Trump escolhe como embaixador em Israel um sionista cristão que defende a anexação de Gaza

Mike Huckabee | Foto: Gage Skidmore / Wikimedia Commons

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Novembro 2024

O próximo presidente dos EUA define sua posição sobre o genocídio na Palestina com a escolha de Mike Huckabee, um sionista cristão evangélico que nega a ocupação e a identidade palestina.

A reportagem é publicada por El Salto, 14-11-2024.

Dez dias após a vitória dos republicanos nas eleições presidenciais, avança a formação da equipe de governo de Donald Trump. "Na realidade, não existe tal coisa como um palestino. [A identidade palestina] tem sido uma ferramenta política para tentar tirar terras de Israel", é uma das frases defendidas por quem será o novo embaixador dos EUA em Israel, o ex-governador do Arkansas, Mike Huckabee.

Trata-se de um destacado “sionista cristão”, como foi definido pelo Democracy Now!, que nos últimos anos se dedicou a organizar viagens a Israel e outras partes do mundo para setores evangélicos. Huckabee tem defendido publicamente a anexação pelos israelenses dos territórios ocupados e da Faixa de Gaza.

Em 2017, Huckabee negava em declarações à revista Politico a realidade dos territórios ocupados por Israel e dos assentamentos considerados ilegais pela ONU na Cisjordânia e Jerusalém Oriental: "Não existe tal coisa como um assentamento. [O que há ali] são comunidades, bairros e cidades. Não existe tal coisa como uma ocupação."

Com esta nomeação, Trump levará ainda mais adiante o apoio incondicional dos Estados Unidos à política de Benjamin Netanyahu. Em 6 de dezembro de 2017, no primeiro ano de seu mandato, Donald Trump decidiu reconhecer Jerusalém como capital do Estado de Israel e ordenou a mudança da embaixada de Tel Aviv para a cidade sagrada. Aquela decisão —que não foi revertida pelo governo democrata de Joe Biden— foi interpretada como um golpe sem precedentes a décadas de diplomacia e aos esforços multilaterais para avançar em direção a uma resolução do conflito.

Como enviado especial para o Oriente Médio, Trump nomeou "seu amigo de toda a vida e companheiro de golfe", Steve Witkoff. Segundo o Democracy Now!, Witkoff é um investidor imobiliário do estado da Flórida que não possui experiência em política externa.

Em 13 de novembro, também foi divulgada outra peça importante para seu futuro governo, com a nomeação provisória do congressista de ultradireita Matt Gaetz como procurador-geral. Representante republicano pela Flórida, Gaetz tem sido investigado por vários crimes, incluindo tráfico sexual e malversação de fundos, investigações que ele pode vir a controlar caso seja finalmente nomeado para o cargo, segundo a CNN. As críticas não demoraram a surgir, até mesmo entre republicanos, que consideraram a escolha uma opção “pouco séria”, nas palavras da senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca. O político conservador John Bolton classificou a ideia como "a pior nomeação para um cargo no gabinete da história dos Estados Unidos". A nomeação do procurador-geral ainda precisa ser confirmada pelo Senado.

Para completar o gabinete, Trump também promete incluir o homem mais rico do mundo, proprietário da Tesla e do Twitter/X, Elon Musk, em sua equipe de governo. O magnata de origem sul-africana assumirá o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), de onde promete “fazer o sistema tremer”.

Leia mais