13 Junho 2025
"Com a eleição do novo Pontífice, muitos se perguntam qual será o futuro do Sínodo da Igreja universal e do caminho sinodal empreendido pela comunidade eclesial italiana. Há muito interesse e todos aguardam para entender o que o novo Pontífice dirá e fará", escreve Claudio Giuliodori, assistente eclesiástico geral da Universidade Católica do Sagrado Coração, em artigo publicado por Avvenire, 10-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Com a eleição do novo Pontífice, muitos se perguntam qual será o futuro do Sínodo da Igreja universal e do caminho sinodal empreendido pela comunidade eclesial italiana. Há muito interesse e todos aguardam para entender o que o novo Pontífice dirá e fará. Mesmo que ainda não tenha havido intervenções a esse respeito de particular relevância, não é difícil adivinhar que o Papa Leão XIV não deixará de dar continuidade à renovação sinodal iniciada com grande vigor pelo Papa Francisco.
Desde as suas primeiras palavras, ele quis colocar seu ministério apostólico na linha do percurso sinodal: "Queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que sempre busca a paz, que sempre busca a caridade, que sempre busca estar próxima, especialmente daqueles que sofrem" (08-05-2025). E ele retornou a esse tema de modo incisivo na vigília de Pentecostes com as agregações laicais: "Deus criou o mundo para que pudéssemos estar juntos. 'Sinodalidade' é o nome eclesial para essa conscientização" (07-06-2025).
Também o reiterou ao falar aos cardeais e delinear seu programa de renovação missionária da Igreja para torná-la mais apta a responder aos desafios do nosso tempo, segundo o espírito da Evangelii gaudium do Papa Francisco. Entre os outros pontos, ele recordou: "o retorno à primazia de Cristo no anúncio (n. 11); a conversão missionária de toda a comunidade cristã (n. 9); o crescimento na colegialidade e na sinodalidade (n. 33)" (10-05-2025). Seu coirmão bispo e amigo Luis Marín de San Martín afirmou em uma entrevista: "Em sua diocese, ele promoveu cursos sobre sinodalidade desde o início para explicar seu significado e sempre se empenhou ativamente nos processos sinodais" (L'Osservatore Romano, 19-05-2025, p. 5). Sua história nos apresenta uma figura atenta à salvaguarda da comunhão e com uma marcada atitude sinodal. O andamento do Conclave parece nos dizer que sua própria eleição é um dom da sinodalidade que amadureceu na Igreja nesses últimos anos.
Mas o que atesta sua sensibilidade e sua atenção ao caminho sinodal é, sobretudo, sua participação ativa, como prefeito do Dicastério para os Bispos, nas duas sessões da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2023 e 2024). Foi também orador no Fórum Teológico Pastoral sobre A relação mútua: Igreja Local e Igreja Universal (16-10-2024). É também útil recordar que, nos dez grupos de estudo instituídos pelo Papa Francisco sobre questões que emergiram durante a primeira sessão da XVI Assembleia, participou de dois grupos (nº 6 e nº 7). O Cardeal Mario Grech, secretário do Sínodo dos Bispos, também afirmou que "o Cardeal Prevost, agora Papa Leão, é um bispo sinodal. Ou seja, é um bispo que escuta. Depois, no fim, é ele quem também carrega o peso das decisões finais. Mas é um homem que escuta".
No contexto do caminho sinodal da Igreja italiana, parece quase providencial que o percurso não tenha terminado com a segunda Assembleia (abril de 2025). As dificuldades que surgiram em relação ao texto das proposições e o rico debate que se desenvolveu nos grupos, sugeriram estender o processo com a convocação de uma terceira Assembleia Sinodal em outubro e o adiamento da Assembleia dos Bispos para novembro. O primeiro encontro entre Leão XIV e os bispos italianos acontecerá em 17 de junho próximo, por ocasião de uma Assembleia extraordinária da CEI. Será também uma oportunidade para entender quais indicações virão do Pontífice e para recomeçar com renovado entusiasmo.