31 Julho 2025
Quase 10 mil estudantes a menos do que há dez anos: O estudo da teologia católica aparentemente perdeu atratividade para muitos futuros acadêmicos. Para a Igreja, isso agrava os problemas de pessoal que já estão em crescimento.
A informação é de Annika Schmitz, publicado por katolish.de, 30-07-2025.
Um estudo de teologia há muito tempo não capacita apenas para o trabalho no serviço eclesiástico: muitos teólogos e teólogas trabalham hoje em jornalismo, política e gestão de recursos humanos, em consultoria econômica e no setor de educação continuada. Para a teologia acadêmica, essa é, a princípio, uma boa notícia: aparentemente, ela consegue cumprir sua missão científica e de relevância social.
Mas será que é também uma boa notícia para a Igreja Católica? Afinal, ela depende dos formados em teologia para as profissões pastorais e para as vagas de professores de religião. Mas não apenas nesses setores: em administrações e instituições eclesiásticas, teólogos e teólogas também utilizam sua expertise. No entanto, o número de estudantes diminuiu rapidamente nos últimos anos. No momento, não se espera uma reversão dessa tendência.
De acordo com dados atuais da Conferência Episcopal Alemã, existem em todo o país 11 faculdades de teologia católica em universidades estatais, 34 institutos de teologia católica, 5 faculdades de teologia diocesanas, 3 instituições de ensino superior de ordens religiosas, uma universidade católica, 5 (faculdades) de ensino superior católicas e 2 instituições de ensino superior eclesiásticas para música sacra. No semestre de inverno de 2023-2024, 12.740 pessoas estudavam teologia católica nessas instituições. Isso representa quase 1.600 estudantes a menos do que no ano anterior e quase 10 mil a menos do que há dez anos.
Para a Igreja, como empregadora, isso acarreta vários problemas. Enquanto o número de estudantes diminui drasticamente, é também o momento em que as gerações do baby boom começam a se aposentar. Isso é significativamente visível entre os sacerdotes: o número de padres diocesanos e religiosos em 2023 era de 11.702 em todo o país. Isso representa quase 3.500 clérigos a menos do que em 2010.
Vale a pena observar também as outras profissões pastorais. Em 2024, o número de referentes pastorais (pastoralreferentinnen und pastoralreferenten) na Alemanha, segundo a Conferência Episcopal, caiu para menos de 3 mil pela primeira vez em 20 anos. Até 2018, os números vinham crescendo continuamente; agora, uma queda se desenha. O número de assistentes comunitários (gemeindeassistenten) também caiu para menos de 4 mil no ano passado, pela primeira vez em cerca de 25 anos.
As dioceses alemãs estão atualmente no meio de profundas reestruturações. Elas precisam reagir à diminuição de membros, à receita do imposto eclesiástico e à tensa situação de pessoal. Em muitos lugares, leigos — incluindo todos os teólogos formados sem ordenação — poderão e precisarão assumir mais responsabilidade e posições de liderança recém-criadas nas estruturas paroquiais. Isso pode ser percebido, à primeira vista, como um desenvolvimento positivo, mas se mostra difícil na implementação. Nos círculos eclesiásticos, ouve-se que as posições a serem preenchidas por teólogos qualificados não são um sucesso garantido.
No entanto, as instituições acadêmicas que oferecem um estudo de teologia também estão sob pressão. As humanidades na Alemanha são geralmente afetadas por uma tendência de queda. De acordo com o Escritório Federal de Estatística, atualmente cerca de 20% menos pessoas iniciam esse tipo de estudo do que há 20 anos. Além disso, a política de fomento da Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG) causa descontentamento. Recentemente, os conselhos de faculdades de filosofia, teologia protestante e teologia católica reclamaram que o financiamento de projetos de pesquisa relevantes para a sociedade com foco em religião e religiosidade está significativamente sub-representado.
Ainda assim, as faculdades de teologia, não apenas devido às diretrizes romanas e aos concordatas, são equipadas com um número relativamente alto de cátedras. De acordo com a Conferência Episcopal, existem atualmente cerca de 350 professores e professoras. Nos próximos anos, será crucial observar se todas essas cátedras serão mantidas nas reestruturações de pessoal que estão por vir em muitos lugares. Afinal, as instituições enfrentam pressão para se justificar, não apenas pela diminuição do número de estudantes e recursos financeiros. Um problema alarmante de sucessão agrava a situação. Por exemplo, para cada vaga de professor, há apenas uma pessoa habilitada (com "Habilitation", o grau acadêmico máximo na Alemanha antes da docência). O processo para a permissão eclesiástica de ensino, o chamado "Nihil Obstat", e a intransparência associada a ele, não aumentam a atratividade do campo profissional.
Além disso, o fato de as mulheres ainda representarem a maioria dos estudantes no curso de graduação em Teologia, mas sua participação diminuir rapidamente nos níveis de qualificação mais altos, atingindo seu ponto mais baixo no corpo docente, sempre causa discussões. Na Igreja também se debate – com diferentes intensidades, dependendo da diocese – sobre a presença de mulheres em cargos de liderança. No programa de fomento "Igreja em Mentoria: Mulheres Crescem", oferecido pela Associação Hildegardis, participam 20 das 27 dioceses, além de organizações de ajuda e da Caritas.
No geral, as tentativas de resposta aos desafios são diversas. Muitas instituições teológico-acadêmicas oferecem atualmente cursos que interligam questões teológicas de forma interdisciplinar em colaboração com outras faculdades e institutos. A Arquidiocese de Colônia, por outro lado, em cujo território estão localizadas a faculdade na Universidade de Bonn e o instituto na cidade da catedral, aposta no fortalecimento de uma universidade própria da diocese. No outono passado, a Conferência Episcopal se manifestou com duas declarações sobre o posicionamento da teologia na sociedade e no cenário acadêmico. O conselho das faculdades saudou ambas as declarações. Resta saber se os processos de autoafirmação também trarão estabilidade ao número de estudantes.