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24 Março 2020

"No final, a resposta mais honesta à pergunta por que o vírus Covid-19 mata milhares de pessoas, por que doenças de todos os tipos devastam a humanidade e por que, em suma, existe a dor, é: não sabemos. Para mim, é a resposta mais honesta e mais correta. Alguns poderiam até sugerir que os vírus fazem parte do mundo natural e de alguma forma contribuem para a vida, mas essa abordagem falha miseravelmente no momento em que você conversa com alguém que perdeu um amigo ou ente querido. Uma pergunta importante para um crente em tempos de sofrimento é esta: podemos acreditar em um Deus que não compreendemos?"

A reflexão é do jesuíta estadunidense James Martin, S.J., redator da revista America, consultor do Dicastério para a Comunicação do Vaticano e autor, em português, de “Jesus: a peregrinação” (Ed. Harper Collins) e “A Sabedoria dos Jesuítas para (quase) Tudo” (Ed. Sextante).

O artigo é publicado por The New York Times, 22-03-2020. A tradução da versão italiana é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

No verão passado, tive que me submeter a radioterapia. E toda vez que eu passava pela porta da frente da "Radioterapia Oncológica", sentia um aperto no coração. Enquanto eu corria um risco reduzido (meu tumor era benigno, mas a radioterapia era necessária), todos os dias eu me encontrava com pessoas que estavam próximas da morte.

Durante seis semanas, todos os dias, eu chamei um táxi e fui para "o cruzamento da Sessenta e oito e York, por favor". Quando chegava, parava em uma igreja próxima para rezar. Depois, indo à minha consulta em um bairro cheio de hospitais, encontrava pacientes com câncer que haviam perdido o cabelo, homens e mulheres idosos e exaustos em cadeiras de rodas empurradas por atendentes e pessoas que acabavam de sair de cirurgias. Mas nas mesmas calçadas havia médicos ocupados, enfermeiros sorridentes e residentes apaixonados, e muitos outros com uma saúde aparentemente perfeita. Um dia, percebi que todos estávamos indo para o mesmo endereço, embora tivéssemos horários diferentes para os nossos encontros.

Nas últimas semanas, milhões de pessoas começaram a temer estar indo para o seu encontro a uma velocidade aterrorizante, devido à pandemia do Covid-19. O forte terror despertado por essa infecção tão rápida se junta ao choque quase físico de seu aparecimento repentino. Como padre, ouvi muitas pessoas expressar os mais diferentes sentimentos neste último mês: pânico, medo, raiva, tristeza, confusão e desespero. Cada vez mais parece que estou vivendo em um filme de terror, mas do tipo que instintivamente evito porque é muito perturbador. E até as pessoas mais religiosas me perguntam: por que isso está acontecendo? E: onde está Deus nisso tudo?

A pergunta é basicamente a mesma que as pessoas se fazem quando um furacão mata centenas de seres humanos ou quando uma única criança morre de câncer. É o "problema da dor", o "mistério do mal" ou a "teodiceia", e é a pergunta sobre a qual santos e teólogos vem se questionando há milênios. O problema do sofrimento "natural" (isto é, derivado de doenças ou desastres inaturais) difere do problema do "mal moral” (no qual o sofrimento deriva das ações dos indivíduos – por exemplo, em Hitler ou Stalin). Mas deixando de lado as distinções teológicas, a pergunta que agora assola a mente de milhões de crentes que desanimam diante do crescente número de mortes, das histórias de médicos forçadas a escolher quais pacientes curar, das fotografias de fileiras de caixões, é : por que?

Ao longo dos séculos, muitas respostas foram dadas à pergunta sobre o sofrimento "natural", mas na realidade todas são insuficientes. A mais comum era que o sofrimento é uma prova. O sofrimento coloca à prova a minha fé e a fortalece: "Irmãos e irmãs, considerem a alegria perfeita quando vocês sofrem todo tipo de provação, sabendo que vossa fé, colocada à prova, produz paciência", explica a Epístola de Tiago no Novo Testamento. Mas, enquanto a explicação do sofrimento como prova pode ajudar em dificuldades de menor importância (a paciência pode ser posta à prova por uma pessoa irritante), não funciona nas experiências humanas mais dolorosas. Deus enviaria um câncer para "colocar à prova" uma criança? É claro que os pais da criança podem aprender algo sobre perseverança e fé, mas essa abordagem nos dá uma imagem monstruosa de Deus.

O mesmo pode ser dito do argumento de que o sofrimento é uma punição pelos pecados, uma abordagem ainda difundida entre alguns crentes (que geralmente dizem que Deus pune pessoas ou grupos de que eles desaprovam o comportamento). Mas o próprio Jesus rejeita essa abordagem quando encontra um homem cego de nascença, um episódio que encontramos no evangelho de João: "Mestre, quem pecou, esse homem ou seus pais, já que nasceu cego?". "Nem este homem nem seus pais pecaram", diz Jesus. Essa é a rejeição definitiva da imagem de um Pai-monstro. No evangelho de Lucas, Jesus responde à história da torre que havia caído e esmagado muitas pessoas: “Vocês pensam que eles eram mais pecadores do que todas as outras pessoas que moravam em Jerusalém? Não, eu vos digo".

A confusão geral para os crentes está encerrada naquela que é chamada de "tríade inconsistente", que pode ser resumida da seguinte forma: "Deus é onipotente, portanto, pode impedir o sofrimento. Mas Deus não impede o sofrimento. Portanto, ou Deus não é onipotente ou não é amor infinito”.

No final, a resposta mais honesta à pergunta por que o vírus Covid-19 mata milhares de pessoas, por que doenças de todos os tipos devastam a humanidade e por que, em suma, existe a dor, é: não sabemos. Para mim, é a resposta mais honesta e mais correta. Alguns poderiam até sugerir que os vírus fazem parte do mundo natural e de alguma forma contribuem para a vida, mas essa abordagem falha miseravelmente no momento em que você conversa com alguém que perdeu um amigo ou ente querido. Uma pergunta importante para um crente em tempos de sofrimento é esta: podemos acreditar em um Deus que não compreendemos?

Mas se o mistério da dor não pode ter respostas, aonde o crente pode ir em tempos como estes? Para o cristão e talvez também para os outros, a resposta é Jesus. Os cristãos acreditam que Jesus é plenamente divino e plenamente humano. Embora às vezes subestimamos a segunda parte. Jesus de Nazaré nasceu em um mundo de doenças. Em seu livro "Stone and Dung, Oil and Spit", sobre a vida cotidiana na Galileia do primeiro século, uma estudiosa do judaísmo define o ambiente em que Jesus vivia "sujo, malcheiroso, insalubre".

John Dominic Crossan e Jonathan L. Reed, estudiosos do ambiente histórico de Jesus (em “Excavating Jesus”) resumem essas condições em uma frase que faz refletir: “Uma gripe, um forte resfriado ou um abscesso no dente podiam matar". Esse era o mundo de Jesus, Além disso, em seu ministério público, Jesus procurava continuamente aqueles que estavam doentes. A maioria de seus milagres eram curas de doenças e deficiências: problemas debilitantes de pele (reunidos sob o nome de "lepra"), epilepsia, perda de sangue de uma mulher, uma mão ressequida, hidropisia, cegueira, surdez e paralisia. Neste momento que nos assusta, os cristãos podem encontrar conforto em saber que quando rezam a Jesus estão rezando a alguém que os entende não apenas porque é divino e sabe tudo, mas porque é humano e experimentou todas aquelas coisas.

Mas quem não é cristão também pode vê-lo como um modelo para o cuidado dos doentes. Inútil dizer que, ao cuidar de uma pessoa com coronavírus, todas as precauções necessárias devem ser tomadas para não transmitir a infecção. Mas para Jesus, a pessoa doente ou moribunda não era o "outro", não era uma pessoa a ser culpada, mas um irmão ou irmã. Quando Jesus via uma pessoa necessitada, os evangelhos nos dizem que seu coração era "movido por compaixão". É o modelo de como devemos cuidar durante essa crise: com o coração movido por compaixão. Toda vez que eu rezava naquela igreja perto da "Sessenta e oito e York", eu parava em frente a uma estátua de Jesus, de braços abertos e com o coração desenhado. Era apenas uma estátua de gesso, não uma grande obra de arte, mas era muito significativa para mim. Não entendo porque as pessoas estão morrendo, mas posso seguir uma pessoa que me oferece um modelo de vida.

 

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