• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

O magistério e o corpo do Papa. Artigo de Massimo Recalcati

Mais Lidos

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    5º domingo de páscoa – Ano C – A comunidade do ressuscitado

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

28 Fevereiro 2025

Como ensina a parábola evangélica do Bom Samaritano, a fé não é a adesão a um dogma, mas a cura da ferida. Essa é a imagem da Igreja como “hospital de campanha” proposta por Francisco.

O artigo é de Massimo Recalcati, psicanalista italiano, em artigo publicado por publicado por “la Repubblica” de 27-02-2025. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Segundo ele, "em um tempo em que o discurso religioso corre o risco de se transformar em um delírio identitário, em que a fé se enrijece em uma ideologia que semeia morte, guerra e destruição, o Papa da misericórdia nos lembra que o coração do cristianismo não é a defesa de uma fortaleza vazia, mas o movimento extático de sair de si mesmo, da vertigem do encontro, do duro impacto com a alteridade do Outro"

"Este é o verdadeiro escândalo - conclui o psicanalista -  um Papa que rejeita a toga do juiz impiedoso para usar as vestes do nosso próximo, daquele que está realmente ao nosso lado". 

Eis o artigo.

O pontificado do Papa Francisco marcou, desde a escolha de seu nome, uma profunda ruptura na linguagem codificada da Igreja. Sua voz nunca foi a de um soberano que guia seu povo com mão firme ou que defende a autoridade incontestável dos dogmas com perícia teológica, mas a de um pastor que suja as mãos, que se inclina sobre as misérias humanas sem nunca brandir o bastão desumano da condenação. Francisco não é o papa da Lei e de seu temor, mas o da Graça e da salvação imerecida que ela torna possível. Por essas razões, em seu pontificado, a palavra-chave é “misericórdia”. É a mensagem mais radical de Jesus que, citando o profeta Oséias, afirma: “Misericórdia quero, e não sacrifícios” (Mt 9,13).

Obviamente, não se trata de uma simples exortação moral, mas de um talho subversivo no tecido simbólico da Lei. O perdão e o amor, aos quais a figura da misericórdia remete, rompem drasticamente com o caráter meramente vingativo e retaliatório da Lei para abrir o espaço sem precedentes de uma nova possibilidade. O pecado, nessa perspectiva, não é uma mancha indelével, mas uma condição humana que pode ser atravessada, compreendida e totalmente aceita. É o pecado de Pedro que renega, de Tomé que duvida, de Saulo que persegue. É o pecado que sempre pode ser convertido em um novo começo. É a água pútrida que se transforma em vinho sublime nas bodas de Canaã. É o paralítico que se levanta depois de sua vida ter ficado irremediavelmente presa por anos.

Nesse sentido, a Lei da qual Francisco dá testemunho nunca coincide com a aplicação normativa de seus preceitos, mas, nas palavras de Levinas, se encarna no rosto do Outro, no apelo incondicional à fraternidade que esse rosto traz. O Deus de Francisco não é o juiz implacável que instila medo, nem a impessoalidade metafísica de uma Lei sem coração, mas o Pai que “faz que o seu sol se levante sobre os maus e os bons” (Mt 5,45). Nesse sentido, a misericórdia é o resto irredutível da Lei, sua “semente sagrada”, como diria Isaías, ou seja, aquilo que escapa à lógica do cálculo e do mérito, aquilo que excede o mecanismo legalista da retribuição simétrica.

Como ensina a parábola evangélica do Bom Samaritano, a fé não é a adesão a um dogma, mas a cura da ferida. Essa é a imagem da Igreja como “hospital de campanha” proposta por Francisco.

Mas também é a imagem destes últimos dias de seu próprio corpo doente, constantemente oscilando entre a vida e a morte. No entanto, é também seu estilo de falar, sua maneira oblíqua e claudicante de se mover no espaço, sua gestualidade fraterna, seu senso de humor alegre. Francisco é um Papa que sabe tocar, abraçar, sorrir, mostrar sua fragilidade sem reservas. Ele é, evangelicamente, o pequeno que se torna grande não contra o pequeno, mas justamente porque é pequeno, como acontece com o grão de mostarda evocado por Jesus que gera uma árvore frondosa na qual até os pássaros podem pousar. Assim, até mesmo seu próprio corpo doente, que vemos sob os holofotes nestes dias, tornou-se um teatro da proximidade e do estar junto. Se o poder da Igreja sempre teve a tentação de se cercar atrás de muros de separação, ele optou, desde o início de seu pontificado, por derrubar esses muros.

Foi isso que fez de Francisco uma figura tão amada e controversa. Porque a misericórdia, quando se torna testemunho ativo, coloca em crise, em primeiro lugar, a estrutura asséptica do poder. Aqueles que invocam a pureza da doutrina, aqueles que defendem a rigidez das regras sem ter uma compreensão do sentido profundo da Lei, aqueles que gostariam de uma Igreja fundada na rígida distinção entre os justos e os injustos, não podem deixar de perceber esse Papa como uma verdadeira perturbação. Ele não é o pontífice que tranquiliza, mas o que interroga, não é o guardião da ortodoxia, mas da abertura ao diálogo, não é o que encoraja políticas de exclusão, mas o que fez da inclusão um programa político, não é o guardião da natureza infalível da Lei, mas sua encarnação testemunhal.

No Evangelho, Jesus se inclina sobre os pecadores, come e bebe com os publicanos, cura no dia de sábado, escandaliza os tradicionalistas, conversa com as prostitutas e fica no meio dos pobres e despossuídos. Sua existência é ekstasis, dinâmica, impossível de ser reduzida à estática sem vida da dogmática religiosa. Jesus é um transbordo contínuo, um excesso, um desejo que não teme, mas ama o esplendor e a atrocidade da vida. É a mesma ekstasis - o mesmo excedente - que encontramos em Francisco. Nunca é a obediência aos preceitos da Lei que salva as nossas vidas, mas o reconhecimento de que no estrangeiro e no inimigo - ou seja, no Outro que nunca está à nossa disposição - sempre reside um irmão.

Em um tempo em que o discurso religioso corre o risco de se transformar em um delírio identitário, em que a fé se enrijece em uma ideologia que semeia morte, guerra e destruição, o Papa da misericórdia nos lembra que o coração do cristianismo não é a defesa de uma fortaleza vazia, mas o movimento extático de sair de si mesmo, da vertigem do encontro, do duro impacto com a alteridade do Outro. Este é o verdadeiro escândalo: um Papa que rejeita a toga do juiz impiedoso para usar as vestes do nosso próximo, daquele que está realmente ao nosso lado.  

Leia mais 

  • O Papa do fim do mundo. Artigo de Frei Betto
  • Papa Francisco. “Nomeações feitas de uma cama de hospital para não impedir a reforma da Igreja”. Entrevista com Dom Francesco Savino
  • Papa Francisco: “Está descansando, a noite correu bem”
  • Papa Francisco e seu estado de saúde. “Os parâmetros pioraram em várias frentes, mas não o suficiente para falar de sepse”. Entrevista com o pneumologista Michele Vitacca
  • O foco do Papa Francisco na Bíblia e na misericórdia – e por que tantos católicos se sentem desconfortáveis ​​com isso
  • Papa Francisco: “Não podemos permitir que algoritmos excluam a compaixão, a misericórdia e o perdão”
  • A virada profética de Francisco – Uma “Igreja em saída” e os desafios do mundo contemporâneo. Revista IHU On-Line, Nº. 522
  • 10 anos de pontificado de Francisco. Alguns olhares
  • Há mais de 10 anos, o Papa Francisco abriu a porta da reforma da Igreja. É hora de passar. Editorial do National Catholic Reporter
  • Francisco. “Um viajante de Terra Madre, animado por uma sabedoria camponesa”. Entrevista com Carlo Petrini
  • Primeiro papa não europeu, Francisco deslocou o olhar da Igreja para as periferias
  • Os dez anos que abalaram a igreja. E agora o desafio do sínodo
  • “Ecologia e justiça social, assim Francisco moderniza a Igreja”. Entrevista com Daniele Menozzi
  • A comunicação do Papa Francisco: 10 anos em 10 pontos. Artigo de Moisés Sbardelotto
  • Os resultados estão aqui: como os católicos avaliam o Papa Francisco em questões LGBTQ +
  • A Opção Francisco: uma lufada de ar e virada profética. 10 anos de pontificado
  • Chaves para a luta de Francisco contra o abuso após 10 anos de pontificado
  • 10 Marcos na celebração dos 10 anos do pontificado do papa Francisco. Artigo de Angelo RicordiVocê pode rezar 10 Ave-Marias pelos 10 anos do pontificado de Francisco?
  • Cardeal Pell ataca Papa Francisco em memorando secreto: “Este pontificado é um desastre”
  • Cardeal Pell é o autor do memorando Demos, duramente crítico do pontificado de Francisco
  • A Opção Francisco, a Igreja e a mudança de época. Conferência de Raniero La Valle
  • “A teoria do gênero é perigosa. Não à substituição”, afirma Papa Francisco
  • Papa Francisco contra a maternidade de aluguel: “Desprezível, que o mundo a proíba”. E sobre os conflitos: “Civis atacados indiscriminadamente em Gaza e na Ucrânia”
  • O Papa Francisco recebe em audiência o ex-prior de Bose, Enzo Bianchi: “Ele me encorajou a seguir em frente”
  • Olhares que destravam vidas
  • “Fratelli tutti”, mais que um documento. O manifesto de uma época
  • Bispo Wilmer na Terra Santa. Artigo de Marcello Neri
  • Papa Francisco aos religiosos: “Não tenham medo dos limites! Não tenham medo das fronteiras! Não tenham medo das periferias!
  • Papa Francisco: “Acredito que a paz é o sonho de Deus para a humanidade, mesmo que esteja se tornando um pesadelo”
  • Papa Francisco enfaticamente afirma: “Diante dos abusos cometidos por membros da Igreja, não basta pedir perdão”
  • Papa Francisco: O Evangelho não é uma lição fora do tempo
  • Laudato si’ e o novo documento do Papa Francisco sobre ecologia. Artigo de Daniel Horan
  • Papa Francisco na Hungria de Orbán: os cristãos devem aceitar refugiados

Notícias relacionadas

  • Papa abre a Porta Santa: “Bangui é a capital espiritual do mundo”

    LER MAIS
  • A luta de Bergoglio contra a economia que mata e suas tensões na Argentina. Entrevista especial com Eduardo de la Serna

    LER MAIS
  • "Esta economia mata. Precisamos e queremos uma mudança de estruturas", afirma o Papa Francisco

    LER MAIS
  • Discurso do Papa Francisco sobre gênero nas escolas é considerado ambíguo, desatualizado

    O discurso do Papa Francisco de que as escolas estão ensinando as crianças que elas podem escolher o seu sexo – o que seria um[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados