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O que é incel, o submundo misógino que chegou ao Brasil

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11 Abril 2025

Retratado em "Adolescência", um dos segmentos mais violentos da manosfera coopta adolescentes e adultos ressentidos por insucesso sexual.

A reportagem é de Heloísa Traiano, publicada por DW, 08-04-2025.

A série "Adolescência" corre o mundo desde o seu lançamento em março ao trazer à superfície o submundo virtual dos incels, abreviação para os autoproclamados "celibatários involuntários" (involuntary celibates, em inglês). Este ecossistema masculino, onde imperam misoginia e ressentimento, pode pegar espectadores desavisados de surpresa, mas, na verdade, é um fenômeno longevo, cujos primeiros sinais datam da virada do século. E também está presente no Brasil, falando frequentemente a jovens e adolescentes.

Estudiosos definem o universo incel como comunidades em fóruns virtuais de homens heterossexuais que se percebem como incapazes de atrair o interesse romântico e sexual das mulheres. Quase sempre, membros atribuem a falta de apelo à sua aparência física e a uma suposta inferioridade biológica — ou, ainda, ao fato de não serem ricos ou sociáveis o bastante.

Nas últimas duas décadas, eles encontraram na internet um terreno fértil e se alimentam de uma gama de histórias tão conspiratórias quanto distorcidas. O que começa como frustração e falta de autoestima se converte em ódio contra as mulheres, sujeitas a todo tipo de acusação. Elas são descritas como ardilosas, incapazes de sentir empatia ou amor e interessadas apenas por homens fisicamente atraentes.

Há anos, especialistas alertam ainda para o poder da comunidade incel de incitar violência — seja autoinfligida, contra mulheres ou por ataques massivos — e espalhar ultrarradicalismo, inclusive com contornos supremacistas. Os incels são frequentemente descritos como um dos subgrupos mais perigosos da chamada "manosfera", uma rede virtual que espalha visões hipermasculinas em plataformas diversas, com diferentes graus de radicalização.

"Estes são grupos organizados, que entendem que a mulher é o grande problema da sociedade. Na medida que os direitos das mulheres avançam, o movimento sente a masculinidade fragilizada e busca resgatá-la como ela era tempos atrás", explica a cientista política Bruna Camilo, que monitorou interações entre usuários incel do Brasil no Telegram entre 2021 e 2022 para uma pesquisa na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

Brasileiros inspirados nos EUA

Em 2022, o Serviço Secreto dos Estados Unidos descreveu o extremismo misógino dos incels como ameaça nacional. Eles servem de inspiração para pares brasileiros, que mantém um vocabulário adaptado ao contexto nacional e são ideologicamente conectados à extrema direita.

Um relatório produzido por especialistas para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania em 2023 classificou os grupos masculinistas, dos quais os incels são um expoente, como uma das principais fontes de discurso de ódio e extremismo na internet.

Os incels no Brasil já migraram de fóruns especializados para grandes plataformas, como TikTok, Instagram, YouTube e Discord, este último popular entre adolescentes e adultos que jogam online. Os seus membros não costumam se identificar publicamente com a nomenclatura incel, mantida nas esferas de interação privada, mas reproduzem as mesmas ideias e terminologia.

Segundo Bruna, dentre os termos mais característicos dos incels brasileiros estão expressões chulas específicas para se referir tanto a mulheres feministas quanto conservadoras. Nem aquelas que clamam para si um lugar subserviente estão poupadas da misoginia.

A pesquisadora também encontrou recorrentes expressões de apoio a Olavo de Carvalho, guru da extrema direita brasileira falecido em 2022, e a rememoração do caso Eloá Cristina Pimentel — adolescente de 15 anos sequestrada e assassinada pelo seu ex-namorado em 2008 —, retratado como exemplo do que fazer quando uma mulher ignora um homem.

"Os incels são majoritariamente meninos ou jovens que têm dificuldade de socialização. Às vezes, é o menino desajeitado, que não sabe se comportar naquela época de namoro e de se afirmar enquanto menino", afirma a cientista política. "Isso é muito comum na adolescência, porque é uma fase de transformação. Então, ele vai procurar na internet alguma forma de aceitação e pertencimento."

Origem com uma jovem canadense

Foi nos anos 1990 que uma jovem canadense inadvertidamente cunhou o termo incel. Ela criou um site chamado O Projeto de Celibato Involuntário da Alana, no qual relatava a sua dificuldade em experimentar uma vida sexual e amorosa.

O seu objetivo era se conectar com outros internautas solitários. Mas, nos anos consecutivos, a ideia acabaria apropriada por homens frustrados na internet e se tornaria o embrião de um movimento incel internacional.

"É como ser a cientista que descobriu a fissão nuclear e depois descobre que ela está sendo usada como uma arma de guerra", disse Alana, que manteve o sobrenome anônimo, numa entrevista ao The Guardian em 2018.

Em 2021, a nacionalidade mais comum no maior fórum incel anglófono era a Alemanha, segundo relatório produzido para a União Europeia (UE). Os incels alemães demonstravam sentimentos de inferioridade em relação a homens brancos e loiros.

Por sua vez, homens brancos na Suécia se sentiam menos atraentes. Já na França, os usuários se ressentiam dos direitos conquistados pelas mulheres, acreditando que o país se tornara hiperfeminista e destruíra os direitos dos homens.

"À medida que esses espaços cresceram, os incels desenvolveram sua própria ideologia e valores, canonizaram seus heróis e identificaram seus vilões", afirmou o documento.

Chad, Stacy e Pílulas Pretas

Nas entranhas do submundo incel anglófono, moram arquétipos derrogatórios para mulheres e homens sexualmente ativos. Elas são chamadas de Stacy, representando um suposto tipo de mulher superficial, promíscua e inatingível. Já eles são chamados de Chad e seriam populares e musculosos.

A imaginação incel orbita ainda ao redor da chamada "regra 80/20", segundo a qual 80% das mulheres se atraem por 20% dos homens. A ela se atribui o insucesso romântico dos incels — uma Stacy só se interessaria sexualmente por um Chad, ou sempre estaria pronta para deixar um homem supostamente inferior por ele.

Ao se dar conta dessa realidade, um homem "engoliria a pílula vermelha" (redpill, em inglês), ou seja, despertaria para os preceitos centrais do movimento incel. O termo faz referência ao filme Matrix e, na última década, se desdobrou na "pílula preta" (blackpill), hoje também em crescimento no Brasil.

"Blackpill é uma versão mais radicalizada de redpill. Eu diria que temos que tomar muito cuidado com esse movimento, que de fato discursa sobre morte às mulheres", explica Bruna.

Extremismo e saúde mental

Uma pesquisa encomendada pelo governo britânico apontou que uma minoria de incels declara abertamente apoio à violência, enquanto os últimos anos tiveram um número pequeno, porém crescente, de ataques associado ao movimento.

Já o relatório da UE dividiu as plataformas onde os incels interagiam, pelo menos até 2021, como de alto ou baixo risco, com as mais populares, tais como Youtube e X, sendo menos propensas à violência do que fóruns e websites endógenos.

Ao invés de abordagens contra violência e terrorismo, especialistas argumentam que a melhor resposta ao fenômeno incel passa pela saúde mental. Estudos conduzidos por pesquisadores da Universidade de Swansea, no Reino Unido, revelaram que incels tendem a sofrer de depressão severa, ansiedade, pensamentos suicidas e solidão, além de acumularem diagnósticos ou sintomas de autismo em maior frequência.

“Nossas descobertas destacam a importância do apoio personalizado à saúde mental dos incels, pois eles parecem ter erros de pensamento específicos sobre os relacionamentos sexuais que podem afetar seus relacionamentos interpessoais", disse o co-autor Andrew Thomas, ao comentar uma pesquisa com 151 incels. Para o professor, terapias especializadas podem "interromper o viés de confirmação que alimenta crenças tóxicas" dos incels.

Por sua vez, os autores do relatório para a UE recomendam o desenho de programas que possam alcançar os incels na internet e a criação de espaços alternativos voltados ao público masculino.

"De muitas maneiras, a comunidade incel funciona como um grupo de apoio emocional online", explica o relatório. "Faltam espaços alternativos online para que homens e meninos se envolvam em discussões sobre relacionamentos sexuais, namoro, rejeição e vergonha."

Questionado sobre iniciativas para reagir ao fenômeno incel no Brasil e outras formas de extremismo, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania não respondeu até o fechamento da reportagem.

Leia mais

  • Série ‘Adolescência’, incels, redpills: a produção de odiadores de mulheres na internet. Entrevista com Maria Carolina Medeiros e Letícia Sabbatini
  • A fábrica neoliberal do ressentimento: a série 'Adolescência' e o incel. Comentário de Lionel S. Delgado
  • Série 'Adolescência' levanta debate sobre os caminhos sombrios da construção da masculinidade moderna
  • Adolescência: o “filho dos outros” e o jovem duplicado. Comentário de Marília Velano
  • “Adolescência”: quando o real irrompe no cotidiano — uma verdade que não queremos encarar. Artigo de Márcio Cabral
  • Adolescência. Um comentário
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  • "Adolescência": um convite para refletir sobre ser jovem. Comentário de Alana Freitas El Fahl
  • Masculinidades frágeis e inseguras. Artigo de Carolina Pulido
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  • “Violência e misoginia nas plataformas web: assim triunfa a cultura do estupro”. Entrevista com Lucia Bainotti e Silvia Semenzin
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  • “O discurso da culpa dos homens, especialmente dos jovens, mobiliza para a extrema-direita”. Entrevista com Alfredo Ramos
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