“Declínio da religião e futuro do Evangelho”: Novo livro de José María Castillo
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Ao longo de 248 páginas, Castillo desvenda como, desde o século III até hoje, a Igreja deu mais importância à religião do que ao Evangelho, de modo que apresenta e vive o cristianismo como uma religião que se funde e se confunde com o Evangelho.
Uma religião que é a divinização do humano, enquanto o Evangelho supõe a humanização do divino. Por que, então, a religião está mais presente na Igreja do que o Evangelho? Simplesmente porque os rituais da religião acalmam a nossa consciência, enquanto as exigências do Evangelho nos propõem a desapropriação das riquezas.
A reportagem foi publicada por Religión Digital, 20-03-2023.
Ele é um dos nossos melhores teólogos, lido pelo próprio Papa Francisco. Há décadas são milhões que, na Espanha e na América Latina, mas também na Itália e no resto da Europa, seguem e respeitam o pensamento de José María Castillo e suas pinceladas de Teologia Popular. Nos próximos dias, Desclée de Brouwer lança seu último e tão esperado livro:O declínio da religião e o futuro do Evangelho. A partir de hoje, você pode comprá-lo (pré-venda) no TiendaRD.
Em 248 páginas, Castillo desvenda como, desde o século III até hoje, a Igreja deu mais importância à religião do que ao Evangelho, de modo que apresenta e vive o cristianismo como uma religião que se funde e confunde com o Evangelho.
E isso, destaca o teólogo, apesar de a religião ter confrontado o Evangelho a tal ponto que foram seus próprios líderes – os sacerdotes – que condenaram Jesus à morte. Eles foram os primeiros a perceber que o Evangelho era a ameaça e a ruína da religião.
O declínio da religião e o futuro do Evangelho, de José María Castillo | Foto: Religión Digital
Uma religião é a divinização do humano, enquanto o Evangelho supõe a humanização do divino. Por que, então, a religião está mais presente na Igreja do que o Evangelho? Simplesmente porque os rituais da religião acalmam a nossa consciência, enquanto as exigências do Evangelho nos impõem o despojamento da riqueza e, sobretudo, de si mesmo, que é muito difícil para a maioria das pessoas aceitar. Isso levou a uma diminuição da relevância da religião e a uma desconexão com as necessidades da sociedade atual.
Consequentemente, as sociedades tecnologicamente avançadas produzem mais bem-estar do que os rituais da religião, cada dia menos interessantes e mais enganosos. Por outro lado, o Evangelho, que exige o despojamento das riquezas e de si mesmo, humaniza-nos num mundo que se percebe cada dia mais desumanizado.