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Cardeal Castillo: "O Papa Leão XIV quer continuar fielmente o trabalho desenvolvido por Francisco". Artigo de Cristiano Morsolin

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14 Mai 2025

  • O bispo de Chiclayo, D. Robert Prevost, respondeu ao clamor do povo, defendeu os direitos humanos no Peru e pediu ao genocida Fujimori que “peça perdão pessoalmente por algumas das grandes injustiças que foram cometidas e pelas quais ele foi julgado”.

  • O cardeal Carlos Castillo, de Lima (discípulo do pe. Gustavo Gutiérrez, fundador da teologia da libertação), declarou: "O Papa Leão XIV quer continuar fielmente o trabalho desenvolvido por Francisco. Coloca a missão como centro — a missão de serviço ao povo — e é que os pobres nos evangelizam".

O artigo é de Cristiano Morsolin, publicado por Religión Digital, 13-05-2025.

Cristiano Morsolin é pesquisador e assistente social italiano radicado na América Latina desde 2001, é autor de 10 livros em 5 idiomas. Analisa as relações entre direitos humanos, movimentos sociais, políticas emancipadoras e a geopolítica do Papa Francisco. Foi recebido pelo Papa Francisco em audiência no Vaticano em outubro de 2017. É cofundador do Observatório sobre a Região Andina SELVAS (Milão, 2001) e do Observatório sobre as máfias “Liberande” (promovido pela rede LIBERA, Roma, 2007). É comentarista convidado por meios de comunicação internacionais como SIR – Servizio Informazioni Religiose (Vaticano), Religión Digital (Madri), Cipsi (Roma), Vita (Milão) e Corporación Latinoamericana Sur (Bogotá). Colabora com o Instituto de Paz IPAZDE da Universidade Santo Tomás de Bogotá. Seu livro mais recente é Nunca Más Estado Genocida. O boicote europeu contra as armas e as máfias da Colômbia (Ediciones Antropos, 2023), com comentário final do cardeal Michael Czerny.

Eis o artigo.

O Papa Leão XIV, Robert Prevost, primeiro pontífice norte-americano e também com nacionalidade peruana, reuniu-se na sexta-feira, 9 de maio de 2025, no Vaticano, com o cardeal peruano Carlos Castillo, após celebrar sua primeira missa como sumo pontífice na Capela Sistina. O encontro, marcado pela proximidade e emoção, ocorreu um dia após sua eleição como novo líder da Igreja Católica.

“Amizade, proximidade e amor pelo Peru. Emotivo encontro entre o cardeal Carlos Castillo e nosso querido Papa Leão XIV. O Santo Padre expressou sua imensa gratidão e afeto a todo o povo peruano, que carrega muito em seu coração”, informou o Arcebispado de Lima por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter). Além disso, indicaram que ambos compartilharam um almoço, no qual conversaram sobre a continuidade do caminho sinodal da Igreja Universal.

Dom Carlos Castillo é sociólogo, discípulo de Gustavo Gutiérrez, fundador da teologia da libertação, e tem sido uma figura relevante na pastoral universitária do país. Foi nomeado arcebispo de Lima em 2019, em substituição a Juan Luis Cipriani (referência do Opus Dei), marcando uma mudança de rumo na Igreja peruana. Carlos Castillo Mattasoglio, conhecido por sua trajetória pastoral em Lima e por sua proximidade com os setores populares, também participou do último conclave.

Foi criado cardeal em dezembro de 2024, poucos meses antes do falecimento do Papa Francisco. Conheci pessoalmente o cardeal Carlos Castillo em outubro de 1986, quando nos acompanhou na Primeira Arena da Paz, e tive a honra de ler sua saudação por ocasião da “Arena di Pace” no sábado, 18 de maio de 2024, em Verona (Itália), durante o primeiro encontro dos movimentos sociais italianos com o Papa Francisco.

Os caminhos dos pastores Carlos Castillo e Robert Prevost se cruzaram muitas vezes no Peru. Em 1985, o sacerdote Robert Prevost foi ao país para juntar-se à missão agostiniana no território.

Ali, entre comunidades empobrecidas, forjou sua visão pastoral: proximidade, humildade e escuta ativa. Atuou como missionário, pároco e professor antes de ser bispo, na primeira de suas duas etapas no país latino-americano, onde passou quase um terço de sua vida e onde conheceu e admirou o padre Gustavo Gutiérrez, fundador da teologia da libertação.

Iacopo Scaramuzzi, jornalista do diário italiano La Repubblica, recolheu o comentário do cardeal Prevost por ocasião da morte do teólogo peruano Gustavo Gutiérrez, afirmando que “o pe. Gutiérrez era sempre muito afável, dotado de um bom senso de humor, e tinha a capacidade de estar próximo das pessoas”.

Dom Prevost passou quase 40 anos no país andino exercendo seu magistério, descendo ao chão da realidade e promovendo campanhas de educação. O Papa Francisco o nomeou bispo de Chiclayo em 2015. “Vim ao Peru pela primeira vez em 1985. São 38 anos, com algumas interrupções, que estou acompanhando, vivendo a alegria, o orgulho de me sentir muito identificado com o povo peruano”, disse recentemente o Papa Leão XIV.

Cardeal Carlos Castillo sobre o Papa Leão XIV: “Quer continuar fielmente o trabalho desenvolvido por Francisco”

O arcebispo de Lima, Carlos Castillo, afirmou que o novo sumo pontífice “tem muito conhecimento e formas de resposta adequadas e justas” para enfrentar os casos de abuso sexual dentro da Igreja Católica.

O cardeal Carlos Castillo, em entrevista à RPP (1) — sua primeira a um meio de comunicação desde a eleição de Leão XIV como papa — assegurou que o novo pontífice dará continuidade à missão de seu antecessor, Francisco.

“O fato de ele ter sido eleito é justamente, em grande parte, porque quer continuar fielmente o trabalho desenvolvido pelo Papa Francisco, porque o Papa Francisco é fiel ao Evangelho nas circunstâncias atuais. Então, o Papa Leão XIV vai continuar isso mesmo. As coisas que são evangélicas precisam ser atualizadas, aprofundadas e seguidas — são irreversíveis”, afirmou o cardeal Castillo.

“Ele mesmo deixou isso claro. Os passos dados pelo Papa Francisco são irreversíveis no sentido de que têm o Evangelho como fonte. O caminho de Jesus é um caminho que agora chamamos de ‘sinodal’, mas está presente ali quando Jesus, caminhando, fala com o povo, conversa, pergunta: ‘quem dizem que eu sou?’, dá respostas e segue caminhando com seus discípulos, juntos”, destacou.

Nessa linha, o arcebispo de Lima destacou a importância do nome pontifício escolhido por Robert Prevost, Leão XIV, como continuador de Leão XIII e de seu pensamento a respeito do papel social da Igreja Católica.

“Essa alusão que ele fez ao seu nome e que segue — como disse explicitamente — a linha das ‘coisas novas’ anunciadas pela Rerum novarum (Das coisas novas), do papa Leão XIII, é como retomar o imenso sentido de época que se inaugurou com essa encíclica. Trata-se de olhar agora para as novas coisas, para continuar anunciando o evangelho em meio à diversidade existente. Não se trata apenas da inteligência artificial; temos formas de guerra muito diferentes das de antes, formas de controle”, explicou.

Questionado sobre qual política o novo sumo pontífice adotará diante dos casos de abuso sexual de menores por parte de religiosos dentro da Igreja Católica, Castillo Mattasoglio afirmou que Leão XIV tem “muito conhecimento” sobre o tema.

“O papa Leão XIV tem muito conhecimento e formas de resposta adequadas e justas para os problemas dos abusos [sexuais contra menores], assim como para outras questões que, como você sabe, existem na Igreja e precisam ser corrigidas”, afirmou o cardeal Castillo.

Nesse sentido, ele considerou que o bispo de Roma dará continuidade às disposições de Francisco sobre o tema, assim como à aproximação da Igreja com o mundo — algo que, segundo ele, foi destacado em sua primeira homilia, celebrada ontem, sexta-feira.

“O que nos disse o papa Leão XIV é que a Igreja se torna uma espécie de farol de luz [...] Essa luz está tanto na Igreja, que explicitamente a anuncia como evangelho, como também na própria vida das pessoas, porque Deus não abandona ninguém. Essa visão universal da presença de Deus em tudo nos faz integrar uma barca que caminha e guia para que, justamente, em todos os mares — nos agitados, nos tranquilos — esteja sempre presente essa pequena prece que é a Igreja, mas que suscita, encoraja, anuncia a presença de Deus”, afirmou.

“Essa mensagem me parece, nesse sentido, que colocou o acento na identidade de Jesus. ‘Quem dizem que eu sou?’, pergunta Jesus. E todos temos ideias distintas, e é preciso sempre levar em conta o que cada pessoa pensa dessa figura que, segundo nossa tradição, Deus enviou há 20 séculos e que continua sendo significativa. Eu vi a imensa multidão que ia da Praça São Pedro até o fim da Via da Conciliação, estava completamente cheia, com um calor humano e uma esperança. Por que razão? Porque, na verdade, todos estamos buscando, e ao mesmo tempo, precisamos ir compreendendo como esse Senhor continua vivendo em nós [...] Esse é o sentido que eu escutei e compreendi ontem, e creio que é muito importante que todos, de alguma forma, sigamos refletindo sobre aquilo que ele iniciou com sua primeira homilia”, acrescentou.

Em outro momento, destacou-se o perfil missionário de Leão XIV, o qual se manifestou claramente quando esteve em nosso país, onde foi bispo de Chiclayo.

"Estamos todos muito felizes, sobretudo porque é o testemunho de uma pessoa que foi missionária e que, graças ao espírito que nos conduz e nos guia aos povos para anunciar o evangelho e dar testemunho do Senhor, é alguém que percorreu os povoados da terra como agostiniano, neste caso, mas também como bispo, porque a Igreja deve ser governada justamente por aqueles que conhecem bem o caminho do Senhor e o testemunham com a vida. E é isso que é Robert Prevost, Leão XIV, que nos enche de alegria por sua simplicidade, sua proximidade e, sobretudo, pelo testemunho que sempre deu", enfatizou o cardeal Castillo.

"É sobretudo quando se vai em missão e se coloca a missão no centro, a missão de serviço às pessoas, e é aí que os pobres nos evangelizam. Vai-se evangelizar e sai-se evangelizado, porque em nossa tradição cristã, no evangelho, se diz: ‘Deus amou tanto o mundo que entregou seu Filho’; entregou seu Filho ao mundo porque criou o mundo à sua imagem e semelhança, a todo ser humano e a todo o mundo Ele criou à sua imagem e semelhança [...] Então, Leão XIV nos coloca na condição de evangelizadores a todos nós, chamados a anunciar o evangelho e a escutar a voz do Espírito que existe no mundo, ainda que possa estar encoberta por diversos tipos de problemas, momentos históricos difíceis, tensões como as de hoje, que já ocorreram em várias épocas, e que às vezes obscurecem e dão a impressão de que não há nenhum sentido, de que Deus não está presente – e isso não é verdade. A missão do missionário, que é o que Robert Prevost é, é justamente a daquele que, sendo testemunha, confia na presença de Deus na história, porque Deus nunca nos abandona. Por isso ele agradece ao povo, porque é o povo que nos acompanha e nos torna mais cristãos", pontuou o cardeal Castillo, em entrevista a Luis Felipe Rodriguez Jimenez.

Por que Leão XIV?

Esse nome presta homenagem ao papa Leão XIII (1878–1903), que soube abrir a Igreja ao mundo moderno sem se submeter às suas lógicas. Com sua encíclica Rerum Novarum, enfrentou com coragem a “questão social” surgida da industrialização e do conflito entre capital e trabalho. Afirmou o direito à propriedade privada, mas também o destino universal dos bens. Ao mesmo tempo, defendeu com firmeza os direitos dos trabalhadores, incluindo o direito a um salário justo e à formação de associações sindicais. Propôs uma visão harmônica entre as classes sociais e reivindicou um papel ativo do Estado na promoção do bem comum. É uma escolha decidida por uma Igreja em saída e pela continuidade do magistério do Papa Francisco.

O papa Leão XIV fez no sábado, 11 de maio, uma aposta na continuidade da "valiosa herança" de Francisco e sublinhou a importância do "cuidado amoroso dos frágeis" e do diálogo "corajoso e confiante com o mundo contemporâneo".

Explicou que, ao sentir-se chamado a prosseguir esse caminho, pensou em adotar o nome de Leão XIV.

"Há várias razões, mas a principal é que Leão XIII, com a histórica Encíclica Rerum Novarum, enfrentou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial, e hoje a Igreja oferece a todos seu patrimônio de doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios na defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho", disse o Papa Prevost.

O arcebispo emérito de Cali, Dom Darío Monsalve (referência da teologia da libertação na Colômbia), acaba de me comentar que “em nível internacional há uma continuidade de origem latina e uma profunda proximidade missionária como bispo em Chiclayo, no Peru; ao mesmo tempo, ele é norte-americano, uma figura estratégica que equilibrará o diálogo diante das rupturas de Trump. Leão XIII e sua encíclica social Rerum Novarum o precedem”.

O ex-pré-candidato presidencial da coalizão União pela Pátria e dirigente social fundador do Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE) e da Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), que se transformou na UTEP – Juan Grabois – enfatizou que “nos últimos anos do século XIX, com a ascensão da chamada segunda revolução industrial, houve um crescimento econômico exponencial baseado numa tremenda exploração do proletariado. Foi então que Leão XIII fez um forte apelo para acabar com essa exploração e garantir uma justa distribuição da riqueza na primeira encíclica social da Igreja, Rerum Novarum. Nesse documento, defendeu os direitos dos trabalhadores, a função social da propriedade privada e denunciou as desigualdades extremas. Afirmava que ‘um número extremamente pequeno de ricos e opulentos impôs um jugo pouco menos que de escravidão a uma multidão infinita de proletários’”.

Leão XIII era muito claro quanto ao papel protetor do Estado para garantir a equidade, algo que contrasta com o pensamento perverso de que a justiça social é uma aberração, o “direito de morrer de fome” ou de que “a exploração trabalhista não existe; os trabalhadores estão comprando dinheiro dos empresários” (Javier Milei na 11ª edição do Latam Economic Forum 2025, no Parque Norte)”. O advogado argentino Grabois acrescentou: “A trajetória do novo papa, a escolha do nome, sua formação agostiniana são sinais muito potentes. Acho que há outro igualmente importante: a gratidão. Leão XIV agradeceu vivamente a Francisco e o mencionou três vezes em suas breves palavras de assunção diante do povo. Tudo isso, somado ao legado indelével da doutrina social e ambiental de Francisco, que deixou a régua muito alta na Igreja, augura uma continuidade da linha traçada pelo maior entre os nossos compatriotas”, afirmou Grabois.

O ex-secretário de Direitos Humanos da Presidência da República do Uruguai (2016–2020), Nelson Villarreal Durán, destacou que “escolher o nome de Leão XIV incorpora o quarto T aos de Francisco. A Tecnológica se soma à Terra, Teto e Trabalho. Centra, no legado de Leão XIII, a dignidade humana dos trabalhadores, a justiça social e a proteção social diante da nova revolução industrial da inteligência artificial (IA)”.

O bispo Robert Prevost responde ao clamor do povo e pede ao genocida Fujimori que “peça perdão pessoalmente por algumas das grandes injustiças que foram cometidas e pelas quais ele foi julgado”.

Marco Arana – ex-teólogo da libertação expulso pelo cardeal Cipriani e ex-candidato presidencial – declarou, desde Cajamarca, que “o cardeal Prevost, quando era bispo de Chiclayo: sua visão sobre o ignominioso indulto ao genocida Alberto Fujimori e sobre os assassinatos ordenados por Boluarte: ‘é preciso promover a democracia’, claramente crítico do que está acontecendo com Boluarte e com o Congresso Nacional do Peru”. Vale lembrar que o bispo da Diocese de Chiclayo, Robert Prevost, se manifestou sobre o indulto ao ex-presidente Alberto Fujimori e disse que este deveria pedir perdão a cada uma das vítimas de seu governo, para que fosse possível iniciar um processo de reconciliação.

O ex-presidente Alberto Fujimori pediu perdão de forma, digamos, genérica, reconhecendo sua culpa em termos gerais, e algumas pessoas se sentiram ofendidas. Talvez, da parte dele, fosse mais eficaz pedir perdão pessoalmente por algumas das grandes injustiças que foram cometidas e pelas quais ele foi julgado”, afirmou Dom Prevost.

A autoridade da Igreja Católica também pediu aos manifestantes contrários ao indulto que se expressem de maneira pacífica nas ruas, sem insultos nem violência, para não gerar ainda mais divisões. “É preciso reconhecer que, por meio do diálogo e da verdade, temos que nos esforçar; a dor de muitas famílias ainda é muito forte, não é tão simples. O que queremos agora é um processo de reconciliação”, acrescentou Dom Robert Prevost em 2017. Em fevereiro de 2023, quando o governo da presidente Boluarte reprimia os protestos, o então bispo de Chiclayo, Robert Prevost, declarou: “Disse ao Santo Padre que não era o melhor momento para deixar o país. Quero continuar acompanhando o povo, há setores que se sentem esquecidos”.

A professora universitária de Lima e ex-ministra progressista da Mulher, Anahí Durand Guevara, destacou: “de Chicago a Chiclayo, e depois ao Vaticano, o papa Leão XIV se reafirma como o segundo latino-americano. Uma história marcada pelo norte do Peru, pelo compromisso com os mais necessitados e pelo legado de Francisco”.

Tania Pariona – ex-deputada quechua, ex-menina trabalhadora organizada no movimento latino-americano MOLACNATs, atualmente secretária da Coordenação Nacional de Organizações de Defesa dos Direitos Humanos no Peru (CNDDHH) – divulgou uma mensagem para saudar o “Cardeal Robert Francis Prevost, eleito Papa Leão XIV. Como bispo de Chiclayo, teve um papel fundamental na promoção da justiça e na defesa dos direitos humanos. Em sua trajetória no Peru, exerceu funções importantes na Conferência Episcopal e teve um papel decisivo na resposta da Igreja aos casos de abusos, como o do Sodalício de Vida Cristã. Sabemos que seu trabalho continuará sendo uma referência na defesa dos direitos fundamentais e da justiça”.

Janeth Maribel – porta-voz do Movimento de Crianças e Adolescentes Filhos de Operários Cristãos (Manthoc), foi a menina trabalhadora limeña que “ocupou” o Parlamento Brasileiro em 1990 junto ao Movimento Nacional Meninos e Meninas de Rua (MNMMR) do Brasil (onde nasceu o “Estatuto do Menor”, a legislação mais avançada da América Latina na época) – declarou desde Lima: “Bem-vindo, Papa Leão XIV! Desde a infância trabalhadora da Manthoc saudamos com esperança a tua eleição. Confiamos que continuarás construindo uma Igreja que escuta, caminha e transforma com justiça e dignidade, algo de que tanto precisamos, especialmente para a infância trabalhadora”. Por ocasião do Dia Internacional do Trabalho, em 1º de maio, Janeth Maribel acrescentou: “As meninas, os meninos e adolescentes trabalhadores da Manthoc enviam esta mensagem à infância trabalhadora: com fé, alegria e compromisso em nossos corações, reafirmamos nosso direito ao trabalho digno e à participação, porque nosso trabalho também constrói a sociedade”.

O Movimento de crianças e adolescentes filhos de Operários Cristãos (Manthoc) foi fundado em Lima, em 1976, com o acompanhamento do teólogo da libertação Alejandro Cussianovich: é o primeiro movimento social em nível mundial que reivindica o protagonismo político das crianças e adolescentes das classes populares; está documentado no livro Aportes de María Cristina Salazar para la infancia y adolescencia trabajadora. Perspectivas globales con relación al comentario general de Naciones Unidas sobre niños, niñas y adolescentes en situación de calle y trabajadores, de Cristiano Morsolin.

Por ocasião da morte do Papa Francisco, Patricia Rivera — destacada educadora popular do Manthoc e atualmente coordenadora mundial do Movimento Internacional do Apostolado das Crianças (MIDADE) — destacou: “Obrigado, Papa Francisco. Desde a infância trabalhadora do Manthoc, despedimo-nos com profunda gratidão do Papa Francisco, que soube olhar para as infâncias e adolescências do mundo com ternura e dignidade. Obrigado por reconhecer que também temos uma missão na Igreja. Obrigado por tua proximidade, por tuas palavras, por nos ter presente diante dos olhos de Deus. Obrigado por nos lembrar que somos parte de uma mesma Casa Comum e que devemos cuidá-la com amor e justiça. Hoje seguimos caminhando com esperança, levando no coração tua mensagem de compaixão, fraternidade e compromisso com quem mais precisa”.

Conclusão

O Papa Leão XIV explicou que escolheu seu nome por causa da doutrina social da encíclica Rerum Novarum. Qual será o impacto político disso na América Latina?

Sobre isso, o presidente colombiano Gustavo Petro afirmou: “O novo Papa, Leão XIV, é mais do que um norte-americano. Seus ancestrais imediatos são latinos: espanhóis e franceses, e ele viveu quarenta anos em nossa América Latina, no Peru. Oxalá seja o grande líder dos povos migrantes no mundo e, tomara, inspire nossos irmãos migrantes latino-americanos, hoje humilhados nos Estados Unidos. É hora de se organizarem. Oxalá ele nos ajude na construção da grande força da humanidade que defenda a vida e derrote a cobiça que provocou a crise climática e a extinção dos seres vivos. Chicago é a grande cidade operária e progressista dos Estados Unidos. Sinto esperança.”

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