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A Universidade na pegada do humanismo cristão: a visita de Francisco a Louvaina

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27 Setembro 2024

  • A visita do Papa às duas universidades ocorre por ocasião do 600º aniversário (1425-2025) da fundação da Universidade de Lovaina.

  • Desde a refundação em 1834, a Lovaina foi considerada um modelo de uma nova onda de universidades católicas (embora também se devam reconhecer como tais as 23 universidades fundadas pelos espanhóis desde o século XVI em seus domínios na América e nas Filipinas).

  • A proliferação de sedes não é sempre sinal de melhor qualidade, mas mostra que a Igreja Católica é uma grande potência mundial no campo da educação.

  • Dom Óscar Romero foi canonizado por Francisco em outubro de 2018 na Praça São Pedro. É de se esperar que, durante sua visita à Universidade de Lovaina, ele recorde seu famoso discurso por ocasião do doutorado honoris causa.

O artigo é de Mariano Delgado, professor de História da Igreja na Faculdade de Teologia de Friburgo (Suíça) e Decano da Classe VII (Religiões) da Academia Europeia de Ciências e Artes (Salzburgo), publicado por Religión Digital, 27-09-2024.

Eis o artigo.

No dia 27 de setembro, o Papa Francisco visitará a Universidade católica de Lovaina, ou melhor, as duas universidades que levam esse nome: a de língua flamenga ou neerlandesa na antiga cidade de Lovaina, e a francófona em Nova-Lovaina (Louvain-la-Neuve). As duas são consideradas as continuadoras da Universidade de Lovaina, fundada em 1425 por João IV de Borgonha, duque de Brabante e reconhecida pelo Papa Martinho V no mesmo ano.

Desde o início, esteve marcada pela abertura ao humanismo e à devotio moderna, as novas tendências intelectuais e espirituais do Renascimento. Grandes humanistas como Erasmo de Roterdã ou Adriano de Utrecht, que com a chegada do rei Carlos I em 1516, vindo da Flandres para assumir os reinos da Espanha, se tornaria regente e inquisidor geral desses reinos, bispo de Tortosa e depois papa como Adriano VI, estão entre seus professores mais famosos.

No século XVI, a Universidade de Lovaina também esteve ligada à história espanhola. Como exemplo, o Índice de livros proibidos da Inquisição do país de 1551 não fazia senão assumir a lista de livros proibidos da Universidade de Lovaina de 1550, acrescentando algumas ordenanças para o mercado espanhol, como a proibição de traduções da Bíblia ou antologias dela para o romance e das obras de Erasmo e seus discípulos espanhóis. Em 1570, a Universidade de Lovaina aprovou o Praefatio da Bíblia Regia, também chamada de Bíblia poliglota de Antuérpia, escrita pelo humanista espanhol Benito Arias Montano.

Divisão em duas

Em 1797, a antiga Universidade de Lovaina deixou de existir, mas a refundação como universidade católica em 1834 foi considerada como a continuação da fundação primitiva. Em 1968, finalmente, a Universidade Católica de Lovaina, devido aos conflitos linguístico-identitários entre flamengos e valões, se dividiu nas duas universidades mencionadas acima, que ambas se consideram como a continuação da primeira universidade. Por isso, a visita do papa às duas universidades ocorre por ocasião do 600º aniversário (1425-2025) da fundação da Universidade de Lovaina.

Desde a refundação em 1834, a Universidade de Lovaina foi considerada um modelo de uma nova onda de universidades católicas (embora, de certo modo, também se devam reconhecer como tais as 23 universidades fundadas pelos espanhóis desde o século XVI em seus domínios na América e nas Filipinas). Muitas foram fundadas em todo o mundo católico sob o Papa Leão XIII e o renascimento do tomismo no fim do século XIX (também na Espanha: Comillas, por exemplo), outras mais tarde (a Universidade Pontifícia de Salamanca), e até nossos dias universidades católicas continuam a crescer por toda parte. A proliferação de sedes, também na Espanha, não é sempre sinal de melhor qualidade, mas mostra que a Igreja católica é uma grande potência mundial no campo da educação.

As universidades católicas estão chamadas a seguir a pegada do humanismo cristão. Em suas conferências de 1852 em Dublin, por ocasião da fundação de uma universidade católica, John Henry Newman expôs muito bem seu conceito de uma universidade humanista em chave cristã (A ideia de uma universidade, publicado na Espanha em 2016). Ele fala de uma universidade que não se caracterizaria tanto pela formação utilitária e profissional ou pela transmissão de "conhecimentos" (learning), mas que seria entendida mais como um lugar para a "busca da verdade" na produtividade conjunta de magistrorum e studiorum, assim como para a iniciação de processos vitais no sentido de um desenvolvimento holístico de seus membros em benefício da sociedade.

Certamente, o elemento utilitarista, reforçado agora pela reforma de Bolonha, também está enraizado nas universidades europeias desde o início: já no século XIII eram instituições acadêmicas onde se formavam letrados e clérigos, filólogos e médicos. Mas com o Studium generale humanista, isso estava integrado em uma cultura universitária na qual era natural tratar as "perguntas" (quaestiones) de todo tipo de forma interdisciplinar e celebrar disputas além dos limites das faculdades.

Cada um se interessava pelas questões e pelos métodos dos outros, porque sabia que tudo tinha a ver, em última instância, com "o homem e o mundo". Precisamente para isso existe o Universitas: para a complementação e correção mútua das ciências, para o avanço ético de seus membros e para ser o germe de uma sociedade melhor. No entanto, em nenhum momento faltaram nem faltam aqueles que Newman denomina de "fanáticos e charlatães" (bigots and quacks), que estão tão convencidos de si mesmos e de sua disciplina que desprezam tudo o que não esteja diretamente relacionado com sua especialidade. Até mesmo as faculdades de teologia não são imunes a isso.

E o que teria sido das universidades clássicas sem a convivência entre professores e alunos, uma convivência que muitas vezes  ia além das fronteiras hierárquicas, porque muitas perguntas dos "alunos" faziam os "professores" refletirem, e assim surgia uma busca comum e produtiva pela verdade? Essa convivência também permitia distinguir se os magistri eram apenas "mestres de leitura e ensino" ou também "mestres de vida", como instava o Mestre Eckhart, ou seja, modelos credíveis pelos quais alguém poderia se orientar na vida.

Um grande problema das universidades católicas (também das escolas de negócios dirigidas por instituições religiosas) tão abundantes no mundo hispano (incluindo América Latina e Filipinas) é a relevância do humanismo cristão que representam nas sociedades nas quais trabalham seus graduados. Não deixa de ser problemático que as elites latino-americanas (e também espanholas), por exemplo, se formem nesses centros, enquanto em seu trabalho na política ou na economia depois parecem não levar em conta a doutrina social da Igreja.

Conexão especial com a América Latina

A Universidade de Lovaina teve, desde a década de 1950, uma conexão especial com a América Latina. Naqueles anos, e sob a influência do movimento sacerdotal Fidei Donum, foi fundado em Lovaina o Colégio Maior Latino-Americano como residência de bolsistas daqueles países. Esse colégio leva hoje o nome de seu estudante mais conhecido: Camilo Torres. Por Lovaina também passou Gustavo Gutiérrez, um dos pais da Teologia da Libertação. Nos efervescentes anos 60, marcados por mudanças profundas na Igreja e na sociedade, em Lovaina se valorizava muito a Sociologia e isso deixava marcas também nos estudos teológicos.

A conexão com a Teologia da Libertação não deixou de existir após a divisão da universidade em 1968, sobretudo na universidade de cultura flamenga. Por isso, em 02-02-1980, poucas semanas antes de ser vilmente assassinado em 24 de março enquanto celebrava a eucaristia, essa Universidade de Lovaina concedeu o título de doutor honoris causa a D. Óscar Arnulfo Romero, bispo de San Salvador. Em seu discurso (provavelmente escrito por Jon Sobrino e/ou Ignacio Ellacuría) "A dimensão política da fé a partir da opção pelos pobres. Uma experiência eclesial em El Salvador", Romero defende uma Igreja comprometida com a causa dos pobres, com seu anseio de justiça e de uma vida digna, como corresponde à visão ético-mesiânica do evangelho na Teologia da Libertação.

"A dimensão política da fé" – dizia Romero – "não é outra coisa que a resposta da Igreja às exigências do mundo real sociopolítico em que vive a Igreja. O que redescobrimos é que essa exigência é primária para a fé e que a Igreja não pode se desviar dela. Não se trata de que a Igreja se considere a si mesma como instituição política que entra em competição com outras instâncias políticas, nem que possua mecanismos políticos próprios; muito menos se trata de que nossa Igreja deseje uma liderança política. Trata-se de algo mais profundo e evangélico; trata-se da verdadeira opção pelos pobres, de encarnar-se em seu mundo, de anunciar-lhes uma boa notícia, de dar-lhes uma esperança, de animá-los a uma práxis libertadora, de defender sua causa e de participar de seu destino. Essa opção da Igreja pelos pobres é a que explica a dimensão política de sua fé em suas raízes e traços mais fundamentais. Porque optou pelos pobres reais e não fictícios, porque optou pelos realmente oprimidos e reprimidos, a Igreja vive no mundo do político e se realiza como Igreja também através do político. Não pode ser de outra maneira se é que, como Jesus, se dirige aos pobres".

E Romero concluía seu discurso, cheio de referências bíblicas, com estas famosas palavras: "Os antigos cristãos diziam: ‘Gloria Dei, vivens homo’ (a glória de Deus é o homem que vive). Nós poderíamos concretizar isso dizendo: ‘Gloria Dei, vivens pauper’ (a glória de Deus é o pobre que vive). Acreditamos que, a partir da transcendência do evangelho, podemos julgar em que consiste, na verdade, a vida dos pobres; e acreditamos também que, colocando-se ao lado do pobre e tentando dar-lhe vida, saberemos em que consiste a eterna verdade do evangelho".

Dom Óscar Romero, mártir de uma Igreja que vive o evangelho como amor aos pobres e fome e sede de justiça, foi canonizado pelo Papa Francisco em 14-10-2018 na Praça São Pedro. É de se esperar que, durante sua visita à Universidade de Lovaina, ele recorde seu famoso discurso por ocasião do doutorado honoris causa.

Leia mais

  • Como o Papa Francisco mudou a missão das faculdades e universidades católicas. Artigo de Massimo Faggioli
  • Crise de identidade: não podemos perder a universidade “católica”. Artigo de Massimo Faggioli
  • Os departamentos de teologia católica têm futuro? Uma resposta a Massimo Faggioli
  • A Universidade em busca de um novo tempo. Artigo de Pedro Gilberto Gomes. Cadernos IHU ideias, Nº. 290
  • A colaboração de Jesuítas, leigos e leigas nas Universidades confiadas à Companhia de Jesus: o diálogo entre humanismo evangélico e humanismo tecnocientífico. Artigo Adolfo Nicolás. Cadernos IHU ideias, Nº. 196
  • Os arranjos colaborativos e complementares de ensino, pesquisa e extensão na educação superior brasileira e sua contribuição para um projeto de sociedade sustentável no Brasil. Artigo de Marcelo F. de Aquino. Cadernos IHU ideias, Nº. 187
  • A identidade e a missão de uma universidade católica na atualidade Artigo Stefano Zamagni. Cadernos IHU ideias, Nº. 185
  • A “inteligência das mãos” e o papel da universidade hoje. Discurso do Papa Francisco
  • O "despertar" do papa às universidades católicas
  • O Papa Francisco e a universidade do sentido
  • Papa às universidades católicas: “Educar não apenas enchendo a cabeça de conceitos”
  • O que as faculdades e universidades católicas podem aprender com o Papa Francisco. Artigo de Daniel Horan
  • A missão da universidade: pesquisar e formar poetas e coreógrafos sociais. Discurso do Papa Francisco
  • Missão e desafios da Universidade Católica na contemporaneidade. A proposta de Francisco
  • Deus não vai mais à universidade: o futuro do Ensino Superior católico
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  • Universidades católicas. Artigo de D. Odilo Scherer
  • Como as universidades católicas podem acolher pessoas LGBTs? Artigo de James Martin, jesuíta
  • A identidade católica das universidades católicas é complicada
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