21 Junho 2024
- Do que Viganò está sendo acusado? Ele está sendo acusado "do delito de cisma".
- O processo poderia resultar na excomunhão do prelado, um dos líderes do setor mais rigoroso da Igreja Católica, que considera Francisco um papa inválido e tem continuado seus ataques há anos.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 21-06-2024.
A bomba lançada pelo ex-núncio Viganò, declarando-se em rebelião diante do processo de cisma iniciado pela Santa Sé, explodiu durante a tarde, pegando todos de surpresa. Como frequentemente acontece em tais casos, o arcebispo, um dos grandes adversários do Papa, que tem proclamado a ilegitimidade do Pontífice, divulgou a notícia após se recusar a comparecer em um processo que poderia resultar em sua excomunhão.
Do que Viganò está sendo acusado? Segundo ele mesmo indicou, mostrando a nota do Dicastério para a Doutrina da Fé, está sendo acusado "do delito de cisma (afirmações públicas que resultam em negação dos elementos necessários para manter a comunhão com a Igreja Católica; negação da legitimidade do Papa Francisco, ruptura da comunhão com ele e rejeição do Concílio Vaticano II)".
BREAKING: Archbishop Viganò has been summoned to the Vatican today at 3:30 (Rome) & notified that an extrajudicial penal trial against him has been initiated. He is accused of the crime of schism & having denied the legitimacy of #PopeFrancis & Vatican II: https://t.co/uDk1aXHIWA pic.twitter.com/K0IIk1mO15
— Diane Montagna (@dianemontagna) June 20, 2024
E qual é a posição da Santa Sé? Oficialmente, um silêncio absoluto, que foi quebrado durante a tarde com um comunicado publicado no Vatican News que trazia informações e destacava declarações do secretário de Estado, Pietro Parolin, as quais, embora deixassem claro que eram "a título pessoal", refletiam uma postura que apoia o Papa Francisco.
"Dom Maria Viganò tomou certas atitudes e fez certos gestos pelos quais ele deve responder", disse o número dois da Santa Sé ao entrar em uma conferência na Pontifícia Universidade Urbaniana, onde explicou que Roma havia dado ao ex-núncio a oportunidade de se defender. Uma oportunidade que ele ainda terá, pois o prazo expira em 28 de junho. Caso contrário, será julgado à revelia.
𝗔𝗻𝗻𝗼𝘂𝗻𝗰𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁 𝗿𝗲𝗴𝗮𝗿𝗱𝗶𝗻𝗴 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘁 𝗼𝗳 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝘁𝗿𝗮𝗷𝘂𝗱𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗰𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗮𝗹 𝘁𝗿𝗶𝗮𝗹 𝗳𝗼𝗿 𝘀𝗰𝗵𝗶𝘀𝗺 (art. 2 SST; can. 1364 CIC)
— Arcivescovo Carlo Maria Viganò (@CarloMVigano) June 20, 2024
The Dicastery for the Doctrine of the Faith has informed me, with a simple email, of the initiation of… pic.twitter.com/sVQmV2U4Af
"Lamento muito, porque sempre o apreciei como um grande trabalhador, muito fiel à Santa Sé", acrescentou Parolin. "Quando foi núncio apostólico, trabalhou muito bem", completou. O que aconteceu para ele se tornar um defensor dos postulados mais rigorosos, aliado primeiro de Trump e depois dos lobbies apoiados por Steve Bannon e dos católicos mais radicalmente sedevacantistas dos Estados Unidos? "O que aconteceu, não sei", concluiu o secretário de Estado.
In the history of this pontificate it will be recalled that back in 2018 EWTN, Lifesite News etc. facilitated a bid to bring down the pope by a man later convicted by the Vatican of the crime of schism. And that the schismatic’s bona fides were attested by 25 US bishops.
— Austen Ivereigh (@austeni) June 21, 2024
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Parolin, sobre o caso Viganò: "Deve responder" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU