24 Setembro 2024
Explosões em massa abrem uma caixa de pandora. Como garantir a segurança, se cada aparato tornou-se uma bomba potencial?
O artigo é de Antonio Martins, jornalista e editor de Outras Palavras, em artigo publicado por Outras Palavras, 23-09-2024.
Pelo menos 37 pessoas foram assassinadas e milhares feridas, nos ataques promovidos na semana passada por Israel, que detonou a distância pagers e walkie-talkies usados por membros do partido libanês Hezbollah. Na edição de domingo do New York Times, o pesquisador norte-americano Bruce Schneier, da Harvard Kennedy School, alerta para a gravidade do precedente criado e suas consequências potencialmente devastadoras.
As explosões de quinta e sexta-feira passadas não representam novidade tecnológica, diz ele. Plantar explosivos plásticos em dispositivos eletrônicos e depois mandá-los pelos ares já foi praticado por Israel desde 1996; e os próprios EUA já interceptaram e reprogramaram dispositivos eletrônicos destinados à Síria, por exemplo. A novidade gravíssima é o uso em massa e em forma de espetáculo destes expedientes. Após o episódio, é provável que outros países e grupos políticos sintam-se tentados a repeti-lo.
E isso cria um novo risco, quase incontrolável à segurança das populações, prossegue Schneier. “Nossos computadores são vulneráveis, assim como, cada vez mais, nossos carros, geladeiras, sistemas de aquecimento com termostado e muitas outras coisas úteis a nosso redor. Além disso, cada cadeia de produção contemporânea envolve dezenas de países. A sabotagem pode ocorrer um múltiplos pontos, o que torna quase impossível cerceá-la. Os EUA não poderiam, por exemplo, internalizar sequer a produção de Iphones, porque não têm as fábricas necessárias para isso. As bruxas estão soltas.
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Pagers: o terror de Israel cria um precedente dramático. Artigo de Antonio Martins - Instituto Humanitas Unisinos - IHU