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13 Agosto 2024

“As Olimpíadas de Paris 2024 serão lembradas como as olimpíadas do genocídio, com nomes diferentes. Nenhuma das guerras em curso causou qualquer ekecheiria (trégua), muito pelo contrário. Como no caso dos anos do nazismo e do fascismo, o único efeito consistiu em marginalizar aqueles que não eram os favoritos do poder político central, como a Rússia, e convidar Israel para participar, no meio de um dos piores genocídios das últimas gerações”. A reflexão é de Jorge Majfud, publicada em Rebelión, 12-08-2024. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

As olimpíadas gregas foram capazes de interromper as guerras para respeitar a sacralidade do evento desportivo. Essa trégua, praticada desde o século VIII a.C., chama-se ekecheiria, mediante a qual tanto atletas quanto espectadores de nações em guerra poderiam viajar com segurança até a cidade onde os jogos eram realizados e retornar, tudo sob a proteção da honra alheia. Os atletas e participantes viajavam do que hoje é a Grécia, a Turquia, a Itália e até do Norte da África, distâncias que naquela época eram mais longas e mais caras do que hoje uma viagem da Terra do Fogo ou de Jacarta a Paris.

Antes de se tornar mais um produto comercial na nossa civilização capitalista, a deusa dos Jogos Olímpicos era Nike, ou vitória, o grito de Fidípides (mensageiro ateniense) antes de morrer em decorrência do seu esforço heroico. A ekecheiria, a trégua, a suspensão de todas as guerras, era dedicada a Irene (Eirene), a deusa da Paz e irmã de Dike, deusa da justiça. Os artistas gregos frequentemente a retratavam como uma bela jovem com o bebê Pluto no braço esquerdo, embora Pluto não fosse seu filho. Assim como a estátua da Liberdade em Nova York, Irene também usava uma coroa e, no braço direito, segurava uma tocha.

Antes de se tornar um novo mito (o mito capitalista da liberdade de apropriação), este gesto e o próprio conceito de liberdade tinham um significado muito diferente do que temos hoje e, durante milhares de anos, era mais ou menos o mesmo em diferentes culturas de diferentes cidades e continentes: era o gesto do governador generoso que aparecia diante do povo para anunciar que naquele momento histórico as dívidas dos subordinados estavam perdoadas. Este gesto não foi simplesmente um ato de generosidade, mas uma necessidade existencial para o funcionamento contínuo de uma sociedade estagnada e em queda.

Daí a ideia de liberdade, já que muitos escravos e não escravos não eram livres por causa de suas dívidas, exatamente como acontece ainda hoje. Como explicou o grande economista estadunidense especialista em dívidas Michael Hudson, a frase “Senhor, perdoai-nos os nossos pecados” vem do grito mais antigo e repetido de “senhor, perdoa-nos as nossas dívidas”, encontrado inclusive na Bíblia – quando traduzida sem os dogmas religiosos do momento.

O Pluto nas mãos de Irene, a deusa da paz, era (ou é) o deus da riqueza, o que, para um mundo antigo, fazia sentido: da paz vem a prosperidade. Por uma trágica ironia, hoje as chamadas democracias são plutocracias, ou seja, são a expressão do poder dos ricos e são estes que multiplicam as suas riquezas a cada guerra. Para os investidores capitalistas, a renda da paz é pequena e lenta.

Depois de 2.700 anos, finalmente nos tornamos civilizados e as coisas são diferentes. Pluto cresceu e assassinou Irene, o que explica a abolição da ekecheiria nos Jogos Olímpicos e em qualquer outro grande evento desportivo como a Copa do Mundo de futebol. Em 1992, foi feita uma tentativa de reviver esta antiga tradição, e as Nações Unidas aprovaram uma resolução que, como muitas das suas resoluções, só é aplicada quando beneficia ou não incomoda os capangas da vizinhança.

Depois de vencer tudo, o Uruguai recusou-se a participar da Copa do Mundo de 1934, na Itália, em protesto contra a arrogância europeia que reclamou que a primeira Copa do Mundo organizada pelo Uruguai estava muito longe do centro, o que me lembra a piada que às vezes meu querido pai me contava: “É melhor você vir, porque você está mais perto”. O Uruguai tinha ido às olimpíadas organizadas na Europa, em Paris 1924 e Amsterdã 1928 e havia vencido ambas, época em que os torneios mundiais de futebol integravam os jogos olímpicos onde cada país mandava os melhores, não times alternativos ou com limite de idade, como hoje.

Nos jogos da França 1938, o Uruguai também não participou. Voltou a protestar porque os europeus decidiram quebrar a promessa de uma Copa do Mundo em cada continente (os jogos deveriam ser realizados na Argentina, onde até hoje o Uruguai é sempre o favorito), e para respeitar o boicote contra o fascismo, então liderado por Hitler e Mussolini. Além disso, o Uruguai foi a primeira seleção a disputar torneios internacionais com um jogador negro, o que não deixava de ser uma afirmação ética e política que incomodava muita gente, inclusive alguns países latino-americanos.

Não por acaso, a Itália voltou a vencer essa Copa do Mundo; logo em seguida, foi suspensa por duas edições por causa da guerra. Os jogos voltam a ser realizados em 1950, no Brasil, quando o Uruguai voltou a vencê-los com o famoso Maracanaço, um mito nacional que faz parte do DNA psicológico desse pequeno e despovoado país.

Algo semelhante pode se dizer sobre a Copa do Mundo da Argentina de 1978. O Uruguai não participou, não por razões políticas, mas por causa de seu próprio fracasso nas eliminatórias – embora a recusa em chamar seus melhores jogadores do exterior para as eliminatórias pudesse ter sido devido à própria ditadura militar da época, mas esta é apenas uma nota para os especialistas em história do futebol.

A Copa do Mundo de 1978 foi um presente para o genocida Rafael Videla, que não se esquivou de pressionar os próprios jogadores nos treinos, seleções estrangeiras (como o Peru) e de correr para aparecer na foto quando a Argentina conquistou sua primeira conquista mundial, uma conquista muito diferente da de 1986. Foi uma festa político-esportiva em meio aos massacres e desaparecimentos de um regime fascista que usou o campeonato como Mussolini usou a Copa do Mundo de 34, Hitler as Olimpíadas de 1936 e, em 1938, a Copa do Mundo da FIFA, tipo Die Europa über alles – a Europa acima de tudo.

Os historiadores dirão algo semelhante sobre as Olimpíadas de Paris 2024. Serão lembradas como as olimpíadas do genocídio, com nomes diferentes. Nenhuma das guerras em curso causou qualquer ekecheiria (trégua), muito pelo contrário. Na era da comunicação social, os poderosos esperam sempre por alguma grande distração global para cometer as suas piores atrocidades.

Como no caso dos anos do nazismo e do fascismo, o único efeito consistiu em marginalizar aqueles que não eram os favoritos do poder político central, como a Rússia, e convidar Israel para participar, no meio de um dos piores genocídios das últimas gerações, com o agravante de que não está apenas fundamentado no racismo explícito, não dissimulado (não sem um paradoxo – é nos esportes que podemos observar a maior resistência ao racismo), mas que é cometido pelas armas, pelo dinheiro e as bênçãos midiáticas do próprio centro hegemônico que, como nos tempos da escravidão, batem no peito definindo-se como os campeões da democracia, da liberdade e dos Direitos Humanos.

Três categorias morais em que não ganham nenhuma medalha – mas as conseguem mesmo assim.

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