• O líder palestino deu-lhe uma pintura que relembra a histórica viagem de Francisco à Terra Santa em 2014, encostado no Muro das Lamentações.
  
  
• O Papa aumentou as suas expressões contra a guerra no Médio Oriente nas últimas semanas e recebeu duras críticas de porta-vozes do governo israelense por apoiarem a ideia de uma investigação para determinar se a retaliação de Tel Aviv é um genocídio.

O Papa e o presidente da Palestina esperam o retorno dos peregrinos à Terra Santa em 2025.

A reportagem é de Hernán Reyes Alcaide, publicada por Religión Digital, 12-12-2024.

O Papa Francisco reuniu-se hoje durante meia hora no Vaticano com o presidente da Palestina, Mahmud Abbas, naquele que foi o primeiro encontro entre os dois chefes de Estado desde o início dos ataques de Israel ao território palestino que, segundo o pontífice e especialistas internacionais, poderia ser classificado como “genocídio”.

“A paz é uma flor frágil” é o título da escultura de bronze que o pontífice entregou a Abbas após o encontro de 30 minutos no Palácio Apostólico, além dos seus escritos. O presidente palestino, por sua vez, deu-lhe uma pintura que lembra a histórica viagem de Francisco à Terra Santa em 2014, encostada no Muro das Lamentações. Além disso, uma imagem em que estão juntos e um ícone de São Porfírio, padroeiro de Gaza, presente do Patriarca Teófilo.

Quadro do Papa encostado no Muro das Lamentações (Foto: Vatican Media).

Como afirma o comunicado emitido pela Santa Sé, durante o encontro subsequente com Parolin e Gallagher, “foram destacadas as boas relações bilaterais, destacando a importante contribuição da Igreja Católica na sociedade palestina, também na assistência à gravíssima situação humanitária em Gaza, onde se espera que haja um cessar-fogo e a libertação de todos os reféns o mais rapidamente possível”.

"Reiterando a condenação de todas as formas de terrorismo, foi sublinhada a importância de alcançar uma solução de dois Estados apenas através do diálogo e da diplomacia, garantindo que Jerusalém, protegida por um estatuto especial, possa ser um local de encontro e amizade entre os três grandes monoteístas religiões", acrescenta o comunicado, que demonstra a "esperança de que o Jubileu de 2025 possa trazer o regresso dos peregrinos à Terra Santa, que tanto deseja a paz".

O Papa tem se manifestado contra a guerra no Oriente Médio nas últimas semanas e recebeu duras críticas de porta-vozes do governo israelense por apoiar a ideia de uma investigação para determinar se as represálias de Tel Aviv em Gaza sobre a população civil pelo ataque pelo grupo islâmico Hamas em 07-10-2023 constitui um “genocídio”, conforme proposto por diversas organizações e especialistas.

O encontro desta quinta-feira também acontece dias depois de Francisco ter participado na inauguração de um presépio no Vaticano, onde o Menino Jesus estava representado numa kufiya, símbolo nacional palestiniano.

Abbas, de 89 anos, visitou várias vezes o Vaticano para se encontrar com Francisco, mais recentemente em novembro de 2021. Antes de 2013, também se encontrou com o seu antecessor, Bento XVI, no Vaticano. Francisco, que completa 88 anos no dia 17 de dezembro, declarou que telefona todos os dias para uma paróquia em Gaza para saber em primeira mão sobre a situação da população civil local.

O Vaticano reconhece oficialmente a Palestina desde maio de 2015, um ano após a visita do pontífice à Terra Santa, que foi seguida pela plantação de uma oliveira pela paz no Vaticano ao lado de Abbas e outros líderes da região.

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