ambiental na cidade de Mariana prejudicou gravemente o Rio Doce, o cuidado e a preocupação de adotar medidas e políticas que sejam sustentáveis se faz presente e necessário. Pensar nas políticas de abastecimento de água também deve ser pensar e garantir a saúde dos rios. Foi a partir da necessidade de debater esses temas que o seminário ocorreu.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, esteve presente representado pela Profª Marilene Maia e os acadêmicos em Ciências Econômicas João Conceição e Matheus Nienow. Segundo o programa, a crise ambiental também está presente no Vale do Rio dos Sinos. “O Rio dos Sinos, responsável por abastecer todos os municípios da região do Vale do Sinos, foi apontado como o quarto rio mais poluído do Brasil”, apresentou o acadêmico Matheus Nienow. Os dados são do levantamento “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável”, do IBGE. Além disso, o Rio dos Sinos passou por um desastre ambiental em outubro de 2006, em que 80 toneladas de peixes morreram.
O ObservaSinos apresentou dados sobre os 14 municípios da região do Vale do Sinos, levantando questões a respeito do saneamento básico, como a necessidade de políticas públicas que fossem conjuntas entre os municípios, tendo em vista que a divisão dos territórios é ultrapassada pelo ambiente e, dessa forma, pelo saneamento, que deve ser pensado em comum.
Mais de 70% da população do Vale do Sinos está ligada ao rio, seja direta ou indiretamente, através da água que consome ou pelos dejetos que devolve às águas. Se chamou atenção para o fato de que a vida humana da região e a vida do rio são interligadas e que a realidade de um interfere na realidade do outro.
Além do enfoque à região do Vale do Sinos, durante o seminário foram levantados diversos dados que atentavam para a situação do saneamento básico em nível estadual e nacional, também pensando na relação em nível internacional. No que tange aos 25 anos dos objetivos do milênio da ONU, foi levantado o tema no campo dos princípios, onde os acordos estão bem elaborados, mas infelizmente não há preocupação com a distribuição de renda, resultando em uma desigualdade social que contribui com a precarização do saneamento básico.
Também foi abordada a questão orçamentária que, por vezes, prejudica os órgãos competentes, no sentido de que chega pouco dinheiro aos gestores e gestoras. Além disso, foi questionado como os índices, indicadores e dados podem virar informação para a população de forma a envolver os cidadãos e as cidadãs no processo de saneamento. Entre os presentes se questionou quais ações concretas podem estar sendo feitas no agora.
O Seminário foi organizado pelo Sindicato dos Sociólogos do Rio Grande do Sul, pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul e também pelo Movimento ODM/ODS – RS. Esteve presente também a Fundação de Economia e Estatística – FEE, o Observatório da cidade de Porto Alegre – ObservaPOA, entre outras entidades que compartilharam experiências ajudando no avanço da temática.
Durante o evento também aconteceu o lançamento do livro “Fronteiras irmãs: transfronteirização na Bacia do Prata”, elaborado por Camilo Pereira Carneiro, professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais (PPGEEI-UFRGS). O livro é uma importante contribuição para uma análise política e econômica sobre a Tríplice Fronteira Brasil-Argentina-Paraguai.
Por Carolina Lima e Marilene Maia
Fonte: Projeto UJR Futsal Social
No dia 02 de fevereiro de 2016 o ObservaSinos esteve presente na Palestra para o Projeto UJR Social, com a presença da prof.ª Marilene Maia professora de Serviço Social e coordenadora do ObservaSinos, assim como por parte da equipe do ObservaSinos a partir de presença de Bruna Cruz Fagundes e Matheus Nienow.
O projeto UJR Social se iniciou no ano de 1978, com onze amigos que participavam do grupo de jovens da cidade de Novo Hamburgo (MOJOR - Movimento jovens do Rincão, GEA- Grupo Esquadra da Amizade UNIJOP - União Jovem da Paz e do APOIO), todos eles eram ligados a Paróquia Sagrada Família do Bairro do Rincão. Tudo começou a partir do convite do José Carkis Keiber, então Presidente da Liga Hamburguesa de Futebol de Salão, pois queriam formar uma equipe para a disputa do tradicional "Torneio de Verão" que acontecia nos meses de janeiro e fevereiro do ano de 1979.
Hoje no projeto, participam alguns alunos dos cursos de Educação Física e Serviço Social, onde eles atuam em 5 bairros do município de Novo Hamburgo (sendo que o município se compõe por 27 bairros). Em cada bairro há duplas de instrutores e supervisores, para atender 500 crianças e adolescentes com faixa etária dos 11 a 15 anos de idade que participam de várias atividades físicas além do próprio futebol. O Projeto visa trabalhar a importância da família, a importância do estar presente de corpo e mente para com seus filhos. Ressalta a necessidade da atenção familiar na infância e na adolescência, com bons exemplos a serem copiados de geração em geração.
A palestrante Prof. Marilene Maia, falou sobre a importância dos instrutores para cada aluno do projeto. O principal objetivo do IHU é apontar novas questões e buscar respostas para os grandes desafios da nossa época, a partir da visão humanismo social cristão, partcipando, ativa e ousadamente, do debate cultural em que se configura a sociedade do futuro. No mesmo momento apresentou nosso site para o grupo, e explicou que nosso programa tem o objetivo de visualizar os indicadores socioeconômicos e promover o debate sobre a realidade e políticas públicas da região do Vale do Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre.
Para iniciar a apresentação, foram apresentados alguns conceitos em relação a termos que permeiam a perspectiva da UJR Social, como: "O que é social?" e como se dá a realidade social. Compreender os processos de vida societária a partir de interrelações entre o social, a economia e a política torna-se preciso para identificar a qual realidade social refere-se, tal como Jessé Souza apresenta em sua obra "A tolice da inteligência brasileira":
"Utilizar o conhecimento como “arma de combate”, para rearmar o cidadão que foi destituído das precondições para entender seu cotidiano e as lutas sociais, nas quais se encontra inserido sem o saber para torná-lo sujeito de seu destino"
Matheus Nienow, acadêmico de Ciências Econômicas, apresentou dados estatísticos elaborados através de sites como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo e a partir da plataforma do Atlas Brasil, que contém dados censitários também disponíveis no IBGE.
Os dados mostram que a população de Novo Hamburgo, assim como a do estado e do país está envelhecendo e que a população na faixa etária de 5 a 15 anos está diminuindo em números absolutos e percentualmente. Apresenta-se que a maior parte da população é de mulheres (51,55%) em 2010 e 41% dos domicílios possuem renda domiciliar nominal per capita mensal de até 01 salário mínimo, equivalente a 510 reais em 2010, sendo que 3,91% da população eram considerados pobres e 0,82% extremamente pobres.
Outro dado que foi destacado foi o percentual de responsáveis do domicílio com menos de 19 anos. No município, 1,62% da população com até 14 anos era responsável financeiramente, seja por responsabilidade compartilhada ou responsabilidade única, de seu domicílio. Na população de 15 a 19 anos, 5,56% eram responsáveis por seus domicílios.
Para esmiuçar os territórios a partir da regionalização dos bairros, foram utilizados dados censitários dos 5 bairros nos quais ocorrem a ação social do futsal UJR social: Boa Saúde, Canudos, Roselândia, Santo Afonso e São José. Destaca-se que estes 5 bairros possuem características semelhantes entre si em relação aos outros bairros do município, com índices de qualidade de vida inferiores ao de Novo Hamburgo.
A participação no evento contribuiu ao planejamento e orientação de atividades dos educadores sociais nas localidades em quais atuam no município de Novo Hamburgo, contribuindo para a in-formação das pessoas que estavam presentes no encontro.
Por Bruna Fagundes e Marilene Maia
O Instituto Humanitas Unisinos – IHU, por meio do programa Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, promove, nesta quarta-feira (13), a Oficina Realidades e Bases de Dados do IBGE.
A atividade, que conta com a participação do Prof. MS Ademir Barbosa Koucher, será realizada na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU, das 19h30min às 22h.
Durante o evento, Koucher apresentará o site do IBGE e ilustrará como funciona a pesquisa de dados na plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O encontro será um espaço de aprendizado, onde o professor ensinará como explorar melhor o site do IBGE. No debate, os participantes poderão tirar suas dúvidas e aprender como buscar corretamente as informações.
Sobre o IBGE
O IBGE é responsável pelos levantamentos demográficos, pesquisas estatísticas sobre os mais variados temas (de meio ambiente à economia), manutenção de indicadores sobre o Brasil e informações geográficas, além de ser também responsável pelo Sistema Geodésico Brasileiro – SGB. Acesse o site e confira.
Oficina Realidades e Bases de Dados do IBGE Ministrante: Prof. MS Ademir Barbosa Koucher – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Data: 13 de abril Horário: Das 19h30 às 22h Local: Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
Por Fernanda Forner