12 Mai 2025
“O Papa Leão XIV tirará inspiração ou impulso” de seu antecessor, “mas é diferente. Cada papa é sempre diferente”: é o que resulta do diálogo com um dos cardeais que entraram na Capela Sistina para eleger o novo bispo de Roma.
A reportagem é de Luis Badilla, publicada por Domani, 11-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
A pergunta recorrente, sussurrada, nos ambientes eclesiásticos de alto nível é esta: por que os conclavistas não elegeram um Francisco II, mesmo que muitos apoiadores do legado do pontífice argentino pensassem que esse nome teria sido imprudente, provocativo? Houve, no entanto, uma tentativa sólida, que fracassou, também por ser desajeitada. Desde as primeiras horas das reuniões pré-conclave circulava uma sugestão, mesmo com piadas coloquiais, para todos e para ninguém: é melhor ir pescar um nome fora do século XX.
As discussões, uma vez superado o "obstáculo Becciu", uma questão obviamente não resolvida, quase imediatamente assumiram uma dupla orientação específica: uma imensa gratidão e afeição ao Papa Bergoglio, enfatizando seu estilo corajoso, sua abertura a novos desafios com um olhar clarividente e seu incansável impulso para trazer a Igreja e sua voz de volta à opinião pública mundial.
Na época, especialmente sob forma de pergunta, também despontaram os limites do pontificado, em primeiro lugar as muitas leituras sociopolíticas que às vezes eram descentralizadas da doutrina social da Igreja a ponto de parecerem como listas de opiniões pessoais. A isso se somaram outros elementos críticos a serem superados na pessoa do novo bispo de Roma, incluindo a demasiada fluidez na aplicação dos textos legislativos e do próprio direito; os fracassos bastante graves no caso de reformas consideradas estratégicas: o organograma da cúria (chamado Praedicate Evangelium), vertical, burocrático e oneroso; a reforma das mídias vaticanas, pouco influentes dentro e fora da Igreja e também onerosas; finalmente, as famosas reformas econômicas que, dez anos depois, o próprio Papa Francisco destacou em uma carta, foram incapazes de salvar o Fundo de Pensões, agora em risco. Assim, o Vaticano em breve não será capaz de pagar suas novas pensões.
Naturalmente, nas mais de 200 intervenções dos cardeais, não faltaram referências a questões específicas sobre a sobrevivência institucional do aparato e aos apelos que custam a credibilidade da Igreja: da pedofilia e do seu encobrimento ao envelhecimento do clero e das religiosas, especialmente nos países ricos do Norte do mundo, que sugam o pessoal eclesiástico das igrejas dos países pobres. "Uma nova forma de colonialismo", como já foi dito.
Estas notas foram recolhidas por mim numa esplêndida conversa no Gianicolo, em Roma, com um cardeal eleitor e amigo de longa data que, embora, e com razão, muito reservado sobre coisas sobre as quais jurou segredo total, respondeu a algumas das minhas perguntas, começando pela mais frequente nos últimos dias: em sua opinião, o Espírito Santo estava na Capela Sistina ou não?
Aqui está um resumo da sua resposta: "Sim, estava. Mas não era o que vocês, jornalistas, acreditam, que é o que nós próprios às vezes dizemos. Aquela pomba branca que pousa na cabeça. Aquele é Cristo. Para nós é algo diferente. Para nós, esse espírito era estarmos juntos e, acredite, algo fora da percepção, mas que conta, se sente. Olhar para a Igreja em perspectiva entre três ou dez cardeais é uma coisa. Olhar para ela entre 133 é algo completamente diferente. No grupo de conclavistas, eu mesmo me vi pensando em muitas coisas de forma diferente do que antes. Esse espírito de que falamos se manifesta melhor na comunhão. Você pode pensar o que quiser sobre essa questão, mas para mim sempre havia algo indecifrável que nos guiava”.
Pergunto: houve em determinado momento a virada, lembra dos papáveis quase já eleitos fora do conclave. A perspectiva de um Papa Leão não estava crescendo lentamente? "E como eu me lembro de tudo. Aconteceu ontem. Se entra como papa e se sai como cardeal, reza o provérbio romano, mas não está correto. O que é verdade é a frase do Cardeal Giuseppe Siri (1906–1989): os papas são criados no conclave. Nós também vimos isso agora. São os conclavistas que fazem um balanço do período passado, fechado, e daquele que se quer abrir. Por enquanto, o pontificado de Francisco, mesmo que em continuidade com os anteriores, ainda é um parêntesis e deve ser submetido com amor e rigor ao escrutínio dos critérios da Igreja. O Papa Leão XIV tirará inspiração, impulso ou verificações, mas isso é diferente. Cada papa é sempre algo diferente, a ponto de, teoricamente, o Papa Prevost poder anular o que o Papa Francisco decidiu. Ele também tinha o poder de fazer isso em relação a Bento XVI.”
Então, depois de cada conclave, se recomeça tudo de novo? "Não. Absolutamente não. Lembre-se de que estamos falando da Igreja, de seu fundador, de sua doutrina e de suas leis, bem como de tradições e ritos litúrgicos. Agora estamos falando do papado, do papel do pastor universal, do governo de sua Igreja. Entre outras coisas, nesses encontros também falamos sobre a reforma do papado. Cada papa ensina, seja para o bem ou para o mal, o papa que vem depois. É o novo bispo de Roma que tira as conclusões, e isso será feito pelo Papa Prevost.”