23 Abril 2025
Evento reunirá “grupo pequeno, mas significativo” de chefes de Estado e governo para angariar mais apoio às negociações que acontecerão em Belém.
A informação é publicada por ClimaInfo, 22-04-2025.
O presidente Lula e o secretário-geral da ONU, António Guterres, realizarão nesta 4ª feira (23/4) uma reunião virtual com um grupo seleto de chefes de Estado e de governo como parte da preparação para as negociações da COP30. Segundo o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, a sessão será fechada e terá como objetivo “criar energia real para tornar a COP um sucesso (…) para enfrentar a crise climática e acelerar a transição energética justa”.
No começo do mês, o governo brasileiro confirmou que Lula e Guterres liderarão um dos “círculos de apoio” da Presidência da COP30, dedicado especificamente ao chamado “Balanço Ético Global”. Este círculo pretende dialogar com lideranças políticas, sociais, culturais, empresariais, entre outros, com o objetivo de mobilizar os diferentes setores da sociedade civil e da economia em prol da ação climática.
A conversa de hoje também pretende ajudar a destravar as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países para o Acordo de Paris. Dois meses após o final do prazo inicial, a maior parte dos governos ainda não apresentou a nova versão de seus compromissos climáticos e o governo brasileiro teme que esse atraso possa comprometer as chances de sucesso nas negociações da COP30.
Enquanto isso, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) divulgou no último sábado (19), Dia dos Povos Indígenas, uma série de iniciativas para garantir mais espaço para as demandas dos grupos originários durante a COP30. Segundo a pasta, a realização do evento na Amazônia é uma oportunidade para mostrar ao mundo o papel das Comunidades Originárias e Tradicionais na proteção do meio ambiente e no combate ao aquecimento global: “É necessário apostar em participação social, inclusão, diversidade e na criação de um ambiente para avançar em negociações ambiciosas, que consolidem o multilateralismo e apontem para implementações de ações a proteger o meio ambiente e o conjunto dos segmentos sociais impactados pelas mudanças climáticas”.
Entre as iniciativas, está o Círculo dos Povos, que contará com uma Comissão Internacional Indígena como uma instância para melhor escutar e atender as demandas dos povos que vivem e cuidam da biodiversidade, reconhecendo sua importância e protagonismo na conservação ambiental. Outra ação citada pelo MPI é o Ciclo COParente, que pretende criar um espaço de diálogo, formação e consulta aos Povos Indígenas para fortalecer sua presença e participação na COP30. Metrópoles e UOL deram mais detalhes.
Ainda sobre COP30 e Povos Indígenas, ((o)) eco informou que o Tropical Forests Forever Fund (TFFF), um dos carros-chefes da diplomacia brasileira para a COP30, deve destinar até 20% dos recursos anuais para a manutenção de florestas em territórios indígenas e de comunidades locais. O assessor internacional do MPI, Francisco de Filippo, estimou que o montante específico para esses territórios pode chegar a US$ 800 milhões anuais (cerca de R$ 4,7 bilhões).