Pré-COP Indígena começa em Brasília com lideranças de 9 países amazônicos

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil | FotosPúblicas

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03 Junho 2025

Além de debater a agenda voltada para a defesa de direitos, com foco na demarcação, lideranças também articulam representação internacional.

A informação é publicada por ClimaInfo, 02-06-2025. 

Representantes indígenas dos nove países da Bacia Amazônica iniciaram nesta segunda-feira (2/6) em Brasília, a Pré-COP Indígena, encontro que se estenderá até 5a feira (5/6) para discutir estratégias de atuação na COP30, marcada para novembro em Belém (PA), noticiou o Correio Braziliense.

O principal objetivo do evento é elaborar a primeira Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) Indígena, documento que estabelecerá compromissos climáticos específicos dos Povos Originários no âmbito do Acordo de Paris. O texto final será entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e servirá como base para as negociações com o governo brasileiro.

A demarcação de Terras Indígenas emerge como eixo central das discussões, já que a garantia dos territórios tradicionais é fundamental para a preservação da Amazônia. “Estamos diante do colapso climático e da destruição dos nossos territórios. A NDC Indígena é uma resposta coletiva ao sistema que insiste em ignorar quem protege a floresta há milênios. A Amazônia está no limite do ponto de não retorno”, afirma o coordenador geral da COIAB, Toya Manchineri no comunicado da organização sobre o evento. Críticas ao Marco Temporal e ao PL da Devastação, além de manifestar preocupação com a possível exploração de petróleo na foz do Amazonas, também fazem parte da agenda.

Os participantes alertam para a necessidade do Brasil, como anfitrião da COP30, assumir a liderança na defesa dos Direitos Indígenas e na promoção de políticas ambientais consistentes. O encontro representa uma oportunidade histórica para os Povos Originários apresentarem suas demandas diretamente aos tomadores de decisão, reforçando seu papel central no combate às mudanças climáticas e na preservação dos biomas amazônicos.

Melillo Dinis, articulador político da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), destacou que “os Povos Indígenas (…) articulam-se para uma proposta inédita de contribuição climática construída a partir de suas visões, experiências e soluções”. Ele também ressaltou que o evento é conduzido de forma autônoma pelos Povos Indígenas: “É um evento indígena, organizado por eles e protagonizado por eles. Alguns poucos foram convidados, dentre os quais eu”, explicou o articulador.

O evento também marca um esforço de fortalecimento da diplomacia indígena em escala global. Além de preparar a participação na COP30, as lideranças buscam articular estratégias para conferências futuras, como a COP31, que pode ser realizada na Austrália. A reunião conta com a participação de organizações indígenas de peso, incluindo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e a coalizão G9 da Amazônia Indígena.

A NDC Indígena deve ser apresentada na Conferência de Clima de Bonn, que acontece em meados deste mês na Alemanha.

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