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Qual é a renda e o patrimônio da população brasileira? Esta resposta pode ser desvelada a partir dos dados da Receita Federal do Brasil. Observa-se, no entanto, que estas informações são bastante limitadas, especialmente em relação aos estados. Dessa forma, as análises sobre eles são mais restritas, é possível apenas observar as médias das declarações e algumas proporções.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os novos dados disponibilizados pela Receita Federal do Brasil para explicitar a renda e o patrimônio dos declarantes do imposto de renda de pessoas físicas do Vale do Sinos no ano de 2014.

Com esses dados, os municípios podem ser comparados entre si, assim como com o estado e com o Brasil. No intuito de clarificar o que é possível, essa análise descreverá os dados existentes para o Rio Grande do Sul e para os cinco municípios mais populosos do Vale do Sinos.

Sabe-se que quem recebeu mais de R$ 1.787,77 mensais declarou imposto de renda e que aqueles que possuem patrimônio acima de R$ 300.000,00 também foram obrigados a notificar o fisco no ano de 2014. Nesse mesmo ano, 27,6 milhões de pessoas declararam imposto de renda no Brasil. Esse contingente representava 13,65% da população brasileira total.

Em 2014, 1.949.804 indivíduos residentes no Rio Grande do Sul, 17,40% da população, declararam rendimentos à Receita Federal do Brasil. Os rendimentos totais foram de R$ 160,82 bilhões e o imposto devido total foi de R$ 7,90 bilhões, o que configura um pagamento médio de 4,90% da renda total e um rendimento médio de R$ 82.480,09. O patrimônio declarado total foi de R$ 457,47 bilhões e as dívidas e ônus somaram R$ 36,97 bilhões, a média entre os declarantes é de R$ 234.623,58 de patrimônio médio e uma dívida média de R$ 18.960,88.

Além destes dados para o Rio Grande do Sul, em setembro de 2016, a Receita Federal do Brasil liberou os dados por municípios brasileiros. Abaixo estão os dados dos cinco municípios mais populosos do Vale do Sinos.

Conforme exposto na tabela 1, no Vale do Sinos, 245.970 pessoas ou 17,97% da população da região declararam imposto de renda. Os rendimentos totais dos declarantes foram de R$ 17,88 bilhões e o imposto devido total foi de R$ 781,26 bilhões. Assim, o pagamento médio foi de 4,90% da renda total e um rendimento médio de R$ 72.700,35. O patrimônio total dos declarantes foi de R$ 45,85 bilhões e as dívidas e ônus somaram R$ 3,82 bilhões, a média entre os declarantes é de R$ 186.414,13 de patrimônio médio e uma dívida média de R$ 15.552,88 Esses dados estão sistematizados para os 14 municípios da região na tabela 2.

Em Canoas, 71.619 indivíduos (20,51% do total) declararam ter recebido R$ 5,15 bilhões; um rendimento médio de R$ 71.846, um patrimônio médio de R$ 158.793,90 e uma dívida média de R$ 13.940,34. O imposto devido foi de 5,12% das receitas totais. Já os rendimentos isentos foram 24,02% do total.

No município de Novo Hamburgo, 45.300 (18,56% da população) declararam ao fisco ter recebido R$ 3,96 bilhões, ou seja, um rendimento médio de R$ 87.446,07. O patrimônio médio declarado foi de R$ 282.148,34 e uma dívida média de R$ 22.031,61. O imposto devido foi de 4,10% das receitas totais. As receitas isentas de imposto de renda somaram 40,00% do total.

O município de São Leopoldo teve 41.837 pessoas (18,57% da população) que declararam rendimentos de R$ 4,50 bilhões, o que significa uma média de R$ 78.992,56. O patrimônio médio é de R$ 172.956,96 e a dívida média é de R$ 72.387,81. O imposto devido foi de 5,11% das receitas totais. Já os rendimentos isentos foram de 27,11% do total.

Em Sapucaia do Sul, 21.757 indivíduos (15,51% da população) declararam à receita ter recebido R$ 3,03 bilhões em 2014. O que representa um rendimento médio de R$ 72.387,81. Além de um patrimônio médio de R$ 172.956,96 e uma dívida média de R$ 14.689,70. O imposto devido foi de 3,71% das receitas totais. Os rendimentos isentos dos residentes em Sapucaia do Sul foram de 34,00% dos rendimentos totais.

Finalizando a descrição dos dados disponíveis nos cinco municípios mais populosos do Vale dos Sinos, Esteio teve 16.903 declarantes (19,64% da população) de R$ 1,15 bilhões em rendimentos. Uma média de R$ 68.162,22. O patrimônio médio foi de R$ 155.815,36 e a dívida média foi de R$ 12.441,09. O imposto devido foi de 4,62% das receitas totais. Já os rendimentos isentos foram de 24,26% da renda total.





 


 


 

A taxa de desemprego passou para 10,7% em agosto em relação a 10,4% um mês anterior. O nível de ocupados também reduziu-se no período de julho a agosto de 2016.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, compartilha a nota publicada pela Fundação de Economia e Estatística – FEE sobre os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED do mês de agosto de 2016 na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA.

Eis o texto.

O desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) teve leve aumento entre julho e agosto, passando de 10,4% para 10,7% da População Economicamente Ativa (PEA). É o que indicam os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego divulgados nesta quarta-feira (28), por FEE, FGTAS e DIEESE.

É a primeira vez, desde 2009, que a RMPA supera o número de 200 mil desempregados. Em agosto, foram 204 mil pessoas desempregadas, 7 mil a mais do que no mês anterior. Esse resultado deveu-se à redução de 3 mil ocupados e ao ingresso de 4 mil pessoas no mercado de trabalho. Ou seja, segue a redução da oferta de vagas e houve aumento do número de pessoas procurando emprego. A economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística da FEE, avalia esse resultado, no panorama da situação do mercado de trabalho dos últimos meses. “Há vários meses estávamos divulgando uma relativa estabilidade na taxa de desemprego, embora o número de ocupados viesse reduzindo. A mudança que se tem em agosto é um aumento da PEA, ou seja, das pessoas que ingressaram no mercado de trabalho procurando uma ocupação, o que pressionou para esse leve aumento na taxa de desemprego”, pondera.

Em relação aos principais setores de atividade econômica, os dados indicam um aspecto positivo, que foi o aumento de ocupados na indústria de transformação (mais 19 mil) e na construção (mais 6 mil). “Em 2015 e boa parte de 2016, a indústria estava em redução, pois foi um setor bastante afetado pela crise. Comparando agosto de 2016 com agosto de 2015, vemos aumento da indústria, algo que não se via há bastante tempo. Esses dados corroboram com as divulgações da FEE sobre as exportações gaúchas, que demonstram aumento nas exportações do setor, principalmente de calçados”, aponta Iracema.

No entanto, houve redução de ocupados nos serviços (menos 28 mil) e no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 2 mil). Iracema analisa que esses setores, especialmente o comércio, dependem muito do rendimento médio da massa salarial, que vem se mantendo numa trajetória de redução. “O rendimento médio vem caindo e também se reduzindo o número de pessoas ocupadas, o que faz com que a renda que circule na economia seja cada vez menor. Esse movimento, atrelado a taxas de juros elevadas, dificulta uma reação mais significativa do comércio e dos serviços”.

Além do agravamento do desemprego, outro fator que indica a precarização do mercado de trabalho é o aumento de contingente de autônomos, ao mesmo tempo em que o rendimento médio vem diminuindo. “Isso reflete uma migração dos trabalhos de melhor qualidade, de carteira assinada, para uma ocupação de autônomo. Com a redução dos postos de trabalho, a pessoa não consegue voltar ao mercado e busca uma alternativa de sobrevivência trabalhando por conta própria. Porém, a renda dos autônomos está em queda. Isso nos leva à uma precarização do mercado de trabalho, com um crescimento de ocupações de menor qualidade, o que está relacionado à própria atividade econômica em recessão”, destaca Iracema.

Mesmo assim, a RMPA segue com a menor taxa de desemprego entre as Regiões Metropolitanas analisadas, que são do Distrito Federal, de Fortaleza, de Salvador e de São Paulo. Confira os dados completos e a apresentação dos destaques.

A população jovem diminuiu percentualmente na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA, enquanto a população jovem no mercado de trabalho também reduziu-se.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, compartilha a nota publicada pela Fundação de Economia e Estatística – FEE, que tematiza os jovens no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA.

Eis a nota.

Este Informe Especial tem o objetivo de caracterizar a situação dos jovens no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), com ênfase em indicadores relativos ao ano de 2015. Como se sabe, trata-se de uma conjuntura adversa, pois a economia do País passou, naquele ano, por uma severa contração. Nesse sentido, como a crise econômica afetou os jovens da RMPA em termos de níveis de emprego, desemprego e rendimentos? Este Informe Especial, com base nos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA), pretende contribuir para o conhecimento do comportamento dos principais indicadores relativos à população jovem no mercado de trabalho da Região.

É interessante perceber, todavia, que a situação presente dos jovens no mercado de trabalho não é influenciada somente por fatores estritamente conjunturais. Assim, elementos estruturais, como, por exemplo, a dinâmica de crescimento da população juvenil, o processo de transição da escola para o trabalho e os níveis de escolarização, também incidem em suas perspectivas laborais. Dessa forma, faz-se necessário incorporar à análise aspectos demográficos, institucionais e socioeconômicos, não conjunturais, mas que interferem nas condições de inserção dos jovens no mercado de trabalho regional. Este Informe Especial procura também, de forma sucinta, tratar desses aspectos estruturais.

Assinalando algumas referências a esse respeito, a população jovem na RMPA cresceu até o ano de 2004, para, posteriormente, entrar em uma trajetória de descenso. Isso, por si só, atenuou a pressão por ela exercida sobre o mercado de trabalho. Aumentou, ao longo dos anos 2000, a proporção de jovens que somente estuda, sinalizando a existência de um processo de adiamento do ingresso em atividades laborais. Essa mudança, pelo menos até 2013, foi correlata ao movimento de estruturação do mercado de trabalho regional, que se deu por meio da geração de empregos com registros formais, da redução do desemprego e da melhora dos rendimentos. Houve, concomitantemente, um avanço considerável dos níveis de escolaridade dos jovens, ainda que, nesse caso, este já viesse ocorrendo desde os anos 90.

Tendo por base o objetivo acima estabelecido, este Informe Especial contempla aspectos relativos à evolução da população jovem na RMPA, no período 2000-15, à transição da escola para o trabalho, bem como da ocupação, dos rendimentos e do desemprego desse segmento populacional, com ênfase em 2015, devido à relevância do impacto da crise econômica sobre o mercado de trabalho regional.

Acesse a nota completa aqui.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica, abaixo, nota sobre a pesquisa eleitoral realizada no município de São Leopoldo, elaborada pelo Observatório Juvenil do Vale.

Eis a nota.

Pesquisa eleitoral para a Prefeitura de São Leopoldo realizada pela Glocal Consultoria, Assessoria & Projetos Sociais (Registrada no Tribunal Superior Eleitoral – TSE- em 21/09/2016, sob o N° de Identificação RS-08859/2016) entre os dias 16 e 21 de setembro de 2016 é publicada no dia de hoje, 27 de setembro de 2016. Foram entrevistadas 500 pessoas, considerando as variáveis Sexo, Idade, Escolaridade e Local de residência (bairro), com um nível de confiança de 95% e margem de erro de 4,0 pontos porcentuais para mais ou para menos. Os 500 entrevistados foram divididos de maneira proporcional entre os dez bairros mais populosos de São Leopoldo; sendo pela ordem de maior população a menor: Feitoria, Santos Dumont, Arroio da Manteiga, Scharlau, Campina, Vicentina, Centro, Duque de Caxias, Santa Teresa, São Miguel.

A pesquisa realizava duas perguntas:

1) Se as eleições municipais fossem hoje, em quem você votaria para Prefeito?

2) Se as eleições municipais fossem hoje, em quem você não votaria para Prefeito?

O objetivo da pesquisa era obter uma amostra significativa sobre o grau de adesão do eleitorado aos diferentes candidatos, bem como a eventual rejeição aos mesmos.

Processada as informações sobre o nível de adesão e rejeição dos candidatos, os resultados obtidos são:

O candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Ary Vanazzi se encontra em primeiro lugar, com 23,1% de intenções de voto. Seguido de perto, o candidato pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Professor Nado, obteve o 19,8% de intenções de voto. Em terceiro lugar, o candidato pelo Partido Progressista (PP), Chico, obteve o 11,8% de intenções, enquanto logo após o candidato pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Dr. Moacir, obteve o 10,6% de intenções de votos. Com uma expressão menor, continua o candidato pelo Partido Social Democrático (PSD), Carlos Szulczewski, obtendo 4% de intenções, para logo após situar-se o candidato pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Professor Célio, com 1% de intenções de votos. No entanto, os dados registrados acerca de entrevistados que escolheram a opção “Indecisos/Brancos/Nulos” obteve um significativo número, atingindo os 29,7%.

No gráfico também é possível perceber como os dois candidatos que obtiveram maior rejeição são, em primeiro lugar, o Dr. Moacir (PSDB), com 43,6%, seguido pelo candidato Ary Vanazzi (PT), com 39,40%. Em terceiro lugar, o candidato Chico (PP), obteve o 18,5% de rejeição por parte dos entrevistados, e em quarto lugar o candidato Carlos Szulczewski (PSD) com 13%. No final da lista, encontram-se os candidatos que, em definitivo, menos foram citados na avaliação sobre rejeição: o Professor Nado (PDT) com 7,8%, e finalmente o Professor Célio (PSOL), com 6%.

Admitindo que o comportamento eleitoral daquele 29,7% de eleitores que se apresentam “Indecisos” a quem votar, ou votaria em “branco” ou anularia seu voto, pudesse tomar uma decisão diferente no dia da eleição, certamente os candidatos menos rejeitados poderiam ser os que, maiormente, capitalizariam esse caudal de votos.

Alguns candidatos, possivelmente, tenham alcançado seu teto máximo de adesão eleitoral, enquanto alguns, principalmente entre os que tem menos rejeição, ainda teriam possibilidades concretas de aumentar a sua adesão. Resta aguardar até o dia 2 de outubro. Boa eleição para todos os leopoldenses!

A redução de postos de emprego formais na região do Vale do Sinos manteve-se em agosto de 2016, mas a intensidade da redução tem caído nos últimos meses. No acumulado de 2016, a redução na região chega a 1.071 postos, enquanto nos últimos 12 meses a redução é de 11.930 postos, aproximadamente 11 vezes maior.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Emprego para acessar a movimentação no mercado formal de trabalho no Vale do Sinos em agosto de 2016.

A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho em agosto de 2016 nos territórios do Vale do Sinos. Destaca-se a estabilidade, com redução de apenas 137 postos de emprego formais em agosto na região. Ainda assim, a redução nos últimos 12 meses já chega a 11.930 postos.

O município de Estância Velha contribuiu para que o saldo em agosto de 2016 não fosse tão negativo, uma vez que houve aumento no município de 211 postos de emprego formais.

Em comparação a agosto de 2015, em 2016 a redução de postos de emprego foi bem menor na região e na maioria dos municípios. Em Nova Santa Rita, houve aumento de 14 postos em agosto de 2015 e 90 em agosto de 2016. O município também registra saldo positivo no acumulado do ano, com criação de 180 postos e também nos últimos 12 meses com aumento em 138 postos formais.

Apenas Nova Santa Rita apresenta aumento de postos nos últimos 12 meses. Em São Leopoldo, a redução já chega a 2.295 postos, tendo o município saldos negativos também no acumulado de 2016 e nos meses de agosto de 2015 e de 2016.

A tabela 02 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho em agosto de 2016 no Vale do Sinos por setores econômicos. Em agosto, o setor com a maior redução de postos foi o do comércio, com -246.

Nos últimos 12 meses, o comércio já registra redução de 1.726 postos, bem menor que a redução na indústria de transformação, que já alcança os 6.490 postos nos últimos 12 meses.

O setor de serviços apresenta redução de 2.190 postos nos últimos 12 meses e também registra acumulado positivo em 2016, com criação de 130 postos formais.

A construção civil mantém o ritmo de redução de postos de emprego, com nova redução em agosto de 2016, -121 postos. No acumulado do ano, já se registra queda de 833 postos.

O mercado formal de trabalho pontua para redução de postos de emprego, apesar da intensidade de tal redução ter diminuído no decorrer dos últimos 12 meses. A taxa de desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA também têm aumentado ao longo dos últimos meses, ainda que em menor intensidade. Em julho de 2016, a taxa estabilizou-se em 10,4%, segundo Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow

Diminui o percentual de mães adolescentes de 20,33% de 2000 para 14,94% em 2014 no Vale do Sinos, mas o percentual de óbitos de filhos de mães adolescentes frente a todos os nascimentos aumentou de 12,54% para 19,52% no período.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC e do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM do Departamento de Estatística do SUS – DATASUS para verificar o número de nascimentos e óbitos infantis de filhos de mães adolescentes de 2010 a 2014 nos territórios do Vale do Sinos.

A tabela 01 apresenta o número de nascidos vivos, filhos de mães adolescentes, de 10 a 19 anos, nos territórios do Vale do Sinos de 2010 a 2014. O número de nascidos vivos manteve-se estável ao longo do período, com 2.863 nascidos vivos em 2014.

Canoas manteve-se como o município com o maior número de nascidos vivos de mães adolescentes absolutos na região, com 783 casos em 2014. São Leopoldo tornou-se, ainda em 2013, o segundo município com o maior número de nascidos vivos, 542 frente a 505 em Novo Hamburgo no ano.

Municípios como Sapiranga e Sapucaia do Sul também aumentaram o número de nascidos vivos de mães adolescentes, sendo que em Sapucaia em 2014 foram notificados 322 nascimentos.

Houve redução do número de nascimentos em municípios como Campo Bom, Dois Irmãos, Estância Velha e Esteio. Neste último, o número absoluto de nascidos vivos de mães adolescentes caiu 25,40% no período.

Do total de nascidos vivos na região, 1% nasceu com menos de 1,5kg, 7,23% nasceram com 1,5 a 2,5kg e 23,96% nasceram com 2,5 a 3,0kg.

Ainda assim, a escolaridade entre mães adolescentes é afetada, uma vez que 54,59% das mães possuem de 8 a 11 anos de escolaridade, ou seja, possuem ensino médio incompleto ou completo. Outros 43,03% possuem escolaridade de 4 a 7 anos, ou seja, ensino fundamental completo ou incompleto.

A escola, para evitar o abandono escolar, necessitaria de uma estratégia para oferecer condições de conversas na escola sobre a gravidez na adolescência, saúde sexual e reprodutiva. Conforme a Lei nº 6.202, de 17 de abril de 1975, é garantida a permanência na escola através do regime de exercício domiciliar, para que a mãe adolescente não seja afetada e nem precise abandonar os estudos.

Instituído em 2007, o Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, visa à integração e articulação permanente da educação e da saúde, contribuindo para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos à saúde e de atenção à saúde. Este Programa possibilita essa conexão entre a saúde e a educação, o que permite que as adolescentes possam ter acesso a informações e até mesmo se sentirem mais à vontade para manifestar-se sobre suspeita de gravidez ou algum acontecimento que tenham vergonha de expor à família.

Além disso, dos 2.863 nascidos vivos no período, 57 mães não fizeram consultas de pré-natal; outras 289 tiveram de 1 a 3 consultas; e 1.564 mães fizeram 7 ou mais consultas, ou seja, 54,63% do total de mães de nascidos vivos.

A tabela 02 apresenta o percentual de mães adolescentes dentre o número total de nascidos vivos no Vale do Sinos de 2000 a 2014. O percentual de mães adolescentes caiu de 20,33% em 2000 para 14,94% em 2014.

A representatividade das adolescentes no número total de mães no Vale do Sinos caiu ao longo das últimas décadas. Em 2014, chegou a 14,94%, o mais baixo percentual ao longo do período analisado. Em todos os 14 municípios da região, o percentual de mães adolescentes dentre o total de mães na região foi reduzido em termos percentuais.

Uma das maiores reduções ocorreu em Ivoti. Em 2000, 18,03% das mães do município eram adolescentes. No entanto, em 2014 chega-se a apenas 9,35%, sendo que em 2012 o município registrou o mais baixo percentual dentre todos os municípios no período, 6,23%.

A tabela 03 apresenta o número de óbitos infantis nos territórios do Vale do Sinos de 2010 a 2014. Este número obteve oscilações durante o período, mas apresentou o pico em 2014, com 41 óbitos de nascidos vivos menores de 01 ano.

Muitos municípios apresentaram raros casos de óbitos infantis, menores de 01 ano, de 2010 a 2014. Em Araricá, Dois Irmãos, Estância Velha, Ivoti e Portão foram 2 casos em cada município durante o período.

Em Novo Hamburgo, foram notificados 10 óbitos em 2010 e outros 10 em 2014. Em Canoas, foram notificados 9 óbitos em 2010 e 13 em 2011, quando foi atingido o pico de óbitos no município.

A tabela 04 apresenta o percentual de mães adolescentes dentre o número de óbitos infantis no Vale do Sinos de 2000 a 2014. Ao longo do período, este percentual aumentou, passando de 12,54% em 2000 para 19,52% em 2014.

Ao longo do período, o percentual de óbitos infantis, de mães adolescentes, aumentou. Nos 3 municípios mais populosos houve aumento do percentual, com destaque para Novo Hamburgo, onde o percentual passou de 12,73% em 2000 para 33,33% em 2014. Desta forma, a cada 3 óbitos infantis no município, 1 era filho de mãe adolescente.

Nos municípios de Araricá e Dois Irmãos foi notificado 1 óbito em 2014 em cada município, sendo ambos filhos de mães adolescentes. No Vale do Sinos, a cada 5 óbitos de nascidos vivos no primeiro ano de vida, 1 é filho de mãe adolescente.

A tabela 05 apresenta a taxa de óbitos infantis, de até 01 ano, nos territórios do Vale do Sinos de 2010 a 2014. A taxa é calculada através da razão entre número de óbitos por nascidos vivos e após é multiplicada por 1.000.

Nota-se que a maior taxa é apresentada em Araricá, município com a menor população e, portanto, maior volatilidade da taxa, ou seja, cada óbito por nascido vivo neste município aumenta a taxa de mortalidade muito mais rápido que óbitos em outros municípios da região. No município, a taxa de 26,67 representa 2 óbitos para 75 nascidos vivos.

As menores taxas ocorrem nos municípios de Estância Velha e Esteio. O Brasil apresentou taxa de mortalidade infantil de 16,7 em 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Em 2013, todos os municípios do Vale do Sinos atenderam ao estabelecido pelo inciso III do artigo 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que compete 15% da receita líquida de impostos e transferências anualmente a Ações e Serviços Públicos de Saúde - ASPS.

Para um melhor atendimento à população, os investimentos em saúde não podem ser apenas em matérias e pessoas para trabalhar, mas um trabalho conjunto com outras políticas, visto que saúde é o conjunto de melhorias e boa cobertura em educação, meio ambiente e outras temáticas. Com uma atenção prioritária no território onde as pessoas vivem será possível promover saúde de qualidade.

São necessários programas que atendam de uma maneira diferenciada mães adolescentes, que levem em conta as singularidades dessa fase da vida. Os programas existentes são focados para gestantes, de um modo generalizado.

As ações de saúde devem iniciar nos territórios onde vivem essas jovens, mesmo antes de ocorrer uma gravidez. Contemplando esses territórios com estruturas de saneamento, moradia e educação que atendam essas famílias e seus jovens. Esses cuidados contribuem para a saúde de mães e recém-nascidos.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow

O trabalho e a subjetivação do trabalhador vivem em um espaço de vulnerabilidades, que se acentuam com a crise econômica imposta no país e no Vale do Sinos. Pensando nisso, a Palestra O mundo do trabalho, os modos de vida dos trabalhadores e a saúde, que ocorreu no dia 15 de setembro, tematizou o processo histórico de constituição dos indivíduos como trabalhadores e os modos de vida dos trabalhadores na sociedade contemporânea do Vale do Sinos, do Brasil e do mundo.

Esta palestra compõe o I Ciclo de Estudos: Saúde e segurança no trabalho na região do Vale do Rio dos Sinos em sua 2ª edição. O objetivo do evento, que é promovido pelo Observatório da realidade e das políticas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas – IHU, em parceria com a Confederação Nacional dos Metalúrgicos - CNM, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e o Centro de Referência da Saúde do Trabalhador da Região do Vale do Rio dos Sinos e Canoas - CEREST, é contribuir com um processo de formação em saúde e segurança no trabalho, em vista da sua melhoria na vida dos/as trabalhadores/as, no ambiente das empresas e no contexto da região do Vale do Sinos.

Para contribuir com esta discussão, esteve presente a Profa. Dra. Cleide Fátima Moretto, da Universidade de Passo Fundo - UPF. Cleide possui graduação em Ciências Econômicas pela UPF, mestrado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e doutorado em Teoria Econômica pela Universidade de São Paulo - USP. Além de professora titular III da UPF, contribui como líder do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre o Trabalho – Giest, e é docente permanente nos Programas de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano e Pós-Graduação em Ciências Ambientais.

Os direitos, a informalidade e o trabalho temporário

Como pesquisadora, Cleide aponta que a vida dos trabalhadores sofre com o trabalho e no trabalho e mesmo que o trabalhador brasileiro tenha conquistado alguns direitos ao longo dos séculos atual e anterior, há um retrocesso nos anos mais recentes. Para ela, a crise econômica vigente abalou o sistema do mercado de trabalho que estava progredindo quanto aos direitos e qualidade de vida dos trabalhadores e ampliou o mercado de trabalho informal.

Como fator positivo, a professora pontua que existem espaços de discussão e ação que procuram representar os trabalhadores, como os sindicatos. Mas questiona o fato de que poucos setores conseguem se mobilizar na forma de sindicatos.

Neste cenário econômico adverso, o trabalho sem proteção social alguma é intensificado, uma vez que os trabalhadores buscam proteger a renda que advém do trabalho e, desta forma, sujeitam-se a vulnerabilidades, que se tornam mais presentes no cotidiano dos trabalhadores.

A informalidade e o trabalho temporário são apontados para Cleide como espaços de vulnerabilidade enquanto trabalhador, uma vez que o trabalho temporário não permite a visualização de perspectivas futuras aos trabalhadores e a informalidade é o espaço que mais agrega trabalhadores neste cenário de crise econômica. Nesta perspectiva, Cleide questiona: “Como fazer para não adoecer dentro desse cenário?”

O adoecimento, suas causas e expressões nos territórios

Os desafios à saúde do trabalhador compõem discussão no cenário do capitalismo biocognitivo que vivenciamos, uma vez que as relações de trabalho e saúde dos trabalhadores são afetadas através do adoecimento físico e mental dos trabalhadores que se encontram em estado de precarização do trabalho. Isto resulta, em muitos cenários, em suicídio.

A pesquisadora aponta que, ainda que existam legislações de saúde e segurança nas empresas da região, por vezes ocorre a ruptura do processo de proteção com o apoio da terceirização. Esta terceirização profunda no país, que ainda pode ser ampliada, não protege os trabalhadores quanto à sua saúde e segurança. Assim, Cleide cita a realidade dos motoboys, que, em sua maioria, são terceirizados e desprotegidos socialmente. Os trabalhadores de telemarketing também foram citados, já que apresentam altas taxas de suicídio, devido à pressão que sofrem para atingir maiores níveis de ‘produtividade’ em seu trabalho.

Conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0, os setores com o maior número de acidentes de trabalho no Brasil foram: atividade de atenção à saúde humana (67.103), comércio varejista (64.960), fabricação de produtos alimentícios (48.265), transporte terrestre (30.317) e construção de edifícios (26.813).

Conforme dados do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a professora aponta que os traumatismos representam a maior parte dos acidentes de trabalho no Brasil, em 2013. Apenas neste ano, foram notificados 176.308 traumatismos do punho e da mão, 79.677 traumatismos do tornozelo e do pé e 66.564 traumatismos do joelho e da perna. Os 7 acidentes de trabalho mais recorrentes são traumatismos de diferentes partes do corpo.

No Rio Grande do Sul, o maior número de acidentes de trabalho concentra-se nos municípios mais populosos e com maior presença de indústrias. Em 2013, Porto Alegre liderou o número de notificações, com 11.253, seguido por Caxias do Sul (5.119), Gravataí (2.065), Erechim (1.926) e Canoas (1.786).

Cleide ainda destaca que os trabalhadores dos setores de fabricação de alimentos encontram-se vulneráveis devido à exposição a produtos químicos e derivados. Apenas de janeiro a julho de 2016, a indústria de alimentos teve 1.398 ações fiscais no país, com 3.210 atuações. A agricultura obteve 2.752 atuações no mesmo período.

A quarteirização

Cleide não apontou apenas o processo de terceirização, mas também o de quarteirização como uma vulnerabilidade ao trabalhador, que ocorre principalmente em montadoras. Além de ser terceirizado, o trabalhador passa para outro empregador, ‘emprestado’, sendo então quarteirizado. Isso “acaba com toda e qualquer tentativa de ação (em relação às vulnerabilidades do trabalho) porque você não consegue ter identidade em relação ao próprio trabalho”.

Ainda assim, Cleide permanece otimista quanto à oportunidade de tomar espaços de discussão como locais de ação, e aponta, além dos sindicatos, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST como espaços potentes de afirmação e propõe que os trabalhadores façam a diferença neste processo de proteção. Assim, qual é o papel de cada sujeito na sociedade, para além de ser trabalhador, e de que forma o trabalho pode tornar-se espaço de proteção, saúde e segurança para o trabalhador?

Mais informações

Recentemente foi publicado o Dossiê Trabalho, saúde e medicina na América Latina, que compõe publicação semestral do Grupo de Trabalho “Mundos do Trabalho” e contribui com o debate acerca das condições de vida e saúde dos trabalhadores.

A Revista IHU On-line, intitulada “A volta da barbárie? Desemprego, terceirização, precariedade e flexibilidade dos contratos e da jornada de trabalho” também abordou a temática da precarização do trabalho em sua edição 484 a partir da contribuição de pesquisadores das diferentes áreas do trabalho.

Este evento foi gravado e está disponível através do canal IHU Comunica. A apresentação exposta pela ministrante Cleide também está disponível para acesso aqui.

O evento I Ciclo de Estudos: Saúde e segurança no trabalho na região do Vale do Rio dos Sinos termina no dia 23 de setembro com cerimônia de encerramento e entrega dos certificados a partir das 19 horas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow

O Índice de desenvolvimento da educação básica - IDEB de 2015 não ultrapassou a meta proposta em 6 municípios para o 5° ano e em 12 para o 9° ano do ensino fundamental no Vale do Sinos. Recentemente, as escolas foram espaço de ocupação de estudantes que reivindicaram o repasse em dia das verbas de autonomia das escolas, assim como a defesa do ensino público de qualidade.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, acessou os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP acerca do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, publicado recentemente com dados de 2015.

O IDEB, criado em 2007, reúne indicadores de fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Conforme aponta o INEP, o indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho obtidas nas avaliações do Inep, o Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB – para as unidades da federação e para o país – e a Prova Brasil – para os municípios.

Este índice, apesar de subjetivo, pode representar um indicador de avaliação, monitoramento e controle das políticas públicas da educação em todas as redes e níveis de ensino. Exemplos de questões aplicadas para compor as médias de desempenho nas avaliações podem ser acessados aqui.

Além do índice, o INEP projeta metas para o IDEB de cada um dos territórios brasileiros. Nas tabelas, abaixo, o não cumprimento da meta está destacado em vermelho, ou seja, os dados destacados em vermelho representam aqueles territórios que não conseguiram cumprir a meta estipulada pelo INEP para determinado ano.

A tabela 01 apresenta os índices de desenvolvimento da educação básica nos territórios do Vale do Sinos para a 4ª série (5º ano) de 2007 a 2015. Em 2015, 6 municípios não cumpriram a meta de desenvolvimento proposta.

Esteio foi o município que por mais vezes, 4, não cumpriu a meta do IDEB. Ainda assim, o menor índice ocorreu em Canoas, 5,1, sendo que o município ficou abaixo da meta pela primeira vez para a 4ª série (5° ano). A meta projetada para o município em 2015 era de 5,2.

Na região, em 2015, 5 municípios obtiveram índices superiores a 6: Campo Bom, Dois Irmãos, Estância Velha, Ivoti e Sapiranga. Destes, Ivoti apresenta o maior índice: 6,8. Além disso, o município foi o primeiro a alcançar o índice 6 ao longo da série histórica, já em 2009.

O Índice do estado cumpriu a meta em todos os 5 anos, ainda assim permanece menor que 8 municípios do Vale do Sinos. Em Novo Hamburgo, o índice, em 2015, foi de 5,6, sendo maior que o do estado. Mesmo assim, o índice do município não foi suficiente para cumprir a meta projetada para 2015, sendo este o primeiro ano no qual o município não cumpriu a meta.

A tabela 02 apresenta os índices de desenvolvimento da educação básica nos territórios do Vale do Sinos para a 8ª série (9° ano) de 2007 a 2015. 12 municípios obtiveram resultados abaixo da meta em 2015.

Ivoti obteve índice de 5,6 em 2015, acima do estado e o segundo maior índice da região. Ainda assim, o índice ficou abaixo da meta, que foi de 5,7.

Em São Leopoldo, a meta para 2015 foi 4,6. Mesmo assim, o índice só chegou a 3,8 em 2015, sendo que não se elevou de 2009 a 2015; em ambos os períodos o IDEB ficou em 3,8.

Araricá obteve índices acima das metas projetadas em todos os anos. Mesmo com queda do índice de 2009 a 2011, manteve-se acima da meta, com certa folga, uma vez que a meta para 2015 foi de 4,6, ou seja, 0,3 abaixo do IDEB realmente verificado no ano. O IDEB mostra que os resultados para a 9º ano são inferiores aos apresentados no 5º ano em todos os territórios.

Porto Alegre foi um dos municípios com a maior ocupação recente de escolas por estudantes na região metropolitana e no estado. Ainda assim, as ocupações se espalharam pelo estado, e escolas do Vale do Sinos também foram ocupadas, como em Canoas e em Novo Hamburgo.

Em 2014 foi aprovada a Lei n° 13.005, que trata do Plano Nacional de Educação. Dentre suas estratégias, a Lei propõe a ampliação do investimento público em educação pública junto à aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional, que deveria ser instituída até 2015, mas que ainda não foi promulgada. Esta lei diz respeito, também, à definição de indicadores de qualidade na educação básica, além do financiamento da educação básica.

Em 2013, todos os municípios do Vale do Sinos cumpriram com a legislação que diz que, no mínimo, 25% dos recursos municipais devem ser aplicados à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow

Mulheres continuam sendo maioria na população total e, entre a população com mais de 60 anos, já representam 57,71%. A pirâmide etária da região também aponta que, de 2001 a 2015, a população com mais de 60 anos passou de 7,92% para 12,62% na região do Vale do Sinos.

Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados de estimativas populacionais dos municípios do Vale do Sinos disponibilizados pela Fundação de Economia e Estatística – FEE.

A tabela 01 apresenta as estimativas populacionais por sexo para os territórios do Vale do Sinos em 2015. Em 12 dos 14 municípios, a estimativa de população feminina é maior do que a masculina.

A maior diferença ocorre em Novo Hamburgo, município no qual há 8,06% a mais de mulheres do que de homens. Em Sapucaia do Sul, o percentual de mulheres a mais do que homens chega a 7,04%.

No Vale do Sinos, há 37.107 mulheres a mais do que homens, conforme estimativas. Percentualmente, há 5,55% mais mulheres do que homens na região.

Em Estância Velha e em Portão há mais homens do que mulheres na população total. Neste último município, há o maior percentual de homens, sendo que estes representam 50,39% da população no município.

A tabela 02 apresenta as estimativas populacionais por faixa etária e sexo nos territórios do Vale do Sinos em 2015. As mulheres, apesar de maioria na população geral, são minoria nas faixas etárias de até 15 anos e de 15 a 30 anos.

Há uma clara predominância de homens nas faixas etárias menores e uma clara predominância de mulheres nas maiores faixas etárias. No Vale do Sinos, os homens representam 50,96% da população com até 15 anos.

Mesmo sendo maioria entre os mais jovens, os homens tornam-se menos representativos ao longo de faixas etárias crescentes. Na faixa de 15 a 30 anos, 50,31% da população é do sexo masculino. Já na faixa etária de 30 a 60 anos, 48,46% da população são homens. Por fim, na faixa etária de mais de 60 anos, apenas 42,29% da população são homens.

Em relação à faixa etária, destaca-se a evolução da população ao longo da pirâmide etária, com maior expectativa de vida, sendo esta ainda maior para as mulheres. Abaixo estão apresentadas as pirâmides etárias da população do Vale do Sinos em 2015 e 2001.



Percebe-se uma clara movimentação da pirâmide etária ao longo do tempo, com crescimento da população em faixas etárias maiores e diminuição, ao menos relativa, em faixas etárias menores.

Para comparação evidencia-se, abaixo, a pirâmide etária do Rio Grande do Sul para 2015. Apesar desta pirâmide ser similar à da região do Sinos, a mesma possui representatividade levemente maior nas faixas etárias maiores.

As estimativas populacionais contribuem com a formulação, avaliação e monitoramento das políticas públicas, pois permitem a melhor visualização do perfil dos habitantes de determinado território.

As estimativas populacionais também atendem ao artigo 102 da Lei nº 8443, de 16 de julho de 1992 e são enviadas ao Tribunal de Contas da União – TCU, servindo como estimativa para o repasse de recursos aos municípios.

As estimativas populacionais de 2016, divulgadas pelo IBGE, apontam que o aumento populacional de 6,52% ocorrido nos últimos 6 anos no Vale do Sinos é maior que o ocorrido no estado, mas menor que o do país. Nova Santa Rita e Ivoti registram os maiores aumentos, enquanto Esteio e Novo Hamburgo pouco crescem.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE para verificar as estimativas populacionais de 2016 para os territórios do Vale do Sinos.

A tabela 01 apresenta as estimativas populacionais nos territórios do Vale do Sinos em 2015 e 2016 com base no dia 1° de julho de cada ano. A região apresentou, segundo estimativas, aumento de 0,47% no número de habitantes de 2015 a 2016. A metodologia para o cálculo das estimativas pode ser acessada aqui.

De 2015 a 2016, o maior aumento populacional foi notado em Nova Santa Rita com 1,50%. Este aumento, assim como o de outros 6 municípios, foi maior que o aumento registrado no Brasil, que foi de 0,80%.

Destaca-se que, dos 14 municípios, em apenas 2 o aumento populacional foi menor que o ocorrido no estado: Esteio e Novo Hamburgo. Neste primeiro município, ocorreu o menor aumento, de apenas 0,15%. Em termos absolutos, houve um aumento populacional de 130 residentes, segundo estimativas.

A tabela 02 apresenta as estimativas populacionais nos territórios do Vale do Sinos em 2016 frente ao censo demográfico de 2010. No período, o Vale do Sinos apresentou aumento populacional de 6,52%.

O Vale do Sinos registrou aumento populacional maior que o do estado, mas menor que o do país, assim como já constatado na tabela 01. No entanto, metade dos municípios da região apresentou aumento maior que o do país.

Nova Santa Rita apresentou novamente o maior aumento populacional: 14,84% no período. Em números absolutos, isto equivale a aumento de 3.370 residentes. Em 2010, o município possuía 1,76% da população da região. Em 2016, este percentual passou para 1,90%.

Dos 4 municípios com as maiores populações da região, apenas São Leopoldo obteve aumento na participação da população da região. Em 2010, representava 16,59% da população do Vale e, em 2016, 16,71%.

As estimativas populacionais atendem ao artigo 102 da Lei nº 8443, de 16 de julho de 1992 e são enviadas ao Tribunal de Contas da União – TCU, servindo como estimativa para os repasses municipais de recursos.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow