15 Julho 2021
“Sentimos muita falta de espaço para discutir, com caridade e generosidade, as grandes questões e experiências que nos dividem. Precisamos expressar nossas divergências em relação a gênero, sexualidade, política, economia e responsabilidade ambiental. Precisamos de um espaço amplo o suficiente para incluir os católicos que muitas vezes vivem marginalizados na Igreja, de católicos divorciados, recasados e LGBTs de um lado e, do outro, os católicos que se identificam como 'tradicionais'. Precisamos ouvir dos ex-católicos por que escolheram ir para outro lugar, e dos novos católicos por que escolheram se juntar a nós. E precisamos pensar bem — com membros de outras Igrejas cristãs, membros de outras tradições religiosas e com todas as pessoas de boa vontade — como podemos contribuir para o bem comum da Igreja e de nossa casa comum”, escreve Brian P. Flanagan, professor associado de teologia na Universidade Marymount em Arlington, Virgínia, em artigo publicado por America, 12-07-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O 3º Concílio Plenário de Baltimore foi concluído em dezembro de 1884. Dentre os seus resultados esteve a padronização do catecismo, reconhecido por gerações de católicos como o Catecismo de Baltimore. Esse encontro foi o último de 13 concílios de diferentes tipos que ocorreu em Baltimore, entre 1829 e 1884. Esses 13 concílios fizeram os Estados Unidos ser o lugar mais conciliar na Igreja Católica durante aquela época – enraizado, em parte, em um experimento próprio da democracia do país.
Dado todos os desafios enfrentado pela Igreja Católica em nosso país, já passamos do momento no qual os bispos, clérigos, religiosos e leigos possam discernir juntos sobre como ser o Povo de Deus em nosso tempo e espaço. Dado o trabalho de preparação prática e conversão espiritual necessária para tal evento, isso deveria ocorrer em 2029, no aniversário de 200 anos do Primeiro Concílio de Baltimore, em 1829. Isso nos permitiria caminhar juntos, em diálogo sobre as necessidades pastorais da nossa Igreja.
O mais proeminente dos muitos desafios que a Igreja enfrenta nas próximas décadas é a questão do abuso sexual clerical de menores e capacitar bispos, superiores religiosos e outros líderes da Igreja a enfrentá-lo. Ainda temos que reconhecer totalmente e resolver esses pecados, tanto do passado quanto do presente. Nem abordamos adequadamente as respostas contínuas a sobreviventes de abuso sexual clerical e outras formas de assédio sexual e má conduta.
Nos últimos anos, os assassinatos de George Floyd, Breonna Taylor, Rayshard Brooks e muitos outros afro-americanos nas mãos de policiais finalmente iniciaram conversas e aumentaram a consciência das pessoas sobre a profundidade das instituições dos Estados Unidos, incluindo a Igreja, serem formadas por histórias de supremacia branca e injustiça racial. Ainda temos que, como Igreja, abordar coletivamente as estruturas do racismo sistêmico e seus efeitos sobre todas as pessoas de cor, que são ou em breve serão a maioria dos cristãos católicos romanos nos Estados Unidos. Muitos de nós tivemos nossos olhos abertos para como os católicos brancos, que predominam na liderança de dioceses, universidades católicas, paróquias e outras instituições católicas (eu me incluo aqui como um teólogo católico branco), controlam as principais conversas e narrativas, deixando de ouvir às vozes dos católicos negros, latinos, nativos americanos, do Oriente Médio e das ilhas da Ásia e do Pacífico em nosso país.
A Igreja também está enfrentando mudanças demográficas significativas, até agora enfrentadas com respostas aleatórias ou inércia paralisada em muitos lugares. As instituições enraizadas nas comunidades de imigrantes euro-americanas do Nordeste e Centro-Oeste estão diminuindo, e a crescente voz e tamanho das populações católicas no Sul e no Oeste oferecem desafios e oportunidades para a Igreja. Relacionado a isso está a questão mais ampla de como evangelizar, como organizar e estruturar nossos ministérios e como avançar no serviço ao Evangelho do Reino de Deus em um Estados Unidos cuja política, economia, estruturas sociais e normas são muito diferentes desde a época do último concílio plenário de 1884.
Uma terceira questão que chama atenção é a situação e o tratamento das mulheres na igreja. Os católicos nos Estados Unidos estão divididos em questões relacionadas à ordenação de mulheres ao presbitério e ao episcopado. Mas as questões da ordenação de mulheres ao diaconato e a falta de vozes femininas no nível de tomada de decisão em nossa Igreja precisam ser abordadas com urgência. Um concílio plenário poderia abrir espaço para as mulheres católicas conversarem umas com as outras, e com a Igreja como um todo, sobre suas esperanças e medos para o futuro da Igreja nos EUA e seu envolvimento.
Uma quarta questão, implícita nas outras três, é a maneira como nos dividimos como católicos. Sentimos muita falta de espaço para discutir, com caridade e generosidade, as grandes questões e experiências que nos dividem. Precisamos expressar nossas divergências em relação a gênero, sexualidade, política, economia e responsabilidade ambiental. Precisamos de um espaço amplo o suficiente para incluir os católicos que muitas vezes vivem marginalizados na Igreja, de católicos divorciados, recasados e LGBTs de um lado e, do outro, os católicos que se identificam como “tradicionais”. Precisamos ouvir dos ex-católicos por que escolheram ir para outro lugar, e dos novos católicos por que escolheram se juntar a nós. E precisamos pensar bem — com membros de outras Igrejas cristãs, membros de outras tradições religiosas e com todas as pessoas de boa vontade — como podemos contribuir para o bem comum da Igreja e de nossa casa comum.
Por que ter essa conversa por meio de um concílio plenário, em vez de alguma outra instituição? Afinal, já temos a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, que regularmente reúne os líderes de nossa Igreja para determinar a política eclesiástica e os planos pastorais. Como isso seria diferente e não apenas outra forma de corpo clerical?
Além de papas e primazes na Igreja, tivemos concílios ou reuniões de cristãos para discernimento, diálogo e tomada de decisões comuns. A teologia denomina o princípio desta forma de discernimento coletivo de “sinodalidade”. Embora a falta de familiaridade do termo sugira quão pouco papel ele desempenhou em nossa Igreja nos últimos séculos, um documento recente do Vaticano afirmou que “a sinodalidade é uma dimensão essencial da Igreja”, e o Papa Francisco sugeriu que a sinodalidade é “o que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”. E enquanto muitos católicos estão cientes dos concílios “ecumênicos” ou “mundiais” da Igreja como Nicéia e Calcedônia, Trento e o Concílio Vaticano II, menos estão cientes das práticas dos concílios diocesanos, regionais e nacionais que marcaram nossa história.
Como definido no Código de Direto Canônico de 1983, um concílio plenário prove vantagens que outras instituições, como a conferência episcopal, não têm. Primeiro, como o Concílio Vaticano II, bispos formam núcleos de concílio, e eles sozinhos possuem o direito a deliberar o voto sobre os decretos finais. Isso faz os ensinos do concílio um exercício oficial do seu ensino coletivo do magistério – diferente de declarações de conferência episcopal, as quais, sob a atual lei, não são obrigatórias aos bispos em suas dioceses.
Segundo, diferente de encontros da USCCB, um concílio plenário é uma reunião muito mais ampla de pessoas preocupadas com os problemas da Igreja em uma região particular. Alguns membros da Igreja precisam por lei ser convidados para participar do concílio: vigários de todas as dioceses; representantes de superiores de comunidades religiosas, tanto masculinas quanto femininas; líderes de universidades e faculdades católicas de teologia e direito canônico; representantes de seminários; e representantes de conselhos presbiteriais e pastorais de cada diocese. Ainda, além dos participantes obrigatórios, outros membros convidados da Igreja – padres, diáconos, religiosos, teólogos e leigos – também podem ser convidados para aderir ao trabalho do concílio, tanto como observadores, como convidados ecumênicos ou inter-religiosos (can. 443).
É verdade, porém, que aqueles que não são bispos não têm um voto “deliberativo”, o que significa que eles não votam para aprovar ou rejeitar determinados documentos; seria difícil dentro da atual eclesiologia católica para decretos terem a autoridade de ensino que eles têm sem essa limitação. Mas o que o direito canônico define como voto “consultivo”, ou melhor, “voz” dos outros convidados, dá a eles a capacidade de compartilhar suas experiências e conhecimentos com o concílio como um todo. Essa participação potencialmente excede até mesmo aquela no Vaticano II, quando os oradores não-bispos eram geralmente poucos e distantes entre si. Um encontro em que estejam presentes representantes da amplitude e profundidade do clero católico, religiosos e leigos dos Estados Unidos seria uma oportunidade única para discernir o sensus fidelium, o sentido dos fiéis, junto com nossos bispos sobre o passado, o presente e futuro de nossa Igreja.
Finalmente, e talvez o mais importante, os concílios, sejam locais ou ecumênicos, diferem de outras reuniões eclesiásticas e seculares por serem antes de tudo atos de oração. O verbo principal usado para um concílio não é organizado, convocado ou realizado, mas celebrado. Decretos, decisões e documentos sempre foram emitidos de concílios, mas ao contrário das reuniões da conferência episcopal ou reuniões de legislaturas seculares, os concílios são, antes de mais nada, uma realidade sacramental — eles estabelecem a comunhão da Igreja em um lugar específico e em tempo real. Em vez de ser um corpo deliberativo no qual algumas orações ocorrem, eles são um corpo orante no qual algumas deliberações acontecem.
É óbvio, apenas pela lista de participantes em potencial, que tal reunião não seria uma tarefa fácil, visto que concílios raramente existiram na história da Igreja. Primeiro, o concílio não deve ser um exercício vazio de aprovação de um conjunto de resultados predeterminados antes que os participantes cheguem a Baltimore. Pelo contrário, se for um momento real de discernimento coletivo dos católicos nos Estados Unidos, será necessário começar com processos preparatórios de diálogo e discernimento dentro das dioceses, paróquias e outras comunidades dos Estados Unidos.
Em termos eclesiológicos, a autoridade dos bispos ensinando juntos em um concílio vem não apenas de sua sabedoria como indivíduos, com suas próprias ideias e prioridades, mas como personificações da fé, vida e testemunho dos católicos em sua própria igreja local, sua diocese. Como argumentou o teólogo Richard Gaillardetz, incorporar essa fé exige que os bispos não sejam apenas professores, mas alunos, que ouçam a fé, as experiências e as questões de seu próprio povo. Isso exigirá tempo, organização, compromissos episcopais e clericais para uma forma renovada de exercer seu ministério e, acima de tudo, paciência de todas as partes.
Um processo sinodal pré-conciliar, bem feito, tem potencial catequético para que os fiéis e seus pastores aprendam a falar uns com os outros e a aprender uns com os outros. Pode ser uma oportunidade para a renovação na forma e na função dos concílios diocesanos presbiterais e pastorais, bem como dos concílios pastorais paroquiais, com um compromisso mais democrático. Se conduzido com transparência e justiça, tratando todos os membros da Igreja como partes interessadas ao invés de consumidores, como colegas de trabalho ao invés de crianças, a preparação para um concílio plenário nacional pode ser um momento de crescimento e madura co-responsabilidade em toda a Igreja dos EUA.
Outro conjunto de desafios envolve a execução do concílio. Os concílios sempre operaram com a expectativa de consenso ou consenso virtual, em vez de uma simples maioria de votos. Embora possamos ser menos propensos a ver as erupções de unanimidade espontânea descritas nos registros dos primeiros concílios da Igreja, os historiadores do Vaticano II notaram o quão duro os pais da Igreja trabalharam para elaborar documentos que seriam aceitáveis para a grande maioria dos membros, e eles geralmente tomavam suas decisões com a expectativa de uma votação de dois terços. Infelizmente, encontrar consenso por meio do diálogo não é um conjunto de habilidades particularmente bem exercido atualmente nos Estados Unidos, dentro ou fora de nossa igreja. Provas tristes disso acabaram de ser dadas na reunião de junho da USCCB, incluindo sínodos diocesanos ou concílios regionais, podem nos ajudar a começar a reaprender os hábitos sinodais e praticar o diálogo conciliar nos anos que antecedem o concílio plenário.
Também podemos buscar sabedoria em outras experiências de sinodalidade, tanto positivas quanto negativas. O teólogo Bradford Hinze, em seu trabalho sobre o diálogo na Igreja, destaca os sucessos e fracassos da tentativa mais recente de algo como o discernimento católico nacional, o encontro Catholic Call to Action de 1976, bem como as experiências pós-conciliares de discernimento coletivo e tomada de decisão iniciada por comunidades religiosas femininas. Os cinco processos de Encuentro dos Católicos Hispânicos dos EUA desde 1972 fornecem talvez o exemplo mais robusto de uma conversa nacional iniciada em nível local, reunida em nível nacional e, em seguida, devolvida para recepção em paróquias, ministérios e dioceses locais. As comunidades religiosas femininas nos Estados Unidos têm uma sabedoria duradoura e arduamente adquirida sobre métodos consensuais para liderança e discernimento coletivo.
Além disso, as Igrejas Católicas nacionais têm experiência em se reunir; os católicos alemães estão se reunindo em processos sinodais e a Igreja Católica australiana em breve realizará seu próprio concílio plenário. Comunidades protestantes que se reúnem regularmente em conferências ou convenções, apesar das diferenças de estrutura e teologia, fornecem recursos úteis e longa experiência para as melhores práticas de discernimento coletivo. Aprender com os sucessos e fracassos de todas essas várias experiências ajudaria na execução do concílio plenário.
Os processos sinodais baseados em consenso precisam de espaço aberto para ouvir as vozes de todos, incluindo os jovens e aqueles cujas vozes foram menos ouvidas por uma variedade de razões. Uma salvaguarda fundamental aqui seria a seleção dos participantes convidados do concílio. Por outro lado, muitos devem ser representantes da fé, vida e testemunho de suas igrejas locais. Ao mesmo tempo, a seleção cuidadosa de participantes convidados de identidades atuais e historicamente marginalizadas e de comunidades de experiência distintas, incluindo aquelas mais potencialmente desafiadoras para o status quo, será parte integrante da prevenção de derrapagens de uma busca de consenso para a fraca ratificação do status quo. Talvez o mais importante, dada a predominância de vozes masculinas e brancas na assembleia liderada por nossos bispos atuais, a seleção preferencial de mulheres e de católicos de cor como participantes parece ser um requisito para a credibilidade e autenticidade de um concílio.
Finalmente, a execução de um concílio nacional exigirá tempo para consideração, julgamento e recepção. Embora um concílio plenário deva ser um evento em vez de um corpo ou legislatura permanente, não há nenhuma lei que exija que todos os seus assuntos sejam concluídos em uma semana ou um fim de semana. Como o Vaticano II e as recentes deliberações do Sínodo universal dos bispos, reunir-se em várias sessões, separadas por um ano para recepção e feedback nas dioceses locais, pode aumentar o valor, a autenticidade e a eficácia dos resultados finais do concílio.
Uma razão para a realização de um concílio em Baltimore em 2029 é a ressonância simbólica óbvia de retornar ao lugar do primeiro concílio plenário duzentos anos depois para reiniciar nossa vida juntos como uma Igreja sinodal. Mas, embora esse simbolismo possa ser importante, isso por si só não é uma razão suficiente.
A própria Baltimore seria uma encruzilhada ideal para algumas das principais questões sobre as quais precisamos conversar. Não é apenas a “primeira visita” histórica da Igreja Católica dos EUA, também tem sido historicamente um centro para os católicos negros nos Estados Unidos — em parte por causa do grande número de seus ancestrais escravizados por leigos católicos, clero e instituições. Baltimore foi onde Freddie Gray morreu sob custódia policial em 2015, e a intersecção de raça, classe e pobreza fazem dela um lugar onde a participação da Igreja no racismo sistêmico não pode ser ignorada. Baltimore também é uma cidade que enfrenta muitos dos desafios encontrados nas dioceses católicas no Nordeste e Centro-Oeste — desafios e oportunidades para novos ministérios em face das mudanças demográficas, diminuição do número de padres e seminaristas, infraestrutura cada vez mais cara, aumento da desigualdade de riqueza e dificuldades financeiras, e todas as outras realidades de ser uma Igreja Católica na era secular.
Mas o concílio plenário não precisa ocorrer apenas em Baltimore. Além de todo o trabalho preparatório que ocorreria em todo o país, um concílio que tivesse sessões múltiplas poderia continuar no ano seguinte em outra parte do país. Uma possibilidade pode ser mudar para a frequentemente esquecida casa original do catolicismo romano no que hoje é os Estados Unidos, o sudoeste americano, onde os católicos de língua espanhola já viviam e transmitiam a fé no início do século XVII. Isso colocaria nossas conversas com católicos hispânicos e nativos americanos em uma perspectiva mais ampla, além da história euro-americana do catolicismo norte-americano.
Alguém pode perguntar: se essas questões são tão urgentes e a necessidade tão óbvia, por que esperar até 2029? A resposta, além do simbolismo do aniversário, é que simplesmente ainda não estamos prontos para esse encontro. Como um atleta lesionado que está em recuperação, há muito tempo não exercitamos nossos músculos sinodais e é provável que machuquemos ainda mais nós mesmos e os outros sem uma terapia eclesial gradualmente um pouco mais intensa. Um concílio plenário realizado antes de seu tempo poderia levar a respostas superficiais e ineficazes, a conflitos mais profundos sem consenso, a um carimbo clericalista de propostas desconectadas da realidade dos católicos neste país, ou, se o Twitter servir de guia, simplesmente a muitos gritos de uns com os outros.
Além da necessidade de muita preparação prática, a necessidade mais profunda de um concílio bem-sucedido é a conversão de mentes e corações à sinodalidade. Se simplesmente importarmos nossas motivações políticas de governo da maioria e jogos de poder para um concílio ou, inversamente, mantermos uma conversa inteiramente hierárquica fechada às contribuições de todo o povo de Deus, o concílio irá falhar, e falhar espetacularmente.
“A sinodalidade”, escreveu a Comissão Teológica, “não é simplesmente um procedimento de trabalho, mas a forma particular na qual a Igreja vive e opera”, assim como “um método de discernimento comunitário e apostólico que é uma expressão da própria natureza da Igreja”. Crescer espiritualmente em uma recuperação dessa visão exigirá tanto tempo e esforço quanto as considerações práticas.
Existem, é claro, muitas razões para não haver um concílio plenário: as despesas do empreendimento, os perigos de mais divisão e cisma, a possibilidade de um concílio fracassado causar mais danos à vida da igreja, o risco de um processo mal conduzido marginalizar ou enfraquecer ainda mais os leigos ou partes interessadas já marginalizadas em nossa Igreja. Mais argumentos provavelmente poderiam ser apresentados. Tudo poderia dar errado tão facilmente.
Por outro lado, os próprios desafios não vão desaparecer, e enfrentá-los coletiva e sinodalmente, com a contribuição do maior número possível de fiéis e com as vantagens particulares que o mecanismo de um concílio plenário proporciona, parece a melhor maneira de abordá-los do que ignorá-los inteiramente ou continuar a abordá-los apenas dentro das estruturas atualmente em uso.
Mais fundamentalmente, a convocação de um concílio plenário é lembrar que cada concílio é um ato de fé, esperança e amor: fé no Deus de quem somos povo; esperança na orientação do Espírito Santo; e amor a Cristo e por aqueles que Cristo fez como nossas irmãs e irmãos. É também um ato de fé, esperança e amor pela Igreja e pelos outros, neste tempo e neste lugar. Os concílios raramente são convocados quando as coisas estão indo bem. Como em tempos passados de mal-estar eclesial e incerteza, o risco de um concílio desse tipo pode valer o potencial de uma nova manifestação de graça para os católicos dos EUA, agora e para o nosso futuro. É hora de celebrar outro Concílio de Baltimore.
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EUA. Uma reunião de bispos não reparará a Igreja. Nós precisamos de um 4º Concílio Plenário envolvendo todos os católicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU