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18 Outubro 2025

"E se algo do século XX realmente acabou, não é o sonho de mudar o mundo, mas a retórica que o sufocava. A utopia, em suas mãos, torna-se frágil e necessária: um ato de resistência contra o cinismo da realidade e um convite, para nós, a nunca perder a esperança", escreve Michela Marzano, filósofa italiana e professora da Universidade de Paris V - René Descartes, na França, em artigo publicado por La Repubblica, 13-10-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Vejo-os todos os dias, os jovens, nas salas de aula da universidade. Entram em grupos, um ao lado do outro, os olhos cheios de perguntas. Não é verdade que não ouvem, que se distraem, que pensam em outras coisas. Eles só procuram palavras autênticas. Palavras que vêm de quem vive o que ensina, de quem não finge, não se esconde, não tem medo de se mostrar forte e frágil ao mesmo tempo. Muitas vezes foram chamados de apáticos, desinteressados, preguiçosos. Mas o problema somos nós, que deixamos de entendê-los, que, como escreveu Alessandro Baricco, se opuseram à "tremenda resistência do século XX".

Ficamos até surpresos por eles terem saído às ruas nas últimas semanas agitando bandeiras palestinas e gritando "Palestina Livre". São os mesmos jovens que lotavam as praças dos Fridays for Future alguns anos atrás, antes de a Covid os fechasse em casa. Pertencem à chamada "Geração Z", tão discutida sem nunca ser realmente ouvida. Descritos como ansiosos, superficiais, incapazes de se empenhar ou de acreditar em algo, hoje os jovens estão se mobilizando novamente: contra a violência, a injustiça e a indiferença. E o fazem sem pedir permissão a ninguém para se indignarem, sem esperar que um intelectual ou um político lhes diga que lado tomar. Porque a nós adultos — Geração X ou boomers — recriminam tudo: a falta de autoridade, de credibilidade, de coerência. E quanto mais o tempo passa, mais acho que eles têm razão.

Considerando que vivem num mundo governado unicamente por machos alfa, idosos e incapazes de se aceitar uma discussão ou de deixar espaço para os que vêm depois — não só na política (basta pensar em Trump, Putin, Netanyahu, ou para olhar para um líder da oposição de esquerda, Mélenchon...), mas também nas cúpulas econômicas, mediáticas e culturais. Sempre os mesmos, presos num circuito autorreferencial, que continuam a falar como se o presente fosse um apêndice do seu passado.

Durante anos, julgamos e tratamos os jovens como exigentes, narcisistas, sem ideais e sem profundidade. Mas quando é que nos questionamos sobre o que eles estavam vivendo? Se tivéssemos aberto os ouvidos e escancarado os olhos, talvez tivéssemos compreendido que estavam simplesmente cansados de um mundo que mede tudo em termos de desempenho e sucesso. Eles entenderam, antes de nós, que competição não é liberdade, que força não é poder, que resignação não é sabedoria. Que não se pode mais aceitar que a guerra seja a condição natural do mundo. Eles não são ingênuos, nem manipulados. Estão apenas cansados da nossa hipocrisia. Viram aonde nos levaram a corrida pela primazia, a lógica do mérito e a violência disfarçada de razão. E, por isso, decidiram recolocar no centro o aspecto humano: as relações, a lentidão, a fragilidade. Sua recusa não é desengajamento, mas uma forma diferente de responsabilidade. Porque o que pedem, afinal, não é um mundo perfeito, mas um mundo habitável. Um mundo em que a política volte a ser um lugar de cuidado, não de opressão.

Nos últimos anos, para ir ao seu encontro, mudei meu método de ensino. Experimentei uma didática mais dialógica e híbrida, utilizando vídeos e até inteligência artificial — afinal, eles já se comunicam com o ChatGPT há algum tempo, buscando respostas que nós, professores, cada vez mais, não conseguimos lhes dar. E quando levantam a mão em sala de aula, não é para pedir esclarecimentos sobre alguma teoria ou conceito abstrato, mas para entender como fazer: como continuar a ser humanos dentro do medo; como ainda ter fé nos adultos, quando tudo ao redor parece corrompido. Agora eu sei: eles não buscam professores, mas testemunhas. Têm fome de autenticidade, e sua forma de resistência passa não apenas pela rejeição da indiferença, mas também pelo desejo por uma língua que use a dor não como retórica, mas como uma responsabilidade compartilhada. Essa talvez seja a lição mais radical deles: não querem vencer, querem entender. Não querem comandar, querem existir.

Aqueles que os veem com desconfiança — como se não tivessem o direito de falar porque "não sabem o suficiente" — deveriam se lembrar de que nós também, no passado, não sabíamos quase nada. Mas tínhamos algo que eles estão tentando restituir ao mundo: a sede de justiça. É essa sede que os leva a sair às ruas, a dizer "basta", a não aceitar mais a linguagem fria da realpolitik. Sua rebelião não é contra a complexidade, mas contra a cumplicidade. E, embora nós, adultos, ainda discutamos sobre Gaza como se fosse uma questão de equilíbrios geopolíticos, eles já entenderam que se trata de humanidade.

A ruptura hoje não é tanto entre o século XX e o século digital, nem entre velhas e novas formas de dominação. É entre aqueles que ainda buscam álibis e aqueles que não os querem mais. Entre aqueles que justificam a violência em nome da história e aqueles que simplesmente não a toleram mais. Talvez seja isso, em última análise, o que os jovens estão nos ensinando hoje: que cuidado, liberdade, igualdade e relações não são meros conceitos, mas gestos. Modos de estar no mundo. Porque a democracia, como os valores, nunca é uma conquista definitiva, mas um exercício de atenção: a coragem de não desviar o olhar mesmo quando o que se vê dilacera o coração e a alma. E se algo do século XX realmente acabou, não é o sonho de mudar o mundo, mas a retórica que o sufocava. A utopia, em suas mãos, torna-se frágil e necessária: um ato de resistência contra o cinismo da realidade e um convite, para nós, a nunca perder a esperança.

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