23 Mai 2025
Governo trabalha na proposta para “valorizar as florestas tropicais como ativos para o desenvolvimento econômico e social”, diz o ministro.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 22-05-2025.
A criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em Inglês) deve ser uma das principais entregas do governo brasileiro na COP30. Foi o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília, informaram Valor e UOL.
O TFFF quer “valorizar as florestas tropicais como ativos para o desenvolvimento econômico e social”, explicou Haddad. Para isso, poderá levantar US$ 25 bilhões por meio de investimentos dos países interessados, o que permitiria alavancar mais US$ 100 bilhões em títulos privados no mercado financeiro, segundo os planos do governo brasileiro.
Haddad ainda destacou ações do Plano de Transformação Ecológica, como o Eco Invest Brasil, a lei do mercado de carbono e a taxonomia sustentável. Segundo o ministro, essas medidas criam as condições para direcionar capital privado a atividades verdes e títulos sustentáveis.
O TFFF pode ser um bom passo para o governo brasileiro fazer da COP30 a “COP da implementação”, como lembrou a CEO da conferência, Ana Toni, em entrevista à AFP, reproduzida pelo UOL. “A COP30 representa o início da implementação (das medidas contra a mudança climática), discutimos muito, prometemos muitas coisas”, explicou.
Ana falou de temas que estão sendo tratados em conjunto por países da América Latina, como adaptação, gestão de resíduos e economia circular, e também migração urbana. Mas reforçou que é o fortalecimento do multilateralismo que unifica a região. “Precisamos de apoio, especialmente financeiro, para avançar mais rápido na transição energética. O financiamento será uma questão muito importante para nós na COP30”, frisou.
Para construir uma cadeia de mobilização, a presidência da COP30 discutiu na Semana do Clima do Panamá, que termina hoje, a elaboração de um framework para concretizar o Mutirão Global que propôs para a conferência. A ideia é movimentar organizações da sociedade civil do mundo para integrar ações nos territórios com objetivos climáticos globais, tendo em perspectiva que a resposta à crise precisa de esforço coletivo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que a Humanidade está destruindo a biodiversidade a passos largos pelas poluição, crise climática e destruição de ecossistemas. O alerta foi feito ontem (22/5), Dia Internacional da Biodiversidade, informa a Agência Brasil. Em sua mensagem, Guterres cita os interesses de curto prazo “que incitam à utilização insustentável do mundo natural” e destaca que a perda da biodiversidade é um problema mundial que nenhum país, por mais rico e poderoso que seja, pode enfrentar sozinho, “tampouco é possível viver sem a enorme biodiversidade que caracteriza o planeta”. Entendeu ou precisamos desenhar, Donald Trump?