De 2010 a 2014, 14,90% dos óbitos de adolescentes no Vale do Sinos decorreram de acidentes de transporte. Afogamento e submersões acidentais foram responsáveis por 6,21% dos óbitos ao longo do período, enquanto lesões autoprovocadas voluntariamente corresponderam a 3,45% e a leucemia a 3,17%.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM do Ministério da Saúde – MS para verificar a causa dos óbitos de adolescentes no Vale do Sinos de 2010 a 2014.
Para consulta foram utilizadas as faixas etárias de 10 a 19 anos, que correspondem, em parte, à dos adolescentes, conforme o estatuto da criança e do adolescente, que identifica os adolescentes entre 12 e 18 anos. Conforme dados de 2014, 68% dos adolescentes morrem por causas externas no Vale do Sinos.
A tabela 01 apresenta o número de óbitos da faixa etária adolescente, 10 a 19 anos, nos territórios do Vale do Sinos de 2010 a 2014. O número de óbitos de adolescentes no Vale do Sinos passou de 134 em 2010 para 158 em 2014, ou seja, 17,91% de aumento.
Em Novo Hamburgo ocorreram 12 óbitos em 2010. Em 2014, já se somavam 28. Aumento de 133%. Dos 14 municípios da região, houve aumento em 7 do número de óbitos ao longo do período.
Sapucaia do Sul obteve aumento de 100%, sendo 18 óbitos em 2014. Os outros municípios que obtiveram aumento foram Estância Velha, Nova Hartz, Portão, Sapiranga e São Leopoldo.
No município de Esteio, os óbitos passaram de 14 para 7 no período, sendo que os anos de 2011 e 2012 também apresentaram 7 óbitos, o número mais baixo no município nos últimos 5 anos. Em Ivoti e Nova Santa Rita, em 2010 ocorreram 2 óbitos frente a 1 em 2014 em cada município.
A tabela 02 apresenta o número de óbitos de adolescentes, 10 a 19 anos, por causa do óbito, nos anos de 2010 a 2014 no Vale do Sinos. Destaca-se que, ao longo desse período, 14,90% dos óbitos foram por acidentes de transporte.
De 2010 a 2014, o número de óbitos por acidentes de transporte diminuiu de 27 para 17, mas tem se apresentado muito volátil no período. O número de lesões autoprovocadas voluntariamente passou de 2 para 7 no período.
A faixa etária adolescente é vítima de diversas vulnerabilidades, sendo a faixa etária na qual há mais óbitos por causas externas. Sabe-se também que os óbitos masculinos são mais frequentes do que os femininos nesta faixa etária. No Rio Grande do Sul, em 2014, a cada 4 óbitos, 3 são de homens, sendo que quando se somam apenas os óbitos por causas externas, a cada 7 óbitos, quase 6 são do sexo masculino no estado.
Acesse a planilha em excel para obter os dados do número de óbitos da faixa etária adolescente, de 10 a 19 anos, nos territórios do Vale do Sinos pelas seguintes 7 causas de óbitos frequentes: acidentes de transporte, vírus da imunodeficiência humana (HIV), neoplasia maligna das meninges, do encéfalo e de outras partes do sistema nervoso central, leucemia, pneumonia, lesões autoprovocadas e afogamento e submersões.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow
Segundo Cybeli, entender a estrutura funcional da mídia é necessário para avançarmos na comunicação para cidadania.
Na terça-feira, dia 30-08-2016, ocorreu a Oficina – Linguagens de Comunicação para a Cidadania. O evento teve como ministrante a Profa. Dra. Cybeli Almeida Moraes, da Unisinos. O objetivo do encontro foi de aprofundar as lógicas e os processos da comunicação para a cidadania, a partir de uma reflexão analítica sobre os processos de comunicação.
Para Cybeli é preciso entender os processos de mídia. “Discutir como nossa mídia trabalha e como é que nós trabalhamos com mídia, pois também somos uma mídia”, apresentou a professora. Depois disso, a ministrante propôs a divisão de grupos para debater as formas, conteúdos e jeitos de fazer comunicação. A partir de uma metodologia chamada Design Thinking, a professora pediu que cada grupo pensasse sobre as mídias de fonte e sobre as mídias hegemônicas. “Mídia da fonte é alguém que até então era só fonte e agora passou a emitir”, explicou a professora.
Foto: Carolina Lima / IHU
Os grupos debateram e apresentaram suas sugestões. Foi solicitado que cada grupo pensasse o que gosta, o que não gosta, as possibilidades e as dificuldades dos veículos de comunicação. Dessa forma cada resposta tinha uma cor.
A partir das respostas e sugestões dos grupos, a ministrante apontou questionamentos e reflexões sobre o processo comunicacional. Por exemplo, refletiu sobre as coisas que incomodavam os participantes, questionando se os mesmos já não tinham refletido sobre aquele tipo de ação em meios de comunicação próprios, como postagens no Facebook. A grande sacada para pensar a comunicação para cidadania é conseguir visualizar esse processo”, explicou Cybeli. Dentro disso, questionou de que forma a apropriação desse processo midiático “tradicional” causando alterações poderia servir para o empoderamento social.
A professora Cybeli recomendou que os participantes assistissem ao documentário Mercado de Notícias, do Jorge Furtado, no intuito de entender a complexidade em torno da construção da notícia, apresentando que muitas vezes a falta de participação dos espaços se dá a partir de um não entendimento sobre o seu funcionamento. “Por que eu às vezes não participo de um processo? Porque eu não sei como ele funciona”, provocou Cybeli. Ainda sobre os processos da comunicação, a professora apresentou que devemos pensar nisso como uma relação.
A oficina foi promovida pelo Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e contou com a participação diversa do público. Alunos e alunas dos cursos de Biologia, Psicologia, Letras, Comunicação Digital, Jornalismo, Serviço Social, entre outros, estiveram presentes durante a tarde de terça-feira.
O material utilizado na oficina está disponível aqui.
Na sexta-feira, dia 26-08-2016, ocorreu o Seminário ObservaSinos: processos de formação e intervenção nas realidades do Vale do Sinos. O evento teve o intuito de apresentar o Instituto Humanitas Unisinos – IHU e o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, como instâncias promotoras da Informação e formação da comunidade acadêmica.
Estiveram presentes acadêmicos do Serviço Social, Comunicação Digital, Ciências Econômicas e outros fazendo a aproximação com os sites do IHU e do ObservaSinos, seus propósitos e conteúdos. Além disso, Daiani Michaelsen apresentou sua experiência de formação neste espaço, a partir da apresentação do seu Trabalho de conclusão de Curso, que deu vistas ao estágio obrigatório em Serviço social realizado neste campo.
Novo site IHU
Ricardo Machado, jornalista, apresentou os conteúdos, propósitos e resultados do novo sítio do IHU. Destacou a importância de “levar em conta, quando queremos nos comunicar, de tornar a comunicação o mais simples possível”, explicou o jornalista.
Para Marilene Maia, coordenadora do ObservaSinos e Assistente Social, as preocupações desse tempo não são apenas com os conteúdos que consumimos. “Nós como profissionais temos que estar antenados com as estratégias de comunicação da nossa ação”, salientou a professora, também dizendo que os espaços online são complexos, mas que são um desafio desse novo tempo.
Para Ricardo é preciso que se compreenda a linguagem da tecnologia. “O analfabeto do século 21 é o que não entende de códigos HTML”, apontou. O jornalista ainda apresentou iniciativas internacionais que estão na busca de empoderar a população mundial ensinando sobre HTML, a partir de um movimento político.
Ricardo também apresentou as premissas que norteiam o trabalho de comunicação do IHU. “A informação é um bem comum. Então todo conteúdo do site, sem exceção, é aberto, livre e gratuito”, afirmou. Também apresentou os eventos do Instituto, que em sua maioria são gratuitos e abertos ao público. “Isso seria importante de levar para as comunidades onde vocês trabalham. Isso é uma contrapartida que a universidade oferece às pessoas que não têm acesso a cursos e eventos que necessitam de investimento financeiro”, apontou.
Ainda a professora Marilene Maia apontou alguns desafios aos profissionais da área social sobre o acesso aos meios online. “Trabalhamos com pessoas que têm pouco acesso ao conhecimento e têm dificuldade de acessar os meios. Não têm acesso qualitativo e não têm as condições para acessar as ferramentas”, desabafou. Isso demonstra uma situação bastante complexa, ao mesmo tempo que a tecnologia avança, e grande parte da população não tem acesso a estes meios e/ou não dispõem de condições de análise para o seu uso de forma crítica e efetiva. Para Ricardo o desafio é fazer o afeto positivo. “No sentido de fazer as pessoas se afetarem com essas coisas que são importantes para elas”, apresentou.
Jonathan Camargo apresentou o sítio do ObservaSinos, enquanto Matheus Nienow apresentou dados sobre a realidade da Região do Vale do Sinos e do município de São Leopoldo. Conteúdo que subsidia a análise e o debate do Instituto Humanitas Unisinos – IHU a partir dos dados da região do Vale do Sinos.
Também a recém-formada Assistente Social Daiani Michaelsen apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social intitulado “Dados e indicadores sociais: a construção de novos caminhos para o trabalho do assistente social”. Daiani fez seu trabalho a partir da experiência de um ano de estágio junto ao ObservaSinos. “Consegui me encontrar, descobri que gostava de coisas que eu não sabia que gostava”, apontou.
Na sua apresentação, Daiani destacou trabalhos importantes do ObservaSinos, como a participação da construção do Diagnóstico Socioterritorial do município de Canoas e outras atividades.
O evento foi transmitido ao vivo e sua filmagem está disponível aqui.
1.915 postos de emprego formais reduzidos em julho de 2016. Esta redução resulta em um acumulado negativo no ano: 934 postos em 2016. Nos últimos 12 meses, já se somam 13.963 postos a menos. Em julho, o subsetor da construção civil apresentou a maior redução dentre os 25 subsetores: 744 postos.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho para verificar a movimentação no mercado formal de trabalho no mês de julho de 2016 no Vale do Sinos.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho do Vale do Sinos em julho de 2016. Apenas neste mês, foram reduzidos 1.915 postos de emprego.
Com este saldo negativo de julho de 2016, o acumulado do ano volta a ser negativo, com redução de 934 postos, tendo redução de 814 em Sapucaia do Sul e 806 em Canoas. No acumulado anual, metade dos municípios apresenta redução de postos frente à outra metade que apresenta aumento.
Em Campo Bom, o acumulado de 2016 chegou a 495 postos de emprego. Ainda assim, em julho de 2016, o saldo foi de -128.
No mês de julho de 2016 apenas 2 municípios registraram aumento de postos de emprego: Estância Velha e Nova Hartz. Em Estância, o subsetor da indústria de calçados teve aumento de 19 postos, a indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria obteve 14 novos postos e a indústria metalúrgica, 5.
A tabela 02 apresenta os 5 subsetores econômicos com maior redução e com maior aumento de postos de emprego formais em julho de 2016 no Vale do Sinos. Estes subsetores são definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
O subsetor do comércio atacadista registrou o maior saldo positivo, com aumento de 115 postos. Este aumento é pelo menos 6 vezes menor que a redução de 744 postos formais no subsetor da construção civil.
O subsetor do ensino reduziu 238 postos e o de transportes e comunicações, 228. Dos 25 subsetores econômicos, houve aumento de postos de emprego formais em 8. Em outros 17, houve redução.
No mês anterior, junho de 2016, houve aumento de postos de emprego na região: 59. O setor da construção civil havia apresentado aumento de 200 postos frente à redução de 744 em julho.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow
Desemprego, em julho de 2016, fica em 10,4% na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA e permanece estável em relação a junho (10,3%). O nível ocupacional apresentou redução: 0,4%. O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, compartilha a nota publicada pela Fundação de Economia e Estatística - FEE.
Eis o texto.
A estabilidade relativa na taxa de desemprego se registra pelo segundo mês consecutivo. As informações foram captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA) para o mês de julho (2016) e divulgadas nesta quarta, 31, pelo DIEESE, FEE e FGTAS. Os dados mostram redução do nível ocupacional, relativa estabilidade da taxa de desemprego total, redução do rendimento médio real para o total de ocupados e trabalhadores autônomos e aumento para os assalariados.
A taxa de desemprego total passou de 10,3% em junho para 10,4% da População Economicamente Ativa (PEA) em julho de 2016. Isso significa um número estimado de desempregados de 197 mil pessoas, 1 mil a mais em relação ao mês anterior. O nível ocupacional registrou queda de -0,4% ou menos 7 mil, superior à saída de pessoas do mercado de trabalho (menos 6 mil, ou -0,3%). Para a economista do DIEESE, Lúcia Garcia, Porto Alegre parece estabelecer um padrão, antes mesmo das demais regiões metropolitanas, de estagnação. Apesar de a crise dar alguns sinais de que os indicadores pararam de piorar, a manutenção dessa taxa de desemprego em um patamar alto e com relativa estabilidade, pode indicar uma condição de degradação do mercado de trabalho. “Estamos respirando porque chegamos ao fundo do poço? A estabilidade não é um conforto, não podemos estagnar no fundo do poço. Toda condição de degradação do mercado de trabalho se manifesta primeiro na taxa de desemprego aberto e, hoje, a gente tem 197 mil desempregados. O desemprego veio pra ficar e é um indicador síntese, a ponta do iceberg, que afeta a todos e a toda economia”, destaca.
Com relação aos setores da atividade, constatou-se redução na construção (menos 10 mil ocupados, ou -8,1%) e nos serviços (menos 10 mil ocupados, ou -1,0%) e aumento na indústria de transformação (mais 12 mil ocupados, ou 4,5%). O setor de comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas apresentou estabilidade.
De acordo com Lúcia Garcia, os números que indicam recuperação do emprego na indústria estão em sintonia com o contexto industrial que vem dando sinais de retomada, contudo, a economia com um todo não apresenta indicadores de reversão. “Na indústria brasileira, o setor que mais cresce é o de alimentos e bebidas, mas não é uma área com força para puxar todo o desempenho. Se olharmos para o cenário recessivo somado ao prenúncio de uma política fiscal austera, infelizmente devemos dizer que não temos boas notícias para os trabalhadores”, alerta.
Segundo a posição na ocupação, diminuiu o contingente de assalariados (menos 11 mil, ou -0,9%), em decorrência da redução no setor privado (menos 12 mil, ou -1,2%), que registrou redução do emprego sem carteira assinada (-10,9%) e relativa estabilidade com carteira assinada (-0,1%). O setor público pouco se alterou (mais 1 mil, ou 0,5%). Em relação aos demais contingentes, constatou-se elevação entre os trabalhadores autônomos (+1,7%) e empregados domésticos (+ 5,7%). As condições adversas do mercado de trabalho estariam devolvendo profissionais para o emprego doméstico? A economista da FEE, Iracema Castelo Branco, destaca que este é o quarto mês consecutivo em que se observa aumento do trabalho autônomo, o que indica um crescimento do emprego por conta própria, que possui menos benefícios e menor rendimento médio real quando comparado com o emprego formal. “É bastante nítido nos dados analisados que o vínculo que mais está se degradando é o com carteira assinada”, alerta.
Entre maio e junho de 2016, o rendimento médio real apresentou redução para o total de ocupados (-1,9%) e trabalhadores autônomos (-3,2%) e aumento para os assalariados (0,9%). Em termos monetários, esses rendimentos passaram a corresponder a R$ 1.963, R$ 1.704 e R$ 1.969 respectivamente. “Estamos diante de um novo patamar de desemprego e do desenho de um padrão de qualidade de vida mais precário, obrigando o trabalhador a aceitar uma situação mais adversa, com ganhos menores, mais intensidade de trabalho e menor proteção social. Isso não afeta só o trabalhador, mas repercute em toda dinâmica econômica”, analisa Lúcia Garcia.
Acesse a pesquisa completa aqui.
Edital para publicações foi aberto em abril de 2016 com o intuito de fortalecer a análise e o debate sobre a Região Metropolitana de Porto Alegre e o Vale do Rio dos Sinos.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, tem o propósito de oferecer dados e informações que subsidiem o debate e a análise. Para Matheus Nienow, membro da Equipe do ObservaSinos, o edital é uma oportunidade para ampliar a análise da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos. “Recebemos contribuições de acadêmicos e trabalhadores para que o debate seja estendido, para que mais olhares sejam comtemplados e a análise sobre as regiões se torne cada vez mais completa”, apontou.
Já é a segunda vez que o ObservaSinos abre edital para o recebimento de trabalhos. Em 2015, Julia Rolim, orientada pela professora Izabele Colusso, apresentou o “Diagnóstico e possibilidades da Ilha da Praia do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS”. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos, Julia apresentou artigo sobre seu Trabalho de Conclusão de Curso, onde apontou as características sobre a região da Ilha da Praia do Rio dos Sinos, no município de São Leopoldo. Segundo Julia, “a área tem como prioridade o carro, não possui nenhum tipo de acessibilidade, tem pouco comércio e algumas residências; além disso, há edificações de patrimônio histórico e cultural, mas seu potencial é pouco explorado”. Ainda, no artigo a acadêmica apontou propostas e sugestões para a suprir as necessidades verificadas por ela durante a pesquisa.
Segundo Matheus Nienow, a oportunidade de publicizar este tipo de pesquisa pode incentivar as mudanças. “O trabalho de Julia Rolim está público na página do ObservaSinos e no sítio do IHU. Poder ser acessado por qualquer pessoa. Este é um dos nossos princípios: disponibilizar informação de fácil acesso para incentivar o debate”, informou o acadêmico em Ciências Econômicas.
O prazo para envio de trabalhos foi prorrogado até dia 30 de setembro. O edital pode ser acessado através do link http://bit.ly/2c2kOWe. As publicações são feitas nas Notícias do Dia no sítio do IHU e na homepage do ObservaSinos. Para mais informações acesse: http://bit.ly/2bNcoQD.
Homem branco, de 40 a 59 anos, com ensino médio completo e casado: este é o perfil da maioria dos candidatos do Vale do Sinos nas eleições legislativas de 2016; 67,59% são do sexo masculino, sendo que a inserção de jovens fica em apenas 7,32% na região, mesmo esta faixa representando quase 24% do eleitorado.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Tribunal Superior Eleitoral – TSE para verificar o perfil dos candidatos a vereador, cargos do legislativo, nos 14 municípios do Vale do Sinos. Para tanto, foram utilizados todos os dados dos candidatos cadastrados em 2016.
A tabela 01 apresenta os candidatos a vereador por sexo, em 2016, nos municípios do Vale do Sinos. Dentre os candidatos, 67,59% são do sexo masculino frente a 32,41% do feminino. Estância Velha foi o município com o maior percentual de candidatas, com 35,42%.
Conforme o artigo 10 da Lei n° 9.504 de 1997, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo. Esta atualização da lei ocorreu em 2009 com a Lei n° 12.034.
Destaca-se que todos os municípios atenderam a lei, com no mínimo 30% de candidaturas de cada sexo. Ainda assim, em nenhum município o percentual de mulheres chegou a 36%. Sabe-se que em 2012, das 517 candidatas mulheres na região, apenas 14 foram eleitas, ou seja, 2,7%. No mesmo ano, dos 1.172 candidatos homens, 147 foram eleitos, ou seja, 12,5%.
A participação das mulheres na política de forma mais ativa tem sido discutida não só no campo municipal. Em 2014, apesar de alguns avanços, a participação das mulheres encolheu no país.
A tabela 02 apresenta os candidatos a vereador, por faixa etária, em 2016, nos municípios do Vale do Sinos; 61,62% dos candidatos possuem de 40 a 59 anos.
A inserção de jovens na política também é baixa, com apenas 130 dos 1.777 candidatos tendo se 18 a 29 anos, ou seja, 7,32%. No Rio Grande do Sul, quase 24% do total de eleitores tem até 29 anos.
Apenas 19 dos 1.777 candidatos possuem de 70 a 79 anos, e nenhum tem mais de 80. Dos 14 municípios da região, em 13 a maior parte dos candidatos tinha de 40 a 49 ou de 50 a 59 anos. Apenas em Ivoti a maior parte dos candidatos tinha de 30 a 39 anos, representando 33,33%.
A tabela 03 apresenta os candidatos a vereador, por escolaridade, nos municípios do Vale do Sinos. A maior parte, 34,83%, possui ensino médio completo.
A tabela 04 apresenta os candidatos a vereador, por partido político, no Vale do Sinos em 2016. Dos 30 partidos que apresentaram candidaturas ao legislativo, os do PDT, PMDB e PP foram os únicos a apresentar candidaturas em todos os municípios da região.
Se somados, os 5 partidos com o maior número de candidaturas contam com 52,34% do total de candidaturas na região. Só PMDB e PP juntos já somam 25%.
A tabela 05 apresenta os candidatos a vereador, por raça ou cor, nos municípios do Vale do Sinos, em 2016; 1.610 dos 1.777 candidatos declararam-se brancos, ou seja, 90,60%.
Em Dois Irmãos, todos os candidatos declararam-se brancos; em Ivoti, 31 dos 33 candidatos. Nesses municípios, conforme o último censo, 7,41% da população declarou-se negra.
A tabela 06 apresenta os candidatos a vereador, por estado civil, nos municípios do Vale do Sinos, em 2016. Dos 1.777 candidatos, 860 são casados e 635, solteiros. Juntas estas duas categorias somam 1.495 candidatos, ou seja, 84,13%.
Na última terça-feira, dia 23, a realidade de São Leopoldo foi objeto de análise de organizações e profissionais com atuação no município, com enfoque sobre o papel da “in-formação” e o acesso às bases de dados públicas.
Existe o entendimento de que a informação é poder, logo proporcionar a população o acesso à informação é capaz de gerar grandes mudanças. Para Paulo Mohnsam essa mudança não é de interesse das gestões públicas. “Assessorar e produzir conhecimento junto com a população não é interessante para os governos, porque mexe com as oligarquias e altera as relações de poder”, apontou.
O assunto foi abordado durante uma reunião entre trabalhadores, representantes de projetos sociais da Unisinos, lideranças políticas e o ObservaSinos, na terça-feira, dia 23-08-2016. O encontro teve o propósito de reunir dados sobre a realidade do município de São Leopoldo, como também fazer o cruzamento dessas realidades com o Diagnóstico Socioterritorial do município. O Diagnóstico teve como responsável técnico Paulo Mohnsam, graduado em sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e também sociólogo da Prefeitura Municipal de São Leopoldo.
Foto: Carolina Lima
Aproximação com a realidade de São Leopoldo
São Leopoldo é um dos 14 municípios que compõem a Região do Vale do Rio dos Sinos. Na região, a cidade capilé é uma das mais populosas, atrás apenas de Canoas e Novo Hamburgo. Segundo o IBGE, o município representa 2,07% da população do estado do Rio Grande do Sul, 5,3% da população da Região Metropolitana de Porto Alegre e 16,45% da população da Região do Vale do Sinos.
Além disso, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 38,49% do eleitorado do município não possui ensino fundamental completo, enquanto o índice da Região do Vale do Sinos é de 35,4%. Em relação aos dados de saúde e segurança, 79,41% dos óbitos de adolescentes em São Leopoldo foram por causas externas; no contraste, o Vale do Sinos apresenta um indicador de 68%, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade –SIM. No âmbito das doenças, em 2014 São Leopoldo apresentou um óbito por HIV a cada nove dias. Já sobre a situação do trabalho, a cidade teve 2.973 postos de empregos formais reduzidos no último ano, pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. Desses, 255 postos eram ocupados por jovens de 15 a 29 anos.
Desafios do acesso à informação
Esses e outros indicadores foram debatidos durante a reunião da terça-feira, com o intuito de aproximar as realidades sobre São Leopoldo. A iniciativa foi do Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, a partir dos princípios de disponibilizar e publicizar dados que subsidiem o debate. Para Marilene Maia, coordenadora do observatório, a busca é que os dados sejam colhidos de plataformas abertas. “Temos como conceito o princípio de acessar bases de dados públicas que todos e todas tenham acesso, na busca de fortalecer a ideia que os dados sejam cada vez mais visíveis e fáceis de serem acessados pela população”, apontou.
Para Suzana Marino, do Centro de Cidadania e Ação Social – CCIAS, os dados são interessantes, pois apontam caminhos. “Os indicadores servem para embasar nossas políticas em cima de prioridades, servem para pensarmos estratégias”, afirmou. Ela ainda enfatizou que os dados têm o papel de provocar a sociedade civil sobre a realidade. Na mesma linha, Paulo Mohnsam destacou a importância dos dados para pensar a política de planejamento. “Quando não se tem informação, não se planeja. Sem planejamento, não temos nenhum lugar comum para se chegar”, destacou.
Para Tiago Silveira, fisioterapeuta e servidor público da área da saúde, não é apenas a falta de informação que impede avanços. “Na minha atuação na saúde, eu vejo o quanto não se prepara a sociedade para receber a informação, para a população não ficar dependente da gestão pública”, refletiu. Para Rodrigo Castilhos, do Fórum Municipal da Criança e do Adolescente de São Leopoldo, debater sobre os desafios da assistência social é essencial. “Nas minhas experiências com Assistência Social, a demanda sempre foi por atendimento. Assessoria, formação, controle social, não conseguíamos dar conta de fazer”, desabafou.
A partir dos desafios encontrados durante o debate, os participantes encaminharam um Seminário sobre dados de São Leopoldo para o dia 4 de outubro, no intuito de reunir informações sobre organizações e entidades que favoreçam o acesso aos dados, assessoramento, formação e controle social. “Vamos fazer um chamamento aberto para reunir quem faz assessoria, quem tem dados e quem está interessado no fortalecimento das políticas públicas”, apresentou Marilene Maia.
Também estiveram presentes no encontro Tatiana Lima, do Projeto Cidadania.com, e Matheus Nienow, acadêmico de Ciências Econômicas e membro da Equipe do ObservaSinos.
Por: Carolina Lima e Marilene Maia
O I Ciclo de Estudos: Saúde e Segurança no trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos – 2ª edição reuniu trabalhadores da região para debater esta e outras realidades do ambiente de serviço, na segunda-feira, dia 08-08-2016.
17 trabalhadores sofrem acidentes no ambiente de trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos a cada 24 horas. Os dados foram retirados do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul – TRT/RS e sistematizados pelo ObservaSinos. Apesar de alarmantes, o cenário do mundo do trabalho hoje é atravessado pelo processo de crise econômica. “Nessa crise, se um se machucar, é só o afastar, abrir a vaga e já tem outros querendo trabalhar. Então, em vez de arrumar as máquinas, eles preferem botar outros no lugar para se machucarem também”, esse foi o depoimento de Adão Silveira, trabalhador da região do Vale do Sinos.
Adão Silveira participou do debate que aconteceu durante o I Ciclo de Estudos: Saúde e segurança no trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos – 2ª edição, na segunda-feira, dia 08-08-2016. O evento foi uma parceria entre Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CNM, Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Centro de Referência da Saúde do Trabalhador da Região do Vale do Rio dos Sinos e Canoas – CEREST.
A primeira etapa do I Ciclo de Estudos: Saúde e segurança no trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos – 2ª edição teve início na segunda-feira, dia 08-08-2016. O principal objetivo do evento foi de fazer aproximação com a importância da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. O Ciclo priorizou a participação dos trabalhadores que participam das comissões nas empresas. Os “cipeiros”, além de serem os trabalhadores responsáveis pela prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, também têm compromisso com a construção do Mapa de Risco.
Para a professora Marilene Maia, coordenadora do ObservaSinos, o papel da CIPA é fundamental. “Apenas as empresas com mais de 20 funcionários são obrigadas por lei a ter CIPA. No Vale do Sinos, apenas 8,65% das empresas têm que cumprir esse regimento. Nesse contexto, ter CIPA na empresa é um privilégio”, atentou a professora. Dentro disso, o Ciclo se propôs a construir um Mapa de Saúde em contraponto ao Mapa de Risco, na perspectiva de prevenção. A partir disso, a professora Marilene Maia ainda traz uma reflexão sobre o papel dos “cipeiros”. “Nos colocamos como trabalhadores corresponsáveis por outros trabalhadores”, refletiu.
Na segunda-feira, dia 08-08-2016, o Ciclo ainda contou com atividades ao longo de todo o dia. Na parte da manhã, aconteceram exposições do ObservaSinos, que apresentou dados sobre a realidade dos trabalhadores na Região do Vale do Rio dos Sinos. Um dos dados apontados foi o de que 17 trabalhadores sofrem acidentes na Região do Vale dos Sinos por dia. O Ministério do Trabalho também esteve presente representado pelo auditor fiscal Rafael Araújo, que apresentou a estrutura do Ministério e apontou características sobre a fiscalização do trabalho na região. Em seguida Cleber Brandão fez uma exposição sobre o CEREST, sensibilizando os trabalhadores para os riscos expostos no ambiente de trabalho.
Na parte da tarde, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CNM fez uma exposição levantando a importância da CIPA e a importância de saber utilizar dessa ferramenta, também destacando a relevância de os trabalhadores estarem organizados e capacitados para intervir na realidade das empresas. Além disso, o enfermeiro Cleber Brandão fez a exposição do texto “Saúde e Segurança no Trabalho: Protagonismo dos trabalhadores na construção de Mapas de Saúde a partir do modelo de Mapas de Riscos” para em seguida os cipeiros se dividirem em grupos para desenharem os Mapas de Saúde das empresas e cidades onde estão inseridos.
Para Rafael Araújo, o encontro tem um papel significativo. “É importante estarmos aqui pensando, pois pensando despertamos a consciência. Despertando a consciência, conseguimos mudar e assim melhorar a nossa condição de vida”, apontou o auditor fiscal. Já a professora Marilene Maia realçou sobre o conhecimento transdisciplinar. “Importante termos o olhar ampliado e complexo da vida. Quanto mais sabemos, acabamos tendo mais condições de intervir na realidade”, afirmou.
A programação do Ciclo continua. Entre agosto e setembro os participantes vão construir os Mapas de Saúde. Dia 15-09-2016 ocorre novo encontro com os alunos para assistirem à palestra “O mundo do trabalho, os modos de vida dos trabalhadores e a saúde”, ministrada pela professora Cleide Fátima Moretto.
O primeiro dia de atividades do I Ciclo de Estudos: Saúde e Segurança no trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos – 2ª edição foi gravado e está disponível no canal do IHU no YouTube.
Nos primeiros 6 meses do ano, já se acumula redução de 13.845 postos no Rio Grande do Sul. Destes, 9.727 ocorreram na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA, o que representa 70,26%. Na região, os setores do comércio e serviços apresentaram as maiores reduções no ano. No estado, 10.508 dos postos reduzidos ocorreram no setor do comércio; 75,90%.
O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica, abaixo, a “Carta do Mercado de Trabalho”, elaborada pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, tendo como referência os dados do mês de junho de 2016
Eis a carta.
A carta do mercado de trabalho produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas apresenta os dados do mês de junho de 2016 divulgados no dia 27 julho de 2016, do mercado de trabalho formal no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas, e tem como fonte os registros administrativos do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os setores econômicos são aqueles definidos pelo IBGE. O conceito de admitidos engloba o início de vínculo empregatício por motivo de primeiro emprego, reemprego, início de contrato por prazo determinado, reintegração ou transferência. A noção de desligados indica o fim do vínculo empregatício por motivo de dispensa com justa causa, dispensa sem justa causa, dispensa espontânea, fim de contrato por prazo determinado, término de contrato, aposentadoria, morte, ou transferência. A diferença entre os admitidos e desligados é o saldo, que sendo positivo indica a criação de novos postos de trabalho e quando negativo indica a extinção de postos de trabalho. Estas definições e conceitos são definidos pelo MTE e são aplicadas as tabelas 01, 02, 03 e 04.
Verifica-se na tabela 01 que o mercado de trabalho formal brasileiro registrou, entre admissões e demissões, saldo negativo no mês de junho de 2016, com 91.032 postos de trabalho com carteira assinada, o que representa uma queda de 0,23% sobre o estoque de empregos do mês anterior. O setor da Agropecuária (38.630) foi o setor que mais abriu postos de trabalho, enquanto o setor de Serviços (42.678) foi o que mais fechou postos de trabalho. No ano foram fechados 531.765 postos de trabalho com carteira assinada.
Observa-se na tabela 02 que o mercado de trabalho formal rio-grandense no mês de junho de 2016 registrou saldo negativo, resultado entre as admissões e demissões, de 13.845 postos de trabalho, o que representa uma queda de 0,40% sobre o estoque de empregos do mês anterior. O setor da Administração Pública (58) foi o único que abriu postos de trabalho, e a Indústria de Transformação (3.698) foi o setor que mais fechou vagas no mercado formal de trabalho. No estado, este ano, foram fechadas 13.845 vagas com carteira assinada.
Percebe-se na tabela 03 que o mercado de trabalho formal na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no mês de junho de 2016 apresentou um decréscimo de 2.476 postos de trabalho com carteira assinada, uma redução de 0,22% sobre o estoque de empregos do mês anterior. O setor da Agropecuária (74) foi o que mais ampliou os postos de trabalho, ao mesmo tempo que o setor de Serviços (1.192) no mês foi o setor que mais fechou postos de trabalho com carteira assinada. No ano foram fechadas 9.727 vagas de trabalho com carteira assinada.
Nota-se na tabela 04 que o mercado de trabalho formal no município de Canoas registrou saldo líquido positivo, entre admissões e demissões, no mês de junho de 2016, com a ampliação de 127 postos de trabalho com carteira assinada. O setor da Construção Civil (216) foi o que mais abriu postos de trabalho e o de Serviços (39) foi o que mais fechou vagas. No ano o município ampliou 126 vagas de trabalho com carteira assinada.