02 Julho 2021
A Igreja na Alemanha está em um ponto crítico que lembra muitos eventos de 500 anos atrás, quando se desencadeou uma tempestade de protestos que mudaria a face do catolicismo para sempre.
A reportagem é de Derek Scally, publicada por The Tablet, 01-07-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Na glória brilhante e estucada da Igreja Theatina de Munique, solistas e orquestra refletem tristemente sobre a mais obscura desgraça da Igreja Católica. “Oratio” é uma obra musical de angustiante beleza do compositor Mathias Rehfeldt que adapta as Lamentações de Jeremias sobre a queda de Jerusalém (“Eles nos abusaram descaradamente... a coroa caiu”) à crise dos abusos na Igreja Católica global.
À medida que a crise atinge uma escala para além do entendimento racional, a música impetuosa de “Oratio”, acompanhada de um antigo lamento de luto e salvação, abre o ouvido – e a alma – para um espaço que nenhuma palavra pode alcançar.
“Queríamos enviar um sinal que não fosse apenas pontual, mas que perdurasse”, disse o Pe. Robert Mehlhart OP, cocriador da peça, maestro de sua estreia e diretor musical na Theatina. “No original, outros são responsáveis pela catástrofe, mas, na nossa peça, o mal vem de dentro. A culpa pelo que aconteceu na Igreja não pode ser repassada para quem é de fora.”
Depois de três décadas de revelações de abuso sexual clerical na Irlanda, nos Estados Unidos, na Austrália e em outros lugares – com o agora familiar ciclo de reportagens midiáticas, bravos testemunhos de sobreviventes, investigações relutantes, fúria pública e desculpas desajeitadas – a Igreja alemã se encontra agora no mesmo ponto de inflexão existencial.
Há uma forte discordância sobre as causas da crise na Alemanha, mas, meio milênio após a posição de Martinho Lutero contra Roma, há um consenso crescente de que uma tempestade de significativa gravidade histórica está se formando.
Apesar dos murmúrios que vêm de outros lugares sobre um cisma iminente, ninguém na Alemanha espera que a história se repita com uma ruptura com Roma. Mas o tamanho, a importância e a riqueza da Igreja Católica na Alemanha significam que o que quer que aconteça aqui terá um efeito indireto sobre a Europa e a Igreja global.
Enquanto a hierarquia da Igreja tenta lidar com sua crise de abusos com uma mão, a outra mão está gerenciando as expectativas em torno do seu processo de consulta sobre a renovação da Igreja, o chamado “Synodaler Weg” (Caminho Sinodal). E alguns estão pressionando por mudanças mais radicais do que os bispos – e Roma – estão prontos para admitir.
O movimento de base Maria 2.0 exige a ordenação de mulheres. A reafirmação da Congregação para a Doutrina da Fé de que a Igreja não pode abençoar as uniões entre pessoas do mesmo sexo desencadeou uma reação sem precedentes – centenas de padres e milhares de fiéis aderiram à iniciativa Liebe gewinnt (“O amor vence”), uma semana de bênçãos para casais do mesmo sexo em igrejas de toda a Alemanha.
Como se essa turbulência não bastasse, os próximos meses trarão um segundo relatório da Arquidiocese de Munique e Freising sobre acusações de abuso que podem lançar um olhar pouco lisonjeiro sobre o mandato de cinco anos do arcebispo Joseph Ratzinger lá, antes de partir para Roma em 1982. Uma década depois do primeiro relatório, espera-se que este novo documento seja um mergulho ainda mais a fundo nos registros diocesanos. Se o papa emérito de 94 anos for citado como alguém que estava ciente dos abusos – ou do encobrimento dos abusos – e que não tomou as medidas apropriadas, as ondas de choque poderão ser maiores do que as causadas pela carta de renúncia do seu atual sucessor em Munique, Reinhard Marx, no mês passado.
Por toda a Baviera, a renúncia-surpresa de Marx – prontamente rejeitada pelo Papa Francisco – dividiu opiniões. Alguns a viram como um golpe publicitário, outros como um Befreiungsschlag, um impulso libertador para um reformador enérgico. Na sede diocesana, o vice do cardeal, o vigário-geral Christoph Klingan, disse-me que a surpresa inicial agora cedeu espaço a um período de reflexão profunda e a um sentimento de que o papa concorda com grande parte da análise de Marx. “Para o cardeal Marx, não se trata apenas de questões estruturais, trata-se do nosso âmago: o que nos define como Igreja?”, explica o Pe. Klingan explica.
Raramente essa questão existencial foi mais urgente. Cerca de 22,6 milhões de alemães se identificam como católicos romanos, 27% da população (cerca de 21 milhões se identificam como membros das Igrejas protestantes). As fronteiras de muitas das suas 27 dioceses remontam a Bonifácio e a Carlos Magno, e refletem amplamente a antiga paisagem alemã pré-1871, de reinos, ducados e bispados. As dioceses são tão ricas quanto diversificadas graças a um imposto eclesial – 8% a 9% do imposto de renda de todos os registrados como católicos na Alemanha vão para a Igreja – que arrecadou 6,76 bilhões de euros (40,42 bilhões de reais) em 2019, a maior soma de todos os tempos. Muitos dentro da Igreja alemã veem o imposto como uma bênção mista: ele financia uma grande variedade de serviços sociais da Igreja, mas também uma vasta burocracia que é difícil de controlar e, em muitos casos, deliberadamente cega frente aos penhascos que se aproximam.
Para deixar a Igreja, os católicos alemães precisam agendar um horário cartório e fazer uma declaração por escrito: 273.000 fizeram isso em 2019, um aumento de 39% em relação ao número de pessoas que abandonaram em 1995. É quase certo que esse número seja muito mais alto agora, devido a um fluxo constante de denúncias e revelações de abuso. No mesmo período, o número de novos padres ordenados anualmente caiu quase 350%, para apenas 67 em 2020.
O abuso sexual clerical tornou-se um fenômeno público na Alemanha uma década atrás, graças ao padre jesuíta Klaus Mertes, que, como chefe do colégio de elite Canisius, em Berlim, abriu a caixa-preta sobre os clérigos abusivos na equipe e revelou o sofrimento de vários ex-alunos. Em 2010, estávamos sentados juntos em seu escritório, imaginando se a Igreja da Alemanha seguiria a da Irlanda rumo ao abismo. Como ele vê as coisas hoje?
“O copo está meio cheio e meio vazio”, disse-me o Pe. Mertes. Vir a público como ele fez há 10 anos quebrou o tabu da Igreja de discutir a violência sexualizada, lembra ele. Isso gerou um impulso investigativo e forçou novas estruturas de proteção aos menores. O processo que ele desencadeou, porém, também catalisou uma divisão cada vez maior entre aqueles que veem o abuso sexual clerical como uma obrigação de buscar um projeto mais amplo de reforma e renovação, e aqueles que veem os esforços de abertura da Igreja ao mundo – em seus ensinamentos, suas estruturas e sua abordagem ao seu passado – como parte do problema.
O Pe. Mertes é crítico do modo como cada bispo alemão tem seguido o seu próprio caminho, muitas vezes contratando advogados para investigar os abusos e encobrimentos em sua diocese. Isso permite que eles controlem o acesso dos investigadores aos registros e, em alguns casos, controlem até se o relatório é publicado. O único panorama geral nacional da extensão do abuso sexual na Igreja foi um estudo de 2018 detalhando os casos de 3.677 vítimas e de 1.670 padres e religiosos abusadores. Os grupos de sobreviventes e seus apoiadores querem mais detalhes – e uma investigação independente abrangente.
“O que falta na Alemanha é uma comissão de investigação totalmente independente e não eclesiástica, com poderes para examinar os arquivos e tomar decisões.” Mas, acrescenta o Pe. Mertes, “os políticos não estão interessados. Isso permite que o progresso seja dificultado por grupos de dentro da Igreja, bem conectados com a hierarquia, com uma abordagem fundamentalista e reacionária da fé. O melhor exemplo disso é Colônia”.
O arcebispo de Colônia, o cardeal Rainer Maria Woelki, é o crítico mais explícito dentro da hierarquia alemã do Caminho Sinodal – pelo menos ele era, até o cardeal Walter Kasper fazer a sua inesperada intervenção no mês passado. Woelki foi criticado por suprimir um relatório sobre os abusos sexuais clericais que ele mesmo havia encomendado. Seguiu-se um segundo relatório neste ano, que identificou 135 vítimas de abusos e 87 padres abusadores, e provocou a saída de dois bispos. Mas os críticos dizem que este segundo documento teve o cuidado de evitar uma das principais conclusões do relatório original: que as estruturas da Igreja foram um fator-chave para os abusos.
O cardeal e seus defensores se veem como vítimas de uma campanha de opositores que negligenciam a necessidade de equilibrar o bem-estar dos sobreviventes com os direitos dos acusados. A disputa causou tumulto na Arquidiocese de Colônia, a maior da Alemanha. Em janeiro, um padre local, Klaus Koltermann, escreveu ao cardeal Woelki alertando sobre “a inquietação entre os maiores fiéis” de sua paróquia de Dormagen. Quando um jornal local publicou a sua carta, o escritório de Woelki o alertou também por carta sobre “possíveis violações graves das suas obrigações (...) que podem ter consequências”. A ameaça foi retirada quando o Pe. Koltermann veio a público com a correspondência entre eles, um impasse que ele descreve como uma experiência de aprendizagem. “Uma nova solidariedade deve crescer entre nós”, disse-me o Pe. Koltermann. “Temos que ser mais corajosos. Infelizmente, nós, padres, nunca aprendemos a defender a nossa fé – na própria Igreja.”
A pressão sobre o cardeal Woelki alcançou níveis sem precedentes. Em maio, uma paróquia em Düsseldorf o desconvidou como celebrante de uma missa de Confirmação. Woelki havia atuado ainda como diácono na paróquia, assim como dois padres identificados como abusadores. “Infelizmente, o senhor não é mais crível para nós. Nós perdemos a nossa confiança no senhor como bispo”, disse-lhe o conselho paroquial. Woelki seguiu em frente e celebrou as Confirmações.
O último caso de má gestão de um caso de abuso ligado a Woelki, descoberto pelo jornal Bild, envolve um jovem sem-teto de 16 anos que teve contato sexual com um padre diocesano. Quando o Bild contestou a descrição de Woelki das ações do padre como “estupidez” em vez de abuso, um porta-voz diocesano respondeu ao jornal mais popular da Alemanha dizendo: “Vocês acham que todo contato sexual voluntário com um sem-teto é exploratório ou forçado? As pessoas sem-teto não têm permissão para fazer sexo?”.
À medida que a mentalidade de cerco cresce em Colônia, o cardeal Woelki é visto agora como alguém em grande parte isolado e inalcançável. A recente visitação papal de uma semana e o próximo relatório, dizem as altas autoridades da Igreja, são a última esperança para resolver o impasse. O infindável drama de Woelki teve um efeito dramático sobre a Igreja Católica na Alemanha, transformando aquele que era um acidente de carro em baixa velocidade em um desastre entre trens-bala. Ecoando a crescente demanda em outros lugares, as autoridades municipais de Colônia aumentaram para 1.500 por mês o número de vagas agendáveis para registrar um pedido de saída da Igreja.
Mas observadores internos e experientes do histórico de abusos e de sua investigação dizem que a batalha é muito mais profunda. “Na verdade, trata-se de quem controla a narrativa na Igreja”, disse-me uma fonte de investigação bem posicionada. “Trata-se de saber se a Igreja está aberta a investigadores neutros e externos, que detenham o poder de avaliar a situação e de fazer propostas para o futuro.”
Mais de uma década depois que o abuso sexual clerical apareceu, muitas figuras da Igreja na Alemanha ainda falam de casos individuais lamentáveis e de “maçãs podres”. Há uma relutância em reconhecer a natureza sistêmica da questão dos abusos – e a natureza sistêmica da resposta, se quisermos ter sucesso.
Por trás de expressões públicas de pesar, muitos bispos e padres continuam indispostos a ir ao encontro dos sobreviventes de abusos. “Eles literalmente não conseguem verbalizar isso. Qualquer coisa sexualizada é um tabu”, disse-me uma pessoa que trabalha regularmente com padres e religiosos. “Apesar de serem agentes de pastoral treinados, muitas vezes eles não conseguem ajudar uns aos outros, muito menos ajudar a qualquer outra pessoa.”
E os bispos tendem a preferir soluções complexas e de longo prazo, em vez de trabalhar rapidamente para ajudar os sobreviventes com base nos dolorosos processos de aprendizagem de outros países. “As principais questões estão em discussão aqui há algum tempo e não diferem muito daquelas de outras jurisdições”, disse outro leigo que trabalha com religiosos sobre a questão dos abusos. “Mas os alemães preferem tentar reinventar a roda, em vez de olhar para os relatórios ou a expertise da Irlanda, dos Estados Unidos e da Austrália.”
Uma questão final, ainda sem solução, é a relação Igreja-Estado. Na qualidade de Körperschaft des öffentlichen Rechts, ou corporação de direito público, a Igreja Católica na Alemanha é classificada pelo Estado como um órgão autogestionário que atua no interesse público. Esse arranjo, baseado em leis que datam de 1919, separa ostensivamente a Igreja do Estado e concede às dioceses católicas privilégios correspondentes, como a permissão para aceitar doações isentas de impostos.
Mas a realidade é de estruturas e pessoal próximos e entrelaçados: as Igrejas cristãs da Alemanha são as maiores provedoras de jardins de infância, escolas e lares de idosos, e são as maiores empregadoras de professores e cuidadores. Isso tem um efeito passivo, mas palpável no debate atual. “Não há nenhum interesse real do lado do Estado de olhar de perto ou aumentar a pressão sobre os bispos para que acelerem suas investigações”, disse-me uma autoridade da Igreja familiarizada com as investigações diocesanas.
A sociedade alemã do pós-guerra pode ser o padrão-ouro para se chegar a um acordo com as ditaduras do passado e os crimes relacionados, mas ainda não aplicou essa expertise à Igreja Católica. Ao contrário de funcionários públicos deferentes, os católicos leigos alemães têm muitos canais para não expressar nenhuma confiança em seus bispos.
Quem opta por ficar expressa sua frustração por meio de estruturas leigas que refletem amplamente as estruturas hierárquicas diocesanas. À frente delas, está o Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK). Seu presidente, Thomas Sternberg, disse-me que a Igreja está enfrentando um motim sem precedentes. Mas a raiva diante dos abusos sexuais clericais e o seu encobrimento é apenas a gota d’água que fez o copo transbordar. Muito mais profundamente, argumenta Sternberg, está o ressentimento sobre como as paróquias tradicionais foram integradas em novas estruturas extensas com pouca consulta aos leigos, um processo que, segundo ele, reflete a centralização do poder da Alemanha do pós-guerra para longe das paróquias e nas mãos dos bispos alemães.
Sternberg me disse que pode “contar em uma mão” aqueles que resistem a reformas de longo alcance para mudar isso. A próxima reunião do Sínodo – um encontro que incluirá todos os bispos, os representantes de ordens religiosas, os movimentos leigos, as dioceses e as paróquias, junto com consultores especializados e observadores de outras Igrejas – será em outubro. Os participantes leigos exigirão reformas significativas, diz Sternberg, mas eles estão bem cientes dos limites do poder dos bispos locais para fazer mudanças na doutrina da Igreja.
Sternberg brinca que o processo sinodal, que é “muito alemão” – com as suas equipes diretivas, seus documentos de trabalho e uma tempestade de detalhes –, não deve desviar o foco do modo como as questões levantadas lá estão ecoando junto aos fiéis do mundo inteiro. “Não somos cismáticos, não estamos sozinhos, estamos um pouco à frente na discussão de questões que são do interesse de todos”, disse-me ele. “Não estamos levantando questões – como as mulheres padres – porque esperamos uma implementação imediata. Mas não teria havido nenhuma reforma litúrgica sem o trabalho preparatório. Cada concílio vaticano precisa de preparação, e tudo está sobre a mesa agora para tal concílio.”
Nem todos compartilham do otimismo de Sternberg de que uma reforma de longo alcance está sendo desencadeada na Alemanha. Entre alguns católicos reformistas, as expectativas são baixas – e estão diminuindo rapidamente. Dois anos atrás, no coração católico ocidental de Münster, Lisa Kötter deu início a uma greve na Igreja que se transformou no movimento Maria 2.0. Suas demandas por um papel igualitário para as mulheres na Igreja, pelo fim do celibato obrigatório para os padres e por uma resposta proporcional à catástrofe do abuso sexual clerical estão em sintonia com o sentimento público na Alemanha.
E os bispos? Eles me convidam para um café, disse-me Kötter, mas desconfiam de qualquer demonstração pública de apoio. Ela é tão pessimista sobre as chances de reforma – ela vê o processo sinodal como uma “simulação” – que optou pelo Kirchenaustritt – o caminho do processo formal de desfiliação da Igreja.
“Vemos que toda a base patriarcal da Igreja Católica está errada e em desacordo com o ensino de Jesus”, diz Kötter. “Eles não ouviram os sinais dos tempos, as exigências de mudança. Seus ouvidos foram treinados para não ouvir nada, exceto seus próprios hinos.”
Muitos padres desconfiam do Caminho Sinodal por razões diferentes. O Pe. Stefan Scheifele, de Munique, olha para o processo com uma mistura de descrença imparcial. “Ele não tem nada a ver com a realidade local. O processo sinodal e as organizações leigas católicas estão desconectadas dos paroquianos”, disse-me ele. “As pessoas querem apenas boas missas e sacramentos. A maioria tem pouco tempo para os bispos e para os debates estruturais.” O fato de que os debates sobre a reforma serão existenciais para a preservação das Igrejas locais e dos sacramentos parece algo imperceptível para muitos que estão fora do processo.
O vigário-geral da diocese do Pe. Scheifele, Christoph Klingan, sugere que os intermináveis debates na Igreja refletem o lado “racional” do caráter alemão, o desejo de sempre “querer entender por que as coisas são como são”.
Ele explica: “Somos uma sociedade com altos níveis de democracia e direitos iguais para as mulheres – e ambas as coisas devem se refletir na nossa Igreja”. Para o Pe. Klingan, um processo sinodal bem-sucedido criaria uma nova compreensão do padre como alguém que compartilha o poder e a responsabilidade na paróquia. Ele também não terá escolha a não ser abordar outras questões atuais. “Precisamos de uma perspectiva diferente sobre a questão da sexualidade e sobre o modo como abordamos as pessoas cujas vidas não estão de acordo com os ensinamentos da Igreja em sua forma pura.” Ele diz que devem ser encontradas maneiras de incluí-las totalmente na vida da Igreja.
Há dois futuros possíveis para a Igreja alemã, segundo ele. “Um caminho é a esperança do cardeal Marx: ganhar o maior número possível de pessoas e seguir em frente junto com elas, mesmo que não estejam 100% de acordo com o ensino da Igreja.” A alternativa pode parecer desoladora ou refrescante, de acordo com o gosto pessoal: “O outro caminho”, diz o Pe. Klingan, leva a uma “Igreja pequena e pura”.
Dias depois de falarmos, o bispo de Limburg, Georg Bätzing, presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, encontrou-se com o Papa Francisco em Roma. Nem todos os alemães compartilham do otimismo pós-reunião de Bätzing de que o papa apoia totalmente o Caminho Sinodal alemão.
A Igreja alemã se encontra em uma encruzilhada histórica. E, assim como há 500 anos, ninguém deve subestimar o potencial disruptivo para a Igreja universal dos católicos alemães indignados.
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O atormentado caminho da Igreja alemã - Instituto Humanitas Unisinos - IHU