O Papa Francisco convocou um evento realizado em Assis, Itália, nos dias 26 a 28 de março de 2019, em que se debateu a realização de um pacto por “uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a deprecia”. Segundo Francisco, trata-se de “um ‘pacto’ para mudar a atual economia e dar alma à economia do amanhã. Sim, precisamos “re-almar” a economia”, exclama o papa. A presente edição da IHU On-Line quer contribuir neste debate, consciente da capacidade de fagocitose o capital, delinear possibilidades de uma outra economia.
Rede social é algo que se estabelece no instante em que o ser humano passa a viver em grupo. Essas relações vão se transformando com o desenvolvimento da humanidade. Tal perspectiva desconstrói a ideia de que o mundo digital trouxe novidade para as relações entre as pessoas a partir das redes sociais digitais. Com a internet, o que passa a haver é uma explosão “de possibilidades de modos de estar junto”, como define o professor Fábio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo, um dos entrevistados dessa edição da IHU On-Line. Para ele, o interessante dessa perspectiva em rede é a possibilidade de infindáveis articulações sem a dependência de intermediários, sejam mídias ou organizações, pois, por exemplo, “não há mais a necessidade de um sindicato para produzir uma mobilização”. Na presente edição da revista IHU On-Line, além de Malini, pesquisadores e pesquisadoras debatem as redes sociais na internet e suas sociabilidades.
Ao mesmo tempo que há o incremento das possibilidades de expressão a partir do desenvolvimento de múltiplas tecnologias de comunicação que potencializam espaços de interação e manifestação de pensamento, simultaneamente observamos a redução da capacidade de debate, reflexão conjunta e coexistência de diferentes pontos de vista. Sobretudo no campo político, recrudescem posicionamentos autoritários, por vezes até violentos, fundados em posturas fascistas, em uma antítese da democracia. No entanto, como alerta um dos entrevistados, não se trata somente de continuar pensando no binômio “democracia-ditadura”, procurando salvar a democracia, mas de “desarticular as formas “religiosas” do capitalismo”.