13 Junho 2025
As imagens dos mosaicos do ex-jesuíta foram removidas do site de informações do Vaticano, Vatican News. Um primeiro sinal de aceleração por parte da Santa Sé. Mas há também o caso do cardeal peruano que, em 2019, havia sido atingido por uma medida de Francisco por ser acusado de moléstias.
A reportagem é de Francesco Peloso, publicada por Domani, 11-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
As imagens dos mosaicos de Marko Rupnik foram removidas do site de informações do Vaticano, Vatican News. A decisão representa um primeiro sinal de aceleração por parte da Santa Sé no caso do ex-jesuíta acusado de ter abusado, ao longo de trinta anos, de numerosas religiosas durante sua carreira como artista de fama mundial e teólogo.
Seu caso foi particularmente controverso, também devido ao vínculo de amizade que mantinha com o Papa Francisco. Este, depois de ter hesitado por muito tempo, finalmente se convenceu da fundamentação das acusações e, em 2023, revogou a prescrição dos casos em questão, permitindo que o Dicastério para a Doutrina da Fé prosseguisse com as investigações e iniciasse um processo canônico.
Em uma declaração publicada em outubro de 2023, o Vaticano afirmava que "no mês de setembro, a Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores relatou ao Papa graves problemas na gestão do caso do Pe. Marko Rupnik e a falta de proximidade com as vítimas. Consequentemente, o Santo Padre solicitou ao Dicastério para a Doutrina da Fé que examinasse o caso e decidiu suspender a prescrição para permitir a realização de um processo".
A questão do processo canônico contra Rupnik está longe de terminar. No final de março, o Cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do dicastério para a Doutrina da Fé, explicou que o processo estava demorando a avançar porque estão sendo "procurando os juízes que devem ter determinadas características, visto que se trata de um caso tão midiático".
O prefeito havia sugerido que alguns perfis haviam sido identificados, mas que ainda precisavam confirmar sua disponibilidade. Agora, porém, com Leão XIV, as coisas poderiam ser diferentes, e o fato de os sites do Vaticano terem deixado de usar imagens retiradas das obras do ex-jesuíta parece ser um sinal de que algo está se mexendo. "Soubemos que o site Vatican news finalmente removeu as imagens criadas por Marko Rupnik das páginas litúrgicas. O uso de tais imagens - disse a advogada Laura Sgrò - foi repetidamente denunciado pelas vítimas que represento, considerando-o, no mínimo, inapropriado, pois é fonte de sofrimento adicional para elas. A notícia foi bem recebida pelas minhas clientes, que têm muita fé no Papa Leão XIV e estão confiantes de que Rupnik será levado a julgamento mais rapidamente".
Anteriormente, os mosaicos de Rupnik já haviam sido cobertos pelo mesmo motivo no Santuário de Lourdes, no Santuário Nacional de São João Paulo II em Washington, D.C., e na Capela da Sagrada Família, na sede dos Cavaleiros de Colombo em New Haven. O padre jesuíta Hans Zollner, um dos principais especialistas na gestão de casos de abuso e diretor do Instituto de Antropologia da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, disse à agência católica estadunidense OSV News por ocasião da eleição do Papa Leão XIV: "Espero que, o mais breve possível, haja um veredito. Já passou muito tempo, especialmente para aqueles que fizeram as acusações".
O caso de Rupnik não é o único caso espinhoso com o qual o papa tem que lidar: no Peru, país onde Prevost viveu por muito tempo, o pontífice tem que enfrentar o caso do Cardeal Juan Luis Cipriani. Este último, de 81 anos, ex-poderoso arcebispo de Lima, pertencente à Opus Dei, foi atingido por uma medida de Francisco em 2019 por ter sido acusado de ter molestado sexualmente um adolescente na década de 1980. Essas sanções previam que ele não poderia usar as insígnias cardinalícias, não poderia retornar ao Peru sem autorização, não poderia fazer declarações públicas e não poderia participar de um futuro Conclave caso ainda tivesse idade suficiente para isso.
Cipriani ignorou praticamente todas essas normas, a ponto de comparecer a Roma para o Conclave, onde não pôde participar da eleição do papa devido à sua idade, mas mesmo assim compareceu a várias cerimônias e às congregações gerais pré-Conclave, causando certa consternação na opinião pública latino-americana.
Embora o cardeal sempre tenha negado as acusações, o Vaticano confirmou as medidas contra ele. Além disso, Cipriani, que foi um fervoroso defensor da extrema direita na América Latina, manteve, pelo menos enquanto foi possível, boas relações com o fundador do Sodalitium Christianae Vitae, Luis Fernando Figari, uma organização saudosista do fascismo que se espalhou por dezenas de países, nascida no Peru no início da década de 1970 e suprimida nos últimos meses por decisão de Bergoglio.
O movimento foi, de fato, envolvido em uma série de escândalos ligados a abusos sexuais, também cometidos pelo fundador, e a operações financeiras ilícitas.
Portanto, Leão XIV é chamado ao desafio de abordar o escândalo dos abusos sexuais na Igreja em todos os seus aspectos, começando por quem, por várias razões, pode desfrutar de altas e fortes proteções.
Não foi um acaso então que o Papa quis se encontrar, em 5 de junho passado, com a Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, com quem passou cerca de uma hora para se atualizar sobre o andamento dos trabalhos para as novas diretrizes universais de combate aos abusos, instrumento de ajuda às igrejas locais, que o organismo vaticano está finalizando e pretende apresentar ao Papa até o final do ano.