17 Julho 2025
A Espanha participa da reunião como observadora, sem aderir às conclusões, embora Yolanda Díaz anuncie a assinatura da declaração.
A reportagem é publicada por EFE e reproduzida por El Diario, 16-07-2025.
Os membros do Grupo de Haia comprometeram-se nesta quarta-feira a impedir o fornecimento de armas e munições a Israel após reunião em Bogotá, onde consideraram necessário tomar medidas para enfrentar o "risco que as ações" do Estado judaico representam para "as perspectivas de paz e segurança na região". A Espanha participou da reunião como observadora, embora não tenha endossado as conclusões. No entanto, a segunda vice-presidente do governo, Yolanda Díaz, anunciou nesta quarta-feira que assinará a declaração.
Os participantes concordaram em "impedir o fornecimento ou a transferência de armas, munições, combustível militar, equipamento militar relacionado e equipamento de dupla utilização para Israel, conforme apropriado", disse o vice-ministro colombiano de Assuntos Multilaterais, Mauricio Jaramillo Jassir, lendo a declaração da reunião ministerial da organização.
O Grupo de Haia foi criado em janeiro passado por Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras, Malásia, Namíbia, Senegal e África do Sul em resposta à grave crise humanitária na Faixa de Gaza. Com exceção de Honduras e África do Sul, os demais membros do Grupo assinaram a declaração, e os governos da Indonésia, Iraque, Líbia, Nicarágua, Omã e São Vicente e Granadinas também se juntaram a eles.
Embora a Espanha tenha sido convidada para a cúpula, o Ministério das Relações Exteriores esclarece que não aderirá à declaração, já que o representante presente o fez como observador. Fontes do Ministério afirmam que o país já criou o grupo Madri+, juntamente com a Palestina e países europeus e árabes, informa Alberto Ortiz. No entanto, Yolanda Díaz, embora não tenha comparecido pessoalmente, decidiu assinar, como Segunda Vice-Presidente do Governo, a declaração que sairá da reunião de ministros nas próximas horas.
No documento, os países declararam que sua decisão busca garantir que suas indústrias "não contribuam para os meios que permitem ou facilitam genocídios, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras violações do direito internacional". Portanto, eles também impedirão "o trânsito, atracação e prestação de serviços a embarcações em qualquer porto, se aplicável, dentro de nossa jurisdição territorial" que transportem "armas, munições, combustível militar, equipamentos militares relacionados e equipamentos de dupla utilização para Israel".
Eles também concordaram, como Jaramillo leu, em "impedir o transporte de armas, munições, combustível militar, equipamentos militares relacionados e equipamentos de dupla utilização para Israel em embarcações que arvoram" as bandeiras dos países signatários. "Iniciaremos uma revisão urgente de todos os contratos públicos para impedir que instituições públicas e fundos públicos, quando apropriado, apoiem a ocupação ilegal do território palestino e consolidem sua presença ilícita ali", acrescentou o vice-ministro.
O Grupo de Haia já havia prometido em janeiro executar mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por crimes de guerra, entre outras acusações.
Representantes de mais de 30 países participaram da reunião, que termina nesta quarta-feira, incluindo Brasil, Bolívia, Chile, China, Cuba, Egito, Espanha, Honduras, Irlanda, México, Nicarágua, Uruguai e Venezuela. Também esteve presente a Relatora Especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese.