12 Mai 2025
A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religión Digital, 12-05-2025.
Expectativas na Aula Paulo VI antes da primeira audiência pública do Papa Leão XIV, um encontro com os jornalistas credenciados para cobrir o conclave. Um costume que tanto Bento XVI quanto Bergoglio já implementaram e que Robert Prevost quis manter. Mais de sete mil jornalistas cobriram um mês intenso, da morte de Francisco à eleição do primeiro Papa agostiniano e norte-americano da história da Igreja.
Leão XIV apareceu, caminhando confiante, com um sorriso nos lábios, agradecendo aos jornalistas pela primeira ovação de pé que recebeu. “Bom dia e obrigado por esta adorável recepção”, ele começou em inglês. "Agradeço os aplausos. Eu esperava por eles no começo, não no final." Depois, em italiano, o Papa deu as boas-vindas à mídia mundial, agradecendo-lhes pelo trabalho realizado "neste tempo de graça".
Pope Leo: “Let me, therefore, reiterate today the church’s solidarity with journalists who are imprisoned for seeking and reporting the truth. The precious gift of free speech and of the press must be safeguarded.” pic.twitter.com/6NbhMI97JO
— Rich Raho (@RichRaho) May 12, 2025
Referindo-se ao Sermão da Montanha, Leão XIV recordou “os bem-aventurados que trabalham pela paz ”. Uma bênção “que diz respeito a todos nós”, para alcançar “uma comunicação diferente, que não busque o consenso a todo custo, que não se cubra com palavras agressivas ”, que “não abrace o modelo da competição” e separe “a verdade do amor”.
“A paz começa dentro de cada um de nós, na maneira como nos olhamos, na maneira como falamos uns dos outros. A maneira como nos comunicamos é de fundamental importância. Devemos dizer não à guerra das palavras, das imagens; devemos rejeitar o paradigma da guerra ”, enfatizou Prevost, sendo aplaudido de pé ao lembrar “os jornalistas presos por buscar e relatar a verdade”.
"Peço a libertação desses jornalistas", insistiu, reconhecendo "a coragem daqueles que defendem a dignidade, a justiça e o direito das pessoas de serem informadas, porque somente pessoas informadas podem tomar decisões livres".
"O sofrimento desses jornalistas presos desafia a consciência das nações e da comunidade internacional, convocando todos nós a salvaguardar o precioso valor da liberdade de expressão e de imprensa", enfatizou, agradecendo à mídia "por seu serviço à verdade".
Recordando a presença de jornalistas em Roma para relatar "os ritos da Semana Santa, a dor da morte do Papa Francisco (outra ovação)" e o conclave, "particularmente movimentado durante dias exaustivos".
“Devemos dizer ‘não’ à guerra das palavras, das imagens [...] Gostaria de confirmar a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por terem tentado dizer a verdade”, disse o Papa Leão XIV nesta segunda (12).
— GloboNews (@GloboNews) May 12, 2025
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“Vivemos tempos difíceis, que devemos atravessar e contar”, insistiu Leão XIV. "É um desafio para todos nós, do qual não devemos fugir. Se pede a cada um de nós, em nossas diferentes funções, que nunca cedamoos à mediocridade", continuou. “A Igreja deve aceitar o desafio do tempo, e não deve haver comunicação ou jornalismo fora da história”, concluiu.
"Obrigada pelo que vocês fazem para se libertar dos estereótipos e lugares-comuns pelos quais costumamos interpretar a vida. Obrigado por capturar a essência de quem somos e transmiti-la ao mundo inteiro por todos os meios". “ Hoje, um dos desafios mais importantes é promover uma comunicação que nos tire da Torre de Babel em que às vezes nos encontramos, da confusão de mensagens sem amor, ideológicas e sectárias.”
Diante disso, "o serviço que prestam, com as palavras e o estilo que adotam, é importante. Comunicação não é apenas a transmissão de informação, mas a criação de uma cultura, de ambientes humanos e digitais." Especialmente na era da IA, “com seu imenso potencial que exige discernimento para orientar ferramentas para o bem de todos ”. “Essa responsabilidade recai sobre todos.”
Por fim, Prevost reiterou a última mensagem do Papa aos jornalistas, com um apelo especial: "Desarmemos a comunicação de todo preconceito, ressentimento, fanatismo e ódio, purifiquemo-la".
“Servir a uma comunicação capaz de ouvir, de recolher as vozes dos fracos e dos que não têm voz. Desarmemos as palavras e contribuiremos para desarmar a Terra”, exclamou, argumentando que “a comunicação desarmada e desarmante nos permite compartilhar uma visão de mundo e agir de maneira consistente com nossa dignidade humana”.
"Vocês estão na linha de frente da cobertura de conflitos (...) e do trabalho silencioso de tantos por um mundo melhor. Escolham o caminho da comunicação da paz", concluiu, antes de descer as escadas da sala de aula e cumprimentar os jornalistas um a um.
Pope Leo: “We do not need loud, forceful communication, but rather communication that is capable of listening and of gathering the voices of the weak who have no voice. Let us disarm words and we will help to disarm the world. Disarmed and disarming communication allows us to… pic.twitter.com/PsfL947FhL
— Rich Raho (@RichRaho) May 12, 2025