05 Setembro 2024
O Ministério do Interior do governo nicaraguense cancelou a personalidade jurídica e o registro de 169 organizações da sociedade civil, 90 delas organizações eclesiais e igrejas. A medida foi divulgada no dia 29 de agosto no La Gaceta, o Diário Oficial da República da Nicarágua.
A reportagem é de Edelberto Behs.
A bronca do presidente sandinista Daniel Ortega e da vice-presidente Rosario Murilo contra padres e bispos da Igreja Católica vem de há algum tempo. Agora, a ceifa pegou também igrejas protestantes, como a Igreja Episcopal, Igreja Morava e a Aliança Evangélica Nicaraguense.
O motivo apresentado em todos esses cancelamentos diz respeito à situação de “descumprimento, não registrou Estado Financeiro” de recentes períodos anuais passados. Não importou a presença secular, como a Igreja Episcopal, no país desde 1612, ou a Igreja Morava, desde 1847.
Nem mesmo a reconhecida prestação de serviços à comunidade, como é o caso da Primeira Igreja Batista de Manágua, com suas escolas, hospital e emissora de rádio escapou da medida. Episcopais e morávios têm forte presença na Região do Caribe Meridional, densamente povoada por indígenas e afrodescendentes.
Associações como a Save The Children do Canadá, a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, a Reabilitação para Alcoólicos e Drogaditos “O Filho Pródigo”, a Rede de Profissionais do Teatro, a Docentes Jubilados da Universidade Autônoma e a Feed The Children também estão arroladas na listagem do Ministério.
Nem mesmo a Associação de Empresários Evangélicos da Nicarágua ou a Fundação Contra o Câncer e a Aids (Funcasid) escaparam da degola sandinista.
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Nicarágua: governo cassa registro de igrejas protestantes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU