21 Julho 2025
Mohammed al-Khalidi, de Gaza, afirma ter ficado preso entre dois fogos, aquele dos jipes, de um lado, e dos tanques do outro, que "começaram a atirar na gente". Ele disse à agência Reuters que o grupo com o qual estava se aproximando do ponto de distribuição das ajudas humanitárias não ouviu "nenhum aviso". O Exército israelense confirmou ter disparado "tiros de advertência" durante as operações noturnas na área de Rafah, "durante uma missão operacional", contra "vários suspeitos que se aproximavam".
No entanto, o incidente mencionado pelas Tsahal ocorreu a cerca de um quilômetro do local da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que no momento estava inativo. A GHF, no entanto, negou quaisquer incidentes ou vítimas nas imediações de seus centros de distribuição. O Ministério da Saúde do Hamas mantém-se firme e comunica o seu balanço: 32 palestinos mortos em ataques israelenses a centros de distribuição de ajudas da ONG estadunidense e mais de cem nas incursões em toda a Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
A reportagem é de Fabiana Magri, publicada por La Stampa, 20-07-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Padre Gabriel Romanelli, pároco da Igreja da Sagrada Família na Cidade, confirma que a situação em Gaza continua "muito grave". Enquanto o Patriarca Latino, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, conclui sua visita pastoral à comunidade que orbita ao redor da paróquia, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, reabre a controvérsia sobre o projétil disparado pelo exército israelense na quinta-feira, que matou três pessoas e deixou uma dezena de feridos: "Pode-se legitimamente duvidar", diz ele, "que o ataque tenha sido realmente um erro". Ele insinua, assim, a intenção de Israel "de atingir diretamente uma igreja cristã, sabendo o quanto os cristãos são um elemento de moderação justamente do quadro do Oriente Médio e também nas relações entre palestinos e judeus".
O presidente dos EUA, Donald Trump, continua ostentando um certo otimismo quanto à possibilidade de finalizar um acordo entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelenses — 49 pessoas, das quais se acredita que 20 ainda estejam vivas após 652 dias de cativeiro nas mãos da facção islamista no enclave palestino. "Resgatamos a maioria dos reféns. Outros 10 chegarão em breve", declarou Trump sem hesitações em um jantar com republicanos na Casa Branca, embora duas semanas tenham se passado desde que ele havia anunciado a iminência da trégua.
As famílias dos reféns sequestrados, contudo, se apegam às suas palavras. "Chegou a hora de Israel se unir aos Estados Unidos e abandonar as fantasias de uma guerra eterna", replicou Einav Tzengauker, mãe do jovem Matan (parece que ainda está vivo, mas em estado grave), em forte polêmica com o primeiro-ministro Netanyahu.
Na Síria, um cessar-fogo formal está formalmente em vigor há 24 horas entre o Estado judeu e o governo liderado por Ahmed al-Sharaa, um fundamentalista sunita ex-membro do ISIS e da Al-Qaeda, agora adotando posições mais moderadas e apoiado pela Turquia. Mas Damasco luta para restaurar a ordem na região drusa de Suwaida. Após uma semana de confrontos, violências e derramamentos de sangue, o número de mortos estimado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos se aproxima de mil. Israel se posiciona como protetor dos drusos. Após o envio de ajudas humanitárias na sexta-feira, o Ministério da Saúde se prepara para transferir equipamentos médicos e medicamentos para o hospital de Suwaida.