Em um período de crise do emprego no Vale do Paranhana, provocado pelo fechamento da fábrica da Azaleia, o ObservaSinos retomou a aproximação com os dados sobre as áreas de maior empregabilidade no Vale do Rio dos Sinos, em vista de melhor analisar o impacto desta realidade na Região. Este interesse foi somado à perspectiva metodológica de análise do prof. Carlos Paiva, em Seminário realizado pelo Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos, que aponta a importância desta aproximação, como uma das aproximações indispensáveis para a caracterização do desenvolvimento.
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) os estabelecimentos de trabalho formal no COREDE Vale do Rio dos Sinos possuíam 372.381 trabalhadores ativos em 31 de dezembro de 2010. Representando 50,7% destes vínculos estão: em primeiro; o comércio varejista em segundo; as indústrias calçadistas, em terceiro; comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, em quarto; administração pública direta e autárquica e em quinto; serviço de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação.
O comércio varejista é o estabelecimento com o maior número de trabalhadores formais, com 56.065 trabalhadores. O Município de Canoas é responsável por 25% destes vínculos seguido de Novo Hamburgo com 23%. Ou seja, os dois Municípios concentravam 49% dos vínculos empregatícios do comércio varejista.
As indústrias calçadistas ficaram em segundo lugar, reunindo 47.027 vínculos empregatícios. Deste total, os municípios de Sapiranga e Novo Hamburgo representavam 26% e 25% respectivamente.
Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, aparecem em terceiro. Neste mesmo período possuía 32.697 vínculos empregatícios. Sendo, São Leopoldo o Município com maior participação empregatícia deste setor, responsável por 43%.
Em quarto, administração pública direta e autárquica possuía 28.487 vínculos em dezembro de 2010. Os três municípios com a maior população, Censo 2010, da Região do Sinos – Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo – representam 54% destes vínculos.
Serviço de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação aparecem em quinto com 24.699 vínculos trabalhistas, sendo Canoas o Município que representava 38% dos vínculos.
Evidentemente que estes dados revelam de forma parcial a realidade do trabalho formal na região, já que para maior precisão seria necessário, conforme indicação de Paiva, o desvelamento de todas as áreas dos estabelecimentos de emprego. A partir daí identificar os propósitos de cada atividade, reconhecendo, com isso, as áreas profissionais em crescimento, em estagnação e em avanço.
Perseguir a aproximação com este detalhamento da realidade a partir dos indicadores e dos deabates em torno de sua realidade é de uma exigência importantíssima. Eis aí a coerência entre o conteúdo e a forma da democracia. Eis uma exigência fundante para o curso, que poderá ser potencializada pelas experiências particulares e singulares.
Feliz Tempo de "democratização da democracia"!