“Estamos numa situação de emergência e não sabemos como vai evoluir”, comentou o Dr. Fadi Atrash, diretor do Hospital Auguste Viktoria, de Jerusalém Oriental, ao informar o serviço de imprensa da Federação Luterana Mundial (FLM) sobre o clima de trabalho na casa de saúde depois de dez dias de guerra na Faixa de Gaza.
A reportagem é de Edelberto Behs.
A guerra afeta pacientes e funcionários do hospital, gerenciado pela FLM. O Auguste Viktoria é especializado no tratamento de câncer e diálise. “Quando a guerra começou no sábado, 7 de outubro, 44 pacientes estavam agendados para quimioterapia e 28 para radioterapia. No entanto, ninguém conseguiu sair da Faixa de Gaza”, relatou Fadi. O hospital teve que dar abrigo a 71 pacientes, com acompanhantes, que tiveram alta ou estiveram na casa de saúde para tratamento, mas não puderam voltar para casa.
Mesmo pacientes da Cisjordânia não puderam chegar até o hospital, porque Israel fechou cidades e aldeias. “Pessoas que viajam entre assentamentos correm o risco de levar tiros. Tínhamos agendado consultas de radiação para 140 pacientes da Cisjordânia na quinta-feira passada, mas apenas 40 conseguiram chegar até o hospital”, lamentou o diretor.
Se o tratamento de câncer for interrompido, frisou, “isso terá um impacto negativo no prognóstico”. Para garantir a continuidade de tratamento, o hospital passou a oferecer acomodações a pacientes da Cisjordânia, e seus familiares, que necessitam de hemodiálise.
A direção do Auguste Viktoria montou um esquema para garantir o funcionamento do hospital nas 24 horas do dia. Boa parte dos funcionários residem na Cisjordânia e os deslocamentos para suas casas está cada vez mais perigoso por causa da violência dos colonos.
“Estamos perseguindo uma missão puramente humanitária. Estamos ao lado dos nossos pacientes e das pessoas afetadas pela guerra”, destacou Fadi.
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