03 Julho 2025
O Cardeal Fridolin Ambongo Besungu descartou a acusação de que a rejeição da bênção de casais do mesmo sexo pela África tem motivação puramente regional. "A posição da África também foi a posição de muitos bispos aqui na Europa. Não é uma exceção africana", disse o presidente das Conferências Episcopais Africanas no Vaticano na segunda-feira.
A reportagem é publicada por Katholisch, 02-07-2025.
Muitos africanos interpretaram o documento como uma medida imposta de fora. No entanto, as prioridades pastorais na África são diferentes: "Nossa prioridade pastoral não é o problema da homossexualidade ou das pessoas homossexuais. Para nós, a vida é o foco: como se vive — e como se sobrevive", disse o cardeal. Questões como a homossexualidade são "para vocês aqui na Europa, não para nós na África".
Ambongo é arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo) e presidente do Conselho Episcopal Pan-Africano (SECAM). Após a publicação da declaração Fiducia supplicans pelo Dicastério para a Doutrina da Fé em dezembro de 2023, ele viajou a Roma para comunicar ao Papa Francisco a rejeição da posição dos bispos africanos. A declaração permite bênçãos não litúrgicas de casais do mesmo sexo sob certas condições.
Até recentemente, Ambongo era membro do grupo consultivo C9 do Papa Francisco. Nesse contexto, ele também comentou sobre possíveis estruturas consultivas sob o Papa Leão XIV. Nas reuniões preparatórias para o conclave, muitos cardeais expressaram o desejo de que o Papa ouvisse mais atentamente todo o Colégio Cardinalício — por exemplo, por meio de reuniões regulares. Se haverá novamente um pequeno grupo consultivo "depende dele", disse Ambongo.