15 Abril 2025
Instâncias reunirão lideranças para acelerar a implementação do Acordo de Paris e incentivar a ação climática para além da COP30.
A informação é publicada por ClimaInfo, 14-04-2025.
A Presidência da COP30 anunciou na última 6ª feira (11/4) a criação de quatro “círculos de liderança” dedicados a temas-chave para a ação climática global. O objetivo da iniciativa é acelerar a implementação dos compromissos nacionais sob o Acordo de Paris e impulsionar o enfrentamento das mudanças climáticas para além das negociações que acontecerão em Belém (PA) no mês de novembro.
Os grupos facilitarão os debates sobre quatro temas: financiamento climático; Povos e Comunidades Tradicionais e Indígenas; governança climática; e mobilização global. Os círculos atuarão de forma independente e paralela às negociações da COP30, de forma a apoiar os trabalhos da Presidência ao longo do ano e durante a Conferência em Belém.
Um dos grupos, batizado de “Círculo de Ministros de Finanças”, será liderado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) e trabalhará o Mapa do Caminho Baku-Belém para destravar a nova meta de financiamento climático internacional de US$ 1,3 trilhão anuais até 2035. O círculo reunirá ministros da área e especialistas, além de representantes do setor privado e da sociedade civil, para consultas periódicas sobre financiamento climático. Esse esforço apoiará as Presidências da COP29, do Azerbaijão, e da COP30 na elaboração do Mapa do Caminho.
Já o “Círculo dos Povos” terá como propósito aumentar a representação de Povos Indígenas, Povos e Comunidades Tradicionais e Afrodescendentes junto à Presidência da COP30. Chefiado pela ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas), o grupo pretende servir como espaço complementar às instâncias já existentes de participação dessas comunidades, com o foco em garantir que os conhecimentos tradicionais sejam respeitados e integrados às discussões multilaterais sobre o clima.
Outro círculo reunirá os presidentes das COPs climáticas desde Paris (COP21, 2015) para discutir o fortalecimento da governança global e a aceleração da implementação do Acordo de Paris. O grupo será comandado pelo ex-primeiro-ministro francês Laurent Fabius, que presidiu a COP21, e os presidentes das últimas dez COPs serão convidados a participar.
Um quarto círculo abordará um dos objetivos do governo brasileiro na COP30, o do “Balanço Ético Global”. Ele será liderado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pelo presidente Lula. Segundo o comando da COP30, o Balanço realizará diálogos em diferentes regiões reunindo lideranças políticas, culturais, indígenas, afrodescendentes, de comunidades tradicionais, empresários, religiosos, entre outros. As contribuições em diferentes formatos (como música, poesia, documentos e arte visual, por exemplo) serão apresentadas na COP30 e usadas para a mobilização da sociedade.
O site Brasil 247 deu mais informações sobre os “círculos de liderança” da COP30.
A revista The Economist publicou uma matéria bastante crítica à realização da COP30 em Belém. A reportagem destacou as polêmicas em torno dos altos preços e da baixa disponibilidade de leitos de hospedagem na capital paraense, além de outros problemas de infraestrutura.
A “COP caótica” antecipada pela publicação do Reino Unido não caiu bem entre as autoridades paraenses: em entrevista ao jornal O Globo, o governador Helder Barbalho (MDB) reiterou que todos os participantes da COP30 terão hospedagem durante o evento, por meio da expansão da rede hoteleira e da adaptação de outras estruturas especificamente para acomodar negociadores, observadores e representantes da sociedade civil.