Agostinianos, carmelitas, capuchinhos, mercedários... Nicarágua agora ‘cancela’ congregações religiosas

Foto: Canva Pro | Getty Images

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23 Agosto 2024

  • Na sequência da notificação do Ministério do Interior de 19 de abril, foi alterado o estatuto dos Frades Menores Capuchinhos, das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus, dos monges e monjas agostinianos, dos Missionários Mercedários de Bérriz, da Ordem dos Cistercienses da Estrita Observância (trapistas) e os Irmãos da Caridade.

A informação é publicada por Religión Digital, 22-08-2024.

Numa inegável tendência autoritária, o governo da Nicarágua deu mais uma volta no parafuso contra a Igreja. Aos quase 250 padres, freiras, bispos e leigos que desde 2018 foram obrigados a deixar o país, segundo o relatório da ativista Martha Patricia Molina, e aos três bispos e 136 padres expulsos e acolhidos pelos Estados Unidos ou pelo Vaticano, acrescenta-se agora o ‘cancelamento’ de diversas congregações religiosas.

Se a Companhia de Jesus já foi expulsa pelo regime de Daniel Ortega em 2023, e em 2022 expulsou 18 Missionárias da Caridade, a congregação de Madre Teresa de Calcutá, agora, após a notificação do Ministério do Interior em 19 de dezembro de abril, o estatuto jurídico dos Frades Menores Capuchinhos, das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus, dos monges e monjas agostinianos, dos Missionários Mercedários de Bérriz, da Ordem dos Cistercienses da Estrita Observância (trapistas) e dos Irmãos da Caridade.

Da mesma forma, foram encerradas duas obras salesianas: a Associação dos Cooperadores Salesianos e a Associação das Mulheres Salesianas, as Catequistas Missionárias Lumen Christi, a Fundação San Pio e a Associação das Comunidades Cristãs de Base.

Esta ordem de encerramento afetou um total de 1.500 organizações não governamentais (ONGs), entre as quais há também muitas congregações evangélicas nas quais Ortega não se tinha concentrado até agora, e que segundo fontes internas citadas pela OSV News, foram “os últimos lugares onde os nicaraguenses podem se reunir livremente”.

O Ministério do Interior alegou que as 1.500 ONGs que perderam o seu estatuto jurídico não reportaram adequadamente as suas finanças “por períodos entre um e 35 anos”, além de “prejudicarem” o seu “controle e supervisão” sobre estas organizações.

Desde 2018, quando começou a crise política na Nicarágua após uma repressão brutal das forças sandinistas contra os protestos populares, o governo de Daniel Ortega e Rosario Murillo, sua esposa, fechou cerca de 5.000 organizações não governamentais (cujos bens são confiscados pelo Estado) e silenciou a mídia independente.

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