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Uma das ações projetadas pelo ObservaSinos para o ano de 2014,  é a produção e disseminação de jogos digitais. Na terça-feira, dia 27 de maio de 2014, com a participação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e dos co-promotores do XV Simpósio Internacional do Alimento e Nutrição, foi feita mais uma rodada de avaliação do primeiro jogo que tem como tema o alimento e a nutrição.

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Este jogo foi inicialmente disponibilizado ao público na Feira do Alimento e Nutrição. Seguiu com aperfeiçoamentos e nesta reunião absorveu mais sugestões para a sua finalização, que está prevista para meados de junho.

Foram exibidas, na apresentação, as ferramentas, mecânicas e programas utilizados para a elaboração do jogo e seu processo de 'ideação' e execução. O jogo visa promover o debate sobre a realidade e identificar perspectivas de construção de alternativas de superação, que afirmem o exercício da cidadania em uma sociedade sustentável.

O jogo se destina mais especificamente ao público pré-adolescente do Vale do Rio dos Sinos. O jogador será estimulado a pensar nos processos de alimentação e de saúde, assim como sua relação com os processos de qualidade de vida e de sustentabilidade planetária.

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Para o estudante Tobias Ulrich, “o indicador é um norteador para a elaboração do jogo, que não é um produto fechado, e daí a importância da Feira do Alimento e Nutrição, na qual ele ficou disponível ao público: ver as reações e a pensação e reflexão dos participantes e visitantes da Feira, com suas contribuições para o jogo e vice-versa”.

“Um jogo precisa ter mecânicas próprias para uma reflexão envolvendo o componente audiovisual, mas há outro componente muito importante e diferenciado: a interatividade, com uma simulação e coautoria com o jogador-cidadão, e por isso o jogo necessita de uma linguagem participativa, da participação do jogador” , relata o professor João Ricardo Bittencourt.

No fim dessa primeira etapa, os presentes foram convidados a se pronunciar crítica e propositivamente acerca do jogo, lançando sugestões e críticas construtivas, a fim de qualificar o game do ObservaSinos e discutir os conteúdos trabalhados nele.

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Por Marilene Maia e Álvaro Klein Pereira da Silva

O ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, objetiva promover a análise e o debate sobre a realidade, assim como contribuir na qualificação da informação dos diferentes grupos sociais para o exercício da cidadania. Os aplicativos digitais e interativos estão sendo projetados como instrumentos de sensibilização da população para este propósito. O jogo “Cida + Adão: Alimento e Nutrição” desenvolvido pelos acadêmicos Tobias Ulrich e Thomas Milton Bellaver, do curso Jogos Digitais da Unsinos, a partir da orientação do Prof. João Ricardo Bittencourt teve a sua versão teste apreciada pelos alunos do sexto ano do Colégio Luterano Concórdia, em São Leopoldo no dia 09 de julho.

A experiência da alimentação e da nutrição é feita e analisada através do jogo em suas diferentes fases. A partir dele são acessadas informações sobre esta realidade, seus limites e possibilidades.

A interação da equipe do Observatório junto à uma turma teve por objetivo coletar feedback's dos alunos para a qualificação e finalização do jogo. O acadêmico Thomas Milton Bellaver destaca que através da interação com a turma foi possível constatar que o jogo cumpre com a função de instigar a reflexão sobre o consumo de alimentos, saudáveis ou não.

Foto: Átila Alexius

“O jogo está muito bem apresentável, tanto em sua jogabilidade quanto na parte gráfica, onde os alunos se interessaram e se aprofundaram no mundo do jogo, realizando a troca de informações conforme descobriam novas possibilidades e estratégias”, relata Thomas.

Para Taigor Kawar, que integra a equipe do ObservaSinos, a interação da equipe do Observatório  com o público pré-adolescente qualifica e permite planejar ações futuras. “As crianças gostaram, se divertiram com o jogo e conseguiram entender a proposta”, destaca Taigor.

Até o final do ano deverão ser produzidos outros aplicativos com diferentes temas.

Por Marilene Maia e Átila Alexius

Para ler mais: Alimentação e Nutrição em jogo digital

 

O IV Seminário dos Observatórios, Metodologias e Impactos agendado para os dias 29 e 30 de setembro próximo foi concebido com o propósito de  reunir e articular diferentes Observatórios, assim como aprofundar e qualificar as referências e ações em relação às temáticas dos territórios e políticas públicas.

Este evento está sendo ideado pela Rede de Observatórios que se constituiu no III Seminário, realizado em 2013. A tematização proposta é de interesse do coletivo de Observatórios comprometidos com a organização e democratização das informações, assim como com a afirmação de políticas públicas no contexto da sociedade e Estado contemporâneos.

O Seminário deverá reunir acadêmicos, pesquisadores e agentes que atuam junto a Observatórios e nos processos de fortalecimento da transparência e democratização do Estado e da Sociedade, assim como pesquisadores das temáticas: observatórios, territórios e políticas públicas.

O “IV Seminário Observatórios, Metodologias e Impactos: territórios e políticas públicas” será realizado nos dias 29 e 30 de setembro na Unisinos em São Leopoldo.

Foto: Luiza Tondin Port

Compõem a Rede de Observatórios:

•    Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos •    Observatório da Educação – CAPES/INEP – Programa de Pós Graduação em Educação – Unisinos •    Observatório Juvenil do Vale – Unisinos •    Observatório do Terceiro Setor – FiJo •    Observatório das Políticas de Saúde para as Populações do Campo, Floresta e Águas •    Observatório Cultural - Unilasalle •    Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas – Unilasalle •    Núcleo de Estudos e Pesquisas em Segurança Alimentar e Nutricional - Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Rural – UFRGS •    Observatório da Cidade de Porto Alegre – ObservaPoa

No mês de junho as reuniões da Rede de Observatórios ocorreram nos dias 03 e 16, na última reunião realizada ficou definido que o próximo encontro será no dia 04 de julho às 10h no Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Por Marilene Maia e Átila Alexius

Um dos projetos do ObservaSinos no ano de 2014 é o desenvolvimento de jogos digitais, com o objetivo de sensibilizar diferentes grupos sociais para a aproximação analítica com as realidades. O primeiro jogo em desenvolvimento diz respeito ao alimento e nutrição. Esta temática foi inspirada no XV Simpósio Alimento e Nutrição, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU. A partir do Simpósio foram identificados conteúdos para o desenvolvimento do jogo, que está em fase de finalização. Para tanto, ele foi sendo testado por diferentes grupos de especialistas, entre os quais destacamos as contribuições da Profa. Dra. Signorá Peres Konrad e da Profa. Ms. Vanessa Backes. Esta última convidou o Observatório para participar da apresentação do jogo à turma de estudantes de Nutrição da Unisinos Porto Alegre. A apresentação foi feita no dia 25 de junho e contou com as presenças da Coordenadora do Projeto e Profa. Dra. Marilene Maia; do Supervisor de Jogos Digitais Prof. Ms. João Ricardo Bittencourt; e do desenvolvedor e estudante de Jogos Digitais Thomas Bellaver.

Primeiramente a Profa. Marilene Maia apresentou o ObservaSinos, destacando seus objetivos e suas ações no Vale do Sinos. Após, o Prof. João Ricardo Bittencourt apresentou aos alunos o que são jogos digitais, uma introdução de como são desenvolvidos, os métodos e os pilares do processo, bem como os objetivos que se pretende alcançar utilizando jogos para o aprendizado e a educação das pessoas.

O acadêmico Thomas Bellaver apresentou o jogo Cida & Adão, que está sendo desenvolvido pelo ObservaSinos, o qual aborda os temas da alimentação e da nutrição e é destinado ao público pré-adolescente. Durante a apresentação foram debatidos assuntos técnicos importantes que estão presentes no jogo e foi aberta uma sessão para colaboração, com ideias e sugestões para o melhoramento do jogo e abordagem ao público-alvo.

Como resultado, foram obtidas importantes sugestões para tornar o jogo mais atrativo aos alunos pré-adolescentes, desde os alimentos presentes no jogo até a possibilidade de alteração dos inimigos. Também, através de uma via de mão dupla, foi importante para os alunos entenderem como é desenvolvido um jogo digital e sua importância nos dias de hoje a fim de melhorar os métodos e abordagens de ensino e aprendizado.

Importante referir o depoimento de uma aluna, que disse ter participado do XV Simpósio Alimento e Nutrição e valorizou a contribuição do Instituto Humanitas para a Universidade. Disse que o IHU precisa ser mais conhecido pelos alunos e, em especial, pelos acadêmicos de Porto Alegre.

Por Marilene Maia e Thomas Milton Bellaver

Para ler mais:

A parceria entre o Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, e a Diretoria de Vigilância socioassistencial da Secretaria de Desenvolvimento Social do município de Canoas, que tem como objetivo a sistematização do diagnóstico socioterritorial do município avançou com a realização conjunta do Seminário que ocorreu em 28 de julho no Centro Universitário La Salle.

O Seminário contou com a participação de trabalhadores, gestores e pesquisados das políticas públicas no município, que teve a assessoria da Assistente Social Dirce Koga, professora da Universidade Cruzeiro do Sul de São Paulo e assessora do Ministério de Desenvolvimento Social.

O evento teve como objetivo a apresentação dos indicadores coletados até o momento sobre a realidade de Canoas, como as características demográficas, saúde, educação, lazer, segurança, habitação, serviços de assistência social, economia, bem como as diretrizes para a segunda etapa, que consistirá no trabalho de campo, para Dirce Koga, que vai assessorar o andamento do projeto a partir da coleta e análise dos indicadores selecionados.

Imagem/Reprodução: Prefeitura de Canoas - Winny Padaratz

Na sua apresentação, a professora Dirce explicitou pontos importantes sobre como fazer um diagnóstico e seus objetivos. Segundo ela, o diagnóstico, quando realizado através de um processo participativo, é uma peça que pode ser construída não apenas por aqueles que têm conhecimento formal, mas também por quem tem o conhecimento da vida, ou seja, juntamente com as pessoas que vivem e trabalham no território.

Outro importante ponto contemplado pela professora foi sobre a Vigilância Socioassistencial, que consiste em um dos objetivos da Política Nacional de Assistência Social e também é uma função do Sistema Único de Assistência Social, sendo o diagnóstico fundamental para o fortalecimento da vigilância.

Por esses motivos, ainda nas palavras de Koga, é preciso ter clareza do lugar do diagnóstico, estabelecendo bem as questões de demanda e oferta da Assistência Social, relacionando-as com a questão da proteção, desproteção e territorialidade.

Como continuação do processo de construção, será realizada a seleção dos indicadores coletados para serem inseridos no diagnóstico e nortear a metodologia da pesquisa de campo e da busca ativa para a conclusão do projeto.

Imagem/Reprodução: Prefeitura de Canoas - Winny Padaratz

A construção do diagnóstico socioterritorial é uma parceria entre o ObservaSinos, o curso de Serviço Social da Unisinos, o Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, as secretarias municipais do Desenvolvimento Social, Segurança Pública e Cidadania, Saúde, Habitação, Educação, o Gabinete do Prefeito e o Instituto Canoas XXI.

Apresenta-se o desafio de envolvimento crescente da sociedade civil, através da rede socioassistencial do município, assim como das comunidades na sequência da sistematização do diagnóstico. Neste contexto o diagnóstico pode alcançar seu papel político e educativo de apreensão e análise da realidade pela população, assim como na indicação da afirmação e qualificação de políticas públicas para garantir a proteção social nos diferentes territórios.

O ObservaSinos pretende, a partir desta experiência, contribuir com a construção de uma metodologia de sistematização do diagnóstico, pautado na matriz da (des)proteção nos territórios e municípios, que poderá ser replicado junto aos demais municípios da região do Vale do Sinos.

Por Marilene Maia e Thaís da Rosa Alves

Para ler mais:

A realidade habitacional na RMPA

Quarta, 15 de Junho de 2016

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, acessou dados da Fundação João Pinheiro - FJP para analisar as realidades habitacionais contidas nos dados do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA.

A habitação se constitui em um espaço físico de direito à população, afirmada pela Lei n° 10.406/2002. No entanto, além disso, há o direito à moradia, que se expande para além do direito à habitação, visto que agrega outras potencialidades que uma moradia deve propiciar. Desse modo, os dados da realidade da habitação revelam direitos e políticas garantidos e, ao mesmo tempo, necessidades humanas e desigualdades sociais, econômicas e políticas, que têm relação direta com as realidades e políticas ambientais, de infraestrutura, de saúde, do trabalho, da assistência social, entre outras.

A Tabela 1 apresenta o déficit habitacional urbano para domicílios com rendimento de até 3 salários mínimos para RMPA. Em 2010, segundo a FJP, que utiliza os dados do Censo Demográfico do IBGE, o déficit habitacional no Rio Grande do Sul era de 170.531 domicílios. Somente na RMPA faltavam 73.706 moradias, representando 43,2% do déficit do RS. No Vale dos Sinos [1], esse número chega a 23.338 moradias, 31,7% da RMPA e 13,7% do estado. Além disso, a partir das informações abaixo, é possível identificar que os municípios com população acima de 200 mil habitantes aparecem nas primeiras posições do déficit absoluto urbano.

A FJP considera o déficit habitacional como a soma de quatro componentes: domicílios precários; coabitação familiar; ônus excessivo com aluguel urbano; e adensamento excessivo de domicílios alugados. Desse modo, o déficit está relacionado às deficiências do estoque de moradias e de condições habitacionais inadequadas. A FJP destaca que essa fórmula de cálculo é sequencial, pois a verificação do critério não está relacionada aos critérios anteriores. Assim, evita a dupla contagem de domicílios, exceto nos casos de coexistência de alguns critérios e uma ou mais famílias conviventes secundárias que desejam construir um novo domicílio.

Os domicílios precários incluem no seu cálculo dois subcomponentes: os domicílios rústicos e improvisados. Os domicílios rústicos são aqueles sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada. As condições de insalubridade desse tipo de domicílio podem trazer desconforto e risco de contaminação de doenças. Já os domicílios improvisados referem-se aos locais e imóveis sem fins residenciais e lugares que servem como moradia alternativa, o que indica a carência de novas unidades domiciliares. A coabitação familiar também é composta por outros dois subcomponentes: os cômodos e as famílias secundárias. Os cômodos são domicílios particulares compostos por um ou mais aposentos localizados em casa, cortiço e outros locais. Já o segundo subcomponente da coabitação familiar diz respeito às famílias secundárias que dividem a moradia com uma família principal e desejam constituir um novo domicílio. O ônus excessivo refere-se ao número de famílias com renda de até 3 salários mínimos que moram em casa ou apartamento e que destinam 30% ou mais da sua renda para aluguel urbano. O quarto e último componente do déficit habitacional urbano, o adensamento excessivo com aluguel, corresponde aos domicílios alugados com um número médio superior a três moradores por dormitório.

Conforme a Tabela 2, o item que mais contribui para o déficit habitacional urbano absoluto de até 3 salários mínimos na RMPA e no Vale dos Sinos é o ônus excessivo com aluguel, representando 55% e 60% dos municípios das regionalizações, respectivamente. Na RMPA, o menor percentual foi no município de Arroio dos Ratos, com 29%, e o maior foi em Glorinha, atingindo 100%. No Vale dos Sinos, o menor foi em Nova Santa Rita, com 34%, e o maior foi em Ivoti, com 86%.

Os domicílios precários são o segundo maior componente do déficit nos 34 municípios. Dentre estes, Nova Santa Rita, Santo Antônio da Patrulha, Arroio dos Ratos e São Jerônimo são os municípios mais afetados, alcançando um percentual acima de 50% apenas nesse componente. Os menores números na composição do déficit habitacional urbano são os da coabitação familiar, representando, em média, 12% do déficit dos municípios da RMPA e 10% no Vale dos Sinos. Os municípios que apresentaram maiores percentuais são Charqueadas (25%) e Viamão (24%). Por último, o adensamento excessivo de domicílios alugados representa 2%, em média, do déficit nos municípios, alcançando um percentual de 8% em Portão.

O Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV foi lançado em 2009 com a missão de reduzir o déficit habitacional no Brasil. Nos últimos seis anos, o PMCMV tem sido o principal instrumento do Governo Federal no que se refere à política de habitação voltada para população de baixa renda, atendendo famílias com renda de 0 a 10 salários mínimos, a partir do mecanismo de incentivo à produção, aquisição ou requalificação de moradias. Desse modo, a gestão do PMCMV foi dividida em dois subprogramas: o Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR e o Programa Nacional de Habitação Urbana – PNHU.

O PNHU divide as famílias em três faixas de renda, a partir dos benefícios que são distribuídos de maneira diferenciada. A faixa 1 é considerada prioritária, com renda até R$ 1.800,00. Para essas famílias, os subsídios podem atingir 90% do valor do imóvel desejado. Além disso, existe uma faixa intermediária, intitulada de faixa 1,5, para famílias com renda até R$ 2.350,00, a faixa 2, com renda entre R$ 2.351,00 e R$ 3.600,00, e a faixa 3, com renda acima de R$ 3.600,00 até R$ 6.500,00. Nas demais faixas, os incentivos acontecem na forma de facilitação de acesso a financiamentos, redução de taxas de juros e até mesmo a possibilidade do acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS. Entretanto, esses incentivos variam de acordo com cada faixa de rendimento.

No intuito de diminuir esse déficit, os recursos do MCMV foram divididos por meio de três modalidades: 1) Empresarial-Faixa 1; 2) Entidades; e 3) Oferta Pública de Recursos. A primeira modalidade teve 45.147 unidades habitacionais contratadas, 56% delas na RMPA. A Empresarial-Faixa é a modalidade na qual as empresas são responsáveis pelo projeto e pela construção dos empreendimentos. A modalidade Entidades é a segunda com o maior número de moradias contratadas, 9.170 em todo o RS, sendo 65% na RMPA. Nessa modalidade, cooperativas, associações comunitárias, sindicatos são responsáveis pela construção das moradias. A última modalidade, a Oferta Pública de Recursos é especialmente para os municípios com população abaixo de 50.000 mil habitantes; 5.561 habitações foram contratadas por essa terceira modalidade, sendo apenas 30 moradias contratadas na RMPA, todas elas no município de Rolante.

[1] Os municípios do Vale dos Sinos contemplados no texto são os dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul - COREDES. O COREDE do Vale dos Sinos é formado por 14 municípios: Araricá, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Esteio, Ivoti, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapiranga e Sapucaia do Sul.

Por João Conceição e Marilene Maia

Um a cada três postos de emprego formais de 2002 não existe mais em 2014 no setor calçadista do Vale do Sinos. O aumento do número de estabelecimentos não contribuiu com maior geração de emprego no período. A migração para o vizinho Vale do Paranhana e para o Nordeste do Brasil também contribui com a redução da representatividade relativa da indústria na região.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, base de dados vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS, para verificar as recentes alterações na indústria calçadista formal nos cenários nacional, estadual e regional, com ênfase na região do Vale do Sinos a partir do número de estabelecimentos e vínculos formais.

Conforme disponibilidade das informações, foram abordados os dados do período de 2002 a 2014 quanto ao subsetor da indústria de calçados a partir de metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Este subsetor tem representatividade histórica quanto à geração de postos de emprego e número de estabelecimentos formais.

A região do Vale do Sinos é composta por 14 municípios, os quais compõem a Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA. É notável que em alguns destes municípios a representatividade da indústria de calçados é baixa, apesar da região como um todo apresentar alta representatividade do subsetor, como será apresentado posteriormente.

No Vale do Sinos, especula-se que a indústria de calçados tem perdido participação. Dada uma possível queda da representatividade neste setor, buscou-se analisar se esta dita queda foi verificada a partir de dados públicos. Sendo esta indústria intensiva em mão de obra e de média baixa intensidade tecnológica, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a mesma aponta para uma geração de empregos intensa na região. No entanto, 86,86% dos trabalhadores do subsetor calçadista no Vale do Sinos, em 2014, recebiam até 03 salários mínimos, percentual superior se comparado aos outros setores industriais da região. Além disso, 96,50% trabalhavam de 41 a 44 horas semanais.

No Rio Grande do Sul, em 2014, havia não somente o maior número de vínculos, 32,92%, mas também o de estabelecimentos, 35,51%, na indústria de calçados em relação aos outros estados brasileiros. No estado, o Vale do Sinos se destaca, visto que 38,04% dos vínculos e 43,65% dos estabelecimentos estaduais se localizam na região. O mapa 01 apresenta os municípios do estado em que o número de estabelecimentos de calçados é expressivo.

Mapa 01 – Estabelecimentos formais do subsetor da indústria de calçados no Rio Grande do Sul em 2014



Fonte: Relação Anual de Informações Sociais - RAIS

Dos 14 municípios do Vale do Sinos, em 2 há mais de 316 estabelecimentos, em 4 há entre 57 e 316 estabelecimentos, em outros 4 entre 12 e 57 estabelecimentos e em apenas 4 há menos de 12 estabelecimentos, sendo Nova Santa Rita o único município que não possui nenhum estabelecimento formal da indústria de calçados.

Destaca-se que a região do Sinos pode ser subdividida em duas ao dividir-se os municípios que possuem ao menos 5% dos estabelecimentos no subsetor de calçados e aqueles que possuem percentual inferior a este. O mapa 02 ilustra esta subdivisão. Para fins facilitadores, denomina-se a região com presença maciça da indústria de calçados de Região Norte e aquela região em que há presença inferior a 5% do total de estabelecimentos de Região Sul.

Mapa 02 – Subdivisão da relevância do setor calçadista no Vale do Sinos em 2014

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais - RAIS

O mapa 03 apresenta o percentual dos estabelecimentos formais de calçados em cada município da região em 2014. Destaca-se que, dos municípios da Região Norte, Nova Hartz e Sapiranga possuem uma representatividade alta deste setor em seu território.

Mapa 03 – Percentual de estabelecimentos formais de calçados em cada município do Vale do Sinos em 2014

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais - RAIS

A tabela 04 apresenta o número de estabelecimentos formais da indústria de calçados no Vale do Sinos de 2002 a 2014 percentualmente em relação ao total de estabelecimentos. Em 2014, Nova Hartz manteve-se como o município com a maior participação deste setor no número de estabelecimentos, com 19,80%. Sabe-se que a maior parte dos estabelecimentos da região é de pequeno porte, visto que 78,64% possuem até 19 empregados.

Na maior parte dos anos anteriores, Nova Hartz também fora o município com o maior percentual de estabelecimentos da indústria de calçados na região. No período analisado, o auge percentual do número de estabelecimentos deste setor foi em 2006, no qual 28,12% dos estabelecimentos eram calçadistas no município, ou seja, a cada quatro estabelecimentos ao menos um era de calçados. Como um todo, de 2002 a 2014, o setor ganhou participação neste indicador, apesar de apresentar queda, quase contínua, de 2006 a 2014.

Sapiranga, município cuja participação do setor calçadista era a maior na região em 2002, registrou participação de 17,90% em 2014, com redução significativa se comparado a 2013, ano no qual o município havia registrado participação de 19,05%.

Os outros municípios da Região Norte, Araricá, Campo Bom, Dois Irmãos, Estância Velha, Ivoti e Novo Hamburgo, também apresentaram redução de participação do setor calçadista no número de estabelecimentos totais de 2002 a 2014.

Há ainda de se afirmar que, ao longo do período 2002 a 2014, houve aumento absoluto no número de estabelecimentos na região. Em 2002, havia 1.261 estabelecimentos na região frente a 1.568 em 2015.

Mesmo com o aumento de estabelecimentos, percentualmente, na região de 2002 a 2007, o número de vínculos formais não evoluiu no período. Pelo contrário, a geração de empregos formais neste subsetor manteve queda gradativa. A tabela 05 apresenta diminuição relativa da importância do setor calçadista em relação à geração de emprego no Vale do Sinos de 2002 a 2014.

Em 2002, o subsetor representava 19,73% dos postos de emprego formais da região. Doze anos depois, caiu para 10,24%, sendo muito devido à queda de representatividade na Região Norte, onde há a maior concentração de empregos desta indústria.

Nova Hartz também se mantém como o município onde a geração de empregos está mais atrelada ao setor calçadista dentre os 14 da região, com dois a cada três empregados neste subsetor. Em 2002, quase quatro de cada cinco empregados trabalhavam no setor de calçados.

Em Dois Irmãos e Sapiranga, onde mais da metade dos trabalhadores estavam no setor de calçados de 2002 a 2007, também houve redução da importância relativa do setor na geração de empregos.

No período de 2002 a 2014, nenhum dos 14 municípios observou aumento relativo da geração de empregos no setor de calçados, sendo em Portão uma das maiores reduções relativas. O município observou, em 2014, a geração de empregos relativa passar para um sexto do que representava em 2002.

Em 2016, o subsetor calçadista aumentou seus postos de emprego na região. Apenas em janeiro houve aumento de 767 postos, sendo o maior aumento percentual em Araricá. Ainda em 2015, já esboçava aumento de postos. Em fevereiro de 2015, houve aumento de 716 postos. Nos últimos 16 meses (janeiro de 2015 a abril de 2016) houve aumento de 76 postos frente à redução crescente em outros setores.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow

ObservaJogos lança Cida & Adão

Terça, 5 de Agosto de 2014

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Unindo diversão e aprendizado, o ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, lançou na semana passada um jogo de computador criado para promover a reflexão sobre a realidade alimentar e nutricional da população e está disponível para download.

Voltado para crianças e adolescentes, Cida & Adão faz com que o jogador controle um dos dois personagens a cuidar do seu apetite, procurando se alimentar quando for necessário para não exagerar. E se alimentá-los demais, é preciso lidar com as consequências.

Há também outros desafios, como os porcos comilões, que atrapalham o percurso com quebra-cabeças, e o chefe final, um porco capitalista. Após a conclusão, os personagens recebem o título de cidadão.

Com isso, o jogo proporciona uma forma diferente de aprender as potencialidades e limites dos processos de produção, de comercialização, do consumo e do desperdício de alimentos.

Ficou interessado? Confira o trailer:

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O Jogo Cida e Adão sobre alimento e nutrição foi testado por aqueles que passaram pelo stand do Instituto Humanitas Unisinos – IHU na 21ª Feira Internacional do Cooperativismo (FEICOOP) e 10ª Feira Latino Americana de Economia Solidária, realizada em Santa Maria em julho deste ano. Durante a Feira, o acadêmico de Jogos Digitais da Unisinos Thomas Bellaver interagiu com o público, orientando no jogo e explicitando a construção deste. Para a Equipe do ObservaSinos – IHU a participação no evento foi uma oportunidade valorosa para interagir com diferentes pessoas e ouvir as suas opiniões e sugestões sobre esta ação.

ObservaJogos: Cida e Adão

O jogo Cida e Adão é uma das ações do Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Saiba mais sobre as atividades promovidas por este programa do Instituto acessando a página do Observatório.

Por Átila Alexius

Para ler mais:


A Rede de Observatórios Sociais segue organizando o IV Seminário dos Observatórios que tematizará questões relativas aos observatórios e suas relações com os territórios e políticas públicas. No dia 04 de agosto foi realizada uma reunião da Rede na sede do Observatório da cidade de Porto Alegre - ObservaPoa.

A reunião teve o propósito de findar os preparativos do Seminário, que foi assumido como um dos compromissos conjuntos da Rede e será realizado nos dias 29 e 30 de setembro deste ano na Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos.

A conferência de abertura denominada “Observatórios, territórios e políticas públicas no contexto atual” será com a Profa. Dra. Dirce Koga, da Universidade Cruzeiro do Sul, de São Paulo. Koga é autora do livro “Medidas de Cidades - entre territórios de vida e territórios vividos”. O evento contará ainda com a presença da Profa. Dra. Paula Chies Schommer – Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, que será responsável pelo lançamento do “Dicionário para a formação de Gestão Social” durante o Seminário.

O IV Seminário é um espaço ideado para a promoção do debate sobre as metodologias de acesso, sistematização e publicização dos indicadores e bases de dados utilizados pelos Observatórios, assim como para avaliação, contribuições e limites dos Observatórios nas suas relações com os agentes implicados na construção e controle social das políticas públicas nos diferentes territórios.

O evento objetiva reunir acadêmicos, pesquisadores, gestores governamentais, da sociedade civil, conselheiros e agentes vinculados a Observatórios e nos processos de fortalecimento da transparência e democratização do Estado e da Sociedade.

Na programação está prevista a apresentação de trabalhos divididos em três eixos temáticos: Observatórios, Territórios e Políticas Públicas.  O prazo de envio de trabalhos é 25 de agosto, as orientações estão na página do evento no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Compõem a Rede de Observatórios Sociais:

Por Liz Carniel da Silva e Átila Alexius