O cardeal Víctor Manuel Fernández, coordenador de um grupo secreto de estudo sinodal sobre ministérios femininos, não compareceu a uma reunião especial de 18 de outubro que havia sido organizada para que os delegados oferecessem seu feedback sobre uma das questões mais observadas do sínodo, pela qual ele é responsável.

A reportagem é de Christopher White, publicada por National Catholic Reporter, 18-10-2024.

A falta de participação do prelado foi confirmada ao National Catholic Reporter por vários participantes da reunião. Um delegado, que pediu anonimato, citando as diretrizes de comunicação do Sínodo, descreveu sua ausência como uma "vergonha". Outro chamou a reunião de "desastre" para o Sínodo.

"Isso não se deveu a nenhuma falta de vontade, mas à minha incapacidade objetiva de comparecer no dia e hora agendados", escreveu Fernandez em declaração divulgada no fim de 18 de outubro. O cardeal disse que estaria disponível para se reunir com os delegados em 24 de outubro para discutir preocupações relacionadas ao grupo cinco.

Os delegados do sínodo foram convidados a participar de fóruns especiais na tarde de sexta-feira, 18 de outubro, para cada um dos 10 grupos de estudo que o Papa Francisco estabeleceu no início deste ano para estudar algumas das questões mais polêmicas. O trabalho dos 10 grupos está programado para continuar até junho de 2025.

No dia de abertura do Sínodo, 2 de outubro, os delegados receberam apresentações dos coordenadores dos grupos, incluindo Fernández, que é o chefe do dicastério doutrinário vaticano e supervisiona o grupo de estudo cinco.

O escopo do grupo cinco inclui "questões teológicas e canônicas relativas a formas ministeriais específicas" e, em particular, "pesquisa teológica e pastoral sobre o acesso das mulheres ao diaconato".

Durante sua apresentação, o cardeal disse aos participantes sinodais que a possibilidade de restaurar o diaconato feminino continua sendo uma questão em aberto. Mas o cardeal alertou que "apressar-se" para tomar uma decisão sobre o assunto prejudicaria o discernimento necessário sobre a questão, bem como as questões mais amplas que envolvem os ministérios femininos na Igreja Católica.

Desde o início, porém, o grupo de estudo cinco esteve envolto em mistério.

Diferentemente dos outros nove grupos, a sua membresia ainda não foi revelada. Durante apresentações especiais de vídeo no dia de abertura do Sínodo, fotos foram mostradas dos membros de cada grupo de estudo, com exceção do grupo cinco.

Durante as reuniões especiais de 18 de outubro, que foram adicionadas ao calendário sinodal para permitir que os delegados tivessem a oportunidade de se envolver com a liderança de cada grupo de estudo, a sessão do grupo de estudo cinco foi liderada por dois funcionários juniores do Dicastério para a Doutrina da Fé.

De acordo com vários participantes, os funcionários distribuíram pedaços de papel aos delegados do sínodo com informações sobre como eles poderiam enviar seus comentários para o grupo cinco.

Um delegado relatou que a reunião, que ocorreu no antigo salão sinodal do Vaticano, contou com a presença de aproximadamente um terço da assembleia sinodal, incluindo vários cardeais de alto escalão e autoridades do Vaticano.

A frustração com a falta de transparência sobre como o escritório doutrinário está lidando com o tópico das mulheres diáconas não é nenhuma novidade e já existe há mais de duas décadas.

Em 2002, a Comissão Teológica Internacional concluiu um estudo sobre o diaconato que considerou a questão das mulheres diáconas, que foi seguido por duas comissões diferentes que Francisco estabeleceu em 2016 e 2020. O trabalho das duas comissões nunca foi tornado público.

Na primeira sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade em outubro de 2023, a questão das diáconas surgiu ao longo da assembleia que durou um mês.

Um relatório de síntese final solicitou especificamente que os resultados das comissões papais e teológicas anteriores fossem apresentados no sínodo de 2024. Até o momento, Fernández não atendeu ao pedido do Sínodo.

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