“Leão XIV é um grande admirador de Casaldàliga, tal como Francisco"

Foto: Wikimedia Commons

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15 Mai 2025

  • Depois de trabalhar durante vinte anos com figuras religiosas como o bispo Pedro Casaldàliga, até 8 de maio o religioso não esperava mais conhecer tão de perto outra figura eclesiástica proeminente: “Mas agora também posso dizer que sou um grande amigo de Robert Prevost”, observa ele com entusiasmo.

  • Eles compartilham uma amizade que começou em setembro de 2001, em Roma, quando Gabriel teve que viajar para a capital italiana como Prior de sua comunidade para "votar a favor de Prevost para ser eleito Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho".

  • "Apesar de sua natureza introvertida e tímida, ele fará progressos em questões sociais e políticas, embora em questões domésticas, como o papel das mulheres e dos padres casados, ou o das pessoas LGBTI, ele será mais moderado do que seu antecessor."

 A reportagem é de Xavier Pete, publicada por Religión Digital, 14-05-2025.

O religioso agostiniano Paulo Gabriel (Zamora, 1950) emigrou com a família para Salt em 1962 e, desde que viveu no Brasil, para onde foi na década de 1970, retorna todo mês de julho para encontrar a irmã, o cunhado e os sobrinhos, além dos paroquianos da paróquia de Sant Cugat, onde concelebra missas com o reitor Fèlix Mussoll e até prega “alguns sermões”.

Depois de trabalhar durante vinte anos com figuras religiosas como o bispo Pedro Casaldàliga, até 8 de maio, o padre já não esperava conhecer tão de perto outra figura eclesiástica de destaque: “Mas agora também posso dizer que sou um grande amigo de Robert Prevost”, observa com entusiasmo.

Ele compartilha uma amizade com o atual Papa Leão XIV, “que faz aniversário no mesmo dia que minha mãe, que completaria 100 anos este ano se estivesse viva”, compara, que começou em setembro de 2001 em Roma, quando Gabriel teve que viajar para a capital italiana como Prior Geral de sua comunidade para “votar a favor de Prevost para ser eleito Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho”. Depois, viriam alguns anos em que o americano visitaria o Brasil em sucessivas ocasiões, "sem perder Casaldàliga de vista": "Tanto ele quanto Francisco foram grandes admiradores do missionário de Balsareny", observa.

"Para mim ele sempre será Roberto"

Ainda com a sensação de não ter "consciência suficiente" de que Prevost poderia ser o líder da Igreja Católica e que, doravante, deveria se chamar Leão XIV, embora para ele "sempre será Roberto", este agostiniano que se gaba de suas relações com a Catalunha sempre que pode ("Tenho bons amigos padres em Girona") lembra-se bem dos dias que antecederam o conclave, quando "na casa da comunidade dos frades agostinianos da rua Pablo VI, onde Prevost comeu horas antes de entrar na Capela Sistina, ninguém previa que ele tivesse alguma chance de se tornar Papa", continua: "Mas, no Brasil - admite - já estávamos farejando".

"Ele é sensível a questões como imigração e arte"

O homem que participou de sua ordenação episcopal na Diocese de Chiclayo em 2015 lembra o quão importante foi para Prevost ser exposto a "uma teologia, compartilhada em todos os países latino-americanos, dedicada a concentrar todos os seus sentidos no apoio às pessoas e, acima de tudo, aos mais vulneráveis", em consonância com o Concílio Vaticano II. "Apesar de ter uma personalidade introvertida e tímida, ele progredirá em questões sociais e políticas, embora em questões domésticas, como o papel das mulheres e dos padres casados, ou o das pessoas LGBTI, ele será mais moderado que seu antecessor", prevê o agostiniano. "Ele é um homem que ouve muito e fala pouco", acrescenta.

Destacando na personalidade de Leão XIV "uma sensibilidade em aspectos como imigração, literatura e arte", Gabriel não duvida que o pontífice terá um olhar "aberto e dialogante" em relação aos territórios para onde já foi convidado: "Ele disse que quer fazer a viagem a Niceia que Francisco pretendia fazer este ano, mas é provável que queira ir também às Ilhas Canárias e a Barcelona, onde se encontra a obra arquitetônica mais importante de Antoni Gaudí", destaca este religioso e missionário. "Ele fará isso exatamente como é, estendendo a mão a todos, incluindo seus irmãos agostinianos, com quem gosta de compartilhar uma boa refeição, mesmo que seja apenas uma pizza", conclui.

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