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O estado do Rio Grande do Sul - RS registra taxa de 1,9 leitos hospitalares SUS para cada mil pessoas, de acordo com os dados disponibilizados pelo DataSUS, sistema do Ministério da Saúde, tendo como referência o mês de dezembro de 2014. A taxa para a Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA é de 1,8.

Dos 22.203 leitos hospitalares do SUS no estado do Rio Grande do Sul, 75,6% estão sob administração Privada. Na Região Metropolitana de Porto Alegre o percentual é de 53,4%.

A tabela 03 apresenta os leitos hospitalares por Tipo de Prestador, podendo ser Público, Filantrópico ou Privado para a RMPA. Constata-se que 48% dos leitos SUS estão presentes em instituições filantrópicas.

Os dados aqui apresentados foram sistematizados pelo Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Estes indicadores foram objeto de análise de Jean Jeison Führ, mestrando em Ciências Sociais pelo PPG em Ciências Sociais da Unisinos.

Eis a análise.

Antes de analisar a quantidade de leitos hospitalares que o SUS disponibiliza na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA algumas considerações importantes devem ser realizadas. A primeira consideração corresponde à quantidade de leitos categorizados como sendo “não SUS”; e a segunda consideração que cabe lembrar é que leitos não hospitalares também existem e merecem o seu destaque.

É óbvio que a categorização entre “leitos SUS” e “leitos não SUS” indica, para fins analíticos, o percentual de leitos administrados pelas instituições privadas com ou sem fins lucrativos em comparação com os leitos administrados pelas esferas públicas estatais. Entretanto, devemos pontuar que, mesmo que tal distinção seja assumida pelas autoridades sanitárias, todo leito deve ser considerado um “leito SUS” de um modo geral. Tal afirmação decorre do fato de que o Ministério da Saúde e todos os demais aparatos sanitários das esferas federais, estaduais e municipais têm responsabilidade de fiscalização sobre os leitos oferecidos pelas instituições privadas com ou sem fins lucrativos. Para além dessa fiscalização das autoridades sanitárias estatais (atribuição esta exercida por aparatos do SUS) perante as instituições privadas, não devemos esquecer que as mesmas instituições obtêm consideráveis isenções fiscais ou subvenções do dinheiro público sem necessárias estipulações no que se refere à disponibilidade de leitos e demais estruturações do atendimento em saúde. Portanto, até que ponto estes “leitos não SUS” são de fato mantidos pelo capital privado ou mantidos através das isenções fiscais que não se revertem aos cofres públicos e de subvenções do dinheiro público mal estipuladas?

Quanto à questão dos leitos não hospitalares, autores como Ivan Illich em sua clássica obra “A expropriação da saúde: nêmesis da medicina” (1975), assim como toda uma bibliografia em Saúde Coletiva, onde os conhecimentos advindos das Ciências Sociais se inserem indiscutivelmente, demonstraram que a iatrogenia hospitalar – ou seja, o estado ou efeito de delegar a preponderância de existência dos leitos hospitalares em detrimento de outros espaços onde o atendimento em saúde também ocorre – somente revela um dos aspectos do atendimento em saúde que se deve levar em conta. Portanto, temos que considerar que os números apresentados não computam os leitos ambulatoriais de repouso e observação que nos níveis de atenção do SUS estão circunscritos na atenção secundária (Unidades de Pronto Atendimento, Pronto Atendimentos, Ambulatórios e demais unidades de especialidades que não configuram espaços hospitalares de atenção terciária, mas sim secundária, e por isso não são computados como “leitos SUS” ou “leitos não SUS” nestes dados em questão).

Atendo-se à análise dos dados propriamente dita, depois de realizadas estas importantes considerações, podemos pontuar que no SUS, em comparação com sistemas de saúde que se aproximam da experiência brasileira, como é o caso dos sistemas canadense e inglês de saúde, a redução no número de leitos hospitalares é uma projeção adotada.

Apesar de os números regionais brasileiros serem inferiores (na RMPA 1,8 leito para cada 1.000 habitantes e no RS 1,9 para cada 1.000 habitantes) em relação aos números nacionais canadenses (2,7 leitos para cada 1.000 habitantes) ou ingleses (2,9 leitos para cada 1.000 habitantes), eles podem ter diminuído em relação a períodos computados anteriormente tendo em vista que esta é a decorrência do que vem ocorrendo no setor. Tanto o Canadá quanto o Reino Unido diminuíram a disponibilidade de leitos hospitalares justamente porque reestruturaram suas atenções básicas/primárias por própria orientação do Banco Mundial na década de 1990.

No Brasil a situação ainda é mais específica, porque, diferente do Canadá e do Reino Unido, nosso país conta com três níveis de atenção (primária, secundária e terciária) ao invés de apenas duas (primária e secundária) como é o caso canadense e inglês. Através de algumas políticas estatais (como a recente implantação das Unidades de Pronto Atendimento - UPAS ou processos mais antigos como a reforma psiquiátrica que instituiu os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS), a reformulação do setor secundário, que até então era muito frágil ou vinculado de forma amalgamada junto às instituições hospitalares, liberou vários leitos hospitalares para atendimento terciário.

Com a reconfiguração da atenção secundária em saúde no Brasil, vários atendimentos em saúde que eram até então realizados na atenção terciária hospitalar passaram a ser realizados junto aos leitos não hospitalares, ou melhor dizendo, leitos extra-hospitalares (para utilizar a linguagem acadêmica) ou leitos ambulatoriais (para se utilizar da linguagem ministerial), conforme são computados nos dados divulgados pelo DataSUS.

Além da reformulação estrutural da atenção secundária que vem ocorrendo nos últimos anos, procedimentos cirúrgicos como o da vasectomia e outros que antes eram realizados somente na atenção terciária dos hospitais, atualmente ocorrem junto à atenção secundária, desafogando leitos prioritários.

Dados também indicam que as atividades de prevenção e promoção da saúde que vêm sendo desenvolvidas pelas equipes dos Agentes Comunitários de Saúde do Programa Saúde da Família (mesmo enfrentando gargalos de cobertura junto às regiões metropolitanas) diminuíram diretamente o número de internações cardiovasculares junto aos hospitais.

O processo de desinstitucionalização da Saúde Mental, que vinha ocorrendo desde a década de 1970 e que se intensificou nos últimos anos, também auxiliou na liberação de vários leitos hospitalares (aproximadamente 17% do total de leitos hospitalares disponibilizados) para o atendimento real em assistência de urgência e de emergência junto aos hospitais. Os cidadãos que hoje necessitam de acompanhamento em saúde mental são primeiro encaminhados aos CAPS de seus municípios, com um grau de resolutividade muito maior devido à proximidade dos vínculos familiares e domésticos, o que dificilmente ocorria quando eram internados em hospitais e manicômios (hospitais psiquiátricos) distantes de suas residências.

De um modo geral, percebemos que, enquanto as diferentes formas de institucionalização do atendimento hospitalar estatal sofreram alterações em sua composição em função de processos estruturais como os citados acima, a institucionalização privada do atendimento em saúde pelas entidades beneficentes sem fins lucrativos continuam sendo as maiores operadoras junto ao nível terciário de saúde, tanto no Rio Grande do Sul como um todo, como na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA especificamente. Tal situação não estranha, tendo em vista que os recursos públicos do SUS no que concerne à Média e Alta Complexidade (conhecida pela sigla MAC) abocanham em média aproximadamente 80% dos mesmos. Os interesses “não lucrativos” das entidades filantrópicas se hegemonizaram enquanto disponibilidade de recursos para atendimento em saúde que as diversas institucionalizações estatais não conseguiram estruturar desde que o SUS surgiu através das Leis 8080/1990 e 8142/1990 até hoje. Esta é a verdadeira iatrogênese hospitalar, em que altos recursos são investidos para atender a assistência médica hospitalar fornecida por entidades beneficentes privadas em detrimento da promoção/prevenção não hospitalar fornecida em aparatos públicos da atenção básica/primária do SUS.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica a “Carta do Mercado de Trabalho” elaborada pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, tendo como referência os dados do mês de março de 2015.

Eis a carta.

A carta do mercado de trabalho produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, apresenta os dados do mês de março de 2015 divulgados no dia 23 de abril de 2015, do mercado de trabalho formal no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas, e tem como fonte os registros administrativos do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os setores econômicos são aqueles definidos pelo IBGE. O conceito de admitidos engloba o início de vínculo empregatício por motivo de primeiro emprego, reemprego início de contrato por prazo determinado, reintegração ou transferência. A noção de desligados indica o fim do vínculo empregatício por motivo de dispensa com justa causa, dispensa sem justa causa, dispensa espontânea, fim de contrato por prazo determinado, término de contrato, aposentadoria, morte, ou transferência. A diferença entre os admitidos e desligados é o saldo, que sendo positivo indica a criação de novos postos de trabalho e quando negativo indica a extinção de postos de trabalho. Estas definições e conceitos são definidos pelo MTE e são aplicadas as tabelas 01, 02, 03 e 04.

Verifica-se na tabela 01 que o mercado de trabalho formal brasileiro registrou, entre admissões e demissões, saldo positivo no mês de março de 2015, com 19.282 postos de trabalho com carteira assinada o que representa um aumento de 0,05% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor da Construção Civil (18.205) foi o setor que mais fechou postos de trabalho. O setor que mais ampliou postos de trabalho foi o setor de Serviços com 53.778 novas vagas. No ano foram fechadas 50.354 postos de trabalho com carteira assinada. 

Observa-se na tabela 02 que o mercado de trabalho formal rio-grandense no mês de março de 2015 registrou saldo positivo, resultado entre as admissões e demissões, de 12.240 postos de trabalho o que representa um avanço de 0,45% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor da Agropecuária (2.391) foi o que mais fechou postos de trabalho. O setor da Indústria da Transformação foi o que mais abriu vagas com 5.963 postos de trabalho. No estado do Rio Grande do Sul no ano foram criados 24.082 novas vagas com carteira assinada.

Percebe-se na tabela 03 que o mercado de trabalho formal na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no mês de março de 2015 apresentou um acréscimo de 3.223 postos de trabalho com carteira assinada, um avanço de 0,27% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor de Serviços foi o que mais ampliou postos de trabalho com 1.756 vagas com carteira assinada. No ano foram abertas 3.493 novas vagas de trabalho com carteira assinada. 

Nota-se na tabela 04 que o mercado de trabalho formal no município de Canoas registrou saldo líquido positivo, entre admissões e demissões, no mês de março de 2015, com a ampliação de 145 postos de trabalho com carteira assinada. O setor de Serviços foi o que mais fechou vagas com 52 postos de trabalho. O setor do Comércio foi o que mais contratou com 152 novos postos de trabalho. No ano o município gerou 160 postos de trabalho com carteira assinada.

O mês de março de 2015 registra saldo positivo na geração de empregos no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre. No entanto, nestas três regionalizações o saldo é negativo nos últimos doze meses.

Estes dados foram apresentados na “Carta do mercado de trabalho” produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, tendo o mês de março de 2015 como referência.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, segue com a análise tendo como referência a regionalização COREDE Vale do Rio dos Sinos e seus municípios.  

A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado formal de trabalho na região do Vale do Rio dos Sinos por setores econômicos, classificação IBGE.

Verifica-se que no mês de março houve um aumento no número de vínculos empregatícios na região, saldo positivo de 1.513 vínculos no mês e 3.311 novos vínculos no acumulado do ano. Mesmo com o registro positivo no mês observa-se que no acumulado de 12 meses houve o fechamento de 10.297 postos de trabalho no Vale do Sinos. Neste período os setores classificados como do Comércio, de Serviços e Administração Pública registraram 3.241 novos postos de trabalho.

Na tabela 02 é possível observar a movimentação no mercado formal de trabalho dos catorze munícipios do Vale do Sinos.

Constata-se que os municípios de Araricá e Sapucaia do Sul registram saldo negativo em março de 2015, sendo que os mesmos registram saldo negativo no mesmo mês do ano anterior e para o acumulado do ano de 2015.

Somente os municípios de Nova Santa Rita e Sapiranga registram saldo positivo nos últimos doze meses.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, sistematizou informações referentes a homicídios de jovens na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA, com mais de 50 mil habitantes no ano de 2012, a partir do estudo “Mapa da Violência: Os jovens do Brasil”. Esta sistematização dá sequência à análise publicada pelo ObservaSinos em 2014 sobre esta realidade no Vale do Sinos.

A base de dados que subsidia a pesquisa é de origem do Sistema de Informações de Mortalidade – SIM do Ministério da Saúde – MS e apresenta os registros de violência relacionados a suicídios, acidentes de trânsito, homicídios e taxa de ocorrências de homicídios por raça/cor.

Homicídios na RMPA

De acordo com a base de dados pesquisada, foram calculadas as taxas dos homicídios que ocorreram no ano de 2012 nos municípios brasileiros.

Dos 34 municípios da RMPA, 31 registraram homicídios, sendo 29 com mais de 10 mil habitantes. O gráfico 1 mostra os 10 municípios da região que apresentaram as maiores taxas de homicídios. 

Alvorada possui a maior taxa de homicídios, 70,9, seguida de São Leopoldo, com 44,2, Novo Hamburgo, com 43,9 e Canoas com 43,5.

Dos municípios com maiores taxas, 5 fazem parte da região do Vale do Sinos (São Leopoldo, Novo Hamburgo, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul).

Os municípios de Dois Irmãos, Ivoti e São Sebastião do Caí não tiveram registros de homicídios no ano de 2012, e Araricá e Glorinha registraram respectivamente 1 e 2 homicídios, porém não possuem 10 mil habitantes.

Homicídios de jovens

O Mapa apresenta, a partir da estimativa populacional do ano de 2012, a taxa de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos nos municípios brasileiros.

A tabela 1 exibe a estimativa populacional de jovens (15 a 29 anos), o número de ocorrências de homicídios cadastrados no SIM e a taxa para o ano de 2012 nos municípios com mais de 50 mil habitantes e 10 mil jovens. A mesma se encontra ordenada pela taxa de homicídios.

Alvorada, embora não tenha sido o município com o maior número de ocorrências de homicídios de jovens, possui a taxa mais alta: 172,9. Porto Alegre, que possui mais registros da região, tem a segunda maior taxa de homicídio de jovens: 97,3.

Novo Hamburgo (96,1), Viamão (82,9) e Canoas (79,3) completam o quadro dos 5 municípios da RMPA com as maiores taxas de homicídio de jovens entre 15 e 29 anos.

Jovens Negros

No ano de 2012, estima-se que a população dos 34 municípios que compõem a RMPA seria de 4.069.738 pessoas, sendo que 82,8% desta população é branca e 16,7% negra. Com relação à população jovem, de 15 a 29 anos de idade, a estimativa em 2012 era de que se encontrava em torno de 1.036.579, sendo 81,5% da população branca e 18% negra.

A tabela 2 apresenta os municípios com mais de 50 mil habitantes e a taxa de homicídios de jovens de 15 a 29 anos nos municípios com mais de 10 mil jovens por raça/cor. A mesma se encontra ordenada de acordo com o número da população total.

Porto Alegre é o munícipio mais populoso da região, também é o que possui a maior taxa com relação aos homicídios de jovens negros: 192,2. Alvorada também possui taxa elevada com relação aos homicídios de jovens negros: 149,3, seguida de Sapucaia do Sul, com 114,5 e Viamão com 110,3.

Com relação à população jovem branca, os municípios com maiores taxas de homicídios são Alvorada (182,8), Novo Hamburgo (95,9) e São Leopoldo (78,0).

Estes dados evidenciam a importância de se debater a questão dos homicídios da população jovem, principalmente da população negra, visto que as taxas de assassinatos são muito elevadas neste segmento populacional, indicando a desigualdade e a vulnerabilidade em que se encontram.

As metrópoles são espaços de vida, expressões de diferentes realidades sociais, econômicas e culturais, em que há a maior concentração de diversidades e intercâmbios entre as cidades. A análise dos arranjos populacionais é importante para a compreensão do fenômeno das metrópoles.

Entende-se como arranjos populacionais a forte integração entre dois ou mais municípios. Esta integração ocorre a partir dos movimentos pendulares, que é a necessidade de sair do município de residência para a realização de atividades relacionadas a trabalho e/ou estudo, ou devido à contiguidade entre as manchas urbanizadas, que são a aproximação entre os territórios urbanos.

A análise deste fenômeno é fundamental para se entender as metrópoles e torna-se um importante instrumento para o planejamento de políticas públicas. A observação destes arranjos se deu a partir da noção de integração, sendo esta o índice dos movimentos pendulares e a distância de até 3 km entre os territórios urbanos.

No Brasil foram identificados 294 arranjos populacionais com 938 municípios envolvidos, sendo que quase 107 milhões de habitantes se encontram nesses arranjos. O Rio Grande do Sul possui 28 arranjos populacionais. Estes dados são oriundos do censo realizado em 2010, que subsidiaram a análise e publicação "Arranjos populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil", organizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 

Observatório das Realidades e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, apresenta análises semanais e mensais sobre as realidades que englobam o Vale do Sinos e a Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA, sendo a primeira regionalização definida pelo Conselho Regional de Desenvolvimento da Região Sul - COREDE-Sul e a segunda pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - Metroplan do Rio Grande do Sul.

Grande Porto Alegre 

RMPA possui 6 arranjos populacionais, onde estão concentrados 27 dos 34 municípios. Os outros 7 municípios não fazem parte de nenhum arranjo populacional e são considerados municípios isolados.

Vale do Sinos possui 4 arranjos populacionais, onde se encontram 13 dos 14 municípios da região. Apenas Dois Irmãos não participa de nenhum arranjo populacional. 

A tabela 01 apresenta os 6 arranjos da RMPA, conforme as nomenclaturas adotadas pelo IBGE. O arranjo Charqueadas-Triunfo-São Jerônimo possui os municípios de CharqueadasTriunfo e São Jerônimo, enquanto o arranjo populacional de Ivoti é composto pelos municípios de Ivoti e Lindolfo Collor, sendo o menor arranjo populacional da RMPA. 

O arranjo de Novo Hamburgo-São Leopoldo é composto por 5 municípios, em que todos são pertencentes ao Vale do Sinos, que são: Campo BomEstância VelhaNovo HamburgoPortão e São Leopoldo. Por sua vez, o arranjo de Porto Alegre é o maior arranjo da RMPA, com 12 municípios, dos quais 4 são do Vale do Sinos. Os municípios deste arranjo são: AlvoradaCachoeirinhaCanoasEldorado do SulEsteioGlorinhaGravataíGuaíbaNova Santa RitaPorto AlegreSapucaia do Sul Viamão.

O arranjo de Sapiranga é composto pelos municípios de AraricáNova Hartz e Sapiranga, enquanto o arranjo Taquara-Parobé-Igrejinha é formado pelos municípios de IgrejinhaParobéTaquara e Três Coroas, sendo que este último município não pertence à RMPA.

Dos 6 arranjos, o mais populoso é o de Porto Alegre, enquanto o menos populoso é o de Ivoti. Por outro lado, apenas o arranjo de Porto Alegre não possui mancha urbanizada contígua em todo seu território, o que significa dizer que a distância entre as bordas das manchas urbanizadas principais de dois municípios se distanciam em pelo menos mais de 3 km. Todos os demais arranjos possuem mancha urbanizada contígua em seus territórios.

PIB

A tabela 02 contempla o produto interno bruto dos 6 arranjos da RMPA. Conforme a tabela, o arranjo de Porto Alegre possui o maior PIB, enquanto o arranjo de Charqueadas-Triunfo-São Jerônimo possui o maior PIB per capita.

Destaca-se que o arranjo de Charqueadas-Triunfo-São Jerônimo é também aquele em que a participação da Indústria na totalidade do PIB é a mais representativa, com 64,2%, enquanto o de Porto Alegre, com 22,9%, apresenta a menor representatividade da indústria dentre os 6 arranjos populacionais.

O arranjo de Taquara-Parobé-Igrejinha apresentou a maior participação da administração pública, com 17,2% de seu PIB, enquanto a maior participação dos serviços de forma geral ocorreu no arranjo de Porto Alegre, onde 60% do PIB se dá no setor de serviços.

Movimento pendular

As tabelas 03 a 08 apresentam a população, as pessoas que trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo e o Índice de integração dos municípios pertencentes ao arranjo com o próprio arranjo. É importante lembrar que as pessoas de determinado município que trabalham em um município que não faz parte do seu arranjo populacional não são contabilizadas na totalidade das pessoas que se deslocam do seu município para outro a trabalho ou a estudo.

Conforme a metodologia do IBGE, o índice de integração é feito da seguinte forma:

“O fluxo relativo é medido pelo índice de integração obtido a partir da divisão da soma de pessoas que se deslocam para trabalho e estudo entre os Municípios A e B pelo total de pessoas que trabalham e estudam no Município A, quando se mede o índice para o Município A; ou pelo total de pessoas que trabalham e estudam no Município B, quando se mede o índice para este município. Os valores iguais ou superiores a 0,25 são considerados muito altos, o que se entende como integração populacional entre os municípios envolvidos".1

Ainda segundo a metodologia adotada, o nome dos arranjos foi definido a partir de diferentes critérios, dos quais, dá-se o nome ao arranjo do município que possuir, no mínimo, o dobro da população do segundo maior município. Nos casos em que há dois ou três municípios com populações equivalente, não atingindo mais que o dobro da população, ou em caso de dois ou três municípios com populações equivalentes, ou seja, quando nenhum dos municípios do arranjo possui mais do dobro da população do outro, o arranjo leva os nomes dos dois ou três municípios maiores, sendo estes ordenados por tamanho da população e separados por hífen,  como o caso do arranjo populacional Charqueadas-Triunfo-São Jerônimo, por exemplo.

Charqueadas-Triunfo-São Jerônimo

A tabela 03 apresenta o arranjo populacional de Charqueadas-Triunfo-São Jerônimo. Este arranjo, composto por 3 municípios, possui uma população de 83.247 habitantes, dos quais 5.526 trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo, o que faz com que o município seja o segundo, dentre os 6, que possui o menor movimento pendular.

O movimento pendular é utilizado para expressar os movimentos quotidianos das populações entre seus ambientes de moradia e estudo e/ou trabalho.

Dos 3 municípios do arranjo, Triunfo possui a menor integração com o arranjo, com apenas 0,05. Dos 29 municípios integrantes dos arranjos da RMPA, este é o segundo município que possui o menor índice de integração do município com o arranjo. O município com maior integração neste arranjo é São Jerônimo, com 0,23, enquanto Charqueadas possui índice de integração de 0,13.

Ivoti

A tabela 04 apresenta o arranjo populacional de Ivoti. Esse arranjo é composto por 2 municípios que possuem população de 25.101 habitantes, dos quais 1.930 trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo. 

Em ambos os municípios do arranjo, 965 pessoas trabalham e/ou estudam no outro município. Sendo assim, visto que a população de Lindolfo Collor é menor, seu índice de integração se torna maior, com 0,36, um dos maiores índices dentre os municípios da RMPA, quando excluem-se os municípios do arranjo de Porto Alegre. Em Ivoti, o índice de integração é 0,08.

Novo Hamburgo-São Leopoldo

A tabela 05 apresenta o arranjo populacional de Novo Hamburgo-São Leopoldo. Este possui 586.595 habitantes, sendo o segundo arranjo mais populoso, em que 77% da população se concentram em dois dos 5 municípios do arranjo.

Neste arranjo, 91.556 pessoas trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo, dos quais 43% partem de Novo Hamburgo. Entretanto, o município com o maior índice de integração é Estância Velha, com 0,46, onde quase 12.000 pessoas partem para trabalhar e/ou estudar em outros municípios do arranjo.

Apesar de possuir a segunda maior quantidade de pessoas que se deslocam diariamente, 24.481, São Leopoldo possui o menor índice de integração do arranjo, com 0,21. Portão possui o segundo menor índice, com 0,30.

O maior arranjo da RMPA: Porto Alegre

A tabela 06 contempla o arranjo populacional de Porto Alegre. O maior arranjo da RMPA, o maior do estado e o quinto maior do país é composto por 12 municípios que possuem uma população de 2.913.039 habitantes, em que a capital gaúcha corresponde a quase metade da população. Neste arranjo, 694.244 pessoas trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo, o que o torna com o maior movimento pendular do estado.

O município com o maior índice de integração deste arranjo, e também da RMPA, é Eldorado do Sul, com 0,71. Da sua população de 34.343, 13.553 trabalham e/ou estudam em outro município do arranjo, o que equivale a aproximadamente 39%. Apesar de 41% da população de Cachoeirinha trabalhar e/ou estudar em outro município do arranjo, o índice de integração do município é menor que o do anterior, com 0,7.

Outro destaque deste arranjo populacional é que o município de Porto Alegre possui o menor índice de integração dentre os 12 municípios do arranjo, com 0,31. No município, quase 19% da população se desloca para outros municípios do arranjo diariamente a trabalho e/ou a estudo.

Sapiranga

A tabela 07 consiste nos dados do arranjo populacional de Sapiranga, que possui 98.195 habitantes. Este arranjo é composto por 3 municípios, em que Sapiranga possui 76% da população do arranjo.

 
Por outro lado, o índice de integração de Araricá é alto, com 0,43. No município, 20% da população trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo.

Taquara-Parobé-Igrejinha

A tabela 08 apresenta o arranjo populacional de Taquara-Parobé-Igrejinha. Este arranjo é composto por 4 municípios que possuem 161.653 habitantes. Este arranjo possui a menor disparidade entre os índices de integração dos municípios que o compõem dentre os 6 arranjos da RMPA. O município de Três Coroas, apesar de estar neste arranjo populacional, não pertence à RMPA

Igrejinha possui o maior índice de integração neste arranjo populacional, com 0,3. Neste município, quase 18% da população trabalham e/ou estudam em outros municípios do arranjo.

O índice de integração de Parobé e de Três Coroas é de 0,2, enquanto o de Taquara é de 0,25. Nesse município, 13% da população se desloca em movimento pendular diariamente.

Os municípios de Lindolfo Collor e Três Coroas fazem parte de arranjos populacionais da RMPA, mas não pertencem à RMPA. Por outro lado, os (7) municípios de Arroio dos RatosCapela de SantanaDois IrmãosMontenegroRolanteSanto Antônio da Patrulha e São Sebastião do Caí fazem parte da RMPA, mas não estão inclusos em nenhum arranjo populacional do estado.

Nota:

1 - Arranjos populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGERio de Janeiro - 2015. Disponivel em: http://www.ibge.gov.br/apps/arranjos_populacionais/2015/pdf/publicacao.pdf

 

 

 

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica a “Carta do Mercado de Trabalho” elaborada pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, tendo como referência os dados do mês de abril de 2015.

Eis a carta.

A carta do mercado de trabalho produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, apresenta os dados do mês de abril de 2015 divulgados no dia 22 de maio de 2015, do mercado de trabalho formal no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas, e tem como fonte os registros administrativos do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os setores econômicos são aqueles definidos pelo IBGE.  O conceito de admitidos engloba o início de vínculo empregatício por motivo de primeiro emprego, reemprego início de contrato por prazo determinado, reintegração ou transferência. A noção de desligados indica o fim do vínculo empregatício por motivo de dispensa com justa causa, dispensa sem justa causa, dispensa espontânea, fim de contrato por prazo determinado, término de contrato, aposentadoria, morte, ou transferência. A diferença entre os admitidos e desligados é o saldo, que sendo positivo indica a criação de novos postos de trabalho e quando negativo indica a extinção de postos de trabalho. Estas definições e conceitos são definidos pelo MTE e são aplicadas as tabelas 01, 02, 03 e 04.

Verifica-se na tabela 01 que o mercado de trabalho formal brasileiro registrou, entre admissões e demissões, saldo negativo no mês de abril de 2015, com 97.828 postos de trabalho com carteira assinada o que representa uma queda de 0,24% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor da Indústria de Transformações (53.850) foi o setor que mais fechou postos de trabalho. O único setor que ampliou postos de trabalho foi o setor da Agropecuária com 8.470 novas vagas. No ano foram fechadas 137.004 postos de trabalho com carteira assinada.

Observa-se na tabela 02 que o mercado de trabalho formal rio-grandense no mês de abril de 2015 registrou saldo negativo, resultado entre as admissões e demissões, de 7.278 postos de trabalho o que representa uma queda de 0,27% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor do Comércio (3.044) foi o que mais fechou postos de trabalho. O setor da Construção Civil foi o que mais abriu vagas com 353 postos de trabalho. No estado do Rio Grande do Sul no ano foram criados 17.261 novas vagas com carteira assinada.

Percebe-se na tabela 03 que o mercado de trabalho formal na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no mês de abril de 2015 apresentou um decréscimo de 4.018 postos de trabalho com carteira assinada, uma queda de 0,34% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês a Indústria de Transformação foi o que fechou postos de trabalho com 2.285 vagas com carteira assinada. No ano foram fechadas 557 vagas de trabalho com carteira assinada.

Nota-se na tabela 04 que o mercado de trabalho formal no município de Canoas registrou saldo líquido negativo, entre admissões e demissões, no mês de abril de 2015, com a redução de 590 postos de trabalho com carteira assinada. O setor de Serviços foi o que mais fechou vagas com 355 postos de trabalho. No ano o município fechou 590 postos de trabalho com carteira assinada.

Em abril deste ano foram reduzidos 1.519 postos de trabalho no Vale do Rio dos Sinos. Os dados são oriundos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, monitora mensalmente a variação dos postos de emprego em cada município e na região do Vale do Sinos.

A tabela 01 apresenta a movimentação no Vale do Sinos por setor. Diferentemente de 2014, quando no mês de abril apresentou criação de 596 postos, em 2015 houve redução de 1.519 postos de emprego.

Ao comparar os dois períodos, abril de 2014 e abril de 2015, identificou-se que, em ambos, o setor da Indústria da transformação obteve fechamento de postos, sendo que o saldo negativo mais elevado deu-se neste ano. Observou-se ainda que outros setores, que em 2014 obtiveram saldo positivo, como a Construção Civil, o Comércio e os Serviços, passaram a apresentar saldo negativo em 2015.

Com o término do mês de abril, o acumulado de 2015 apresentou criação de 1.792 postos, em que o setor da Indústria da transformação foi o maior responsável, com aumento de 1.973 postos. Outros 4 setores também mantiveram o saldo positivo para o ano, onde destaca-se o setor de Serviços, com criação de 731 postos.

Nos últimos 12 meses, o saldo negativo chegou a 12.412 postos, sendo que o setor da Construção Civil apresentou o fechamento de 5.644 postos.

A tabela 02 exibe o mesmo fluxo de informação da tabela anterior, porém nesta o enfoque dá-se nos municípios. Dos 14 municípios da região do Vale do Sinos, apenas 5 obtiveram saldo positivo no mês de abril de 2015 contra 8 no mesmo mês do ano anterior.

No acumulado do ano, apenas Araricá, Canoas e Sapucaia do Sul apresentaram saldos negativos na variação de postos. O primeiro obteve queda de 61 postos, apesar da criação de 14 postos em abril. O segundo apresentou saldo negativo de 544 postos, em que no mês de abril houve a redução de 582 postos. Aliado a isso, Canoas obtém uma baixa de 6.692 postos nos últimos 12 meses.

O melhor resultado no acumulado do ano dá-se em Sapiranga, com criação de 720 postos.

Campo Bom e Dois Irmãos, com aumento de 330 postos, foram os municípios que obtiveram os maiores saldos positivos após Sapiranga. Campo Bom, apesar de estar com saldo positivo no decorrer do ano, apresentou fechamento de 125 postos em abril.

Em linhas gerais, o mês de abril apresentou um resultado negativo para o mercado de trabalho no Vale do Sinos, apesar de o acumulado do ano continuar positivo.

Para visualizar a análise do mercado de trabalho para o mês de março de 2015, clique aqui.

Os dados censitários são uma preciosa base de informação para subsidiar e promover o debate sobre as realidades, assim como apontar perspectivas para o planejamento, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou essa base, reuniu e sistematizou as informações para a Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA e Vale do Rio dos Sinos – VS sobre as questões relacionadas à realidade do movimento pendular a partir da pesquisa realizada em 2010.

Movimento pendular é o termo utilizado ao apontar os fluxos do quotidiano das populações entre o local de residência e o local de trabalho e/ou estudo. A tabela 01 apresenta o número de pessoas que frequentavam escola ou creche no período de realização do recenseamento, no município de residência ou não.

Constata-se que 11% das pessoas que frequentavam escola ou creche na RMPA deslocavam-se para outro município para acessar algum equipamento de educação, sendo que 829 pessoas estavam fora do país, estudando. No VS, do seu total de estudantes, 14% se deslocavam para outro município para realizar atividades estudantis e 98 pessoas residentes na região do Sinos estavam fora do país.

A tabela 02 apresenta o número de pessoas por local de exercício de trabalho principal.

Observa-se que 23,4% do total de trabalhadores residentes em algum município da região metropolitana tinham o local de exercício do trabalho fora do município de residência. Para o Vale do Sinos esse percentual é de 28,5%. Foram declaradas 485 pessoas noutro país no período de realização do censo de 2010.

A tabela 03 apresenta o tempo habitual de deslocamento do domicílio para o trabalho. Verifica-se que para a RMPA o maior percentual de trabalhadores tem tempo habitual de deslocamento de seis minutos até meia hora, 49,7% do seu total, seguido de 30% de trabalhadores com tempo habitual de deslocamento de mais de meia hora até uma hora.

Para o VS, os trabalhadores que, em sua maioria, têm tempo habitual de deslocamento de seis minutos até meia hora representam 57,6% do seu total.

Nesta mesma pesquisa foram identificados seis arranjos populacionais, onde estão concentrados 27 dos 34 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, sendo arranjo populacional a forte integração entre dois ou mais municípios. Esta integração ocorre a partir dos movimentos pendulares, que é a necessidade de sair do município de residência para a realização de atividades relacionadas a trabalho e/ou estudo, ou devido à contiguidade entre as manchas urbanizadas, que são a aproximação entre os territórios urbanos.

Observando este fenômeno a partir da regionalização COREDE Vale do Rio dos Sinos, identificam-se quatro arranjos populacionais, onde se encontram 13 dos 14 municípios da região. Apenas o município de Dois Irmãos não participa de nenhum arranjo populacional.

O geógrafo Paulo Roberto Rodrigues Soares, em entrevista concedida à IHU On-Line, destaca que "os locais de trabalho ainda estão relativamente concentrados e os serviços também, então a população ainda tem de se deslocar para as áreas onde se concentram o comércio, os serviços e os empregos".

Soares assinala a falta de conexão entre a expansão das cidades e as mudanças em mobilidade, onde, na reestruturação das metrópoles, primeiro se pensa e se executa a construção dos empreendimentos imobiliários e, depois, a mobilidade.

A mobilidade urbana foi tema da entrevista concedida à IHU On-Line, em novembro de 2013, por Carlos Henrique Carvalho, que teve como destaque as políticas que incentivam o transporte individual.

Carvalho avalia que uma política de mobilidade para o país necessita, “no mínimo, duplicar a malha metroferroviária brasileira e quadruplicar a malha de corredores exclusivos de transporte público urbano. Em termos de recursos, isso com certeza representaria, em médio prazo, um investimento de mais de 80 bilhões de reais”.

Grande Porto Alegre

O impacto das políticas de consumo de transporte individual pode ser percebido pela população gaúcha pelo número de veículos nas ruas. Em maio de 2015, foram contabilizados um pouco mais de 6 milhões de veículos no estado do Rio Grande do Sul, o que equivale a aproximadamente 1 veículo a cada 1,8 habitante. Já na região do Vale do Rio dos Sinos, até outubro de 2014 a frota havia chegado a 751.954 veículos, o que representa um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Desta forma, há 1 veículo para cada 1,75 habitante.

O número de veículos nas ruas e o planejamento da mobilidade na Grande Porto Alegre foi argumento para o planejamento do que hoje conhecemos como Trensurb.

Em 1976, tendo como uma das justificativas a redução de fluxo de veículos na BR-116, passou a ser ideado o plano da Trensurb, tendo uma demanda inicial “prevista de 300 mil passageiros por dia” .

Atualmente o trem possui 22 estações, que estão presentes em seis municípios da RMPA: Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A atual estrutura tem a capacidade máxima de atendimento de 21.600 passageiros/hora/sentido.

No ano de 2014 a média anual de usuários diários em dia útil foi de 191.251 passageiros. As estações com maior número de usuários ao dia são: (1) Mercado, (2) Canoas, (3) Mathias Velho, (4) Sapucaia e (5) Rodoviária. Os horários com a maior movimentação de passageiros são: manhã, 05h30 - 08h30; tarde/noite, 17h30 - 20h30.

Outra ação realizada a fim de qualificar a mobilidade na metrópole foi a integração com as linhas de ônibus. Atualmente, das 1.200 linhas de ônibus existentes na RMPA, 50% estão ligadas ao trem. A média de passageiros diários na região é de 485 mil. Serviços de táxi também são oferecidos em algumas estações do trem e alguns municípios.

Algumas ações e serviços têm sido realizadas a fim de qualificar a mobilidade urbana. Diante deste, breve, cenário: estas ações e serviços são suficientes para a demanda? 

Notas:

1 – Fonte: site da Trensurb. <http://www.trensurb.gov.br/paginas/paginas_detalhe.php?codigo_sitemap=48 >. Acessado em 10 de março de 2015.

2 – As informações sobre capacidade máxima de atendimento, média anual de usuários diários em dia útil e estações com maiores fluxos são oriundas da “Central de Atendimento ao Usuário”.

3 – Fonte: site da Metroplan - Perfil dos municípios da RMPA e Aglomerados Urbanos. <.">.">http://www.metroplan.rs.gov.br/conteudo/1356/?Perfil_dos_munic%C3%ADpios_da_RMPA_e_Aglomerados_Urbanos>. Acessado em 10 de março de 2015.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHUreuniu dados sobre as religiões em São Leopoldo a fim de subsidiar a discussão sobre esta realidade.

A análise destes dados foi realizada pelo professor Inácio José Spohr, coordenador do GDIREC. Spohr possui graduação em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos e mestrado em Ciências Sociais pelo Instituto Latinoamericano de Estudios Sociales, de Santiago do Chile.

Eis a análise.

Religiões e religiosidades no município de São Leopoldo, RS: Uma breve análise dos dados da amostra dos censos demográficos do IBGE relativos à década 2000-2010

Através deste texto, busco apresentar uma breve análise dos dados da amostra dos censos demográficos do IBGE relativos à década 2000-2010, enfocando o desempenho do movimento religioso no município de São Leopoldo. Seu propósito visa ainda reescrever e ampliar uma publicação de 2013, então divulgada nas páginas eletrônicas do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, que teve por título “Opções Religiosas em São Leopoldo” . Naquela oportunidade o texto veiculava dados que constam tão somente no censo de 2010. No texto atual procuro, portanto, reorganizar os dados já divulgados, confrontando-os com os do censo do ano de 2000, ampliando sua informação numérica e analítica.

São Leopoldo encontra-se situada na região do Vale do Rio dos Sinos, a aproximadamente 30 km de Porto Alegre. Faz limite com os municípios de Novo Hamburgo, Estância Velha, Portão e Sapucaia do Sul. De acordo com o Censo 2010, conta com uma população de 214.087 habitantes. Sua taxa de urbanização engloba 99,7% dos habitantes, contra 0,30% na área rural. Desde 1825 São Leopoldo é considerada berço da colonização alemã no Brasil, por ter sido aqui que aportaram os primeiros imigrantes alemães no País.

O município de São Leopoldo possui um diversificado parque industrial, além de um expressivo setor comercial e de serviços. Em sua área de atuação encontramos grandes empresas internacionais, tais como Stihl, SAP, Ensinger, H.T. Micron e Gedore. Mais do que isto, o município abriga ainda, vinculado à Universidade do Vale do Rio dos Sinos, o maior polo de informática do estado do Rio Grande do Sul, o Tecnosinos.

Em São Leopoldo, desde os primórdios da cidade, predomina a religiosidade cristã, sobretudo a vinculada à Igreja Católica Apostólica Romana e à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Hoje, embora o catolicismo romano continue sendo a opção religiosa da grande maioria dos leopoldenses, outras frentes religiosas vão encontrando cada vez mais adeptos. Particularmente vão ganhando espaço grupos ligados ao movimento evangélico de origem pentecostal, espiritismo, religiões afro-brasileiras e, de forma similar a outras regiões do Estado e País, cresce o número dos que se declaram sem religião, ateus e agnósticos, como veremos a seguir.

Religião Católica

Entre as diversas mutações religiosas por que passou o município de São Leopoldo na década 2000-2010, a que mais chama a atenção atinge particularmente a Igreja Católica Apostólica Romana (cf. tabela 01), pois durante este período o catolicismo romano cedeu 10,88% de seus adeptos a outras formas de crer. Se, de acordo com o Censo de 2000, o catolicismo detinha então 148.638 habitantes, o que corresponde a 76,8% da população, estes, em 2010, passam a somar tão somente 141.117 habitantes, número que corresponde a 65,92% do total da população.

Não obstante, apesar da avassaladora perda de adeptos, o catolicismo romano continua sendo um modo de crer altamente majoritário no município de São Leopoldo, visto que aproximadamente 2/3 da população entrevistada pelo censo de 2010 (65,92%) declaram adesão à fé católica.

Outros credos “católicos”, como bem anota o IBGE, apresentam participação ínfima no quadro religioso do município. A Igreja Católica Apostólica Brasileira conta, em 2010, com apenas 0,1% dos habitantes (perdeu 0,33% de seus adeptos na década). Já a Igreja Católica Ortodoxa, com apenas 22 declarantes (0,01%) em 2000, obteve um acréscimo considerável de 0,1% sobre a população do município. Passa a contar, portanto, com 240 declarantes (0,11%).

Igrejas Evangélicas de Missão

O grupo de Igrejas “Evangélicas de Missão” (tabela 02), de acordo com as amostras dos censos de 2000 e 2010, apresenta as alternativas Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista, Congregacional, Adventista e “outras” formas de pertença às “evangélicas de missão”. Mas, ao examinarmos a nominata das igrejas que constam no levantamento do IBGE em São Leopoldo, chama particular atenção o fato de que a pesquisa desta instituição deixa de mencionar explicitamente segmentos evangélicos tradicionais deste município. Cito, por exemplo, a “Igreja Episcopal Anglicana do Brasil” (IEAB), a “Igreja Evangélica Luterana do Brasil” (IELB) e a “Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil” (IECLB). Provavelmente os adeptos destas denominações se encontram sob o guarda-chuva da expressão “Luterana” ou, quiçá, sob o item “outras evangélicas de missão”. Mas o mais provável é que boa parte dos “evangélicos de missão” pode ser encontrada sob a alternativa “evangélica não determinada”, que em 2010 contempla 6,38% da população do município (cf. tabela 04, a ser examinada um pouco mais adiante).

Posto isto, vemos que o índice de evangélicos de missão (tabela 02) abrange 5,15% da população de São Leopoldo. Desses, como mostra o censo de 2010, 3,72% cabem à Igreja Evangélica Luterana, 0,95% à Igreja Evangélica Adventista, 0,36% à Igreja Evangélica Batista, 0,03% à Igreja Evangélica Metodista, 0,02% à Igreja Evangélica Presbiteriana, 0,02% à Igreja Evangélica Congregacional e 0,05% a outras igrejas evangélicas de missão.
Assim como o catolicismo romano, as evangélicas de missão tiveram uma diminuição que engloba 2,6% da população do município durante a década 2000-2010. Perderam adeptos as Igrejas Luterana (2,69%), Batista (0,32%) e outras evangélicas de missão (0,03%). Ganharam mais adeptos as Igrejas Adventista (0,4%) e Presbiteriana (0,02%), enquanto neste mesmo período a Igreja Evangélica Metodista manteve estáveis 0,03% de adeptos; a Igreja Evangélica Congregacional, sem registros em 2000, conquistou 0,02% dos habitantes em 2010.

Igrejas Evangélicas de origem pentecostal

Dentre as denominações religiosas de origem pentecostal (tabela 03) merece destaque a Igreja Assembleia de Deus. Esta Igreja reúne 6,84% dos leopoldenses (14.641 habitantes), enquanto outras igrejas, como a Universal, a Congregação Cristã do Brasil, a Evangelho Quadrangular e a Deus é Amor, entre outras, somam menos que a metade da opção evangélica de “origem pentecostal”. Também no elenco das opções religiosas dessa mesma origem, o termo “outras” chama atenção: 7.641 adeptos (3,57%) representam um grau de incerteza relativamente alto quanto à pertença religiosa pentecostal no município.

Ao contrário das tradições religiosas católica e evangélica de missão, as religiões evangélicas de origem pentecostal tiveram significativo acréscimo de adeptos na década. Se em 2000 este conjunto de igrejas detinha um total de 16.763 declarantes (8,67%), em 2010 este número se eleva para 26.133 (12,22%). O fato corresponde a um acréscimo equivalente a 3,55% da população do município. Participam desse crescimento as Igrejas: Assembleia de Deus (com mais 1,44%), Deus é Amor (0,27%), Evangélica renovada não determinada (0,02%) e “Outras Evangélicas de origem pentecostal” (2,84%).

Mas nem todas as religiões integrantes do grupo de origem pentecostal obtiveram igual desempenho durante a década. Como podemos observar na tabela 03, algumas destas igrejas se destacam pela trajetória inversa à do crescimento do grupo como um todo. Diminuíram de tamanho as igrejas: Congregação Cristã do Brasil (com menos 0,05%), O Brasil para Cristo (0,01%), Evangelho Quadrangular (0,13%) e Universal do Reino de Deus (0,82%). Esta última perdeu parte de seus adeptos, embora seja muito conhecida em toda a região por sua alta presença nos meios televisivos.

Igrejas Evangélicas sem vínculo institucional e não determinada

Em relação ao grupo de igrejas aqui denominado “evangélicas sem vínculo institucional e não determinada” (tabela 04), cabe esclarecer que o censo de 2000 pesquisou as alternativas “evangélicos sem vínculo” (0,11%), “evangélicos de origem pentecostal sem vínculo” (0,27%) e membros de “outras religiões evangélicas” (0,24%). As três alternativas somam, portanto, 1.208 aderentes, um índice igual a 0,62% da população do município.

Já no censo de 2010 as alternativas acima foram substituídas pela opção “evangélica não determinada”, ocasião em que o IBGE obteve 13.662 respostas positivas, um contingente de adeptos que corresponde a 6,38% da população. Este número, comparado ao do censo de 2000, indica que houve um incremento de 5,76% sobre os habitantes no município de São Leopoldo. Significa também que um grande contingente de entrevistados não declararam (ou não souberam definir) o nome de seu credo evangélico. Ou, ainda, não se sentiram representados pelas alternativas que constam na tabela 02, como assinalei acima.

Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, Testemunhas de Jeová, Espiritualista e Espírita

No grupo de religiões da tabela 05 encontramos uma tendência de crescimento bastante significativa, tanto em São Leopoldo quanto em outras regiões do Vale do Rio dos Sinos. Trata-se, no caso, do importante crescimento do Kardecismo, aqui denominado Religião Espírita . Se no censo de 2000 os espíritas contavam somente com 2.282 representantes (1,18%), em 2010 passam a contar com 5.502 habitantes (2,57%). O incremento proporciona uma variação positiva superior ao dobro do número de membros espíritas obtidos no censo anterior .


De acordo com o censo de 2010, as práticas religiosas reunidas sob a denominação Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e Testemunhas de Jeová, já bastante diminutas em 2000, ficaram ainda menores. A primeira passou de 0,24% dos habitantes para tão somente 0,17%, e a segunda migrou de 0,73% para 0,65%. A religião Espiritualista, sem representantes em 2000, passa a contar em 2010 com 0,06% da população do município.

Religiosidades de Matriz Africana

É sobejamente conhecido o fato de que as Religiões Afro-Brasileiras, devido à sua herança histórica, são numericamente sub-representadas, principalmente quando se trata de dados emanados dos censos. Isso porque nem sempre os adeptos desses credos encontram condições suficientes que permitam deixar inequivocamente clara sua pertença religiosa. Com frequência marcam a opção “católica” (religião dominante e socialmente mais palatável), quando efetivamente fazem parte da Umbanda, do Batuque ou mesmo do Espiritismo.

Por conseguinte, é possível afirmar que os dados apresentados pela amostra dos censos demográficos de 2000 e 2010 (tabela 06) denotam estas mesmas ou outras inconstâncias, quando se trata das religiões Afro-Brasileiras no município de São Leopoldo? Senão vejamos.

De fato, os dados da tabela 06 informam que, de acordo com o censo de 2010, há somente 2.472 praticantes (1,15%) que declaram pertença a uma religião Afro-Brasileira no município de São Leopoldo. Destes, 2.252 (1,05%) declararam ser da Umbanda, 41 (0,02%) se identificam com a expressão religiosa “Candomblé” e outros 176 (0,08) declararam tomar parte em “Outras religiosidades Afro-Brasileiras”. Comparado ao resultado do censo de 2000, que reuniu então apenas 0,66% da população, os 1,15% da população de São Leopoldo em 2010 representam um incremento de 0,49% de adeptos no meio religioso afro-brasileiro.

Ainda assim os dados dos censos de 2000 e 2010 transmitem a sensação de estarem aquém do esperado. Em recente visita a terreiros (entre 2012 e 1013), sobretudo em datas festivas de Ogum, Iemanjá e Oxum, o movimento religioso africanista (como gostam de se apresentar) dá mostras de que podem existir, na realidade, indicadores bem mais alentados do que estes apresentados pelos censos. Segundo dados reunidos pela Associação Afro-Umbandista de São Leopoldo e pela Associação Leopoldense de Candomblé, Umbanda e Cultos Afro-brasileiros (Alcucab), estão em funcionamento no município proximamente 468 Casas de Religião Africana. Se cada uma delas tiver, em média, 10 a 20 adeptos, a soma destes ultrapassaria, distante, o número registrado pelo censo. Contudo, sem um censo específico que tenha foco na experiência religiosa africanista, torna-se difícil averiguar o que, de fato, acontece neste meio .

Por último cabe, também, um alerta quanto à nomenclatura usada no censo. No Rio Grande do Sul o nome “Candomblé”, por ser pouco conhecido, pode ter contribuído pelo exíguo número de registros afro-brasileiros. Mais conhecidas são as denominações Batuque (termo muito popular), Religião (dizem comumente: “fulano é de religião”), Nação, Religião Africana e Africanismo, entre outras.

Outro aspecto que chama atenção dos que tratam do tema religiões de matriz africana aborda questionamentos quanto à “raça” e à “cor” do contingente que frequenta as casas desse grupo de religiões. No caso, os dados do censo de 2010 informam que, de um total de 2.473 habitantes que frequentam casas de religião africana, 1.768 (71,49%) são da cor “branca”, enquanto 370 (14,99%) são da cor “preta” e outros 335 (13,55%) são da cor “parda”.

Pretos e pardos somam, portanto, 28,51% nestas casas, enquanto os “brancos africanistas” (permita que os designe dessa forma) perfazem 71,49%. Por conseguinte, os dados do Censo confirmam, por um lado, que a grande maioria dos que frequentam religiões afro-brasileiras é formada por brancos e que, nestas mesmas casas, pretos e pardos participam em número que supera sua representatividade real na região; por outro lado, confirmam que as religiões afro-brasileiras não são religiões só de negros, mas também não confirmam a ideia de que sejam (absolutamente) brancas.

A propósito, o censo de 2010 anota que, em São Leopoldo, moram 10.334 “pretos” (que representam 4,83% da população) e 18.688 “pardos” (índice equivalente a 8,73% da população). Pretos e partos representam, portanto, 13,56% dos habitantes do município.

Religiões do Próximo Oriente: Judaísmo e Islamismo

Em São Leopoldo, segundo o Censo de 2010 (tabela 07), somente 09 pessoas se identificaram com a religião Judaica e 54 com a do Islã. Não há registros de pertença religiosa judaica ou islâmica no censo de 2000.

Historicamente, o Islamismo e o Judaísmo não fazem parte da tradição religiosa do município. Estas formas religiosas, não obstante, encontram maior representatividade em Porto Alegre e em algumas cidades da fronteira sul do Rio Grande do Sul.

Religiões Orientais

De acordo com o IBGE, as religiões orientais, em São Leopoldo (tabela 08), encontram bem poucos integrantes. Tanto o Budismo quanto o Zen-Budismo e Brahma Kumaris (não lembrada pelo censo), entre outras, embora estabelecidas já há alguns anos na região, ainda são objetivamente desconhecidas enquanto efetiva opção religiosa para a grande maioria da população. “O budismo, como prática religiosa, ainda é uma flor exótica”, conclui Monja Kokai, do Zen-Budismo Vale do Sinos .

Conforme o censo de 2000 havia então, em São Leopoldo, 199 pessoas (0,1%) identificadas como membros de religiões orientais: 72 (0,04%) declararam ser budistas e outras 127 (0,06%) declararam pertença a “Outras religiões orientais”. Já no censo de 2010 os integrantes de um credo de origem oriental diminuem um pouco: de 199 aderentes (0,1%), as religiões orientais passam a contar com somente 177 (0,09%). Destes, 58 (0,03%) pertencem ao Budismo, 54 (0,03%) são da Igreja Messiânica Mundial (que não teve registros no censo de 2000) e 65 (0,03%) dos entrevistados registram ser de “Outras religiões orientais”. O Hinduísmo não registrou adeptos em ambos os censos.

Religião não determinada e múltiplo pertencimento

O tema “religiosidade não determinada”, “mal definida”, “não sabe” ou “sem declaração” recebe do IBGE um tratamento diferenciado na década 2000-2010. No censo de 2000 o Instituto pesquisa, como podemos ver na tabela 09, somente o item “não sabe”, quando obteve 178 respostas. Portanto, 0,09% dos entrevistados não souberam definir se têm ou não, digamos, uma afinidade religiosa que possa ser identificada.

Já no censo de 2010 o IBGE remodela a busca por indivíduos nesse grupo. Pergunta, então, sobre “religiosidade não determinada ou mal definida”, que rendeu 802 respostas (0,37% da população); sobre “declaração de múltipla religiosidade”, que somou outras 127 respostas (0,06%); e sobre “sem declaração”, que proporcionou mais 176 respostas (0,08%). Somados os percentuais de 2010 observamos, então, que 0,51% da população de São Leopoldo se enquadra na definição religiosa desse grupo. Portanto, um número 0,42% maior que o do censo de 2000.

Chama atenção que somente 127 pessoas (0,06%) evidenciem uma opção de “múltipla religiosidade”. Não poucas vezes deparamos com indivíduos e grupos de pessoas que, embora católicos ou evangélicos, denotam frequência a outros credos como os da Umbanda, Religião Africana e Espiritismo, entre outros.

Tradições Esotéricas e Indígenas

Os dados do IBGE mostram que grupo religioso formado por tradições esotéricas e religiosidades indígenas vem a ser bastante exíguo em São Leopoldo. Conforme a tabela 10, as tradições esotéricas somam, em 2000, apenas 32 adeptos (0,02%), mas estas, em 2010, passam a contar com 135 adeptos (0,06% da população). As tradições indígenas, com 34 registros (0,02%), aparecem somente no censo de 2010.

Efetivamente, a terra dos “capilés” consegue apresentar apenas 34 pessoas que confessam ter um credo religioso identificado com a tradição indígena... De fato, em São Leopoldo encontramos um pequeno grupo de indígenas Kaingang, alojados numa reserva do bairro Feitoria. Atuantes, circulam pela cidade com suas roupas coloridas, rostos típicos, com grandes bolsas carregadas nas costas. Vendem bugigangas, ganham a vida com dignidade. E, como não, também devem ser dignos de sua tradição religiosa “índia”.

Mas vamos a alguns números emanados do censo de 2010. Pelo sim e pelo não, este informa que, das 34 pessoas que declaram pertença à religiosidade indígena, 25 são “brancos” e 09 são da cor “parda”. Nenhum dos 34 adeptos da tradição religiosa indígena é indígena.

O mesmo censo informa ainda que, em São Leopoldo, 171 pessoas declaram ser de ascendência indígena. Destas, 75 são católicos, 19 são da Assembleia de Deus, 27 afirmam pertença à opção Evangélica não determinada, 11 são da Igreja Testemunhas de Jeová e 39 se declaram sem religião.

Sem Religião, Ateus e Agnósticos

Quando verificamos quantos moradores de São Leopoldo se enquadram na opção “sem religião”, observamos que o censo de 2000 aponta que estes somam 4.876 indivíduos, que representam 2,52% da população do município. Já no censo de 2010 esta questão recebe um tratamento bem mais amplo. O IBGE passa, então, a perguntar sobre quantos são “sem religião-sem religião”, sobre quantos se consideram “sem religião-ateus” e sobre quantos subscrevem o termo “sem religião-agnósticos”. A soma dos três itens rende um total de 9.742 habitantes, ou seja, 4,44% da população do município. Destes, 9.054 (4,55%) se identificam como “sem religião”, 609 (0,28%) se declaram “ateus” e outros 79 (0,04%) indicam que são “agnósticos”.

Além dos números, é possível pensar que em São Leopoldo, assim como em outros locais do país, não é tarefa fácil declarar-se ateu. Aqui vigoram costumes e crenças avassaladoramente cristãos (89,66% dos leopoldenses se declararam pertencentes à fé religiosa católica ou evangélica), a palavra “ateu” evoca estranhamentos, quando não resulta em condenações e exclusão. Se, nesta região, por um lado, é bastante aceitável ser católico ou evangélico não praticante, ser manifestamente ateu, ou ateísta, ainda requer força e coragem. Talvez, por isso, tenhamos tão poucos ateus e agnósticos.

Conclusões

A título de conclusão apresento, a seguir, algumas considerações quanto ao desempenho das religiões e religiosidades em São Leopoldo durante a década 2000-2010. Primeiro aspecto que reavalio aqui trata do tema “Religiões Evangélicas”. Como anotei acima, vimos que na década passada as religiões “Evangélicas de Missão” (tabela 02) diminuíram 2,6% sobre o total de habitantes de São Leopoldo, enquanto as religiões “Evangélicas de origem pentecostal” (tabela 03) e os declarantes “Evangélicos sem vínculo institucional e Evangélica não determinada” (tabela 04) tiveram um acréscimo de adeptos que equivale, respectivamente, a 3,55% e 5,76% da população do município. A soma dos dados informa, pois, que o meio evangélico teve um incremento real de 6,71% na década, como podemos observar na tabela 12. Passou de 32.999 (17,04%) para 50.834 adeptos (23,75%).

Não obstante, quanto à significativa expansão evangélica em São Leopoldo durante a década 2000-2010, cabe alertar que esta deve ser entendida à luz do termo “evangélica não determinada”, que, como já assinalei na apresentação da tabela 04, contabiliza 6,38% da população do município. Ou seja, temos aqui um índice populacional relativamente constituído por pessoas que, possivelmente, não querem ou não sabem declinar o nome de sua religião, ou que então se enquadram numa espécie de “igreja evangélica genérica” , uma opção religiosa próxima ou similar a de um “católico não praticante”.

Outro aspecto do quadro religioso de São Leopoldo avalia o desempenho do conjunto das denominações cristãs. Estas, de acordo com a tabela 13, tiveram uma redução numérica de praticantes que alcança 4,13% da população, apesar do vertiginoso crescimento pentecostal neste município. Ou seja, o cristianismo está diminuindo em São Leopoldo. Ou ainda, o crescimento pentecostal não supre as deficiências do catolicismo e de algumas das Igrejas Evangélicas de Missão. Efetivamente cresceram as Evangélicas de origem pentecostal (3,55%), os Evangélicos sem vínculo institucional e não determinada (5,75%) e um pequeno grupo intitulado “outras cristãs” (0,27%). Mas a expansão destas não supre as perdas da Igreja Católica Apostólica Romana (com menos 10,88%), da Católica Brasileira e Ortodoxa (com menos 0,23%) e das Evangélicas de Missão (com menos 2,6%).

Contudo, apesar da redução numérica do cristianismo na ordem de 4,14%, este permanece absoluto em São Leopoldo. As diferentes denominações cristãs alcançam 90,15% da população. As demais formas de crer ou descrer somam, portanto, somente 9,85% desta mesma população.

O terceiro aspecto que chama a atenção no quadro do desenvolvimento das religiões no município de São Leopoldo diz respeito à diversidade e desempenho destas durante a década 2000-2010. Como podemos observar na tabela 14, a coluna percentual do ano de 2010 elenca, por ordem decrescente, o tamanho numérico de cada um dos segmentos que fazem parte da diversidade religiosa desta cidade. Desde logo observamos que (1) a Igreja Católica Apostólica Romana, embora 10,88% menor que em 2000, se mantém altamente majoritária no quadro religioso do município, porque continua sendo a opção religiosa de 65,92% de todos os declarantes do censo de 2010.

O segundo segmento religioso em grau de importância numérica pertence ao meio religioso evangélico. A prevalência cabe às (2) Igrejas Evangélicas de origem pentecostal, que reúnem 12,22% da população do município. Segue um grupo de praticantes formado por (3) Evangélicos pentecostais sem vínculo institucional e igreja não determinada, que soma 6,38% da população. O grupo formado pelas (4) Igrejas Evangélicas de Missão, embora menor que em 2000, mantém, em 2010, a preferência de 5,15% dos declarantes. Logo, em conformidade com a tabela 12, o conjunto das igrejas evangélicas soma 23,75% da população.

O quinto grupo em grau de importância numérica na diversidade religiosa do município de São Leopoldo, ao contrário dos demais grupos, é propriamente formado por “não religiosos”, visto que dele fazem parte os declarantes (5) “sem religião”, “ateus” e “agnósticos”, que representam 4,55% dos moradores da cidade. Seguem, por ordem de importância, os grupos religiosos: (6) Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, Testemunhas de Jeová, Espiritualista e Espírita, com 3,45%; (7) religiões Afro-Brasileiras, com 1,15%; (8) religião não determinada e múltiplo pertencimento, com 0,51%; (9) Católica Apostólica Brasileira, Católica Ortodoxa e outras cristãs, com 0,48%; (10) Religiões Orientais, com 0,09%; (11) Tradições Esotéricas e Indígenas, com 0,08%; e (12) Judaísmo e Islamismo, com 0,03% da população.

Por último cabe ainda observar que os dados aqui analisados indicam que a diversidade religiosa no município de São Leopoldo deverá se manter em alta na próxima década e, quiçá, em outras décadas mais. E, neste sentido, um dos papéis centrais na diversificação religiosa envolve o catolicismo que, possivelmente, deverá manter sua tendência de queda nos próximos anos. Historicamente provém de um período em que, por séculos, reinou absoluto como religião de Estado. Desde a proclamação da república, em 1889, Igreja e Estado seguem oficialmente separados, mas somente a partir da segunda metade do século passado, com o advento das religiões neopentecostais, que o mercado da religião inicia um período realmente competitivo. Desde então o catolicismo romano vem cedendo, paulatinamente, aderentes a outros credos, sobretudo ao segmento pentecostal. Em um contexto de democracia religiosa, o catolicismo romano perde seus privilégios e, aos poucos, com os pés no chão, se insere em um meio religioso onde será percebido como uma das muitas denominações religiosas do município.

Mas, de acordo com os censos de 2000 e 2010, o catolicismo romano não é um único grupo religioso que vem perdendo espaço numérico entre a população local, Estado e País. Em São Leopoldo, além dos católicos, portanto, perderam adeptos algumas Igrejas integrantes do grupo religioso denominado Evangélicas de Missão (tabela02) e mesmo algumas igrejas que fazem parte do grupo denominado Evangélicas de origem pentecostal (tabela 03).

Não obstante, ainda que as Evangélicas de origem pentecostal, como observamos acima (tabelas 03, 04 e 12), tenham conquistado um significativo quinhão de novos adeptos, o cristianismo como um todo cedeu aderentes a credos fora de seu paradigma religioso, um contingente que corresponde a 4,13% dos entrevistados pelo censo de 2010, comparado ao do ano de 2000 (tabela 13). E se são estes os grupos religiosos que cedem adeptos, quais recebem, então, novos aderentes no município de São Leopoldo? De acordo com a tabela 14, o grupo que obteve mais novos adeptos fora da área cristã vem a ser, justamente, o grupo formado por declarantes sem religião, ateus e agnósticos. Estes, em 2000, detinham 2,52% da população, mas em 2010 passam a contar com 4,55% desta mesma população.

Além do grupo sem religião, existem ainda outros dois grupos religiosos que se beneficiam com adeptos oriundos da área do cristianismo. Este vem a ser o caso do Espiritismo e das religiões Afro-Brasileiras. O Espiritismo, como indica a tabela 05, praticamente dobrou seu número de participantes: passou de 1,18% dos habitantes de São Leopoldo para 2,57%, um índice que proporciona um acréscimo de 1,39% da população do município. Já as religiões de matriz africana (tabelas 06 e 14) tiveram um aumento um pouco mais modesto. Mesmo assim, na prática, dobram o número de seus participantes, passando de 0,66% para 1,15% dos adeptos religiosos do município de São Leopoldo.

Notas:

1 - http://www.ihu.unisinos.br/areas/trabalho/observa-sinos/520303-opcoes-religiosas-em-sao-leopoldo

2 - https://www.saoleopoldo.rs.gov.br/home/

3 - http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Leopoldo

4 - Conforme o Censo de 2010, os que declaram pertença à Igreja Católica Apostólica Romana na Região do Vale do Rio dos Sinos (14 municípios) somam 67,84% da população. No RS os católicos perfazem 68,82%, enquanto no Brasil a cifra católica romana é um pouco menor, pois alcança 64,63% de seus habitantes.

5 - O IBGE não distingue entre “evangélicas de origem pentecostal” e “evangélicas de origem neopentecostal”.

6 - A “Igreja Evangélica Renovada não determinada” não teve registros no censo de 2000.

7 - Note-se que os dados dos Censos não distinguem entre “casas confederadas” e casas espíritas independentes. Ambas as formas espíritas marcam presença em São Leopoldo.

8 - Assim como entre os adeptos das religiões africanistas, também no meio Espírita pode haver certa omissão identitária, visto que nem todos os que frequentam aquelas casas declaram-no de forma precisa. Dada a “característica cristã” da doutrina de Allan Kardec, um razoável contingente de integrantes do catolicismo e igrejas evangélicas costuma, rotineira ou esporadicamente, participar de eventos espíritas, sem que isso represente dúvidas sobre sua origem religiosa.

9 - A pesquisa “Religiões na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS)”, do GDIREC, em uma de suas publicações intitulada “O mundo das religiões em São Leopoldo” (Caderno CEDOPE, ano 13, n. 16, 2001), destaca que o município de São Leopoldo, em 2001, mantinha 364 locais de culto (Afro e Umbanda 101, Católica 64, Pentecostais e Neopentecostais 137, Espíritas 17, Evangélicas Históricas 28 e diversas 17). O mesmo caderno também aponta que as religiões então cadastradas pela pesquisa apresentavam 53.520 frequências semanais a seus templos e casas de culto, o que representa 27,6% sobre um universo de 193.403 moradores. Destas 53.520 frequências semanais, as religiões Afro e Umbanda detinham 11,7%, a Católica 26,4%, os Pentecostais e Neopentecostais 44,6%, o Espiritismo 5,5%, as evangélicas históricas (o mesmo que evangélicas de missão) 5,4% e as Diversas 6,2%. 139.883 pessoas (72,4%) marcavam presença esporádica em cultos religiosos ou sem nenhuma participação.

10 - http://www.brahmakumaris.org/brazil/sedes/Regiao_Sul/Sao_Leopoldo

11 - http://zenvaledossinos.blogspot.com.br/

12 - No Estado do Rio Grande do Sul temos: 5,35% de moradores que se identificam como “sem religião”, 0,47% como “ateus” e 0,08% como agnósticos. A soma no RS corresponde a 5,9% da população. No Brasil os dados são respectivamente: 7,65% de moradores sem religião, 0,32% de ateus e 0,07% de agnósticos. Total no Brasil: 8,04%.

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica a “Carta do Mercado de Trabalho”, tendo como referência os dados do mês de maio de 2015.

A carta do mercado de trabalho produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, apresenta os dados do mês de maio de 2015 divulgados no dia 18 de junho de 2015, do mercado de trabalho formal no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas, e tem como fonte os registros administrativos do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os setores econômicos são aqueles definidos pelo IBGE. O conceito de admitidos engloba o início de vínculo empregatício por motivo de primeiro emprego, reemprego início de contrato por prazo determinado, reintegração ou transferência. A noção de desligados indica o fim do vínculo empregatício por motivo de dispensa com justa causa, dispensa sem justa causa, dispensa espontânea, fim de contrato por prazo determinado, término de contrato, aposentadoria, morte, ou transferência. A diferença entre os admitidos e desligados é o saldo, que sendo positivo indica a criação de novos postos de trabalho e quando negativo indica a extinção de postos de trabalho. Estas definições e conceitos são definidos pelo MTE e são aplicadas as tabelas 01, 02, 03 e 04.

Verifica-se na tabela 01 que o mercado de trabalho formal brasileiro registrou, entre admissões e demissões, saldo negativo no mês de maio de 2015, com 115.599 postos de trabalho com carteira assinada o que representa uma queda de 0,28% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor da Agropecuária foi o único que abriu postos de trabalho com 28.362 vagas. Indústria de Transformações (291.970) foi o setor que mais fechou postos de trabalho. No ano foram fechadas 243.948 postos de trabalho com carteira assinada.

Observa-se na tabela 02 que o mercado de trabalho formal rio-grandense no mês de maio de 2015 registrou saldo negativo, resultado entre as admissões e demissões, de 15.815 postos de trabalho o que representa uma queda de 0,59% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês o setor da Indústria de Transformação (5.901) foi o que mais fechou postos de trabalho. No mês nenhum setor gerou postos de trabalho. No estado do Rio Grande do Sul no ano foram criados 1.335 novas vagas com carteira assinada.

Percebe-se na tabela 03 que o mercado de trabalho formal na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no mês de maio de 2015 apresentou um decréscimo de 6.273 postos de trabalho com carteira assinada, uma queda de 1,00% sobre o estoque de empregos do mês anterior. No mês a Indústria de Transformação foi o que fechou postos de trabalho com 2.300 vagas com carteira assinada. No ano foram fechadas 6.713 vagas de trabalho com carteira assinada. Ao olhar as informações da Indústria de Transformação, na RMPA, percebe-se que nenhum segmento analisado gerou postos de trabalho. No setor do Serviço o segmento de Transportes e comunicações (107), o setor de Serviços médicos, odontológicos e veterinários (130) e o setor do ensino (172) abriram postos de trabalho com carteira assinada.

Nota-se na tabela 04 que o mercado de trabalho formal no município de Canoas registrou saldo líquido negativo, entre admissões e demissões, no mês de maio de 2015, com a redução de 374 postos de trabalho com carteira assinada. O setor da Construção Civil foi o que mais fechou vagas com 176 postos de trabalho. No ano o município fechou 1.008 postos de trabalho com carteira assinada.