O Papa responde a um jovem expulso do seminário por ser gay: “A Igreja deve estar aberta a todos. Irmão, continue com a sua vocação”

Foto: Mazur | catholicnews.org.uk | Flickr CC

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Junho 2024

  • "Alguns pensam que a Igreja é uma alfândega e isso é ruim. A Igreja deve estar aberta a todos. Irmão, continue com sua vocação", escreveu Francisco, com sua própria caligrafia, ao jovem.
  • Para Lorenzo Michele Noè Caruso, a resposta papal foi “linda”. “O verdadeiro Papa não é aquele em que fomos levados a acreditar. Esta carta me dá esperança, o seminário continua a ser um sonho que não foi deixado de lado.

A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religión Digital, 03-06-2024.

Nova reviravolta na polêmica sobre o ‘marica’ do Papa e a porta do seminário fechada aos homossexuais. Numa carta escrita a um jovem de 22 anos, estudante de história em Florença e expulso do seminário por revelar a sua homossexualidade, Francisco convida-o a avançar em sua vocação.

"Alguns pensam que a Igreja é uma alfândega e isso é ruim. A Igreja deve estar aberta a todos. Irmão, continue com a sua vocação", escreveu Francisco, com a sua própria letra, ao jovem, como o próprio Caruso revela ao Il Messaggero, site que enviou um e-mail a Bergoglio lamentando a frase de que já haviam “maricas demais” nos seminários vazada durante o encontro a portas fechadas que o Papa manteve com os bispos italianos.

Uma porta aberta, à espera que o Sínodo repense o que, até hoje, parece imóvel, e permita a entrada no seminário a qualquer pessoa (homem) que se comprometa a viver o celibato, independentemente da sua condição sexual? Parece estranho, pois a interpretação mais difundida das palavras de Francisco à CEI foi, justamente, a sua oposição a qualquer mudança nesta prática.

Por outro lado, as palavras do Papa a Caruso parecem uma carícia diante da “ferida” que este e muitos outros jovens (e não tão jovens) sentiram ao tomar conhecimento da expressão de Francisco, pela a qual a Santa Sé já pediu perdão, esclarecendo que “o Papa nunca pretendeu ofender ou expressar-se em termos homofóbicos e dirige as suas desculpas a quem se sentiu ofendido pela utilização de um termo, referido por outros”.

"Você sabia que o clericalismo é uma praga?"

Em todo o caso, Francisco respondeu a Caruso com uma reflexão que dá o que pensar. “Você sabia que o clericalismo é uma praga? É uma mundanidade feia e, como diz um grande teólogo, ‘a mundanidade é a pior coisa que pode acontecer à Igreja, ainda pior do que a época dos papas concubinários. Alguns pensam que a Igreja é uma alfândega e isso é ruim. A Igreja deveria estar aberta a todos, continue com sua vocação”.

E o que pensa o interessado? Para Lorenzo Michele Noè Caruso, a resposta papal foi “linda”. “O verdadeiro Papa não é aquele em que fomos levados a acreditar. Esta carta me dá esperança, o seminário continua a ser um sonho que não foi deixado de lado”, confidencia.

Leia mais