E, por fim, Deus também foi recrutado. Artigo de Tonio Dell’Olio

Foto: Wikimedia Commons

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25 Junho 2025

"Na realidade, a imagem do Deus de Trump é a negação do Deus das escrituras e de todas as religiões. Um Deus que, por exemplo, nos ensinou a 'não fazer aos outros o que não gostarias que fizessem contigo'", escreve Tonio Dell’Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 24-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

"E eu quero agradecer a todos e, em particular, a Deus. Quero apenas dizer que te amamos, Deus, e amamos nossas grandes forças armadas. Proteja-as. Deus abençoe o Oriente Médio. Deus abençoe Israel e Deus abençoe a América."

Essas são as palavras que concluem o discurso com o qual Donald Trump anunciou a entrada dos Estados Unidos na guerra contra o Irã. Mas por que recrutar também Deus para essa guerra absurda e sangrenta? É um Deus – aquele invocado e “convocado” por Trump – reduzido à imagem de si mesmo e de sua própria política. Um Deus moldado como argila segundo seus próprios desígnios, exatamente o contrário do Deus que pede para escutar qual é a sua vontade e colocá-la em prática. É um Deus que serve de cobertura e justificativa. O mesmo Deus que, com igual granítica convicção, é invocado também no Irã.

Um Deus partidário que, na convicção de seus devotos, está com aqueles que o invocam e com seus amigos e, por isso, os protege: aí reside o bem que deve ser defendido com a guerra.

E assim Deus se torna um Deus da guerra. Naturalmente, a guerra justa, aquela que é apresentada como dever moral, bem absoluto. Na realidade, a imagem do Deus de Trump é a negação do Deus das escrituras e de todas as religiões. Um Deus que, por exemplo, nos ensinou a “não fazer aos outros o que não gostarias que fizessem contigo”.

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