• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

A esperança perdida. Artigo de Paolo Giordano

Mais Lidos

  • Vozes de Emaús: Reimaginar o futuro e reconstruir o presente a partir da esperança. Artigo de Cesar Kuzma

    LER MAIS
  • Reflexões sobre uma igreja lacerada: o novo livro de Marco Politi. Artigo de Faustino Teixeira

    LER MAIS
  • Espiritualidades do eu no novo capitalismo. Artigo de Nicolás Viotti

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    Solenidade Pedro e Paulo Apóstolos – Ser Igreja no seguimento de Jesus. Reflexão de Sonia Cosentino

close

FECHAR

Revista ihu on-line

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

10 Outubro 2024

"A Ucrânia havia nos afundado no lamaçal cinzento das guerras novecentistas, nos escombros de Dresden, mas o que aconteceu nos últimos doze meses no minúsculo território que compreende Israel, Palestina e Líbano nos mostrou algo diferente: uma nova combinação de guerra rudimentar e guerra hipertecnológica, de refinadas análises geopolíticas e primitivismo religioso, que oferece visões pouco tranquilizadoras sobre o futuro para todos nós", escreve Paolo Giordano, escritor italiano, em artigo publicado por Corriere della Sera, 08-10-2024. A tradução é Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Nesses doze meses, os silêncios também foram contados. Quem se expressava e quem não, quem condenava e o quê, quem prestava a sua solidariedade e em que termos. Como talvez fosse previsível, a guerra que resultou do ataque de 7 de outubro de 2023 polarizou a opinião pública longe do Oriente Médio com uma violência sem precedentes. Nada comparável às opiniões que se formaram em torno da invasão da Ucrânia. Desde o primeiro instante, entre Israel e a Palestina não havia nenhum espaço, não digo de neutralidade - a neutralidade é um projeto depravado em algumas circunstâncias - mas de possível transformação. Como em uma centrífuga enlouquecida, aqueles que tentaram construir opiniões mais matizadas ou que mudaram ao longo do tempo, aqueles que decidiram, a partir de certo ponto, não se expressar mais, constatando sua própria insuficiência, foram arbitrariamente esmagados contra esta ou aquela parede ideológica. Não bastava filtrar as palavras, as omissões também tinham de ser pesadas.

Também aconteceu comigo de me ver alinhado com esta ou naquela opinião, em público e em particular, pelo simples fato de escolher falar sobre uma coisa e não sobre outra. E porque, à medida que o dia 7 de outubro ficava cada vez mais distante e as reivindicações públicas se tornavam cada vez mais maciças e barulhentas, cada vez mais sumárias, eu me retirei.

A lógica do “conosco ou contra nós” prevaleceu em todos os lugares, resultando até mesmo em atos simbólicos de aniquilação. O mais recente: escolher, depois de um ano de sacrossantas manifestações para obter um cessar-fogo em Gaza, organizar a mais importante delas em coincidência com o aniversário de 7 de outubro, como se a denúncia de um sofrimento devesse necessariamente passar pelo cancelamento do sofrimento oposto. Em um cenário corrompido a tal ponto, considero que é mais do que legítimo ficar de fora da discussão.

Mas não tenho o hábito de descartar facilmente as críticas. Levei a acusação de reticência muito a sério, revirando-a em minha cabeça por meses, tentando entender sua origem profunda, se é que havia uma, para além do cansaço. Só recentemente me pareceu entender: a reticência em relação a essa guerra tem a ver com a esperança. Ou melhor, com a sua ausência. Porque é possível escrever a partir do desespero mais profundo, e talvez a melhor literatura tenha sido produzida dessa forma, mas não se pode escrever sem esperança.

A ausência de esperança emudece, tira o sentido da própria ação de escrever. Isso não vale para os jornalistas, é claro, não vale para quem documenta dia a dia o que está acontecendo e assume a realidade pelo que ela é - incluindo os mais de cem jornalistas mortos em Gaza -, mas vale para quem escreve com a pretensão irracional de completar a realidade com o pouco de alma que lhe falta: para todos eles, inclusive para mim, a esperança é um elemento indispensável. Escrever sobre a invasão da Ucrânia, e continuar escrevendo, é possível porque, depois de dois anos, a esperança ainda existe, intacta - vitória no campo, fim dos bombardeios, um país novamente livre.

Mas, desde 7 de outubro, não existe mais uma esperança desse tipo para Israel e Palestina. Mesmo após o fim dos bombardeios, após a retirada das tropas israelenses de Gaza, quando isso acontecer, as violências continuarão. Sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos. Isso já aconteceu em outros lugares, alguém vai dizer, é o princípio de toda escalada, pode ser interrompida. Mas aqueles que pensam assim talvez não tenham se aproximado o suficiente, emocionalmente, do tormento que está ocorrendo há um ano naquele lugar. Durante décadas, homens e mulheres de boa vontade levaram adiante a ideia “fraca”, e por isso mesmo extraordinária, de dois Estados para dois povos.

Bem, a partir de 7 de outubro de 2023, essas pessoas mudaram de ideia, em Israel e nos Territórios. Ou melhor, não mudaram de ideia. A ideia se dissolveu, como um holograma. Onde, mesmo no prolongado crime da ocupação, havia um projeto de convivência alcançável, agora há duas fantasias de aniquilação mútua: os mapas de Netanyahu nos quais Gaza e a Cisjordânia não existem e a Palestina livre “do rio ao mar”. Esse será o legado duradouro da Operação Diluvio al-Aqsa, do “dilúvio” de 7 de outubro, quando a inundação por fim recuará sobre o tapete de mortos. Com base nessas premissas, é impossível imaginar, é impossível pensar, é impossível escrever: tudo o que resta é gritar, para quem sabe fazê-lo.

Enquanto eu assistia ao rearmamento militar e ao meu desarmamento interior, acontecia de tudo. Vimos meninas sendo levadas em motocicletas e pick-up, como em um arrastão medieval. Vimos que um país que sente estar combatendo uma guerra existencial não aceita nenhum tipo de advertência de aliados, amigos, potências mais poderosas, tribunais internacionais de justiça ou seja o que for, nenhuma redução a conselhos mais brandos. Vimos, por filmagens de drones, centenas de pessoas se aglomerando como insetos ao redor de caminhões das ajudas humanitárias e depois sendo abatidas. Vimos imagens de êxodo em carros transbordantes e até mesmo em jumentos, todo tipo de destruição e mutilação. Vimos bandos de colonos exibir-se em expedições punitivas contra pessoas indefesas.

Vimos a inteligência artificial, aliás, uma inteligência artificial específica chamada Lavender, à obra na seleção de alvos militares e no cálculo desumano das mortes colaterais “aceitáveis”. Vimos uma operação de assassinato à distância conduzida por meio da manipulação de dispositivos eletrônicos, em uma escala tão vasta que, ainda hoje, quando penso nisso, sou tomado pela incredulidade. A Ucrânia havia nos afundado no lamaçal cinzento das guerras novecentistas, nos escombros de Dresden, mas o que aconteceu nos últimos doze meses no minúsculo território que compreende Israel, Palestina e Líbano nos mostrou algo diferente: uma nova combinação de guerra rudimentar e guerra hipertecnológica, de refinadas análises geopolíticas e primitivismo religioso, que oferece visões pouco tranquilizadoras sobre o futuro para todos nós. Todos nós, de fato. Cabe se perguntar como nos saímos durante este ano. Talvez tenhamos perdido um pouco o controle. Mas de que forma exatamente? Minha impressão é que nos entregamos às sinédoques.

A sinédoque é aquela figura retórica pela qual o todo é confundido com uma parte, ou vice-versa. Por exemplo: falar da direita extrema de Israel para falar de todo Israel; e depois falar de Israel para falar de todos os judeus. Ou vice-versa. Usar “apoiador da ocupação”, “sionista”, “israelense” e, ocasionalmente, até “judeu” como se fossem sinônimos. A concatenação das sinédoques é um dos mecanismos por trás do antissemitismo, assim como de qualquer ódio étnico ou religioso, e não importa quanta vigilância possamos exercer sobre nossos pensamentos, a nossa mente opera sinédoques o tempo todo. Portanto, embora como observação possa perturbar a suposta pureza de raciocínio de muitos, o veredicto é: sim, a partir de 7 de outubro de 2023, o antissemitismo no mundo aumentou novamente. Em agosto, o Memorial de Auschwitz afirmava ter perdido mais de sete mil seguidores no X. Isso nunca havia acontecido antes.

E, é claro, as sinédoques também são produzidas no lado oposto: Hamas para dizer Gaza, até o absurdo de dizer árabes para dizer palestinos. Até mesmo os objetivos militares oficiais de Israel, inalterados além da obstinação, baseiam-se em uma sinédoque sanguinária: a erradicação do Hamas e, agora, do Hezbollah, que se torna, na prática, a devastação total da Faixa, o assassinato de dezenas de milhares de civis, o aumento da pressão na Cisjordânia e, agora, também a invasão do Líbano. Sinédoques de todos os lados, analogias retorcidas, propositalmente exploradas ou inconscientes, lá como aqui.

Alguns podem considerar culpada, até mesmo obscena, a sensação de inexorabilidade que minhas frases transmitem. Isso é compreensível. Suponho que, em situações como essa, a relação com a esperança ou a inexorabilidade depende muito da relação pessoal que cada um de nós tem com o trauma (aqui não é o contexto para realizar esse tipo de exploração, embora eu o considere central). A um ano do 7 de outubro de 2023, só posso admitir que invejo todos aqueles que despejaram sobre mim suas certezas. Eu os invejo sinceramente. Todos aqueles que fizeram, a todo momento, comentários resolutos sobre essa guerra, flechas ligando um evento ao sucessivo, cronologias eloquentes, em vez de se atrapalharem, se enredarem em raciocínios contraditórios, sem saída aparente. Escutei vocês atentamente, na maior parte do tempo sem os entender. E sem superar a convicção - a única que tenho - de que qualquer um que queira manter-se em uma posição moralmente límpida nesse conflito está realmente omitindo algo. Com todas as outras pessoas, aquelas que me parecem ter penetrado mais intimamente e, portanto, mais perigosamente nas dobras incômodas desse momento histórico, não tenho muito a dizer. Tenho a impressão de já ter compartilhado com elas, em silêncio, o nosso comum desarmamento.

Leia mais

  • Gaza. Ano 1 da barbárie
  • Um ano após o ataque do Hamas, a ofensiva de Israel em Gaza não vê uma trégua à vista
  • Conversas com Gaza: "Nossa principal tarefa é descobrir quem ainda está vivo e quem morreu"
  • Pelo menos 90 mortos na Faixa de Gaza
  • A fome “iminente” em Gaza: como chegamos a isso?
  • A dança macabra de Netanyahu. Artigo de Alberto Negri
  • Mas temos certeza de que queremos a paz? Artigo de Alberto Negri
  • Oriente Médio: o que fazer depois? Artigo de Riccardo Cristiano
  • Ofensiva de Israel sacode o Oriente Médio e causa mais de um milhão de deslocados no Líbano
  • A tragédia de Gaza, isto é um genocídio
  • Faixa de Gaza isolada. Entrevista com Danilo Feliciangeli
  • A fome “iminente” em Gaza: como chegamos a isso?
  • Recém-nascidos começam a morrer de fome em Gaza. X - Tuitadas
  • Gaza. Depois de cinco meses o acordo ainda não foi acertado. Caritas: sem trégua não haverá mais comida
  • Um sonho para Jerusalém. Artigo de Raniero La Valle
  • “Morre-se de fome na Faixa. Netanyahu aniquila os palestinos”
  • “O mundo inteiro faz parte deste crime ao apoiar o genocídio e a limpeza étnica na Palestina”
  • Gaza. O Ramadã mais triste, sem imãs e autoridades que nos digam quais os preceitos que teremos de seguir
  • “Na Faixa estão morrendo de fome e Netanyahu é o responsável”. Entrevista com Philippe Lazzarini
  • Enquanto isso, morre-se em Gaza. Artigo de Tonio Dell'Olio
  • De Gaza à terra indígena Yanomami, os genocídios de nosso tempo. Destaques da Semana no IHU Cast
  • Gaza, a humanidade possível. Artigo de Selma Dabbagh
  • ‘‘Podemos viver juntos’’: Um médico palestino e ativista político sobre Gaza, um cessar-fogo e o futuro de Israel-Palestina
  • Gaza. “Nunca tínhamos visto uma população civil passar tanta fome, de forma tão rápida e absoluta”
  • Guerra em Gaza: o que diz o direito internacional sobre o deslocamento de pessoas?
  • ONU: Gaza “não é mais um lugar habitável” e só resta “miséria e dor”
  • Genocídios e a sanha de poderosos que nutre 'tempos perigosos'. Destaques da Semana no IHU
  • Os EUA bloqueiam a condenação de Israel no Conselho de Segurança da ONU pelo massacre de civis famintos
  • Gaza, assim os refugiados estão morrendo de fome. Artigo de Francesca Mannocchi
  • “Sem comida, sem água”: autoridades humanitárias acham que existem bolsões de fome em Gaza
  • Sobrevivendo em Rafah
  • O ataque de Israel a Gaza é diferente de qualquer outra guerra na história recente
  • Na Faixa de Gaza, Israel assume a estratégia da fome

Notícias relacionadas

  • ¿A que le teme Israel? Fortalecimiento de lazos Irán-Latinoamérica

    LER MAIS
  • Bahamas Leaks: es urgente reformar el sistema tributario internacional

    Los Bahamas Leaks, lista de más de 175 mil empresas offshore usadas principalmente para evadir el pago de impuestos, son la confi[...]

    LER MAIS
  • Israel começa doutrina de punições e prêmios coletivos na Cisjordânia

    Dez meses depois do estouro da maior onda de violência em uma década, e a apenas 50 dias das eleições municipais palestinas [...]

    LER MAIS
  • Após concessões sobre sigilo bancário, as Bahamas voltam a ser um paraíso fiscal

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados