O V Seminário de Observatórios, Metodologias e Impactos: dados e participação aconteceu nos dias 28 e 29 de setembro. O evento foi promovido pela Rede de Observatórios Sociais, da qual o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU participa, juntamente com outros Observatórios das mais diferentes áreas.
O V Seminário foi permeado por dois grandes temas: dados e participação. No primeiro dia de evento foi realizada uma Roda de Conversa dos Observatórios Sociais, quando foram relatadas as experiências de organização e trabalho com dados e participação. Entre os participantes estavam Observatório da Cultura de Porto Alegre, Observatório Cultural – Unilasalle, Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Observatório da Cidade de Porto Alegre – ObservaPOA, Observatório das Políticas de Saúde para as Populações do Campo, Floresta e Águas – Obteia e Observatório Juvenil do Vale – Unisinos. Estiveram também presentes Observatórios de outros estados brasileiros: o Observatório das Águas de Mato Grosso do Sul, o Observatório do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo e o Observatório de Políticas Públicas da Região do COMPERJ do Rio de Janeiro.
No início da noite foi o momento de socializar as novidades entre os observatórios com o lançamento das suas produções: publicações, pesquisas, sítios, entre outras. O filme “Se essa lua fosse minha”, produção dos acadêmicos do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos, seguiu os lançamentos. O filme apresenta as realidades vividas pela população que vive nas ruas de uma região de Porto Alegre. Sua apresentação justificou-se em razão de dar vistas às realidades sociais, que são o objeto da atuação dos Observatórios Sociais.
Após a exibição do filme, foi realizada a Conferência de abertura: “Informação e metodologias participativas, desafios nos cenários atuais”, com o Professor Doutor Alfonso Torres Carrillo, da Universidad Pedagógica Nacional, da Colômbia. Prof. Alfonso apresentou um pouco da história da participação como dimensão estratégica das/para as ciências, assim como da Educação Popular como uma expressão desta relação. Destacou autores de referência latino-americana como Paulo Freire, enfatizando que a leitura das realidades não é feita simplesmente com a coleta de dados, mas através de uma construção coletiva, onde a investigação da realidade se faz constantemente em diálogo com todos.
No segundo dia, 29 de setembro, durante a manhã foi realizada a Mesa-redonda: Dados e participação – experiências e metodologias, com a participação de Charles Lima, do Colegiado de Desenvolvimento Territorial - CODETER, Prof. MS Daniel Bittencourt, Coordenador do curso de Comunicação Digital (Unisinos), MS Marlene Fiorotti, da Prefeitura Municipal de Canoas/RS, Profa. MS Natalia Cortez, da Escola de Dados/RJ, e Solange Engelmann, do Setor de Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. Além de contar com a participação, por web conferência, do Prof. MS Alan Freihof Tygel, da Cooperativa de Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão - EITA, ao vivo diretamente da Alemanha.
Todas as experiências apontaram a importância e a complexidade do trabalho com a informação, as tecnologias da informação e, ao mesmo tempo, do trabalho direto com a população.
Durante a tarde foi o momento de apresentação dos 28 trabalhos, divididos em quatro eixos: 1 – Observatório com apresentação de cinco trabalhos; 2 – Metodologias com apresentação de dez trabalhos; 3 – Dados com apresentação de sete trabalhos; e 4 – Participação com apresentação de seis trabalhos.
Para encerrar o encontro, foi o momento de discutir sobre “Desafios e estratégias para o avanço dos Observatórios Sociais”, com as contribuições do Prof. Dr. Alfonso Torres Carrillo, assim como do Prof. Dr. Danilo Streck, da Unisinos. Foi destacada a importante contribuição dos Observatórios na conjuntura de crise e incertezas contemporâneas. Os observatórios podem se constituir em importantes espaços de memória e afirmação do protagonismo dos cidadãos e dos pesquisadores, articulando e potencializando a indissociável relação entre a vida e a pesquisa, a academia, as organizações e os movimentos populares.
Houve um momento de avaliação do evento seguido do seu encerramento. Neste momento foi confirmada a realização do VI Seminário de Observatórios em 2016. Também foi agendada a próxima reunião da Rede de Observatórios para a segunda quinzena de novembro.