Ao mesmo tempo que as operações militares das tropas israelenses se intensificam na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, e que os deslocamentos forçados da população palestina continuam, completa-se na segunda-feira, 13 de maio, uma semana de paralisação da entrada de ajuda humanitária no território.
A reportagem é publicada por 7Margens, 12-05-2024.
O coordenador de Emergência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Faixa de Gaza, Hamish Young, advertia, na última sexta-feira, que a situação iria complicar-se significativamente se as operações humanitárias não fossem retomadas nas 48 horas imediatas. No entanto, até este domingo, não havia notícia de que a situação tenha sido alterada.
No domingo, 12 de maio, o secretário-geral e o responsável pelo departamento dos direitos humanos da ONU frisaram que “a ofensiva de Israel em Rafah tem de ser prevenida a todo o custo”, alertando para as “catastróficas consequências numa zona tão densamente povoada”.
É certo que, na sequência de avisos das tropas invasoras, perto de 300 mil palestinos fugiram da zona leste de Rafah. A questão, porém, que a ONU coloca é a de saber para onde fugir, uma vez que “não há lugar seguro em Gaza”, além de que quem foge já são pessoas “exaustas e famintas, muitas das quais já foram deslocadas diversas vezes”.
Entretanto, António Guterres condenou energicamente vários ataques incendiários que terão ocorrido no fim da semana contra o complexo da agência da ONU para os refugiados palestinos, em Jerusalém Oriental, os quais forçaram a fechar temporariamente os escritórios no local.
“Visar trabalhadores humanitários e recursos humanitários é inaceitável e deve parar”, protestou o secretário geral da ONU, numa publicação na rede X (ex-Twitter), perante atos e repetidas manifestações hostis de habitantes israelenses.
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Há uma semana que não entra ajuda humanitária em Gaza - Instituto Humanitas Unisinos - IHU