'O plano Prevost': eis como será o consistório extraordinário convocado pelo Papa

Foto: Vatican Media

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17 Dezembro 2025

O Papa cumpriu, assim, uma das promessas feitas no conclave: maior colaboração dos cardeais na governança da Igreja. A partir de agora, são esperadas mudanças na Cúria, a começar pela Secretaria de Estado. Os dias 7 e 8 de janeiro são datas importantes.

A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religión Digital, 17-12-2025.

Leão XIV não tem pressa, mas pretende que cada passo que der seja firme. O que ele tem é uma visão clara, e a apresentará a todos os cardeais do mundo em um consistório extraordinário, o primeiro de seu pontificado, que será realizado nos dias 7 e 8 de janeiro. Segundo informações obtidas pela Religión Digital, ele delineará os objetivos de seu pontificado, as principais mudanças de um papado que ele prevê ser longo e que pretende controlar desde o início. Este "plano Prevost" baseia-se em três premissas: unidade, progresso nas reformas implementadas desde o Sínodo sobre a Sinodalidade e a luta pelo controle de uma Cúria que após a morte de Francisco busca recuperar a influência perdida.

Há semanas que todos os cardeais têm recebido convites para virem a Roma depois das festas de Natal e Ano Novo. A ocasião não é insignificante: com o fim do Ano Jubilar, o pontificado de Francisco "termina" e o de Leão XIV começa, em plena liberdade. Um pontificado de continuidade, mas também de estilo próprio.

Entre suas características distintivas está a de 'obrigar' os cardeais a auxiliá-lo no governo universal da Igreja, algo a que Prevost se comprometeu após o conclave. Como se recordará, em 9 de maio, o Papa enfatizou que desejava "reservar um tempo para reflexão, oração e diálogo antes de quaisquer nomeações ou confirmações definitivas". No dia seguinte, em reunião com todos os cardeais após o conclave, ele os exortou a assumir um papel mais ativo no governo da Igreja. Estarão os cardeais preparados para isso?

E o Papa, como fontes próximas a ele confirmaram à RD, quer envolver o Colégio Cardinalício nas decisões. Ele quer ouvir e compelir os cardeais a expressarem suas opiniões. "Neste momento, e ele sabe disso, a tensão está entre aqueles que estão dispostos a oferecer, livre e honestamente, após cuidadosa reflexão, sua opinião sobre o futuro da Igreja, e aqueles que, como sempre, tentam 'ensinar' o Papa a ser Papa, impondo-lhe a visão ideológica dos grupos de pressão eclesiásticos, dos quais são porta-vozes", enfatiza um clérigo que faz parte do pequeno círculo de colaboradores de Prevost. Um círculo muito restrito que, segundo nos informam, "levará anos" para se expandir. Ele tem tempo, e sabe disso. Lenta, mas seguramente.

Este consistório será uma oportunidade para os cardeais demonstrarem se continuarão ou não no caminho do processo sinodal iniciado por Francisco para toda a Igreja. Leão XIV vem preparado para ouvir, tomar notas e falar pouco. Seu pontificado é de poucas palavras e decisões ponderadas. Após o consistório, terá início a reforma da Cúria, começando pela Secretaria de Estado e prosseguindo pelos diversos dicastérios. O Dicastério para a Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica é motivo de particular preocupação, onde os ataques contra Simona Brambilla estão afetando a primeira prefeita da história da Igreja – um símbolo que Leão XIV não está disposto a perder. O mesmo ocorre com o Cardeal Fernández, que está sendo perseguido pelos mesmos grupos eclesiais de extrema-direita que tentaram obter um resultado diferente no conclave anterior e, após serem derrotados, se reagruparam.

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